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aula5 LOCALIZACAO DA UNIDADE PRODUTIVA

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5ºAula
Localização da unidade produtiva
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• entender as particularidades na escolha do local da indústria;
• compreender diferentes métodos de escolha de localização do negócio.
Olá, alunos(as), sejam bem-vindos(as) a quinta aula 
da disciplina projeto de fábrica. Nesta aula, encerraremos a 
segunda etapa do Projeto de Fábrica. Aqui, falaremos sobre os 
principais aspectos que devem ser considerados ao escolher o 
local de instalação da unidade produtiva e alguns métodos para 
racionalizar esta escolha.
Bons estudos!
Projeto de Fábrica 36
1 - Localização das indústrias
1 - Localização das indústrias
Esta é a primeira das muitas decisões que irão determinar o 
sucesso, ou não, da empresa no longo prazo. Os investimentos 
realizados na construção ou adaptação de um espaço físico 
para receber a empresa são grandes e defi nitivos, sendo que 
quanto maior a escala da empresa, maior a importância desta 
decisão. Imagine você, uma montadora de veículos defi nindo 
o local de sua fábrica, ela deve considerar (imaginar) ao 
menos 20 anos para frente: a cidade será capaz de oferecer 
infraestrutura para receber os funcionários? Existem vias de 
acesso para receber implementos e matéria-prima ou escoar 
os veículos fabricados? Existe estrutura física sufi ciente para 
a fábrica principal e as prestadoras de serviço? Existe energia 
elétrica, água e mão de obra sufi cientes? O governo é estável 
ou existe risco de mudanças nas regras tarifárias?
Como vimos, não é fácil tomar esta decisão e, portanto, 
ela apresenta um caráter altamente estratégico, já que desta 
escolha toda a logística da empresa será afetada e variabilidade 
na demanda e oferta de produtos, assim como a questão 
ambiental, terão importância signifi cativa nesta etapa.
Segundo Neumann (2015), os fatores que atuam nesta 
escolha podem ser separados em fatores Qualitativos e 
Quantitativos:
• Fatores Qualitativos: são normalmente subjetivos, 
tais como: clima, comunidade do entorno, 
estabilidade social, legislação tributária, incentivos 
fi scais, infraestrutura local, serviço de transporte, etc.
• Fatores Quantitativos: são objetivos e podem 
ser mensurados: custo da área/imóvel, custos de 
construção, impostos, custo de transporte e mão de 
obra, custos de serviços de água, energia, segurança 
etc.
Particularmente no Brasil, devido a sua alta carga 
tributária e legislação ambiental e trabalhista, os fatores mais 
importantes são: os incentivos fi scais, impactos ambientais 
gerados, disponibilização de mão de obra e de transporte 
público, assim como a disponibilidade de matéria-prima e 
suprimentos.
A escolha da localização irá afetar diretamente o custo 
de transporte, seja de matéria-prima ou de produto acabado. 
Desta maneira, a escolha deve considerar o que é mais 
importante, estar próximo da matéria-prima (uma mineradora, 
por exemplo) ou permitir um acesso rápido, barato e efi caz ao 
cliente fi nal (exemplo: uma gráfi ca).
Vale lembrar que uma produção estratégica considera 
um conjunto de políticas e decisões que irão determinar a 
sustentabilidade do negócio e sua capacidade competitiva frente 
ao mercado no qual participa. A decisão correta do local de 
instalação da unidade de produção, certamente trará vantagem 
competitiva estratégica para empresa e irá complementar as 
Seções de estudo
demais estratégias (marketing, fi nanceira etc.).
1.1 Plano diretor
Como muito bem defi ne Faria (2008):
“O  plano diretor  é	 um	 instrumento	 da	 política	 urbana	 instituído	
pela	Constituição	Federal	de	1988,	que	o	defi	ne	como	“instrumento	
básico	 da	 política	 de	 desenvolvimento	 e	 de	 expansão	 urbana.”,	 e	
é regulamentado pela Lei Federal n.º10.257/01, mais conhecida 
como Estatuto	da	Cidade,	pelo	Código	 Florestal	 (Lei	 n.º4.771/65)	 e	
pela	Lei	de	Parcelamento	do	Solo	Urbano	(Lei	n.º	6.766/79).”	
Em outras palavras, o Governo Federal delega aos 
municípios a obrigação de defi nir como seu espaço territorial 
será utilizado e edifi cado, assim como correrá a cobrança do 
IPTU e demais taxas (iluminação pública, lixo etc.).
Desta maneira, o munícipio, através de recursos próprios 
ou de licitação, cria seu Plano Diretor, que normalmente é 
revisado a cada 10 anos, onde serão expostas para sociedade 
como a cidade planeja crescer. Neste plano serão mostrados os 
incentivos que a cidade pretende dar a possíveis investidores, 
para onde bairros residenciais e industriais deverão crescer, 
como a prefeitura pretende lidar com questões, como 
saneamento básico, transporte público, educação e saúde. 
Normalmente, ele é dividido em 4 fases principais: estudos 
preliminares (onde são levantadas as informações sobre o 
município e instituída a política de planejamento municipal); 
diagnóstico (uma análise mais profunda dos problemas 
encontrados e possíveis soluções); Plano de Diretrizes (defi ne 
os objetivos e diretrizes à serem respeitadas no município); 
instrumentação do plano (instrumento de atuação em 
conformidade com as diretrizes estabelecidas).
Presente em praticamente todas as cidades, este deve ser o 
primeiro documento a ser analisado ao considerar um possível 
local para instalação da empresa. Derivado deste documento, 
em muitas cidades é possível solicitar um documento 
chamado de anuência prévia. Ao solicitar este documento, o 
interessado informa a prefeitura do tipo de empreendimento 
que ele pretende instalar e o local de instalação. A prefeitura, 
por sua vez, emitirá um parecer favorável ou não à instalação 
da empresa naquela localidade e irá determinar os requisitos 
mínimos à serem respeitados. Indicando as leis que deverão 
ser obedecidas, restrições ambientais, informações sobre 
serviços básico e possíveis contrapartidas exigidas. Com este 
documento em mãos, é possível dar andamento a negociações 
como compra de imóveis ou solicitação de benefícios fi scais 
ou incentivos para empresa.
Como exemplo, podemos acessar o plano diretor 
da cidade de Dourados MS através do link: http://www.
dourados.ms.gov.br/index.php/lc-72-institui-o-plano-
diretor-de-dourados-cria-o-sistema-de-planejamento-
municipal-e-da-outras-providencias/. Acesso em: 06.04.2020. 
Percebemos que é um documento muito detalhado e que traz 
ao empresário diversas informações importantes ao escolher 
o local de seu empreendimento na cidade.
 
1.2 Mercado consumidor
Como dito anteriormente, em determinados setores, 
37
é mais importante que empresa esteja mais próxima do seu 
cliente que seu fornecedor de matéria-prima, seja por motivos 
de estratégia de marketing, por custo de logística ou qualquer 
outro fator. O fato é que, determinar onde está o seu cliente 
e como ele pode ser acessado ou te encontrar, trará enorme 
vantagem estratégica para o empreendedor.
Mercado consumidor é o termo que define o conjunto 
de indivíduos economicamente ativos, responsável por 
movimentar um determinado setor da economia. Ele pode ser 
B2C (Business to Consumer ou Negócio para o Consumidor) 
quando a empresa vende diretamente para o cliente final, 
pessoas físicas que irão utilizar o produto ou, B2B (Business 
to Business ou Negócio para Negócio), quando o seu cliente 
são outras empresas que irão revender ou adaptar o seu 
produto para posterior utilização.
Sendo o consumidor a parte mais importante de um 
negócio, já que não adianta fabricar algo que ninguém irá 
comprar, entender o seu mercado lhe trará um conhecimento 
adicional e importante para definir o local de instalação da 
empresa. Por exemplo, se seu negócio é B2C, o local deve 
ser de fácil acesso, com estacionamento, boa sinalização e 
capacidade de receber uma quantidade acima do esperado 
de clientes (exemplos: gráficas, supermercados, pequenas 
empresas de produtos artesanais, joalherias, lojas e comercio 
em geral).
Porém, em um negócio cujo o foco seja B2B, talvez 
seja até interessante do ponto de vista prático, “esconder” 
sua empresa dos olhos do consumidor final, pois seu clienteterá acesso aos produtos de outra maneira, sendo que 
normalmente grandes quantidades serão comercializadas e 
entregues na sede do cliente, que, por sua vez, irá utilizar ou 
revender os mesmos. Sendo assim, outros fatores passam a 
ser mais importantes que o acesso físico dos clientes.
Um exemplo de sucesso na escolha da localidade dos 
centros de distribuição é o caso da Amazon, uma gigante do 
mercado digital que teve um faturamento de 233 bilhões de 
dólares no ano de 2018 e cuja a logística é alma do seu negócio. 
Sendo assim, a escolha dos seus centros de distribuição se faz 
de suma importância para que seus objetivos estratégicos 
sejam atingidos, isto é, entregar o produto comprado no menor 
tempo possível. Em algumas localidades é possível receber o 
produto no mesmo dia da compra. Perceber e atender esta 
demanda do seu mercado consumidor fez a Amazon atingir 
o incrível crescimento médio de 20% ao ano. Neste sentido, 
ela tem diferentes armazéns para diferentes tipos de produtos 
e de acordo com a preferencias de compra dos clientes 
locais, estrategicamente posicionados próximos dos centros 
populacionais. A utilização de softwares e a análise continua 
de preferências de compra, permite que ela esteja sempre um 
passo à frente dos concorrentes e a transformou em uma 
gigante da logística.
1.3 Rede de Fornecedores
Já falamos da importância da proximidade do mercado 
consumidor, mas, no projeto de localização, a empresa deve 
considerar sua rede de fornecedores, conforme o porte da 
empresa, não só os fornecedores diretos, mas também os 
fornecedores dos fornecedores devem ser considerados. Em 
alguns casos, como por exemplo siderúrgicas, a proximidade 
com os fornecedores de bobinas metálicas ou um acesso fácil 
às instalações portuárias é imprescindível, devido aos elevados 
custos de transporte do aço.
Desta maneira, ainda na fase de projeto de fábrica, esta 
rede de fornecedores deve ser configurada, não de forma 
rígida, pelo contrário, quanto maior for a flexibilidade 
permitida, menores serão os riscos de desabastecimento ou 
da dependência exclusiva de um único fornecedor.
Deve-se considerar também a rede de fornecedores, 
já pensando no futuro estratégico da empresa, como ela irá 
crescer? Atualmente, duas correntes de expansão são muito 
fortes: a integração vertical (exemplo: Ikea adquirindo florestas 
na Romênia para fornecer madeira para seus móveis), e 
horizontal (exemplo: aquisição do Instagram pelo Facebook), 
cujas informações principais podem ser vistas na tabela 5.1: 
Tabela 5.1. Comparação entre Integração Vertical e 
Integração Horizontal.
Integração Vertical Integração Horizontal
Conceito Uma empresa adquire 
outra que atua antes 
(montante) ou depois 
(jusante) na linha de 
processos (fornecedor ou 
cliente)
Uma empresa adquire outra 
similar que atue no mesmo 
setor
Vantagens •	 Redução	de	custos;
•	 Aumento	da	eficiência	
e	resultados;
•	 Aumento do mix de 
produtos;
•	 Limita acesso da 
concorrência a 
matéria-prima;
•	 Reduz incertezas do 
mercado.
•	 Melhora posicionamento 
de	mercado;
•	 Redução	da	concorrência;
•	 Aumento da cadeia 
produtiva;
•	 Apropriação de capital 
intelectual;
•	 Acesso a economia de 
escala e de escopo.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Segundo Neumann (2015), a rede de relacionamento 
pode ser classificada como:
• Rede imediata de fornecimento: trata do grupo 
de empresas que tem contato direto com a operação 
em questão, também chamados de fornecedores e 
clientes de primeira camada.
• Rede total de fornecimento: abrange toda a 
cadeia produtiva envolvida com a empresa, todos os 
fornecedores e clientes.
Considerar toda a rede de fornecimento é importante 
para ajudar a empresa a ser mais efetiva competitivamente, 
já que no caso de algum dos componentes da rede apresentar 
problema, alternativas para ele já serão conhecidas e o 
problema será solucionado de forma mais rápida e eficiente. 
Além disso, quando identificar as conexões mais significativas 
da cadeia, também serão identificadas aquelas partes que 
estarão em melhor posição de ajudar no caso de necessidade. 
Por fim, este conhecimento permitirá uma maior assertividade 
Projeto de Fábrica 38
na política de crescimento a longo prazo da empresa.
1.4 Sustentabilidade Ambiental
A questão ambiental, atualmente, não é apenas uma 
questão legal ou ética, ela também é fundamentalmente 
econômica. Ignorada durante grande parte da evolução da 
humidade, passando pela revolução industrial, o pensar 
de forma sustentável está cada dia mais atual e importante. 
O consumidor passou a se importar com algo a mais que 
apenas o preço e a qualidade dos produtos, ele quer saber 
como esse produto foi feito e, principalmente, quais foram as 
consequências sociais e ambientais deste processo.
Dessa forma, estabelecer um processo industrial 
considerando a sustentabilidade ambiental adquiriu um novo 
signifi cado no mundo dos negócios. O empresário que produz 
desta maneira ganha em várias frentes, como por exemplo: 
na economia com matéria-prima (através da reciclagem e 
reutilização); através do marketing verde; através do bom 
relacionamento com a sociedade e com benefícios fi scais. 
“à sustentabilidade ambiental pode ser alcançada por meio 
da	 intensifi	cação	 do	 uso	 dos	 recursos	 potenciais	 para	 propósitos	
socialmente	 válidos;	 da	 limitação	 do	 consumo	 de	 combustíveis	
fósseis e de outros recursos e produtos facilmente esgotáveis 
ou ambientalmente prejudiciais, substituindo-se por recursos ou 
produtos	renováveis	e/ou	abundantes	e	ambientalmente	inofensivos;	
redução	do	 volume	de	 resíduos	e	de	poluição;	 e	 intensifi	cação	da	
pesquisa	de	tecnologias	limpas”	(SACHS,	1993).
 
Neste sentido, o primeiro passo é realizar um estudo 
do impacto ambiental do processo produtivo e do produto 
em questão de forma a determinar quais são as possíveis 
medidas mitigadoras que poderão minimizar este impacto e 
trazer benefícios à sociedade e ao meio ambiente, ao invés 
de malefícios. Este estudo deverá ser feito baseando-se na 
legislação ambiental vigente, de forma a fornecer informações 
consistentes ao projeto que irão determinar requisitos 
mínimos estruturais e de equipamentos. 
Vamos tomar por exemplo uma pequena cervejaria 
artesanal que pretende expandir seu negócio, transformando-
se em uma fábrica em escala industrial. Após o estudo do 
impacto ambiental desta fábrica, determinou-se qual sistema 
de tratamento de água, efl uente e emissões gasosas de forma 
a cumprir as exigências dos órgãos ambientais locais. Após 
um estudo do plano diretor, encontrou-se o local ideal, que 
ofereceria acesso aos clientes e a quantidade de água necessária 
para o processo produtivo. Assim, faz-se uma proposta para 
a prefeitura que exige uma compensação para a sociedade do 
entorno, como a construção de uma creche e pavimentação 
de vias vicinais. Desta forma, todos ganham, a sociedade do 
entorno, o meio ambiente, a economia da cidade e a nova 
indústria.
Para orientar e garantir a possibilidade do cliente e órgãos 
de fi scalização de verifi car se as empresas realmente estão 
no caminho certo, foram criados padrões internacionais, 
conhecidos como ISO (International Standards Organization). Tais 
padrões atuam em diversas etapas do processo produtivo. No 
quesito sustentabilidade ambiental, os mais importantes são 
os padrões da ISO 14000. Desta forma, a empresa que adquire 
este certifi cado consegue comprovar seu compromisso com o 
meio ambiente e com a sociedade.
Estes padrões garantirão, por exemplo, que os resíduos 
da empresa estejam sendo geridos de forma correta, isto é, 
sua geração é minimizada ao máximo e todo o lixo gerado, 
após ser reciclado da melhor forma possível, é tratado e 
destinado de forma correta e sem poluir o meio ambiente. 
Da mesma maneira, devem ser tratados os produtos, através 
do conhecimento detalhado de seu ciclo de vida e inclusão 
de medidas para a melhor destinação fi nal. Já a matéria-
prima e recursos de produção,como água e energia, devem 
ser administrados de forma a serem consumidos de forma 
consciente para evitar o desperdício.
1.5	 Técnicas	 para	 identifi	car	 a	
melhor localização
Na literatura pode-se encontrar diversas formas e 
técnicas para determinar o melhor lugar para nova indústria 
ou centro de distribuição. Elas podem considerar fatores 
qualitativos ou quantitativos, e até mesmo uma combinação 
de ambos. Neumann (2015) nos apresenta as três alternativas 
mais comuns, a ponderação qualitativa, o método do ponto 
de equilíbrio e o modelo do centro de gravidade.
Ponderação qualitativa
Esta técnica consiste em determinar fatores que são 
relevantes na decisão e analisá-los de forma racional. Após 
selecionar os critérios de avaliação, atribuem-se pesos a esses 
critérios e notas para cada uma das alternativas. Após isto, 
multiplica-se o valor da nota pelo peso do critério e soma-
se o resultado fi nal. Aquele que obter o maior resultado será 
selecionado como melhor escolha. Os valores atribuídos 
são escalonados de acordo com a individualidade do 
empreendimento e do engenheiro responsável (NEUMANN, 
2015). Vamos a um exemplo:
Para escolher nossa cervejaria, construímos a tabela a 
seguir com os critérios, pesos e notas:
Critérios Peso
Localidade A Localidade B Localidade C
Nota total Nota total Nota total
Disponibilidade
de água 9 7 63 5 45 9 81
Custo do local 4 3 12 8 32 3 12
Proximidade de 
clientes 3 2 6 5 15 1 3
Mão de obra 
especializada 1 4 4 3 3 3 3
Benefícios	fi	scais 6 5 30 2 12 7 42
Rede de 
fornecedores 2 2 4 4 8 2 4
Concorrentes 
locais 1 7 7 1 1 6 6
Total 126 Total 116 Total 151
Diante deste exemplo, a localidade C se apresenta como 
39
a melhor alternativa de escolha.
Método do ponto de equilíbrio
Neste método, busca-se a comparação dos custos fixos e 
variáveis de cada localidade em três etapas: primeiro, calcula-
se o lucro associado a cada localidade, escolhendo-se aquela 
na qual a expectativa de lucro for maior; caso seja a mesma, 
calcula-se o custo total e opta-se por aquela que apresentar 
menor custo; terceira, calcula-se o PE (ponto de equilíbrio) e 
opta-se pelo que for menor (NEUMANN, 2015).
Ainda no exemplo da Cervejaria, espera-se vender 
20.000 litros de cerveja por mês a um preço médio de R$1,50 
por litro. Nesta tabela encontram-se os custos fixos anuais e 
variáveis unitários.
Localidade A Localidade B Localidade C
Custos	fixos	anuais R$185.000 R$170.000 R$215.000
Custos variáveis unitários R$0,38 R$0,45 R$0,42
 
O ponto de equilíbrio é calculado pela fórmula: 
; Para nosso exemplo encontramos:
 
Conclui-se que a Localidade B apresenta o menor 
ponto de equilíbrio com a produção de 161.905 litros, sendo, 
portanto, a melhor escolha segundo este método.
Método do centro de gravidade
Este é o método utilizado quando fatores logísticos 
apresentam uma importância significativa, já que ele avalia a 
alternativa de localização dentro de uma rede de instalações 
e mercados já existentes, considerando além da rede 
fornecedores e clientes, o volume de bens transportado 
e seu custo. A essência deste método é encontrar o local 
onde os custos logísticos sejam levados aos valores mínimos 
(NEUMANN, 2015).
Primeiramente, deve-se criar um grid com eixos x e y, 
plotando sobre um mapa da região, contendo as instalações 
e mercados. As coordenadas podem ser simplificadas 
para números menores, desde que mantenham a mesma 
proporção em todo o mapa. Assim, o centro de gravidade será 
encontrado através do cálculo de suas coordenadas conforme 
as equações:
 
Onde:
Gx= coordena horizontal do centro de gravidade
Gy= coordenada vertical do centro de gravidade
Xi= coordenada horizontal do fornecedor ou cliente i
Yi= coordenada vertical do fornecedor ou cliente i
Ci= custo por unidade do fornecedor ou cliente i ou para 
o cliente i
Pi= volume transportado para o local i
No nosso exemplo da cervejaria, iremos considerar as 
mesmas localidades A, B e C como sendo os grandes centros e 
mercados alvos da indústria, assim como o custo por unidade 
no valor de 1 para simplificar a resolução. Em uma situação 
real, o volume de dados pode ser tão grande que é necessário 
o uso de software para realizar os cálculos, já que os volumes e 
custos individuais podem apresentar diversas complexidades 
para o seu cálculo exato. Iremos considerar o volume de 
negócios esperado entre clientes e fornecedores conforme a 
tabela a seguir, e o grid de distribuição dessas localidades e o 
ponto ideal para nossa fábrica. Vejam: 
Localização Demanda/ volume Fornecedores/ Volume
A 80 10
B 130 -
C 110 -
D 20 120
Resolução:
Ao plotar as localidades e as coordenadas encontradas 
em um plano cartesiano, encontramos a “posição” ideal para 
nossa fábrica. No mundo real, essa posição seria ajustada de 
acordo com as cidades existentes e formas de escoamento de 
produtos disponíveis (tais como portos, estradas ou rios).
Figura 5.1 Plano cartesiano resultante do método do 
centro de gravidade.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Projeto de Fábrica 40
NEUMANN, Clovis; SCALICE, Regis. Projeto de 
Fábrica e Layout. E-book: GEN LTC, 2015.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND, C.; 
HARRISON, A; JONHNSTON, R,; Administração da 
Produção. Atlas: São Paulo, 1997.
Sachs, Ignacy. Estratégias de transição para o século XXI: 
desenvolvimento e meio ambiente. São Paulo: Studio 
Nobel/Fundap, 1993.
Vale a pena ler
FARIA, CAROLINE. Plano Diretor, 2008. Disponível 
em: https://www.infoescola.com/administracao_/plano-
diretor/. Acesso em: 06.04.2020.
LEBLANC; RICK. How Amazon is changing 
supply chain management. Disponível em: https://www.
thebalancesmb.com/how-amazon-is-changing-supply-
chain-management-4155324. Acesso em: 06.04.2020.
TECNICON. Integração Vertical e Horizontal: como 
alcançar melhores resultados? Disponível em: https://
www.tecnicon.com.br/blog/322-Integracao_Vertical_e_
Horizontal_como_alcancar_melhores_resultados_. Acesso 
em: 06.04.2020.
Vale a pena acessar
Gestão Sustentável para sobrevivência das empresas 
e do planeta. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=aV5ELDWg5dk. Acesso em: 07.04.2020.
Método Centro de gravidade - Localização de 
Empresas parte 1. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=vIRxi_Vtm2c. Acesso em: 07.04.2020.
Vale a pena assistir
Vale a pena
Retomando a aula
Ao	 fi	nal	 desta	 quinta	 aula,	 vamos	 recordar	 sobre	 o	
que aprendemos até aqui.
1 - Localização das indústrias
Aprendemos a importância estratégica de uma boa 
escolha do local a ser construído uma nova fábrica. Dentre 
os vários itens considerados, destaca-se a importância de 
conhecer o plano diretor da cidade, alvo e suas peculiaridades, 
assim como defi nir se, estrategicamente, é melhor a empresa 
se aproximar do seu mercado consumidor ou de sua rede de 
fornecedores. Além disso, deve-se manter em mente a questão 
ambiental ao fazer o projeto. Por fi m, foram apresentadas três 
técnicas simples para trazer objetividade a escolha do local de 
instalação de uma fábrica.
Minhas anotações

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