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Anemias e Hemoglobinopatias

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CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 
1 
 
ANEMIAS E 
HEMOGLOBINOPATIAS 
ANEMIA 
Redução da massa de eritrócitos. 
OMS 
Homens Hb < 13,0 g/dl. 
Mulheres Hb < 12,5 g/dl. 
FISIOPATOLOGIA 
HIPOPROLIFERATIVA redução da produção dos 
eritrócitos. 
HIPERP. perda ou destruição periférica de eritrócitos. 
CLÍNICA 
Astenia, intolerância aos esforços, dispneia, sonolência 
diurna excessiva, cefaleia, palpitação, tontura, síncope, 
sopro sistólico audível em todos os focos. 
DIAGNÓSTICO 
EXAMES INICIAIS 
HEMOGRAMA microcítica x macrocítica. 
VCM 80-100 fL. 
HCM 28-32 pg. 
RDW 11,4-13,5%. 
RETICULÓCITOS 0,5-2,0%. 
Hipoproliferativa x hiperproliferativa. 
OUTROS 
§ Perfil de ferro e pesquisa de deficiências vitamínicas; 
§ Provas de hemólise; 
§ Esfregaço de sangue periférico. 
 
Poiquilócitos 
Esferócitos esferocitose hereditária 
Acantócitos insuficiência hepática 
Dacriócito (lágrima) mielofibrose 
Drepanócito (foice) anemia falciforme 
Esquizócito an. hemolítica microangiopática 
EXAMES MAIS ESPECÍFICOS 
§ Eletroforese de hemoglobina; 
§ Curva de fragilidade osmótica; 
§ Atividade enzimática; 
§ Imunofenotipagem; 
§ Mielograma; 
§ Testes genéticos. 
ANEMIAS CARENCIAIS 
ANEMIA FERROPRIVA – DEFICIÊNCIA DE FERRO 
METABOLISMO DO FERRO 
ABSORÇÃO duodeno proximal. 
Forma heme orgânica – carne vermelha. 
Forma não heme inorgânica – vegetais. 
REGULAÇÃO DO ESTOQUE 
Hepcidina impede a absorção (down regulation da 
ferroportina). *aumenta na inflamação. Produzida no fígado 
Eritroferrona facilita a absorção, independente de 
estoque adequado. 
PERFIL DE FERRO – AVALIAÇÃO DO ESTOQUE 
FERRITINA índice mais sensível. Aumenta nos estados 
inflamatórios (proteína de fase aguda). 
30-300 ng/ml. 
FERRO SÉRICO isoladamente tem pouca importância. 
60-150 µg/dl. 
TIBC capacidade total de ligação do ferro à transferrina. 
250-450 µg/dl. 
ÍNDICE DE SAT. DE TRANSFERRINA ferro/TIBC. 
20-50%. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Ferropenia isolada pode provocar sintomas: 
§ Perversão do apetite – pagofagia; 
§ Sindrome das pernas inquietas; 
§ Coiloníquia (unha em formato de colher); 
§ Glossite atrófica; 
§ Queilite angular. 
Anemia pode ser sintoma de doenças sistêmicas – 
doença celíaca, neoplasias gastrointestinais (sangramen-
to TGI)/genitourinárias, distúrbios da hemostasia, 
síndrome nefrótica (perda de transferrina). 
DIAGNÓSTICO 
HEMOGRAMA anemia microcítica e hipocrômica, ↑RDW 
(anisocitose), plaquetose (estímulo de precursor comum). 
Anemia ferropriva + plaquetopenia – mielograma. 
Anemia hipo micro com RDW normal – pensar em talassemia. 
RETICULÓCITOS hipoproliferativa (falta matéria prima). 
PERFIL DE FERRO ↓ferritina, ↓IST, ↑TIBC. 
TRATAMENTO 
Identificar e resolver a causa base: 
§ Mulheres em período fértil – menstruação/hiperme-
norreia, gestação, parto e lactação 
CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 
2 
 
§ Homens e mulheres fora da idade fértil – sangramento 
oculto pelo trato digestivo e má-absorção. 
REPOSIÇÃO DE FERRO 
VO anemia leve-moderada. 
1-2 comprimidos 1-2x/dia 30 min antes das refeições. 
300 mg sulfato ferroso = 60 mg ferro elementar. 
Intolerância gastrointestinal. 
EV ineficácia/intolerância VO, anemia moderada a gra-
ve, doenças inflamatórias/sistêmicas (IC, DRC, DII, DC). 
Hidróxido férrico (Noripurum®) 200 mg/dia. 
MONITORAMENTO DO TRATAMENTO 
RETICULÓCITOS aumento em 3-5 dias, pico 7-10 dias. 
HB aumento 1 g/dl por semana, aumento 1-2 semanas. 
DURAÇÃO TOTAL 6 meses a 1 ano. 
FIM DO TRATAMENTO ferritina em níveis normais 
(primeiro a depletar, último a recuperar), 6 meses após 
normalização de Hb. 
ANEMIA MEGALOBÁSTICA 
MECANISMO defeito na síntese de DNA – assincronia 
núcleo-citoplasmática e eritropoese ineficaz (hemólise 
intramedular). 
Reticulócitos baixos, BT aumentada, LDH aumentado, 
haptoglobina reduzida. 
VIT. B12 (COBALAMINA) conversão de homocisteína 
em metionina – transforma o folato em sua forma ativa. 
Cofator para a conversão de metilmalonil-CoA em 
succinil-CoA. 
FOLATO participa diretamente da síntese de timidina 
(nucleotídeo do DNA). 
DEFICIÊNCIAS 
VITAMINA B12 
Redução da ingesta veganismo e tênia do peixe, 
síndrome da alça cega. 
Deficiência de fator intrínseco gastrite atrófica imune* e 
não-imune, uso de IBP e metformina. 
Doenças do íleo terminal DC, TB intestinal, ressecção 
ileal. 
FOLATO redução da ingesta ou absorção. 
Deficiência no transporte ou metabolismo fenitoína, 
metotrexato, pirimetamina, trimetoprim. 
Aumento do consumo celular dermatites crônicas 
esfoliativas, anemia hemolítica, gestação. 
QUADRO CLÍNICO 
SÍNDROME NEUROLÓGICA neuropatias periféricas (pa-
restesia distal simétrica – polineuropatia), demências, mie-
lopatias (doença dos sistemas combinados – cordão posterior 
e coluna lateral da medula – prejudica sensibilidade profunda 
– propiocepção e vibração). 
Acúmulo de metilmalonil-CoA. 
DIAGNÓSTICO 
INICIAL 
HEMOGRAMA anemia macrocítica (VCM > 100 fL), 
pancitopenia. 
RETICULÓCITOS hipoproliferativa. 
ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO macrovalóci-
tos, pleocariócitos (neutrófilos hiperssegmentados > 5). 
ERITROPOIESE INEFICAZ aumento de BI e LDH. 
MEDULA ÓSSEA diferencial de pancitopenia. Medula 
hipercelular, megaloblastos, metamielócitos gigantes. 
ESPECÍFICO 
PESQUISA DAS CARÊNCIAS vit. B12 ou acido fólico. 
EXAMES AUXILIARES 
Deficiência de vitamina B12 homocisteína e ácido 
metilmalonico elevados. 
Deficiência de folato apenas homocísteína elevada. 
Vit. B12 é cofator na conversão: metilmalonil-CoA -> succinil CoA. 
TRATAMENTO 
Controle da doença de base e suspensão dos 
medicamentos. 
REPOSIÇÃO 
VITAMINA B12 VO ou IM (normalmente pela dificuldade 
de absorção pelo TGI). 
FOLATO VO, 5 mg/dia (ou semanalmente após uso de mtx). 
MONITORAMENTO DO TRATAMENTO 
RETICULÓCITOS aumento em 3-5 dias, pico 7-10 dias. 
HB aumento 1 g/dl por semana, aumento 1-2 semanas. 
ANEMIA DA D. CRÔNICA E SIDEROBLÁSTICAS 
ANEMIA DA DOENÇA CRÔNICA (ADC) 
MECANISMO inflamação – aumento da síntese de 
hepcidina, inibição da eritropoiese. 
DIAGNÓSTICO 
HEMOG. anemia leve-moderada, normo ou microcítica. 
*Paciente com gastrite atrófica imune frequentemetne 
apresenta outras doenças autoimunes – vitiligo, hipotireoidismo. 
CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 
3 
 
RETICULÓCITOS hipoproliferativa (Fe não consegue ser 
utilizado – Fe sérico diminuído). 
PERFIL DE FERRO ↑ferritina, ↓IST, TIBC normal. 
*ferritina aumentada pela inflamação. 
TRATAMENTO 
Tratamento da causa base. 
*Em alguns casos pode-se fazer a reposição de eritropetina. 
ANEMIA SIDEROBLÁSTICA 
MECANISMO deficiência na síntese do grupo heme: 
efeito na produção de protoporfirina – acúmulo de ferro 
nas mitocôndrias (sideroblastos em anel). 
Hereditária ou adquirida. 
Causas secundárias exposição ao álcool; intoxicação por 
chumbo; deficiência de cobre ou vitamina B6; uso de 
isonizada (def. B6), linezolida, cloranfenicol. 
DIAGNÓSTICO 
HEMOGRAMA anemica microcítica. 
RETICULOCITOS hipoproliferativa (falta heme). 
PERFIL DE FERRO ↑ferritina, ↑IST, TIBC normal, ↑Fe. 
HEMOGLOBINOPATIAS 
HEMOGLOBINA complexo proteico composto por 
quatro cadeias de proteína + quatro radicais hemes. 
Grupamento heme protoporfina + ferro. 
HEMOGLOBINAS NORMAIS NO ADULTO 
A1 duas globinas alfa e duas globinas beta. 97%. 
F duas globinas alfa e duas globinas γ. < 1%. 
A2 duas globinas alfa e duas globinas δ. 2%. 
ALTERAÇÃO NAS HEMOGLOBINAS 
QUALITATIVAS Hb variantes – HbS (doença falciforme), 
HbC, HbD. 
QUANTITATIVAS alfa talassemia, beta talassemia. 
PERSISTÊNCIA DA HB FETAL HbF no adulto – 
assintomáticos. 
MUTAÇÕES 
Quatro genes da alfa – hidropsia fetal. 
Muta quali nos dois genes da beta globina. 
Mut qaunt nos dois genes da Hb beta – β talassemia. 
TRAÇOS herança em heterozigose (metade dos genes). 
S defeito em um dos genes produtor de globina β. Vida 
normal (restrições específicas para doação de sangue). 
C microcitose.Assintomático. 
ALFA OU BETA-TALASSÊMICO microcitose leve. 
TIPOS 
2 GENES MUTADOS (SS) HbS apenas (não há HbA1 
porque não há cadeia beta) – anemia falciforme. 
HbS = a2S2, HbA2 = a2δ2, HbF = a2γ2 (tende a aumentar – 
25%). 
1 GENE NORMAL E 1 MUTADO traço falciforme (< 
50% das hemácias comprometidas) – aconselhamento 
genético. 
HbS = a2S2, HbA1 = a2β2, HbA2 = a2δ2, HbF = a2γ2. 
1 GENE Β GLOBINA COM OUTRO DEFEITO + 1 
GENE DA HBS (Β0S OU Β+S) pouca (β+) ou nenhum 
(β0) produção de HbA1 + HbS. 
β0 muito semelhante à anemia falciforme, mas há 
microcitose. 
1 GENE DA HBS + 1 GENE COM OUTRO DEFEITO 
(C) hemoglobinopatia SC (HbC não sofre polimerização) – 
curso clínico mais benigno. 
DOENÇAS FALCIFORMES 
MECANISMO mutação no gene da β globina – formação 
de hemoglobina anormal (HbS). 
Polimerização da Hb falcização das hemácias. 
Destruição no baço hemólise (hemácias defeituosas). 
Hemácias duras, rígidas, “grudentas” – oclusão vascular 
e isquemia de vários órgãos. 
TIPOS 
DIAGNÓSTICO 
HEMOGRAMA normocitose (traço e anemia falciforme), 
microcitose (outras). Leucocitose e plaquetose. 
RETICULÓCITOS hiperporliferativa. 
ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO 
drepanócitos, corpúsculos de Howell-Jolly 
(resquício de núcleo – hipoesplenismo). 
PROVAS DE HEMÓLISE aumentadas (BI, LDH) e 
haptoglobina consumida. 
TRIAGEM NEONATAL teste do pezinho. 
CONFIRMAÇÃO eletroforese de hemoglobinas. 
TESTES GENÉTICOS mais específicos. 
CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 
4 
 
COMPLICAÇÕES 
CONSEQUÊNCIAS DA FALCIZAÇÃO 
§ Fenômenos vaso-oclusivos; 
§ Isquemia microvascular; 
§ Hemólise intravascular; 
§ Lesão endotelial; 
§ Adesão de leucócitos e plaquetas; 
§ Consumo de óxido nítrico. 
Secundárias à vaso-oclusão 
§ Crises álgicas; 
§ Retinopatia; 
§ Síndrome torácica aguda (STA); 
§ Doença renal crônica; 
§ Acidente vascular cerebral/vasculoaptia cerebral; 
§ Sequestro esplênico; 
§ Priaprismo; 
§ Úlceras em membros inferiores; 
§ Necrose óssea avascular (da cabeça do fêmur); 
§ Crise de falcização hepática. 
COMPLICAÇÕES DAS HEMÓLISES CRÔNICAS 
§ Colelitíase; 
§ Baixa massa óssea; 
§ Trombose; 
§ Hipertensão arterial pulmonar; 
§ Cardiopatia; 
§ Complicações obstétricas. 
CRISES ÁLGICAS oclusão microvascular na medula óssea 
pelas hemácias falcizadas – isquemia e inflamação. 
QUADRO CLÍNICO episódios dolorosos em ossos 
longos, articulações e região lombar desencadeados por 
gatilhos (infecção, desidratação, estresse emocional). 
TRATAMENTO hidratação e analgesia (opióides), tratar 
fator desencadeante. Usar opióides. 
Crise grave necessidade de analgesia EV ≥ 4 horas. 
SÍNDROME TORÁCICA AGUDA (STA) infarto em 
esterno/costela. 
Pneumonia, embolia pulmoar. Embolia gordurosa. 
QUADRO CLÍNICO opacidade nova na radiografia de 
tórax + sintomas respiratórios e/ou febre. 
 
MEDIDAS DE SUPORTE controle da dor, oxigênio de 
SatO2 ≤ 92%, hidratação endovenosa. 
TRATAMENTO ESPECÍFICO antibioticoterapia. Hemo-
transfusão (casos moderados e graves). 
AVE isquêmico, hemorrágico ou transitório. 
Isquêmico < 6 anos ou > 30 anos. 
Hemorrágico 20-30 anos. 
TRATAMENTO transfusão de hemácias com alvo de 
HbS < 30%. 
Não trombolisar. 
GENITOURINÁRIAS infarto da medula renal – hematú-
ria, proteinúria, hemoglobinúria, hipostenúria 
(↓densidade da urina). Priapismo (agudo ou intermitente). 
TRATAMENTO repouso e hdiratação, Hemotranfusão 
em casos graves. 
SEQUESTRO ESPLÊNICO acúmulo brusco de sangue no 
baço – queda Hb, hiperplasia compensatória da medula 
óssea, aumento esplênico. 
INFECÇÕES POR GERMES ENCAPSULADOS 
FISIOPATOLOGIA principal causa de morbimortalida-
de. Acontece principalmente pela autoesplenectomia 
antes dos 6 anos ou asplenia funcional em adultos. 
RECOMENDAÇÕES vacinação contra germes encapsu-
lados (pneumococo, meningococo, Hib). 
OUTRAS INFECÇÕES osteomielite por Salmonella 
typhimurium e S. aureus, ITU por E. coli. 
CRISE APLÁSTICA insuficiência transitória da eritropoie-
se por infecção pelo parvovírus B19*. 
*Tropismo pelas células vermelhas da medula óssea – impede 
eritropiese (hemácias falcizadas têm vida menor). 
Queda de Hb e supressão de reticulócitos. 
CRISE HEMOLÍTICA (HIPER-HEMOLÍTICA) aumento súbi-
to da hemólise. Em geral, associada à infecção por 
Mycoplasma, defic. de G6PD e esferocitose hereditária. 
QUADRO CLÍNICO E LABORATORIAL agravamento 
da anemia e icterícia. Reticulócitos altos. 
DIAGNÓSTICO exclusão. Hepatites, colestase intra-
hepática, colelitíase. 
RELACIONADAS À TRANSFUSÃO aloimunização, sobre-
carga de ferro, reações transfusionais, infecções 
transmitidas por transfusão. 
TRATAMENTO 
Cuidado contínuo e multidisciplinar. 
Controle de infecções, crises e complicações, buscando 
qualidade de vida. 
MEDICAMENTOSO ácido fólico. 
Consolidação nova, mais: T > 38,0 ˚C; ≥ 2 pontos SatO2 
basal ou PaO2 < 60 mmHg ou taquipneia; tiragem 
intercostal, batimento de asa de nariz, uso de musculatura 
acessória; dor torácica; sibilância; estertores. 
CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 
5 
 
HIDROXIUREIA redução da falcização e ↓níveis de 
hemólise – menor consumo de NO intravascular – 
vasodilatação. 
Reduz leucócitos e adesão celular – ↓inflamação. 
Indicações crises vaso-oclusivas frequentes (≥ 3/ano), 
ane-mia sintomática grave (Hb < 6 mg/dl), STA prévia (≥ 
2/ano), AVE prévio. 
Efeitos adversos macrocitose. 
 
CURATIVO TMO apenas para casos graves com doador 
na família. 
PREVENÇÃO DE INFECÇÕES 
VACINAÇÃO principalmente contra pneumococo, me-
ningococo e Hib (asplenia funcional). 
Influenza anualmente. 
PARA TODOS COM D. FALCIFORME penicilina profi-
lática (oral ou benzatina a cada 21 dias) 3 meses a 5 anos. 
TALASSEMIAS 
Deficiência quantitativa de hemoglobina: α talassemia e 
β talassemia. 
MECANISMO defeito na síntese de α ou β globina e acú-
mulo de cadeia normal – formação de complexos insolú-
veis – precipitação no interior da hemácia – eritropoese 
ineficaz. 
Hemólise extravascular no baço. 
DIAGNÓSTICO 
HEMOGRAMA anemia microcítica e hipocrômica. RDW 
normal (todas as hemácias são afetadas igualmente). 
RETICULÓCITOS hiperproliferativa (hemólise). 
PERFIL DE FERRO ferritina elevada. 
ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO hemácias em alvo 
(leptócitos). 
PROVAS DE HEMÓLISE ↑BI, ↑LDH e haptoglobina 
consumida. 
ESPECÍFICOS eletroforese de Hb, testes genéticos. 
BETA-TALASSEMIA 
Deficiência da cadeia beta globina. 
TIPOS DE DEFICIÊNCIA total (β0) e parcial (β+). 
BETATALASSEMIA MENOR (TRAÇO) ββ0 ou ββ+. Um dos 
genes produz em quantidade normal e outro não produz ou 
produz em pouca quantidade – HbA1 reduzida, mas > 50%. 
Pouco ou nenhum sintoma. 
BETATALASSEMIA MAIOR β0β0 ou β+β0. Não produz ou 
produz muito pouca globina beta – dois genes não produzem 
nada ou só um produz, mas pouco – HbA1. Muito sintomático 
INTERMÉDIA β+β+. Produz pouca cadeia beta em ambos 
genes. Quanditdade variável de HbA1. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
ESPLENOMEGALIA E COMPLICAÇÕES DA HEMÓLI-
SE CRÔNICA anemia hemolítica e eritropoese 
extramedular. 
DEFORMIDADE ÓSSEAS hipertrofia da medula óssea 
pela eritropoese ineficaz. fascies talassêmica/“fascies de 
esquilo”. 
SOBRECARGA DE FERRO hemocromatose e infecção 
por Yersinia enterolítica. 
TRATAMENTO suporte transfusional – alvo Hb até 10 
g/dl. 
ESPLENECTOMIA quando necessidades transfusionais 
aumentam > 50% em um ano. 
Vacinação antipneumocócica. 
QUELANTES DE FERRO quando ferritina > 1000 mg/dl. 
TMO alogênico – tratamento curativo. 
ANEMIAS HEMOLÍTICAS 
DIAGNÓSTICO 
QUADRO CLÍNICO anemia, icterícia, esplenomegalia, 
litíase biliar. 
RESPOSTA MEDULAR hiperproliferativa – reticulocitose. 
PROVAS DE HEMÓLISE hiperbilirrubinemia indireta, 
↑LDH, ↓haptoglobina. Hemossiderina na urina e 
hemoglobinúria 
MEDULA ÓSSEA hiperplasia eritróide. 
TESTE DE COOMBS positivo – hemólise autoimune. 
Hemólise não imune diferenciação por história clínica, 
exame físico, história familiar, uso de medicamentos. 
Hepatopatia com esplenomegaliacongestiva + 
avaliação do sangue periférico. 
Hemólise Intravascular Extravascular 
Dest. das 
hemácias 
Lúmen dos vasos sanguíneos 
Remoção da 
circulação por 
macrófagos no 
baço e fígado 
Mecan 
Trauma mecânico, 
destruição pelo sist. 
Complemento, exposição a 
fatores tóxicos 
Fagocitose 
Fisiopato Hb no plasma filtrada e reabsorvida pelos túbulos Tipo mais comum 
CM – Onco-hemato Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 
6 
 
renais até a capacidade 
máxima – hemoglobinúria 
FISIOPATOLOGIA 
CONGÊNITAS defeitos intrínsecos nas hemácias – 
membrana, complexo enzimático, hemoglobina. 
ADQUIRIDAS defeitos extrínsecos das hemácias – 
microcirculação ou macrocirculação. 
Exceção: HPN – condição intrínseca, mas é adquirida. 
AUTOIMUNES 
MECANISMOS formação de autoantic. contra hemácias. 
Metildopa. 
TIPOS 
ANTICORPOS QUENTES hemácias + IgG – fagocitose no 
baço – hemólise extravascular. 
ANTICORPOS FRIOS antígenos das hemácias + IgM em 
temperaturas baixas. Associação com sistema comple-
mento – lise direta (hemólise intravascular) ou fagocitose 
das hemácias cobertas de C3b no fígado (células de Kufer). 
DIAGNÓSTICO 
TESTE DE COOMBS DIRETO positivo. 
ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO microesferócitos. 
TRATAMENTO 
 Quentes Frios 
Corticoide Responde 
Corticorresistente. 
Rituximabe (ac 
monoclonal anti-CD20) ou 
até qtx associada 
Esplenectomia Pode ser eficaz Sem resposta 
NÃO IMUNES 
HEREDITÁRIAS defeito intrínseco nas hemácias. 
MEMBRANA esferocitose, eliptocitose, piropoiquiloci-
tose e estomatocitose hereditárias. 
ENZIMÁTICO erros inatos do metabolismo eritrocitário 
– deficiência de piruvato quinase (PK), def de G6PD. 
NÃO HEREDITÁRIA hemoglobinúria paroxística noturna. 
ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA 
Defeito na proteína anquirina – herança autossômica 
dominante. 
MANIFESTAÇÕES anemia leve, moderada ou grave. 
Hemólise extravascular no baço. 
Esplenomegalia. 
Esfregaço de sangue periférico – esferócitos (hipercromia). 
DIAGNÓSTICO curva de fragilidade osmótica – hemólise 
com salina ≥ 0,7%. 
TRATAMENTO suplementação de ácido fólico, suporte 
transfusional e esplenectomia, se necessário. 
Esplenectomia – risco de tromboembolismo, infecções bacte-
rianas e hipertensão pulmonar. 
ELIPTOCITOSE 
MECANISMO defeitos nas proteínas α e β espectrina – 
herança autossômica dominante. 
MANIFESTAÇÕES anemia leve, raramente provoca 
sintomas, esfregaço de sangue periférico – eliptócitos. 
TRATAMENTO suplementação de ácido fólico. 
DEFICIÊNCIA DE G6PD 
MECANISMO defeito enzimático mais comum. 
Herança ligada ao X. 
Defeitos nos mecanismos antioxidantes – depleção de 
glutationa. 
MANIFESTAÇÕES surtos de hemólise intravascular – 
exposição a agentes antioxidantes. 
Esfregaço de sangue periférico corpúsculo de Heinz 
(precipitação de hemoglobina) – “bite cells”. 
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA 
MECANISMO defeito adquirido na ancora GPI – 
ausência de CD55 e CD59 – ativação do complemento. 
Hemólise intravascular não-imune. 
MANIFESTAÇÃO anemia, sintomas de depleção de 
óxido nítrico. 
Eventos tromboembólicos e disfunção renal. 
DIAG imunofenotipagem por citometria de fluxo. 
TRATAMENTO inibidor do complemento – eculizumab. 
Anticoagulação plena se trombose prévia. 
Vacinação anti-meningococo. 
Profilaxia – penicilina. 
Transplante de medula óssea alogênico. 
 
Principais drogas causadoras de hemólise sulfas, nitrofu-
rantoína, dapsona, azul de metileno, naftaleno, primaqui-
na, Cotrimoxazol, fenazopiridina.

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