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Sistema Cardiovascular - Eletrofisiologia cardíaca Potencial de ação no músculo cardíaco - Células miocárdicas contráteis A principal diferença entre o potencial de ação das células miocárdicas contráteis daqueles das fibras musculares esqueléticas e dos neurônios é que as células miocárdicas têm um potencial de ação mais longo, devido à entrada de Ca2 . ● Fase 4: potencial de membrana em repouso. As células miocárdicas contráteis têm um potencial de repouso estável de aproximadamente -90 mV ou -70mV. A bomba de sódio e potássio atua mantendo a polarização da membrana celular (negativo dentro e positivo fora). ● Fase 0: despolarização. Quando a onda de despolarização entra na célula contrátil através das junções comunicantes, o potencial de membrana torna-se mais positivo. Os canais de Na+ dependentes de voltagem se abrem, permitindo que a entrada de Na+ despolarize rapidamente a célula. O potencial de membrana atinge cerca de +20 mV antes de os canais de Na+ se fecharem. ○ Resumo: Influxo de Na+ ● Fase 1: repolarização inicial. Quando o impulso nervoso chega ao seu limite máximo os canais de Na+ se fecham, a célula começa a repolarizar à medida que o K+ deixa a célula pelos canais de K+ abertos. ○ Resumo: Canais de Na+ inativados e Efluxo rápido de K+ ● Fase 2: o platô. A repolarização inicial é muito breve. O potencial de ação, então, se achata e forma um platô como resultado de dois eventos: uma diminuição na permeabilidade ao K+ e um aumento na permeabilidade ao Ca+2. Os canais de Ca+2 dependentes de voltagem ativados pela despolarização foram abertos lentamente durante as fases 0 e 1. Quando eles finalmente abrem, o Ca+2 entra na célula. Ao mesmo tempo, alguns canais “rápidos” de K+ se fecham. A combinação do influxo de Ca2 com a diminuição do efluxo de K+ faz o potencial de ação se achatar e formar um platô. ○ Basicamente os canais de K+ ficam bloqueados momentaneamente, pois ocorre a abertura dos canais de Ca+2, como se fosse uma troca. E quando o Ca+2 entra para dentro da membrana celular ocorre a contração do coração. ○ A contração ocorre porque o cálcio se liga na actina e miosina do coração. ○ Resumo: Influxo tardio de Ca+2 e Efluxo de K+ ● Fase 3: repolarização final. O platô termina quando os canais de Ca+2 se fecham e a permeabilidade ao K+ aumenta mais uma vez. Os canais lentos de K+, responsáveis por essa fase, são similares aos dos neurônios: eles são ativados pela despolarização, mas são abertos lentamente. Quando os canais lentos de K+ se abrem, o K+ sai rapidamente e a célula retorna para seu potencial de repouso (fase 4). Obs: O influxo de Ca+2 durante a fase 2 prolonga a duração total do potencial de ação do miocárdio. Músculo cardíaco ● O coração é composto principalmente pelo músculo cardíaco, ou miocárdio, coberto por finas camadas internas e externas de epitélio e tecido conectivo. ● Existem três tipos de músculo: ○ Músculo atrial - os átrios apresentam paredes mais finas e situam-se acima dos ventrículos. ○ Músculo ventricular - visto a partir do lado externo, a maior parte do coração é a parede muscular espessa dos ventrículos, as duas câmaras inferiores. ○ Fibras especializadas excitatórias e condutoras – apresentam descargas elétricas automáticas – na forma de potenciais de ação (1% das células). Anatomia e Fisiologia do Músculo Cardíaco ● Fibras organizadas em malha. ● Estriado - as células contráteis são células típicas de músculo estriado, com fibras contráteis organizadas em sarcômeros. ○ Filamentos de actina e miosina (sarcômeros) ● Existe uma natureza sincicial no músculo cardíaco. Um sincício é separado do outro por uma camada de tecido fibroso. Isto possibilita que a contração nas fibras que compõem o sincício atrial ocorra num tempo diferente da que ocorre no sincício ventricular. ○ Sincício – discos intercalados (membranas celulares que separam as células miocárdicas uma das outras) ■ Sincício atrial ■ Sincício ventricular ● As células musculares cardíacas individuais ramificam-se e juntam-se com as células vizinhas, criando uma rede complexa. As junções celulares, conhecidas como discos intercalares, consistem em membranas interligadas. Os discos intercalares têm dois componentes: os desmossomos e as junções comunicantes. ○ Os desmossomos são conexões fortes que mantêm as células vizinhas unidas, permitindo que a força criada em uma célula seja transferida para a célula vizinha. ○ As junções comunicantes nos discos intercalares conectam eletricamente as células musculares cardíacas umas às outras. Elas permitem que as ondas de despolarização se espalhem rapidamente de célula a célula, de modo que todas as células do músculo cardíaco se contraem quase simultaneamente. Sistema excito-condutor do coração ● Contração cardíaca ○ A maioria das células musculares cardíacas é contrátil, mas cerca de 1% delas são especializadas em gerar potenciais de ação espontaneamente. ○ O sinal para a contração é miogênico - é originado dentro do próprio músculo cardíaco pelas células autoexcitáveis miocárdicas ● Controla os movimentos de contração (sístole) e relaxamento (diástole) da parede cardíaca ● Formado por fibras musculares especializadas em conduzir impulsos elétricos ○ Nó sinoatrial (sinusal) - localizado no átrio direito e perto da veia cava superior. ○ Feixes internodais - ramificações que ligam o Sinusal até o Nó AV. ○ Nó atrioventricular - localizado na parte inferior do átrio direito, próximo ao septo interatrial e no limite entre o átrio e o ventrículo direito. ○ Feixe atrioventricular - descem pelo septo interventricular. ○ Fibras de Purkinje ● Lembretes! ○ Primeiro ocorre a contração atrial e depois a contração ventricular. ■ Isso acontece devido ao sistema de condução elétrica do coração. ○ A frequência cardíaca equivale ao número de potencial de ação do coração (FC 60 A 100 bpm). ● Resumo: ○ A comunicação elétrica no coração começa com um potencial de ação em uma célula autoexcitável. A despolarização se propaga rapidamente para as células vizinhas através das junções comunicantes nos discos intercalares (FIG. 14.13). A onda de despolarização é seguida por uma onda de contração, que passa pelo átrio e depois vai para os ventrículos. ● O coração possui um sistema próprio capaz de gerar impulsos elétricos para que haja contração do miocárdio. Essa autonomia do coração acontece devido ao um grupo de células capazes de gerar e transmitir impulsos elétricos para contração do miocárdio. Esse grupo de células especializadas é chamado de Nó Sinoatrial (Nó Sinusal), os estímulos gerados no Nó Sinoatrial determinam a frequência cardíaca/ritmo do coração, por isso é também chamado de marcapasso natural/cardíaco. ○ Eventualmente se esse marcapasso de algum defeito ele pode ser substituído cirurgicamente por um marcapasso artificial. ○ Nó Sinoatrial - é uma estrutura formada por um grupo de células especializadas em gerar estímulos para a contração do miocárdio. ■ Tendo a noção de que ele dispara o potencial de ação, deve se lembrar que quem controla esse detalhe é o nosso Sistema Nervoso Autônomo (SNA) - via simpática e via parassimpática. ● Lembrando novamente que o átrio contrai primeiro e depois o ventrículo, sendo assim, o coração necessita de outras estruturas para organizar o impulso gerado pelo Nó Sinoatrial. ● A sinalização elétrica gerada pelo Sinusal se propaga pelos átrios através das Fibras Internodais - permitindo a sístole dos átrios. Chegando até o Nó Atrioventricular (Nó AV), a sua principal função é gerar um pequeno atraso no estímulo vindo do Nó Sinoatrial, fazendo com que os ventrículos contraiam depois dos átrios e não simultaneamente. ○ Esse retardo permite que os átrios se contraiam e esvaziem seu conteúdo nos ventrículos – antes da contração ventricular. ○ Então, o estímulo gerado no Nó Sinoatrial se espalha pelas células do miocárdio dos átrios graças às suas junções complexas/comunicantes. E graças a essas junções as células do miocárdio dos átrioscontraem todas ao mesmo tempo. ○ Esse estímulo propagado pelas células atriais não passa dos átrios para os ventrículos, porque o miocárdio dos átrios é separado do miocárdio dos ventrículos pela própria estrutura anatômica do coração (o famoso "sincício cardíaco"). ● O estímulo só vai chegar aos ventrículos depois do pequeno atraso sofrido que foi gerado pelo Nó AV. A condução elétrica será direcionada pelos Feixes Atrioventriculares (Feixes de His) que se dividem em dois ramos, um que vai para o ventrículo direito e outro para o ventrículo esquerdo. ○ Próximo ao ápice do coração os Feixes de His ramificam em Fibras de Purkinje de onde o potencial de ação passa diretamente para o miocárdio dos ventrículos. ■ A estimulação das Fibras de Purkinje faz com que os ventrículos contraem simultaneamente e ejetem o sangue do seu interior para circulação sistêmica ou para circulação pulmonar. ● Porque o Nó Sinoatrial é o Marcapasso Cardíaco? ○ O Nó Sinoatrial possui frequência de disparos de PA maior que o Nó AV e que as demais fibras. ■ Nó sinoatrial: 70 a 80 vezes/min ■ Nó AV: 40 a 60 vezes/min ■ Fibras de Purkinje: 15 a 40 vezes/min ○ O nó sinoatrial controla o batimento cardíaco. Eletrocardiograma ● A monitorização cardíaca é aplicada no cuidado a pacientes críticos. ● Eletrodos cutâneos colocados sobre o tórax detectam ondas elétricas de despolarização e repolarização do coração. ● A despolarização e repolarização são fenômenos elétricos no coração, produzem correntes elétricas que são conduzidas através dos líquidos orgânicos. ● ELETROCARDIOGRAMA é um registro gráfico da atividade elétrica do coração, basicamente detecta alterações do coração (ex: infarto, arritmia etc). ○ O resultado do exame descreve, de forma técnica, o ritmo cardíaco, intervalos, bloqueios, distúrbios de condução, sobrecarga de cavidades e outros fatores que deixam o paciente preocupado com relação ao órgão. ● Registro técnico do exame: ○ Onda P - contração atrial/despolarização atrial. ○ Complexo QRS - contração ventricular/despolarização ventricular. ○ Onda T - relaxamento dos ventrículos/repolarização ventricular.
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