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Metodologias para Excelência Operacional As metodologias Dentro destas divergências, surgiram várias metodologias, que iremos revisar. As mais famosas são: a) Seis Sigma; b) Statistical Process Control (SPC); c) Design for Six Sigma; d) Lean (em suas variadas formas); e) Total Productive Maintenance (TPM); f) World Class Manufacturing (WCM); g) Gestão da Rotina; h) Business Process Management (BPM); As metodologias para melhoria de processos Melhoria é: Um impacto positivo, relevante e duradouro em indicadores de interesse da organização A motivação para a melhoria A EMPRESA TEM: Uma oportunidade. Um problema. A necessidade por uma melhoria. A EMPRESA PRECISA: Um processo melhor. Um produto melhor. Mais conhecimento. Melhor desempenho. Até aí tudo bem... A grande questão é: COMO. Como conseguir realizar uma melhoria na empresa? Como garantir que a empresa vai, de fato, consistentemente promover estas melhorias? As grandes metodologias divergem em alguns pontos: • De quem é a responsabilidade pela melhoria? (dos especialistas? De todos? Da gerência?); • Como é a coordenação? (Centralizada? Descentralizada?); • Como é a estruturação do conhecimento? (Formal, estruturado? Informal, tácito?); • Como é a gestão das pessoas? (orientada a resultados ou orientada à processos?); • Qual é a cultura da empresa e dos agentes de melhoria? O Seis Sigma A A Gênese do Seis Sigma ▪ O Seis Sigma nasceu, como conhecemos hoje, das mãos de Bill Smith, um engenheiro de confiabilidade da Motorola, na década de 1980 (posteriormente VP de qualidade). ▪ O ponto central era ter uma abordagem metodicamente estruturada (DMAIC) para reduzir defeitos a um nível ambicioso. ▪ O objetivo final da metodologia era redução de custos como vantagem competitiva. ▪ Sua gênese baseou-se em ferramentas de análise de dados (estatística) e na solução de problemas complexos. ▪ Usou as bases filosóficas do TQM – Total Quality Management, com viés para a parte estatística. ▪ Popularizou-se no ocidente, através de Jack Welch e da GE. ▪ Nasce fortemente científica, ocidental e focada em dados e redução da variabilidade. Como o Seis Sigma se apresenta nas empresas ▪ Inicialmente nas áreas de engenharia, qualidade e confiabilidade, atualmente em todas as áreas das empresas. ▪ Estrutura de Belts – Níveis diferentes de especialistas. ▪ Os especialistas que conduzem o trabalho. Lidar com pessoas é apenas uma parte pequena do conhecimento. ▪ O trabalho se dá através de projetos estruturados, geralmente usando o roteiro DMAIC. ▪ Os projetos podem ou não ter uma coordenação central. ▪ A coordenação central pode ser corporativa ou do departamento. Pontos críticos para o sucesso do Seis Sigma (não confundir a sua cultura com a cultura da empresa) ▪ Cultura de solução de problemas (jeito ocidental); ▪ Cultura de engenharia; ▪ Cultura de projetos. ▪ Apoio da alta administração; ▪ Liberação de tempo dos especialistas para resolver problemas; ▪ Clareza nas metas estratégicas para a melhoria; ▪ Disponibilidade de dados por parte da organização. ▪ Pessoal com alto nível de treinamento; ▪ Pessoal com aptidão para trabalho com dados e organização para projetos; ▪ Uso dos melhores talentos da organização; ▪ Facilidade de aprender (a maioria dos projetos serão “genéricos”). Das pessoas envolvidas Estruturais Culturais Referências adicionais sobre Seis Sigma ▪ PYZDEK, T. The Six Sigma Handbook, 1ª ed. Nova Iorque: McGraw-Hill, 2003; ▪ MCCARTHY, T., BREMER, M., DANIELS, L., GUPTA, P. Motorola University, The Six Sigma Black Belt Handbook, 1ª ed. Nova Iorque: McGraw-Hill, 2004. ▪ TANG, L. C., GOH, T. N., YAM, H. S., YOAP, T. Six Sigma: Advanced Tools for Black Belts and Master Black Belts, 1ª ed. Chicester: John Wiley & Sons, 2006. ▪ HARRY, M., SHROEDER, R. Six Sigma: The Breakthrough Management Strategy Revolutionizing the World’s Top Corporations, 1ª ed. Nova Iorque: Crown Business, 2006. SPC – Statistical Process Control B A Gênese do SPC ▪ Começa com Walter Shewhart em 1931 (Economic Control of Quality of Manufacured Products). ▪ Shewhart trabalhava no Bell Labs, insitutição fortemente científica na década de 30, em meio à mudança de paradigma da ciência determinista para a probabilística. ▪ O SPC ou (SQC, no início – Q de Quality) partia do pressuposto de controle estatístico: algo sob controle varia sob limites conhecidos. ▪ A variação podia ser causada por causas comuns (chance causes, no original) ou causas especiais (assignable causes). ▪ O objetivo final é garantir vantagem competitiva entregando uma qualidade padrão através do tratamento das causas especiais. ▪ A sua lógica é a do gráfico de controle: identificar flutuações na qualidade através do acompanhamento de uma característica de interesse. O que é o SPC? O método: Aplicação de estatística para garantir que um processo entregue o que deveria entregar Identificar um processo Identificar atributos mensuráveis do processo Identificar variação natural dos atributos Acompanhar variação Processo controlado? Sim NãoIdentificar causa especial Remover causa especial Hoje nós temos várias coisas interessantes: O que se tornou o SPC hoje? A sofisticação da coleta e análise de dados ▪ Análises multivariadas; ▪ Dados autocorrelacionados; ▪ Métodos sofisticados de amostragem; ▪ ... Implementações inovadoras ▪ Controle de parâmetros de qualidade; ▪ Verificação em tempo real das fábricas; ▪ Áreas para SQC; ▪ ... Revolução digital ▪ Bases para indústria 4.0; ▪ Softwares de medição em tempo real; ▪ Alertas globais de variação estatística; ▪ .. Como o SPC se apresenta nas empresas ▪ Ainda é muito forte o viés industrial, embora já seja aplicado à métricas de internet e serviços (como healthcare). ▪ Geralmente subordinado ao departamento de qualidade, ou áreas semelhantes. ▪ Operacionalizado por softwares, demandando alta instrumentação dos processos (coleta de dados nas máquinas em processos industriais ou ERP’s em serviços). ▪ Especialistas desenvolvem planos de ação. ▪ Estrutura centralizada na Qualidade ou descentralizada em unidades de negócio. Pouca centralização corporativa. ▪ Pesquisa para aumentar o nível de automação das análises Pontos críticos para o sucesso do SPC (não confundir a sua cultura com a cultura da empresa) ▪ Cultura de solução de problemas (jeito ocidental); ▪ Cultura de engenharia; ▪ Cultura voltada para a qualidade. ▪ Apoio da alta administração; ▪ Disponibilidade de dados e sistemas; ▪ Clara priorização dos processos (mapa de quais atributos controlar); ▪ Hierarquia necessária para a solução de problemas. ▪ Conhecimento das técnicas estatísticas; ▪ Perfil analítico; ▪ Conhecimento técnico do processo a ser trabalhado. Das pessoas envolvidas Estruturais Culturais Referências adicionais sobre SPC ▪ MONTGOMERY, D. C., Introduction to Statistical Quality Control, 6ª ed. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 2009; ▪ KUME, H., Statistical Methods for Quality Improvement, 1ª ed. Tóquio: 3ª Corporation, 1985. ▪ KANG, C. W., KVAM, P. H., Basic Statistical Tools for Improving Quality, 1ª ed. Hoboken: John Wiley & Sons, 2011. ▪ SHEWHART, W., Economic Control of Quality of Manufacured Product, 1ª ed. Nova Iorque: D. Van Nostrand Company, 1931. Design for Six Sigma C A Gênese do DFSS ▪ Poucas referências sobre de onde surgiu o DFSS. ▪ A referência mais antiga para o que é o DFSS é de 1993, de um trabalho da Motorola: Six Sigma Design. ▪ Aparece como uma evolução do Design for Manufaturability da Motorola: como projetar um produto que vai ter alto nível sigma logo de cara? ▪ Muito foco em evitar reclamações. ▪ Como: identificar os requisito funcionais (FR – functional requirement) do cliente (VOC), correlaciona-los com parâmetros do produto (DP – design parameter) a ser desenhado, entendero processo de produção por trás dos DPs e caso os processos não tenham boa capabilidade, procurar alternativas. ▪ Trabalho especializado do engenheiro de produto no sentido de reduzir a variabilidade O que é o DFSS? O método: Uma abordagem de roteiro (metódica) para melhorar o processo de projeto de algo, visando menos reclamações do cliente (projetar certo da primeira vez). Robustez Axiomas do Design 1. FR = f (DP) 2. Minimizar DPs (reduzir complexidade) Menos variação no valor de DP vai melhorar o desempenho em FR Busca por alternativas Avaliar alternativas para reduzir a variação Excelência de projeto e baixo nível de reclamação (vantagem competitiva) O que é o DFSS? O método: Uma abordagem de roteiro (metódica) para melhorar o processo de projeto de algo, visando menos reclamações do cliente (projetar certo da primeira vez). Hoje nós temos várias coisas interessantes: O que se tornou o DFSS hoje? Uma filosofia ▪ Axiomas do design; ▪ Busca pela robustez do projeto; ▪ Modelagem matemática dos requisitos e sua correlação com a voz do cliente; ▪ Projeto e processo relacionados; ▪ ... Roteiros estruturados para aplicação ▪ ICOV ▪ DMADV ▪ ... Ferramentas para os roteiros ▪ QFD; ▪ TRIZ; ▪ Análise de Kano ▪ .. Como o DFSS se apresenta nas empresas ▪ Geralmente os seus conceitos são bem implementados dentro dos processos de desenvolvimento das empresas. ▪ Como no Seis Sigma, os profissionais são altamente treinados e o trabalho é realizado por especialistas. No caso, os engenheiros de desenvolvimento. ▪ Pode ser puxado como um diferenciador estratégico da organização, principalmente para mudanças em larga escala puxadas pela alta administração: Como o marketing irá comunicar os nossos produtos se não conseguimos satisfazer as necessidades do cliente? ▪ As vezes as ideias ficam no espaço de interação entre engenharia de processo (mais acostumada com o Seis Sigma) e a engenharia de produto. Pontos críticos para o sucesso do DFSS (não confundir a sua cultura com a cultura da empresa) ▪ Forte cultura de Seis Sigma; ▪ Forte cultura de inovação e desenvolvimento de produto; ▪ Cultura voltada para o cliente (setores competitivos). ▪ Apoio da alta administração; ▪ Disponibilidade de informações do cliente; ▪ Área de desenvolvimento bastante madura; ▪ Perfil analítico; ▪ Pessoas com alta aptidão; ▪ Visão de abordagem multidisciplinar. Das pessoas envolvidas Estruturais Culturais Referências adicionais sobre DFSS ▪ YANG, K., EL-HAIK, B. Design for Six Sigma: Roadmap to product development, 2ª edição, Nova Iorque: McGraw-Hill, 2003. ▪ SMITH, B., Six Sigma Design, IEEE Spectrum, p. 43- 47, 1993. Lean D A Gênese do Lean ▪ O lean nasceu do que é conhecido como o Sistema Toyota de Produção (TPS – Toyota Production System). Este sistema, por sua vez, foi elaborado durante os anos do pós guerra no Japão. Um dos principais responsáveis pela sua elaboração foi Taichi Ohno, na época executivo de produção da Toyota. ▪ Na época, o Japão sofria com escassez de recursos e mão de obra. Eiji Toyoda então deu a diretriz para eliminar tudo que era desperdício. Ohno usou esta diretriz para desenvolver o sistema. ▪ O objetivo final era reduzir desperdícios. A produção em larga escala não era bem vista. ▪ Suas primeiras ações foram sempre em cima das atividades físicas, no chão de fábrica (Gemba). Ele buscou desde o início a padronização e racionalização das atividades. ▪ Para ele, melhoria era trabalho de todos. O ponto central do TPS era uma abordagem descentralizada para a melhoria. ▪ Também usou as bases do TQM (JUSE). ▪ Popularizou-se com a ascensão da Toyota em 1970. O que é o Lean? A Metodologia: Uma filosofia para a melhoria contínua, aplicada por boas práticas e ferramentas. Respeito às pessoas Melhoria Contínua (Kaizen) Desperdícios Melhoria de Fluxo Foco no cliente Flexibilidade de produção Liderança Consultiva Desenvolvimento contínuo Filosofia compartilhada Gestão visual Hoje nós temos várias coisas interessantes: O que se tornou o Lean hoje? Uma filosofia ▪ Princípios bem definidos (TPS); ▪ “Lean thinking” – pensamento para reduzir desperdícios; ▪ Foco total no cliente (dar o cliente o que ele quer, na quantidade que ele quer e quando ele quer); ▪ ... Ferramentas ▪ Heijunka Box; ▪ Kanban; ▪ Gemba Walking; ▪ VSM; ▪ 5S; ▪ ... Um sistema de gestão ▪ Aplicação metódica da filosofia na estrutura da organização; ▪ Alinhamento cultural da liderança e das pessoas; ▪ Equipes para fomentar e aplicar as ferramentas; ▪ .. Como o Lean se apresenta nas empresas ▪ Geralmente o lean é puxado pela liderança da organização (diretoria industrial; diretoria administrativa, etc.). ▪ O trabalho prático é fomentado pela gestão, assessorado por especialistas e conduzido pela operação -> As pessoas são o ponto chave. ▪ Alterações nas áreas de suporte são necessárias e vitais para a implementação (RH, por exemplo). ▪ Programas de educação e alinhamento cultural são vitais para a implementação. ▪ Todas as áreas são contagiadas de alguma forma. ▪ Pode haver uma área de Lean para fomentar as mudanças e iniciativas. Pontos críticos para o sucesso do Lean (não confundir a sua cultura com a cultura da empresa) ▪ Pensamento de longo prazo; ▪ Respeito às pessoas; ▪ Disciplina na execução para criar o hábito da melhoria; ▪ Participação ativa da alta administração; ▪ Alinhamento de objetivos para todas as partes da organização; ▪ Forte programa de educação do chão de fábrica; ▪ Alinhamento entre alta, média e baixa administração; ▪ Pensamento de longo prazo; ▪ Sincera preocupação com o cliente; ▪ Mente aberta para mudanças radicais; ▪ Pensamento para melhoria (Lean Thinking). Das pessoas envolvidas Estruturais Culturais Referências adicionais sobre Lean ▪ LIKER, J. Toyota Way: 14 Management principles from the world’s greatest manufacturer. 1ª edição, Nova Iorque: McGraw-Hill, 2004. ▪ WOLMACK, J. P., JONES, D. T. Lean Thinking. 1ª edição, Nova Iorque: Simon & Schuster, 1996. ▪ IMAI, M. Gemba Kaizen, uma abordagem de bom senso à estratégia de melhoria contínua. 2ª edição. São Paulo: Bookman, 2014. ▪ MURMAN, E. et al. Lean Enterprise Value: Insights from MIT’s Lean Aerospace Initiative. 1ª edição, Cambridge: Palgrave Macmillan, 2002. ▪ OHNO, T. Toyota Production System: Beyond Large- Scale Production. Tóqui: Diamond, 1978. TPM – Total Productive Mantenance E A Gênese do TPM ▪ Criado por Seiichi Nakajima na década de 1970, a partir de seus estudos sobre os métodos de manutenção preditiva americanos da década de 1950. ▪ Evolução da preditiva para a manutenção produtiva, que incluía uma visão mais ampla de manutenção: manter o sistema (máquinas) entregando aquilo que ele foi projetado para entregar. ▪ A produtiva então evoluiu para a manutenção produtiva TOTAL, englobando os princípios do lean de incluir toda a empresa. ▪ Desde o primeiro momento, seu foco foi em melhorar o OEE – Overall Equipment Efectiveness, que é a % da capacidade da máquina usada (ainda hoje muito útil). ▪ Já na década de 1950, Nakajima elaborou um grupo de estudos com 20 empresas, que posteriormente se tornou o JIPM – Japanese Institute of Plant Maintenance. O que é o TPM? A Metodologia: Conjunto de técnicas e princípios para manter um sistema produtivo (fábrica, escritório, etc.) entregando o que foi projetado para entregar Sistema Atividades para “manter” o sistema entregando o que deveria entregar Output do sistema OEE “Pilares”: ▪ Manutenção Autônoma ▪ Manutenção Planejada ▪ Melhoria Focada ▪ Educação e Treinamento ▪ Controle Precoce de Equipamentos ▪ Manutenção da Qualidade ▪ Áreas Administrativas ▪ Segurança, saúde e meio ambiente Hoje nós temos várias coisas interessantes: O que se tornou o TPM hoje? Integração de diversas teorias▪ Teoria do Zero Defeitos, Quebras e Acidentes; ▪ Princípios do TPS; ▪ Princípios do SPC; ▪ Princípios de Gestão Democrática ▪ ... Conjunto de boas práticas ▪ Aplicação dos princípios; ▪ Cálculo do OEE; ▪ Uso das ferramentas do Lean ▪ ... Um conjunto de objetivos bem definidos ▪ Aumento do OEE; ▪ Aumento da vida útil dos equipamentos; ▪ .. Como o TPM se apresenta nas empresas ▪ Em algumas empresas o sistema de pilares é utilizado (alguns mais fortes do que outros) e em outras a manutenção industrial (tradicional) desenvolve parte das ações. ▪ Quando o sistema de pilares é utilizado, grande foco em educação para a prevenção das 6 grandes perdas de Nakajima é dado. ▪ Poucas empresas, no Brasil, trabalham corretamente a construção cultural da organização para o TPM. ▪ Muito ainda dá errado devido à mentalidade da liderança de manutenção industrial e da seu papel na produção. ▪ O TPM enfrenta uma barreira muito grande para quebrar os limites entre produção e manutenção. ▪ Geralmente implementado via pequenos grupos autônomos (abordagem oriental). ▪ Incorporação de pontos do Lean e do SPC. Pontos críticos para o sucesso do TPM (não confundir a sua cultura com a cultura da empresa) ▪ Pensamento de longo prazo (as ações vão tomar tempo); ▪ Respeito às pessoas; ▪ Autonomia para operadores realizarem tarefas de melhoria ▪ Participação ativa da alta administração; ▪ Alta maturidade do setor de manutenção; ▪ Boa dinâmica de trabalho entre manutenção e produção; ▪ Forte programa de educação do chão de fábrica; ▪ Alinhamento entre alta, média e baixa administração; ▪ Pensamento de longo prazo; ▪ Pensamento para melhoria (Lean Thinking); ▪ Sincera preocupação com a organização das tarefas do dia a dia e a preservação dos equipamentos; ▪ Disciplina para tarefas do dia a dia; ▪ Habilidades para trabalhar em grupos multidisciplinares. Das pessoas envolvidas Estruturais Culturais Referências adicionais sobre TPM ▪ NAKAJIMA, S. Introduction to TPM. 1ª edição, Portland: Productivity press, 1989. ▪ WILLMOT, P. TPM: Total Productive Maintenance: the Western Way, 1ª edição, Oxford: Butterworth- Heinemann, 1997. ▪ WIREMAN, T. Total Productive Maintenance: Na American Approach, 1ª edição, Nova Iorque: Industrial Press Inc., 1991 WCM – World-class Manufacturing F A Gênese do WCM ▪ Duas referências “precoces” do WCM – Hayes e Wheelwrigth (1984) e Schonberger (1986), sendo a última uma das mais importantes. ▪ A Manufatura de Classe Mundial, nada mais é do que o posicionamento estratégico da manufatura frente às ambições da empresa. É atentar para que bons processos de manufatura vão gerar vantagem competitiva. Algo até então razoavelmente negligenciado. ▪ A primeira concepção do WCM é fortemente inspirado no TPS e no TPM. O primeiro livro do Schonberger no assunto chamava “Japanese Manufacture Techniques”. ▪ A proposta era provar que o TPS não depende da cultura de um povo (como os japoneses) e pode ser aplicado no ocidente, visando aumento da competitividade. ▪ De lá pra cá as coisas evoluíram e hoje existem vários frameworks (estrutura de “pilares”) para a implementação. Além disso, a relação entre manufatura e estratégia é muito forte. O que é o WCM? A Metodologia: Conjunto de técnicas e princípios para obter vantagem competitiva através do sistema de manufatura/operações Sistema “produtivo” Atividades para otimizar o sistema visando ganho competitivo Output do sistema Várias “formações” de pilares existem, sendo as mais usuais: ▪ Segurança e Saúde ▪ Desdobramento de custos ▪ Melhoria focada ▪ Atividades autônomas ▪ Manutenção ampla e profissional ▪ Gerenciamento da qualidade ▪ Supply Chain ▪ Desenvolvimento de pessoas ▪ Meio Ambiente ▪ Controle precoce de equipamentos Métricas estratégicas de negócio Não apenas OEE Os pilares são todos fundamentados nos princípios do Lean e do TPM. Ideias como produção em fluxo, mentalidade para melhoria e participação de todos estão, invariavelmente, embutidos em cada um deles. Hoje nós temos várias coisas interessantes: O que se tornou o WCM hoje? Integração de diversas teorias (mais abrangente que o TPM) ▪ Teoria de gestão de custos; ▪ Princípios do TPS; ▪ Princípios do SPC; ▪ Princípios de Lean e Seis Sigma; ▪ Princípios de Gestão Democrática ▪ ... Frameworks para grupos de trabalhos ▪ Estruturação em pilares; ▪ Trabalho autônomo; ▪ Metas claras por pilares; ▪ Extrapolação das áreas fabris para trabalho com logística e supply chain; ▪ ... Uma série de ferramentas e roteiros (preferencialmente simples) ▪ Grupos de melhoria Focada usando ferramentas do DMAIC; ▪ Ferramentas para manutenção autônoma; ▪ Ferramentas do Lean; ▪ ... Como o WCM se apresenta nas empresas ▪ O WCM invariavelmente tem um caráter estratégico (para a empresa ou para a unidade de negócio), portanto ele é puxado pela alta administração. Em empresas multinacionais, esta motivação é global. ▪ A liderança deve estar organizada, alinhada e saber desdobrar os princípios para as unidades operacionais. Caso contrário, haverão problemas. As implementações devem ser preferencialmente simples. ▪ A maioria das empresas tem seu próprio framework de pilares (exemplos notáveis no Brasil são a Fiat, a Tetra Pak e a Pirelli, cada qual com seus pilares diferentes). ▪ Os esforços de melhoria geralmente tem muito claro quais são as suas metas, devido à forte relação da manufatura com a estratégia. Indicadores macro são fortemente usados na gestão. ▪ Esforços centralizados (como no Seis Sigma puro) e descentralizados (como no Lean puro) são perseguidos. ▪ Geralmente há uma liderança para coordenar os esforços. Pontos críticos para o sucesso do WCM (não confundir a sua cultura com a cultura da empresa) ▪ Cultura ocidental com viés para a estratégia; ▪ Conhecimento e aplicação dos princípios básicos de melhoria; ▪ Maturidade da administração no pensamento estratégico (a liderança deve ser madura onde quer chegar); ▪ Gosto por eliminação de desperdícios; ▪ Bom desdobramento de metas; ▪ Forte liderança de melhoria (uma área de WCM mostra-se eficaz); ▪ Forte programa de educação e treinamento; ▪ Boa disponibilidade de dados; ▪ Gestão por indicadores; ▪ Gosto por melhoria contínua; ▪ Boa capacidade de transformar a estratégia em mudanças estruturais; ▪ Desenvolvimento contínuo, independente se trebalha em cargos técnicos ou operacionais. Das pessoas envolvidas Estruturais Culturais Referências adicionais sobre WCM ▪ SCHONBERBER, R. J. World Class Manufacturing: the lessons on simplicity applied. 1ª edição, Nova Iorque: The Free Press, 1986. ▪ HAYES, R. H., WHEELWRIGHT, S. C. Competing Through Manufacturing. Harvard Business Review, 1984. ▪ SHARMA, M. KODALI, R. Development of a framework for manufacturing excellence. Measuring Business Excellence, 12, 2008. G Gestão da Rotina A Gênese da Gestão da Rotina ▪ Todas as práticas começaram no Japão, das décadas de 1970 e 1980, onde os gerentes já tinham seu trabalho padronizado. ▪ Trazido para o Brasil no começo da década de 1990 com um projeto da UFMG – JUSE. ▪ Popularizado após a implantação na Ambev e seu sucesso competitivo. Compilado novamente por Vicente Falconi e amplamente publicado no Brasil (1994). ▪ Em paralelo, desenvolvido no exterior dentro do WCM. ▪ Nos anos 2000, amplamente divulgado como Lean Daily Management, ou Leader Standard Work, aplicado principalmente em hospitais. O que é a Gestão da Rotina? A Metodologia: Série de práticas gerenciais de desdobramento de diretrizes e padronização do trabalho da liderança Tipos de trabalho Gerenciais Operacionais Diretor Gerente Supervisor Operador Metas e treinamento Solução de anomalias Trabalham sobre padrões Pensam em melhoria Hoje nós temos várias coisas interessantes: O que se tornou a Gestão da Rotina hoje?Uma série de boas práticas ▪ Gemba Walking; ▪ Checklists de gestão; ▪ Quadros de gestão a vista para o trabalho da liderança ▪ ... Um sistema de tratativa de anomalias ▪ Estruturação de uma maneira visual para coleta de dados; ▪ Estruturação de um processo formal para análise de problemas; ▪ ... Um sistema de gestão ▪ Metas claras; ▪ Rituais de gestão (huddles, reuniões de resultado, reuniões de planejamento); ▪ ... Como a Gestão da Rotina se apresenta nas empresas ▪ É um sistema de gestão que permeia a empresa inteira. Da alta direção, até a liderança da linha realizam seus rituais de maneira disciplinada (jeito brasileiro). ▪ Pode ser implementada apenas em alguns níveis de liderança (como liderança da fábrica ou de um setor em um hospital) (jeito americano/europeu). ▪ Requer uma mudança cultural voltada para resultados, melhoria e disciplina no cumprimento dos rituais. ▪ Quando não permeia toda a organização, é fomentada pelas áreas de melhoria (ou excelência operacional). ▪ A tratativa de anomalias, parte fundamental da metodologia, deve ser tratada pela liderança (gerentes e supervisores). Eles são os responsáveis por fazer estes problemas serem resolvidos. Pontos críticos para o sucesso da Gestão da Rotina (não confundir a sua cultura com a cultura da empresa) ▪ Cultura orientada a resultados; ▪ Disciplina da gestão; ▪ Gosto por organização. ▪ Bom desdobramento de metas; ▪ Possibilidade de instituir os rituais de maneira incisiva (e cobrá-los). ▪ Disciplina para seguir processos; ▪ Talento nos cargos de liderança; ▪ Disciplina nos cargos de liderança; Das pessoas envolvidas Estruturais Culturais Referências adicionais sobre Gestão da Rotina ▪ CAMPOS, V. F. Gerenciamento da Rotina no Dia a Dia. 8ª edição, Nova Lima: INDG, 1994. ▪ White, B. Lean Daily Management for healthcare: a strategic guide to implementing lean for hospital leaders, 1ª edição, Nova Iorque: CRC Press, 2016. ▪ SCHONBERBER, R. J. World Class Manufacturing: the lessons on simplicity applied. 1ª edição, Nova Iorque: The Free Press, 1986. BPM – Business Process Management H A Gênese do BPM ▪ Termo cunhado na década de 1990 e consolidado nos anos 2000. ▪ Nasce da junção dos conceitos de WFM – Workflow Management e dos OIS – Office Information Systems, que são disciplinas da ciência de dados aplicadas ao trabalho administrativo. ▪ Suas bases unem a reengenharia de processos com a ciência da computação, servindo de teoria base para a maioria dos softwares de processos. Também incorpora aspectos do Seis Sigma. ▪ Baseia-se em teorias ainda mais antigas, como as redes de Petri (1930) e os princípios de reengenharia de Taylor. ▪ Atualmente é uma das mais estudadas metodologias de melhoria de processos, com alto foco na automação de rotinas administrativas (não só na modelagem do processo em si, mas na modelagem do banco de dados correlato). O que é o BPM? A Metodologia: Um conjunto de técnicas de reengenharia e de automação para processos administrativos. Ciência de dados (arquiteturas computacionais) Modelagem de processos (fluxogramas, etc.) Projetar Implementar Ajustar Hoje nós temos várias coisas interessantes: O que se tornou o BPM hoje? Softwares de gestão de processos ▪ Específicos por área; ▪ Diferentes arquiteturas; ▪ ... Métodos de modelagem de processos ▪ Maneiras de escrever fluxogramas; ▪ Princípios para a simplificação de fluxos ▪ Integração com Seis Sigma ▪ ... Bibliotecas de processos pré- programados e áreas de gestão ▪ Processos específicos implementados em softwares ▪ Centros de Serviços Compartilhados; ▪ ... Como o BPM se apresenta nas empresas ▪ Geralmente, a responsabilidade da reengenharia, gestão e otimização dos processos é do gerente ou gestor da unidade da qual o processo faz parte. ▪ Esse gestor, conta então com o apoio de pessoal de TI e de reengenharia de processos. ▪ Em empresas mais maduras, pode haver a centralização dos processos administrativos em uma unidade com pessoas mais especializadas. Exemplo: centro de serviços compartilhados. ▪ Em raríssimas empresas, há um departamento para a reengenharia e otimização dos sistemas. Algo como uma TI que otimiza processos. ▪ Em processos interogranizacionais ou interdepartamentais, é comum se criar um grupo de trabalho para o projeto e a gestão do novo processo. Pontos críticos para o sucesso do BPM (não confundir a sua cultura com a cultura da empresa) ▪ Cultura voltada à otimização; ▪ Cultura aberta ao uso da tecnologia. ▪ Boa governança na gestão do processo; ▪ Área ou pessoal de TI capaz de implementar as modificações; ▪ Disponibilidade de tempo dos responsáveis para pensar nas melhorias. ▪ Noções de TI; ▪ Conhecimento de melhoria de processos; ▪ Gosto por otimização e automação (jeito ocidental). Das pessoas envolvidas Estruturais Culturais Referências adicionais sobre Gestão da Rotina ▪ VOM BROCKE, J., ROSEMAN, M. Handbook on business process management 1. 1ª ed. Londres: Springer, 2010 ▪ VOM BROCKE, J., ROSEMAN, M. Handbook on business process management 2. 1ª ed. Londres: Springer, 2010 ▪ HARMON, P., Business Process Change. 2ª ed. Amsterdã: Morgan Kaufmann, 2007. De onde veio tudo isso? O TQM – Total Quality Management O TQM Todas as metodologias se basearam nos ensinamento dos “pioneiros” da qualidade. Foram forjadas pelos homens que atuaram no desenvolvimento do Japão após a Segunda Guerra Mundial: A Filosofia de Deming Deming é famoso pelo “Saber Profundo” e pelos seus 14 pontos: 1. Criação de constância de propósito; 2. Adotar uma nova filosofia para a gestão; 3. Acabar com a dependência da inspeção para obter qualidade; 4. Acabar com a estratégia de negócios focada em preço. Ao invés disso, minimizar o custo trabalhando junto com o fornecedor; 5. Aperfeiçoar continuamente o processo de planejamento produção e serviço; 6. Fornecer treinamento no local de trabalho; 7. Adotar um modelo de liderança que auxilie os colaboradores a melhorar seu trabalho; 8. Eliminar o medo; 9. Quebrar barreiras entre departamentos; 10. Eliminar slogans e exortações; 11. Eliminar padrões artificiais e “cotas” para o chão de fábrica. Fomentar a qualidade ao invés disso; 12. Remover barreiras que impeçam o colaborador de se orgulhar do seu trabalho; 13. Estabelecer um programa rigoroso de educação e treinamento; 14. Colocar a empresa toda para realizar a transformação. A Filosofia de Ishikawa Ishikawa tem sua versão com 11 pontos para a qualidade: 1. A qualidade começa e termina na educação; 2. O primeiro passo da qualidade é saber os requerimentos do cliente; 3. O ponto certo da qualidade é quando a inspeção não se faz mais necessária; 4. Remova a causa raiz, não trate os sintomas; 5. O controle de qualidade é dever de todos os colaboradores em todos os departamentos; 6. Não confunda meios com objetivos; 7. Coloque a qualidade em primeiro lugar e foque em resultados de longo prazo; 8. Marketing é a entrada e a saída da qualidade; 9. A alta liderança não deve mostrar raiva quando os fatos são expostos aos colaboradores; 10. 90% dos problemas podem ser resolvidos com 7 ferramentas básicas; 11. Dados sem informação de dispersão são dados falsos. A Filosofia de Juran As principais contribuições de Juran podem ser listadas em: 1. Sua trilogia (abordagem da gestão multidisciplinar focando em planejamento da qualidade, controle da qualidade e melhoria da qualidade. 2. Seu sistema de gestão, que embutiu ideias clássicas da utilização da estatística e acrescentou o fator humano na gestão. 3. O famoso princípio de Pareto, que diz que para defeitos e problemas com a qualidade, existem poucas causas vitais e muitas causas triviais. 4. A extrapolação das técnicas de melhoria para fora dos sistemas de manufatura. A Filosofia de Taiichi Ohno As principais contribuições de Ohno se dão nos princípiosdo Sistema Toyota (Toyota Way). 1. Baseie suas decisões em uma filosofia de longo prazo; 2. Crie um processo de fluxo contínuo para expor problemas; 3. Use sistemas de puxar para evitar a superprodução; 4. Nivele a sua carga de trabalho; 5. Crie uma cultura para parar de “resolver problemas” e ter qualidade da primeira vez; 6. Padronização é a base da melhoria e do fortalecimento do indivíduo; 7. Use controles visuais para que nada fique escondido; 8. Use apenas tecnologia testada que sirva às pessoas e aos processos; 9. Crie uma liderança que viva e ensine a filosofia; 10. Desenvolva pessoas e times excepcionais, que vivam a filosofia; 11. Respeite a rede de fornecedores, ajudando-os a evoluir sempre; 12. Vá e veja; 13. Tome decisões lentamente, por consenso e implemente-as rápido; 14. Torne-se uma organização que aprende através da incansável reflexão e da melhoria contínua. Resumo das metodologias As metodologias Metodologia Seis Sigma Statistical Process Control Design for Six Sigma Lean Total Productive Maintenance World Class Manufacturing Gestão da Rotina Business Process Management Quem realiza a melhoria? Especialistas Especialistas Especialistas Todos Todos Todos Liderança Liderança e especialistas Papel do especialista Ativo Ativo Ativo Consultivo Consultivo Ativo e Consultivo Consultivo Ativo e Consultivo Área de afinidade Qualidade ou setor próprio Qualidade Projeto Produção Manutenção Estratégia Gestão Gestão e TI Ponto central Projeto de melhoria metódico e estruturado Monitoramento e controle de indicadores dos processos Projeto para evitar reclamações quando for rodar Melhoria contínua e descentralizada através da mudança de filosofia Monitoramento do OEE e trabalhos para sua otimização Aplicação de técnicas modernas de manufatura para obter vantagem estratégica Incorporar a melhora na rotina da gestão Gerenciar, redesenhar e automatizar processos, visando eficiência
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