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CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 1 ANEMIAS E HEMOGLOBINOPATIAS ANEMIA Redução da massa de eritrócitos. OMS Homens Hb < 13,0 g/dl. Mulheres Hb < 12,5 g/dl. FISIOPATOLOGIA HIPOPROLIFERATIVA redução da produção dos eritrócitos. HIPERP. perda ou destruição periférica de eritrócitos. CLÍNICA Astenia, intolerância aos esforços, dispneia, sonolência diurna excessiva, cefaleia, palpitação, tontura, síncope, sopro sistólico audível em todos os focos. DIAGNÓSTICO EXAMES INICIAIS HEMOGRAMA microcítica x macrocítica. VCM 80-100 fL. HCM 28-32 pg. RDW 11,4-13,5%. RETICULÓCITOS 0,5-2,0%. Hipoproliferativa x hiperproliferativa. OUTROS § Perfil de ferro e pesquisa de deficiências vitamínicas; § Provas de hemólise; § Esfregaço de sangue periférico. Poiquilócitos Esferócitos esferocitose hereditária Acantócitos insuficiência hepática Dacriócito (lágrima) mielofibrose Drepanócito (foice) anemia falciforme Esquizócito an. hemolítica microangiopática EXAMES MAIS ESPECÍFICOS § Eletroforese de hemoglobina; § Curva de fragilidade osmótica; § Atividade enzimática; § Imunofenotipagem; § Mielograma; § Testes genéticos. ANEMIAS CARENCIAIS ANEMIA FERROPRIVA – DEFICIÊNCIA DE FERRO METABOLISMO DO FERRO ABSORÇÃO duodeno proximal. Forma heme orgânica – carne vermelha. Forma não heme inorgânica – vegetais. REGULAÇÃO DO ESTOQUE Hepcidina impede a absorção (down regulation da ferroportina). *aumenta na inflamação. Produzida no fígado Eritroferrona facilita a absorção, independente de estoque adequado. PERFIL DE FERRO – AVALIAÇÃO DO ESTOQUE FERRITINA índice mais sensível. Aumenta nos estados inflamatórios (proteína de fase aguda). 30-300 ng/ml. FERRO SÉRICO isoladamente tem pouca importância. 60-150 µg/dl. TIBC capacidade total de ligação do ferro à transferrina. 250-450 µg/dl. ÍNDICE DE SAT. DE TRANSFERRINA ferro/TIBC. 20-50%. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Ferropenia isolada pode provocar sintomas: § Perversão do apetite – pagofagia; § Sindrome das pernas inquietas; § Coiloníquia (unha em formato de colher); § Glossite atrófica; § Queilite angular. Anemia pode ser sintoma de doenças sistêmicas – doença celíaca, neoplasias gastrointestinais (sangramen- to TGI)/genitourinárias, distúrbios da hemostasia, síndrome nefrótica (perda de transferrina). DIAGNÓSTICO HEMOGRAMA anemia microcítica e hipocrômica, ↑RDW (anisocitose), plaquetose (estímulo de precursor comum). Anemia ferropriva + plaquetopenia – mielograma. Anemia hipo micro com RDW normal – pensar em talassemia. RETICULÓCITOS hipoproliferativa (falta matéria prima). PERFIL DE FERRO ↓ferritina, ↓IST, ↑TIBC. TRATAMENTO Identificar e resolver a causa base: § Mulheres em período fértil – menstruação/hiperme- norreia, gestação, parto e lactação CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 2 § Homens e mulheres fora da idade fértil – sangramento oculto pelo trato digestivo e má-absorção. REPOSIÇÃO DE FERRO VO anemia leve-moderada. 1-2 comprimidos 1-2x/dia 30 min antes das refeições. 300 mg sulfato ferroso = 60 mg ferro elementar. Intolerância gastrointestinal. EV ineficácia/intolerância VO, anemia moderada a gra- ve, doenças inflamatórias/sistêmicas (IC, DRC, DII, DC). Hidróxido férrico (Noripurum®) 200 mg/dia. MONITORAMENTO DO TRATAMENTO RETICULÓCITOS aumento em 3-5 dias, pico 7-10 dias. HB aumento 1 g/dl por semana, aumento 1-2 semanas. DURAÇÃO TOTAL 6 meses a 1 ano. FIM DO TRATAMENTO ferritina em níveis normais (primeiro a depletar, último a recuperar), 6 meses após normalização de Hb. ANEMIA MEGALOBÁSTICA MECANISMO defeito na síntese de DNA – assincronia núcleo-citoplasmática e eritropoese ineficaz (hemólise intramedular). Reticulócitos baixos, BT aumentada, LDH aumentado, haptoglobina reduzida. VIT. B12 (COBALAMINA) conversão de homocisteína em metionina – transforma o folato em sua forma ativa. Cofator para a conversão de metilmalonil-CoA em succinil-CoA. FOLATO participa diretamente da síntese de timidina (nucleotídeo do DNA). DEFICIÊNCIAS VITAMINA B12 Redução da ingesta veganismo e tênia do peixe, síndrome da alça cega. Deficiência de fator intrínseco gastrite atrófica imune* e não-imune, uso de IBP e metformina. Doenças do íleo terminal DC, TB intestinal, ressecção ileal. FOLATO redução da ingesta ou absorção. Deficiência no transporte ou metabolismo fenitoína, metotrexato, pirimetamina, trimetoprim. Aumento do consumo celular dermatites crônicas esfoliativas, anemia hemolítica, gestação. QUADRO CLÍNICO SÍNDROME NEUROLÓGICA neuropatias periféricas (pa- restesia distal simétrica – polineuropatia), demências, mie- lopatias (doença dos sistemas combinados – cordão posterior e coluna lateral da medula – prejudica sensibilidade profunda – propiocepção e vibração). Acúmulo de metilmalonil-CoA. DIAGNÓSTICO INICIAL HEMOGRAMA anemia macrocítica (VCM > 100 fL), pancitopenia. RETICULÓCITOS hipoproliferativa. ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO macrovalóci- tos, pleocariócitos (neutrófilos hiperssegmentados > 5). ERITROPOIESE INEFICAZ aumento de BI e LDH. MEDULA ÓSSEA diferencial de pancitopenia. Medula hipercelular, megaloblastos, metamielócitos gigantes. ESPECÍFICO PESQUISA DAS CARÊNCIAS vit. B12 ou acido fólico. EXAMES AUXILIARES Deficiência de vitamina B12 homocisteína e ácido metilmalonico elevados. Deficiência de folato apenas homocísteína elevada. Vit. B12 é cofator na conversão: metilmalonil-CoA -> succinil CoA. TRATAMENTO Controle da doença de base e suspensão dos medicamentos. REPOSIÇÃO VITAMINA B12 VO ou IM (normalmente pela dificuldade de absorção pelo TGI). FOLATO VO, 5 mg/dia (ou semanalmente após uso de mtx). MONITORAMENTO DO TRATAMENTO RETICULÓCITOS aumento em 3-5 dias, pico 7-10 dias. HB aumento 1 g/dl por semana, aumento 1-2 semanas. ANEMIA DA D. CRÔNICA E SIDEROBLÁSTICAS ANEMIA DA DOENÇA CRÔNICA (ADC) MECANISMO inflamação – aumento da síntese de hepcidina, inibição da eritropoiese. DIAGNÓSTICO HEMOG. anemia leve-moderada, normo ou microcítica. *Paciente com gastrite atrófica imune frequentemetne apresenta outras doenças autoimunes – vitiligo, hipotireoidismo. CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 3 RETICULÓCITOS hipoproliferativa (Fe não consegue ser utilizado – Fe sérico diminuído). PERFIL DE FERRO ↑ferritina, ↓IST, TIBC normal. *ferritina aumentada pela inflamação. TRATAMENTO Tratamento da causa base. *Em alguns casos pode-se fazer a reposição de eritropetina. ANEMIA SIDEROBLÁSTICA MECANISMO deficiência na síntese do grupo heme: efeito na produção de protoporfirina – acúmulo de ferro nas mitocôndrias (sideroblastos em anel). Hereditária ou adquirida. Causas secundárias exposição ao álcool; intoxicação por chumbo; deficiência de cobre ou vitamina B6; uso de isonizada (def. B6), linezolida, cloranfenicol. DIAGNÓSTICO HEMOGRAMA anemica microcítica. RETICULOCITOS hipoproliferativa (falta heme). PERFIL DE FERRO ↑ferritina, ↑IST, TIBC normal, ↑Fe. HEMOGLOBINOPATIAS HEMOGLOBINA complexo proteico composto por quatro cadeias de proteína + quatro radicais hemes. Grupamento heme protoporfina + ferro. HEMOGLOBINAS NORMAIS NO ADULTO A1 duas globinas alfa e duas globinas beta. 97%. F duas globinas alfa e duas globinas γ. < 1%. A2 duas globinas alfa e duas globinas δ. 2%. ALTERAÇÃO NAS HEMOGLOBINAS QUALITATIVAS Hb variantes – HbS (doença falciforme), HbC, HbD. QUANTITATIVAS alfa talassemia, beta talassemia. PERSISTÊNCIA DA HB FETAL HbF no adulto – assintomáticos. MUTAÇÕES Quatro genes da alfa – hidropsia fetal. Muta quali nos dois genes da beta globina. Mut qaunt nos dois genes da Hb beta – β talassemia. TRAÇOS herança em heterozigose (metade dos genes). S defeito em um dos genes produtor de globina β. Vida normal (restrições específicas para doação de sangue). C microcitose.Assintomático. ALFA OU BETA-TALASSÊMICO microcitose leve. TIPOS 2 GENES MUTADOS (SS) HbS apenas (não há HbA1 porque não há cadeia beta) – anemia falciforme. HbS = a2S2, HbA2 = a2δ2, HbF = a2γ2 (tende a aumentar – 25%). 1 GENE NORMAL E 1 MUTADO traço falciforme (< 50% das hemácias comprometidas) – aconselhamento genético. HbS = a2S2, HbA1 = a2β2, HbA2 = a2δ2, HbF = a2γ2. 1 GENE Β GLOBINA COM OUTRO DEFEITO + 1 GENE DA HBS (Β0S OU Β+S) pouca (β+) ou nenhum (β0) produção de HbA1 + HbS. β0 muito semelhante à anemia falciforme, mas há microcitose. 1 GENE DA HBS + 1 GENE COM OUTRO DEFEITO (C) hemoglobinopatia SC (HbC não sofre polimerização) – curso clínico mais benigno. DOENÇAS FALCIFORMES MECANISMO mutação no gene da β globina – formação de hemoglobina anormal (HbS). Polimerização da Hb falcização das hemácias. Destruição no baço hemólise (hemácias defeituosas). Hemácias duras, rígidas, “grudentas” – oclusão vascular e isquemia de vários órgãos. TIPOS DIAGNÓSTICO HEMOGRAMA normocitose (traço e anemia falciforme), microcitose (outras). Leucocitose e plaquetose. RETICULÓCITOS hiperporliferativa. ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO drepanócitos, corpúsculos de Howell-Jolly (resquício de núcleo – hipoesplenismo). PROVAS DE HEMÓLISE aumentadas (BI, LDH) e haptoglobina consumida. TRIAGEM NEONATAL teste do pezinho. CONFIRMAÇÃO eletroforese de hemoglobinas. TESTES GENÉTICOS mais específicos. CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 4 COMPLICAÇÕES CONSEQUÊNCIAS DA FALCIZAÇÃO § Fenômenos vaso-oclusivos; § Isquemia microvascular; § Hemólise intravascular; § Lesão endotelial; § Adesão de leucócitos e plaquetas; § Consumo de óxido nítrico. Secundárias à vaso-oclusão § Crises álgicas; § Retinopatia; § Síndrome torácica aguda (STA); § Doença renal crônica; § Acidente vascular cerebral/vasculoaptia cerebral; § Sequestro esplênico; § Priaprismo; § Úlceras em membros inferiores; § Necrose óssea avascular (da cabeça do fêmur); § Crise de falcização hepática. COMPLICAÇÕES DAS HEMÓLISES CRÔNICAS § Colelitíase; § Baixa massa óssea; § Trombose; § Hipertensão arterial pulmonar; § Cardiopatia; § Complicações obstétricas. CRISES ÁLGICAS oclusão microvascular na medula óssea pelas hemácias falcizadas – isquemia e inflamação. QUADRO CLÍNICO episódios dolorosos em ossos longos, articulações e região lombar desencadeados por gatilhos (infecção, desidratação, estresse emocional). TRATAMENTO hidratação e analgesia (opióides), tratar fator desencadeante. Usar opióides. Crise grave necessidade de analgesia EV ≥ 4 horas. SÍNDROME TORÁCICA AGUDA (STA) infarto em esterno/costela. Pneumonia, embolia pulmoar. Embolia gordurosa. QUADRO CLÍNICO opacidade nova na radiografia de tórax + sintomas respiratórios e/ou febre. MEDIDAS DE SUPORTE controle da dor, oxigênio de SatO2 ≤ 92%, hidratação endovenosa. TRATAMENTO ESPECÍFICO antibioticoterapia. Hemo- transfusão (casos moderados e graves). AVE isquêmico, hemorrágico ou transitório. Isquêmico < 6 anos ou > 30 anos. Hemorrágico 20-30 anos. TRATAMENTO transfusão de hemácias com alvo de HbS < 30%. Não trombolisar. GENITOURINÁRIAS infarto da medula renal – hematú- ria, proteinúria, hemoglobinúria, hipostenúria (↓densidade da urina). Priapismo (agudo ou intermitente). TRATAMENTO repouso e hdiratação, Hemotranfusão em casos graves. SEQUESTRO ESPLÊNICO acúmulo brusco de sangue no baço – queda Hb, hiperplasia compensatória da medula óssea, aumento esplênico. INFECÇÕES POR GERMES ENCAPSULADOS FISIOPATOLOGIA principal causa de morbimortalida- de. Acontece principalmente pela autoesplenectomia antes dos 6 anos ou asplenia funcional em adultos. RECOMENDAÇÕES vacinação contra germes encapsu- lados (pneumococo, meningococo, Hib). OUTRAS INFECÇÕES osteomielite por Salmonella typhimurium e S. aureus, ITU por E. coli. CRISE APLÁSTICA insuficiência transitória da eritropoie- se por infecção pelo parvovírus B19*. *Tropismo pelas células vermelhas da medula óssea – impede eritropiese (hemácias falcizadas têm vida menor). Queda de Hb e supressão de reticulócitos. CRISE HEMOLÍTICA (HIPER-HEMOLÍTICA) aumento súbi- to da hemólise. Em geral, associada à infecção por Mycoplasma, defic. de G6PD e esferocitose hereditária. QUADRO CLÍNICO E LABORATORIAL agravamento da anemia e icterícia. Reticulócitos altos. DIAGNÓSTICO exclusão. Hepatites, colestase intra- hepática, colelitíase. RELACIONADAS À TRANSFUSÃO aloimunização, sobre- carga de ferro, reações transfusionais, infecções transmitidas por transfusão. TRATAMENTO Cuidado contínuo e multidisciplinar. Controle de infecções, crises e complicações, buscando qualidade de vida. MEDICAMENTOSO ácido fólico. Consolidação nova, mais: T > 38,0 ˚C; ≥ 2 pontos SatO2 basal ou PaO2 < 60 mmHg ou taquipneia; tiragem intercostal, batimento de asa de nariz, uso de musculatura acessória; dor torácica; sibilância; estertores. CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 5 HIDROXIUREIA redução da falcização e ↓níveis de hemólise – menor consumo de NO intravascular – vasodilatação. Reduz leucócitos e adesão celular – ↓inflamação. Indicações crises vaso-oclusivas frequentes (≥ 3/ano), ane-mia sintomática grave (Hb < 6 mg/dl), STA prévia (≥ 2/ano), AVE prévio. Efeitos adversos macrocitose. CURATIVO TMO apenas para casos graves com doador na família. PREVENÇÃO DE INFECÇÕES VACINAÇÃO principalmente contra pneumococo, me- ningococo e Hib (asplenia funcional). Influenza anualmente. PARA TODOS COM D. FALCIFORME penicilina profi- lática (oral ou benzatina a cada 21 dias) 3 meses a 5 anos. TALASSEMIAS Deficiência quantitativa de hemoglobina: α talassemia e β talassemia. MECANISMO defeito na síntese de α ou β globina e acú- mulo de cadeia normal – formação de complexos insolú- veis – precipitação no interior da hemácia – eritropoese ineficaz. Hemólise extravascular no baço. DIAGNÓSTICO HEMOGRAMA anemia microcítica e hipocrômica. RDW normal (todas as hemácias são afetadas igualmente). RETICULÓCITOS hiperproliferativa (hemólise). PERFIL DE FERRO ferritina elevada. ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO hemácias em alvo (leptócitos). PROVAS DE HEMÓLISE ↑BI, ↑LDH e haptoglobina consumida. ESPECÍFICOS eletroforese de Hb, testes genéticos. BETA-TALASSEMIA Deficiência da cadeia beta globina. TIPOS DE DEFICIÊNCIA total (β0) e parcial (β+). BETATALASSEMIA MENOR (TRAÇO) ββ0 ou ββ+. Um dos genes produz em quantidade normal e outro não produz ou produz em pouca quantidade – HbA1 reduzida, mas > 50%. Pouco ou nenhum sintoma. BETATALASSEMIA MAIOR β0β0 ou β+β0. Não produz ou produz muito pouca globina beta – dois genes não produzem nada ou só um produz, mas pouco – HbA1. Muito sintomático INTERMÉDIA β+β+. Produz pouca cadeia beta em ambos genes. Quanditdade variável de HbA1. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ESPLENOMEGALIA E COMPLICAÇÕES DA HEMÓLI- SE CRÔNICA anemia hemolítica e eritropoese extramedular. DEFORMIDADE ÓSSEAS hipertrofia da medula óssea pela eritropoese ineficaz. fascies talassêmica/“fascies de esquilo”. SOBRECARGA DE FERRO hemocromatose e infecção por Yersinia enterolítica. TRATAMENTO suporte transfusional – alvo Hb até 10 g/dl. ESPLENECTOMIA quando necessidades transfusionais aumentam > 50% em um ano. Vacinação antipneumocócica. QUELANTES DE FERRO quando ferritina > 1000 mg/dl. TMO alogênico – tratamento curativo. ANEMIAS HEMOLÍTICAS DIAGNÓSTICO QUADRO CLÍNICO anemia, icterícia, esplenomegalia, litíase biliar. RESPOSTA MEDULAR hiperproliferativa – reticulocitose. PROVAS DE HEMÓLISE hiperbilirrubinemia indireta, ↑LDH, ↓haptoglobina. Hemossiderina na urina e hemoglobinúria MEDULA ÓSSEA hiperplasia eritróide. TESTE DE COOMBS positivo – hemólise autoimune. Hemólise não imune diferenciação por história clínica, exame físico, história familiar, uso de medicamentos. Hepatopatia com esplenomegaliacongestiva + avaliação do sangue periférico. Hemólise Intravascular Extravascular Dest. das hemácias Lúmen dos vasos sanguíneos Remoção da circulação por macrófagos no baço e fígado Mecan Trauma mecânico, destruição pelo sist. Complemento, exposição a fatores tóxicos Fagocitose Fisiopato Hb no plasma filtrada e reabsorvida pelos túbulos Tipo mais comum CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 6 renais até a capacidade máxima – hemoglobinúria FISIOPATOLOGIA CONGÊNITAS defeitos intrínsecos nas hemácias – membrana, complexo enzimático, hemoglobina. ADQUIRIDAS defeitos extrínsecos das hemácias – microcirculação ou macrocirculação. Exceção: HPN – condição intrínseca, mas é adquirida. AUTOIMUNES MECANISMOS formação de autoantic. contra hemácias. Metildopa. TIPOS ANTICORPOS QUENTES hemácias + IgG – fagocitose no baço – hemólise extravascular. ANTICORPOS FRIOS antígenos das hemácias + IgM em temperaturas baixas. Associação com sistema comple- mento – lise direta (hemólise intravascular) ou fagocitose das hemácias cobertas de C3b no fígado (células de Kufer). DIAGNÓSTICO TESTE DE COOMBS DIRETO positivo. ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO microesferócitos. TRATAMENTO Quentes Frios Corticoide Responde Corticorresistente. Rituximabe (ac monoclonal anti-CD20) ou até qtx associada Esplenectomia Pode ser eficaz Sem resposta NÃO IMUNES HEREDITÁRIAS defeito intrínseco nas hemácias. MEMBRANA esferocitose, eliptocitose, piropoiquiloci- tose e estomatocitose hereditárias. ENZIMÁTICO erros inatos do metabolismo eritrocitário – deficiência de piruvato quinase (PK), def de G6PD. NÃO HEREDITÁRIA hemoglobinúria paroxística noturna. ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA Defeito na proteína anquirina – herança autossômica dominante. MANIFESTAÇÕES anemia leve, moderada ou grave. Hemólise extravascular no baço. Esplenomegalia. Esfregaço de sangue periférico – esferócitos (hipercromia). DIAGNÓSTICO curva de fragilidade osmótica – hemólise com salina ≥ 0,7%. TRATAMENTO suplementação de ácido fólico, suporte transfusional e esplenectomia, se necessário. Esplenectomia – risco de tromboembolismo, infecções bacte- rianas e hipertensão pulmonar. ELIPTOCITOSE MECANISMO defeitos nas proteínas α e β espectrina – herança autossômica dominante. MANIFESTAÇÕES anemia leve, raramente provoca sintomas, esfregaço de sangue periférico – eliptócitos. TRATAMENTO suplementação de ácido fólico. DEFICIÊNCIA DE G6PD MECANISMO defeito enzimático mais comum. Herança ligada ao X. Defeitos nos mecanismos antioxidantes – depleção de glutationa. MANIFESTAÇÕES surtos de hemólise intravascular – exposição a agentes antioxidantes. Esfregaço de sangue periférico corpúsculo de Heinz (precipitação de hemoglobina) – “bite cells”. HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA MECANISMO defeito adquirido na ancora GPI – ausência de CD55 e CD59 – ativação do complemento. Hemólise intravascular não-imune. MANIFESTAÇÃO anemia, sintomas de depleção de óxido nítrico. Eventos tromboembólicos e disfunção renal. DIAG imunofenotipagem por citometria de fluxo. TRATAMENTO inibidor do complemento – eculizumab. Anticoagulação plena se trombose prévia. Vacinação anti-meningococo. Profilaxia – penicilina. Transplante de medula óssea alogênico. Principais drogas causadoras de hemólise sulfas, nitrofu- rantoína, dapsona, azul de metileno, naftaleno, primaqui- na, Cotrimoxazol, fenazopiridina.
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