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GO – Infecções do Trato Genital Vulvovaginites Cecilia Antonieta 1 VULVOVAGINITES FLORA VAGINAL MICRORGANISMOS lactobacillus – convertem glicogênio em ácido lático. PODEM COEXISTIR NA FLORA VAGINAL NORMAL § Aeróbios Gram-positivos (Lactobacillus acidophilus e S. epdemidis); § Aeróbios Gram-negativos (E. coli), anaeróbios facultati- vos (Enterococcus e Gardnerella vaginalis); § Aneróbios estritos ou obrigatórios (Mycoplasma hominis, Bacteroides app., Prevetella spp., Ureaplasma urealyticum); § Fungos (Candida spp). NORMAL células epiteliais e bactérias. SECREÇÃO branca ou transparente, fluida, inodora, em quantidade pequena a moderada. pH < 4,5, geralmente entre 3,8-4,2. EXAME ANAMNESE § Características do corrimento – cor, odor, quantidade; § Parcerias sexuais e uso de preservativo; § Data da última mentrucao e ciclo menstrual; § Uso de método contraceptivo; § Alimentação, estilo de vida, uso de produtos irritativos; § Práticas de higiene ginecológica *sabonetes íntimos apenas na parte externa da vulva; § Uso de outros medicamentos. FÍSICO inspeção vulvar – olhar e procurar lesões externas, avaliar pilificação, grandes e pequenos lábios. ESPECULAR paredes vaginais, caracteristicas do corri- mento (cor, quantidade, aderência às paredes), avaliar colo do útero quanto a lesões, forma. EXAMES COMPLEMENTARES pH vaginal, teste de Whiff (teste das aminas), microscopia a fresco. VULVOVAGINITES CANDIDÍASE VULVOVAGINAL 2ª principal causa de corrimento vaginal. AGENTE ETIOLÓGICO Candida sp. (Candida albicans 80-90%). FATORES DE RISCO § Hábitos de higiene e vestuário que aumentam calor e umidade local; § Diabetes; § Gestação (imunossupressão); § Imunossupressão/corticoide. DIAGNÓSTICO Corrimento grumoso, com placas aderidas à parede vaginal, de cor branca. PH VAGINAL < 4,5. Purido vaginal, disuria, dispareunia. MICROSCOPIA À FRESCO pseudo-hifas. FORMAS CLÍNICAS RECORRENTE 4 ou mais episodios em 1 ano. NÃO COMPLICADA todos os critérios presentes: § Sintomas leve/moderados; § Frequência esporádica; § Agente etiologico; § Agente etiológico – C. albicans; § Ausência de comorbidades. COMPLICADA TRATAMENTO CANDIDÍASE NÃO COMPLICADA PRIMEIRA OPÇÃO tópico – creme vaginal. Miconazol creme 2% 1 aplicador VV, por 7 dias. Nistatina 100.000 UI 1 aplicador VV, por 14 dias. TRATAMENTO ORAL fluconazol 150 mg, VO, dose única. CANDIDÍASE COMPLICADA fluconazol 150 mg. ATAQUE VO, 1x/dia, nos dias 1, 4 e 7. MANUTENÇÃO VO, 1x/semana, por 6 meses. *As parcerias sexuais não precisam ser tratadas. **Tratamento em gestantes e lactantes deve ser somente por via vaginal, tópico. VAGINOSE BACTERIANA Principal causa de corrimento. AGENTE ETIOLÓGICO Gardnerella vaginalis, bactéria anaeróbicas. FISIOPATOLOGIA Desequilíbrio da microbiota vaginal normal – diminuição acentuada dos lactobacilos – crescimento polimicrobiano. GO – Infecções do Trato Genital Vulvovaginites Cecilia Antonieta 2 DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS DE AMSEL ao menos 3. § Corrimento acinzentado, bolhoso, de odor fétido, que agrava durante menstruação e após coito (pH alcalino); § pH > 4,5; § Teste de Whiff positivo (KOH alacaliniza a secreção); § Presença de clue cells no exame de lâmina à fresco. TRATAMENTO PRIMEIRA OPÇÃO metronidazol 250 mg VO 2 comprimidos, 2x/dia, por 7 dias. Gel vaginal 100 mg/g 1 aplicar VV, por 5-7 dias. SEGUNDA OPÇÃO clindamicina 300 mg, VO, 2x/dia, por 7 dias. *Parcerias sexuais não precisam ser tradas. **Tratamento na gestação e no puerpério é o mesmo das não gestantes. ***A ingestão de álcool deve ser evitada durante o tratamento como imidazólicos (efeito antabuse). TRICOMONÍASE 3ª principal causa de corrimento. É uma IST. AGENTE ETIOLÓGICO Trichomonas vaginalis - protozoário flagelado. DIAGNÓSTICO CORRIMENTO amarelo-esverdeado, por vezes acinzen- tado, bolhoso e espumoso, acompanhado de odor fétido. pH > 5. MICROSCOPIA protozoário flagelado. EXAME ESPECULAR colpite – “Colo em framboesa” ou “colo em morango” – com lugol “colo tigroide” TRATMENTO PRIMEIRA OPÇÃO metronidazol VO. 2 g dose única 500 mg 2x/dia, por 7 dias. Tratar parcerias. Investigar outras ISTs. Tricomoníase pode alterar CCO (repetir citologia 3 meses após o tratamento). VAGINITE DESCAMATIVA/INFLAMATÓRIA Vaginite purulenta crônica. Comum na perimenopausa. AGENTE ETIOLÓGICO desconhecido. 70% das culturas: Streptococcus beta-hemolítico. QUADRO CLÍNICO Corrimento purulento. pH alcalino > 6. Dispareunia e disúria. MICROSCOPIA predomínio de células basais e parabasais, aumento de polimorfonucleares. TRATAMENTO Clindamicina creme vaginal a 2% todas as noites, por 7- 14 dias. Creme de hidrocortisona a 10% por via vaginal por 2 a 4 semanas. Avaliar sempre estrogênio tópico. CERVICITE AGENTE ETIOLÓGICO clamídia e gonococo. TRATAMENTO azitromicina 1 g VO + ceftriaxone 500 mg IM. NÃO INFECCIOSAS VAGINOSE CITOLÍTICA Parece cândida – leucorreia grumosa com prurido. GO – Infecções do Trato Genital Vulvovaginites Cecilia Antonieta 3 MICROSCOPIA proliferação exacerbada de Lactobacillus sp + ausência de leucócitos + citólise importante. TRATAMENTO duchas vaginais com bicarbo- nato de sódio 2-3x/semana – alcalinização vaginal. VAGINITE ATRÓFICA Hipoestrogenismo (pós-menopausa). Parece vaginose bacteriana – ressecamento vaginal + atrofia. TRATAMENTO reposição estrogênica local – estradiol creme vaginal a 0,01%. VULVOVAGINITE INESPECÍFICA Não se identifica agente etiológico. Secundária a higiene genital e perineal precária. Muito comum na infância. Corrimento multicolor, com odor fétido e pH vaginal de 4,7-6,5. TRATAMENTO medidas gerais de higiene. Sempre pesquisar corpo estranho. VAGINOSE AERÓBIA Alteração do meio vaginal contendo bactérias entéricas aeróbicas – Streptococcus sp., Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Leucorreia purulenta, odor desagradável e Whiff negativo. pH elevado. MICROSCOPIA muitos leucócitos e bactérias típicas.
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