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4ºAula Capacidade instalada, projeto de produtos e processos Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • entender o que é um projeto de produtos; • compreender as características de um Projeto de Processos; • saber quais fatores considerar ao determinar a Capacidade instalada. Olá, alunos(as), sejam bem-vindos(as) a quarta aula da disciplina projeto de fábrica. Nesta aula, daremos continuidade a metodologia PFL desenvolvida por Clovis Neumann, chegando ao início da 2ª grande etapa, Projeto de Fábrica. Iniciamos passando pelo projeto de produtos e processos, conhecendo as partes que compõem um bom projeto e como eles interagem entre si. Também veremos como é importante ter muita atenção no momento de decidir a capacidade instalada de uma empresa. Bons estudos! Projeto de Fábrica 28 1 – Projeto de produtos 2 – Projeto de processos 3 – Capacidade instalada 1 - Projeto de produtos Produto é tudo aquilo que é produzido e oferecido ao Seções de estudo consumidor para ser usado ou consumido, pode ser um bem ou serviço. Neste sentido, o projeto de produtos é o caminho pelo qual o engenheiro irá pensar, desenhar e realizar para que o produto deixe de ser apenas uma ideia e torne-se realidade. Este projeto envolve diversos profi ssionais de diversas áreas, ele por vezes é logo e leva a vários becos sem saída, sendo necessário voltar alguns passos e corrigir o rumo. O caminho de um projeto de produtos não segue um padrão dentro da estrutura organizacional da empresa. Romeiro Filho (2006 apud BARROSO, 1982) desenhou uma possível rota de um projeto de produtos entre os setores de uma empresa. Figura 4.1. Setores de uma empresa que, tradicionalmente, estão envolvidos na concepção ou alteração de um produto. Fonte: ROMEIRO FILHO, 2006. 29 É fácil perceber que o caminho é complexo, mas, engana- se quem pensa que ele é desordenado. Ao longo dos anos, diversos Processos de Desenvolvimento de Produtos (PDP) foram desenvolvidos e aperfeiçoados, de forma a trazer ordem e precisão. O PDP de maior destaque atualmente é o modelo unificado, desenvolvido por Rozenfeld (et al., 2006) como pode ser visto na figura 4.2: Figura 4.2 Modelo unificado do processo de desenvolvimento de produto. Fonte: VASCO, 2014. Desta forma, podemos separar o PDP em três grandes etapas em ordem cronológica: Pré-projeto, Desenvolvimento e Pós-projeto. De maneira geral, tem-se a concepção da ideia do produto, que pode surgir ao observar-se a atividade dos concorrentes, da necessidade pessoal de uma pessoa, a partir de uma demanda específica de um nicho de mercado, partindo do resultado obtido em pesquisas ou, até mesmo, oriunda dos funcionários. Essa ideia passará por crivos dos setores de marketing, financeiro, técnico e comercial, que agirão como um funil, moldando a mesma em um conceito aceitável. O Pré-Projeto Primeiramente tem-se o planejamento estratégico dos produtos. Nesta etapa, o conceito do produto é estabelecido e integrado ao planejamento estratégico da empresa, traduzido em propostas para o projeto de produto. Segundo Neumann (2015), são usadas nesta etapa técnicas de gestão de portfólio. Planejamento do Projeto: selecionados os projetos e, atribuídas as equipes, utilizam-se técnicas de gestão de projetos para dar início ao seu planejamento. Desenvolvimento Esta etapa se retroalimenta, isto é, conforme as etapas são concluídas, pequenas correções são feitas e algum retrabalho é necessário para chegar ao final de forma satisfatória e dentro do cronograma previsto. Neumann (2015) resume as etapas deste estágio da seguinte maneira: Projeto Informacional: transforma as necessidades dos clientes em requisitos técnicos de engenharia. Neste momento são estabelecidas as metas para engenharia, sempre considerando a qualidade e buscando superar as expectativas do consumidor. Projeto Conceitual: neste momento interpreta-se as informações de mercado, estrutura-se os produtos com base nas funções que o mesmo terá. São geradas alternativas de projeto, que serão comparadas para que tenha maior afinidade ao especificado no projeto informacional e seja selecionada. Projeto Detalhado: é a fase convencional da engenharia, onde o conceito selecionado é detalhado e otimizado. As dimensões e desempenho são avaliadas, processo de fabricação ou montagem definidos. Neste momento são abordadas as questões de manufatura, estética, meio ambiente, dentre outras. Aqui são, normalmente, utilizados softwares como o AutoCAD, e neste momento também é definido o projeto de layout da planta responsável pelo produto. Preparação da Produção: são ações necessárias para receber o processo produtivo determinado na fase anterior. Envolve a compra de equipamentos, preparação de chão de fábrica, treinamento da equipe e homologação do processo. Lançamento do Produto: esta última etapa ocorre normalmente em paralelo com a preparação. Ela engloba as atividades relacionadas a distribuição, lançamento e acompanhamento do produto no mercado. Pós-Projeto Acompanhamento da Produção: depois que a produção é posta em marcha e o produto lançado no mercado, é feita uma auditoria no projeto para fazer a avalição de desempenho da produção e do produto no mercado, sua aceitação e resultados encontrados. Neste momento, levanta-se a necessidade de alterações e correções do projeto. Retirada do Produto do Mercado: esta fase está intimamente ligada ao ciclo de vida do produto, já determinado no projeto detalhado. Envolve estratégias de logística de reversa e deve considerar os impactos da finalização da produção e da retirada do produto do mercado. Embora tais ações já tenham sido pensadas na etapa de desenvolvimento, é normal que sejam adaptadas, devido às evoluções tecnológicas, econômicas e legais, que ocorreram durante a vida útil do projeto. 1.1 Técnicas e ferramentas para Projeto de Produtos Existem diversas atividades envolvidas nestas várias etapas do projeto de produtos, e, atualmente, para cada peculiaridade, tamanho e necessidade de empresa e projeto, existem técnicas mais indicadas e softwares especializados. Abordaremos superficialmente a técnica de análise do ciclo de vida do produto, que está cada vez mais presente nos novos projetos, e o software Bitrix24, como exemplo de ferramenta auxiliar. Análise do ciclo de vida do produto (ACV) O ACV de um produto nada mais é do que o próprio nome afirma, isto é, uma metodologia que irá analisar um produto desde de a sua concepção até seu destino final. Ele é tradicionalmente definido em 5 estágios, conforme a evolução de sua presença no mercado. Planejando todas as fazes com clareza, aumenta-se a assertividade nas estratégias de outros setores, como o marketing e manufatura. Projeto de Fábrica 30 Figura 4.3.: Fases tradicionais do clico de vida de produtos em relação à sua presença no mercado. Fonte: Elaborada pelo autor. Um produto também pode ter seu ciclo avaliado conforme seu deslocamento na cadeia produtiva no exemplo da fi gura 4.4. Figura 4.4. Ciclo de vida de produto (bens de consumo) na cadeia produtiva. Fonte: NEUMANN, 2015. Bitrix24 Esta é uma plataforma de colaboração coletiva composta por 35 ferramentas funcionais, como CRM, gerenciamento de RH, chamada de vídeo e gestão de projetos. Nesta última, é disponibilizado um kanban completo com geração de relatórios, para que o gerente possa verifi car o tempo dispensado por cada funcionário participante do projeto. Desta maneira, o Bitrix24 serve para atribuir a carga horária de cada membro da equipe e controlar, através de checklists, o cumprimento dos prazos atribuídos para cada etapa do projeto. O software possui versões gratuitas, com limitações, ou pagas, mais personalizadas para as necessidades de cada empresa. 2 - Projeto de processos O projeto de processos faz parte obrigatoriamente da etapa de projetos detalhados no projeto de produtos. Ele irá planejar os processos necessáriospara a produção do produto em questão ou modifi car algum processo já em funcionamento (neste caso pode ser chamado de projeto de melhoria de processo). Neumann (2015) classifi ca os processos de uma manufatura em dois grandes grupos conforme suas características: Processos Contínuos e Processos Discretos. Processos Contínuos São os processos de manufatura utilizados para produzir bens que não podem ser identifi cados individualmente. As máquinas executam operações padronizadas e trabalham sem interrupções, sendo que o material quase não para entre sair de matéria-prima e chegar a produto acabado. Este processo é aplicado normalmente para produtos líquidos, gasosos ou intangíveis (como a eletricidade), particularmente nas indústrias químicas, elétricas, siderúrgica, alimentícia, etc. O produto fi nal apresenta um alto grau de uniformidade, e normalmente são produzidos em larga escala. São linhas de produção altamente automatizadas, com grande efi ciência, mas uma baixa fl exibilização, pela própria natureza do processo. São normalmente mais enxutos e com baixa complexidade, mas facilmente controláveis. Estão presentes neste grupo as indústrias do petróleo, empresas produtoras de eletricidade, indústria de fertilizantes, laticínios etc (NEUMANN, 2015). Processos Discretos São os processos referentes a produtos que podem ser identifi cados individualmente, seja isolado, em lotes ou unidades, sendo caracterizados por linhas de produção/ montagem. Estes processos se subdividem em produção em massa, em lotes, jobbing ou por projeto, conforme o volume produzido e grau de uniformidade. Os processos de produção em massa são aqueles mais próximos do processo contínuo, isto é, produzem grande quantidade de itens, são altamente padronizados e baixa variação de produtos acabados. Seus procedimentos são fi xos, a fl exibilidade é baixa e necessitam de mão de obra especializada. As ordens de produção não têm relação direta com os pedidos dos clientes. São exemplos as montadoras de veículos ou produtos linha branca e as fábricas de tubos e conexões. Os processos de produção em lotes por sua vez são processos intermitentes, onde um volume pré-determinado de produto é fabricado e sua produção interrompida, seja para troca de ferramental, seja para adequação à demanda. Normalmente são sistemas fl exíveis (com uma certa variedade de produtos acabados) e com produção de acordo com a demanda. Estão enquadrados aqui as empresas que fornecem peças para o setor automobilístico e indústrias de roupas. Já o processo de produção por Jobbing ou por tarefas, caracteriza-se por compartilhar os recursos de operação entre os diversos produtos do portfólio. Costumam ser voltados ao atendimento das necessidades dos clientes e, portanto, com um alto grau de personalização. Apresentam um baixo grau de repetição e boa fl exibilidade. Como exemplos temos ferramentarias, indústria de móveis planejados e gráfi cas. Por fi m, o processo de produção por projeto é defi nido pela produção de um produto para um fi m específi co em uma quantidade conhecida, isto é, o trabalho tem um início e um fi m, defi nidos previamente. Cada produto utiliza recursos especialmente dedicados a ele, são itens altamente customizados e com baixo volume de produção, atendendo a uma necessidade específi ca do cliente. São exemplos a 31 indústria naval e a construção civil (NEUMANN, 2015). 2.1 Tecnologia de Processo As tecnologias de processos são as máquinas, equipamentos e dispositivos que ajudam a produção a transformar materiais e informações de forma a agregar valor, atender a expectativa do cliente e atingir os objetivos estratégicos da produção (SLACK, 1997). Essas tecnologias estão em constante evolução em todos os setores da indústria. Atualmente, a indústria 4.0 com a integração dos sistemas produtivos e de gestão representa o que existe de mais moderno neste setor. Elas também apresentam uns cem números de variações em todos os setores de produção, a defi nição de qual tecnologia será utilizada deve ser feita após considerar tudo o que foi visto anteriormente, isto é, identifi car e defi nir o produto, as demandas dos clientes e a estratégia da empresa. Como exemplo, tomaremos o setor de indústria química de polímeros, onde a gama de opções de tecnologia é extremamente vasta, a citar: Injetoras: através da temperatura e pressão, derrete a matéria-prima plástica e pressiona contra um molde, resfriando no formato da peça desejada e reiniciando o ciclo. Presente em praticamente todos os produtos manufaturados que possuem componentes plásticos, ela apresenta uma grande variedade de tamanho, capacidade produtiva, custo, design de rosca e cilindro, durabilidade e velocidade. Extrusoras: semelhante as injetoras, estas máquinas produzem produtos de forma contínua e suas ferramentas apresentam uma entrada e uma saída, onde o produto é resfriado no formato desejado. Um exemplo clássico de produto produzido com esta tecnologia é o tubo de água e esgoto, mas outros produtos, como salgadinhos e ração de pets, utilizam o mesmo processo. São linhas normalmente muito longas e demandam um certo espaço para instalação da mesma. Roto-moldagem: é um processo relativamente simples, onde um molde oco recebe o plástico. O molde é aquecido e gira de forma que a força centrífuga fi xa o plástico nas paredes do molde. Após um tempo, a peça é resfriada e o molde aberto, sendo a peça pronta retirada e o processo reiniciado. Caixas d´água e lixeiras plásticas são exemplos de produtos feitos com esta tecnologia. 3 - Capacidade instalada A capacidade instalada de uma empresa refere-se ao volume máximo de um determinado produto que ela é capaz de produzir em um determinado período de tempo. Esta capacidade pode ser dividida “em três grandes grupos, a Capacidade instalada de Projeto (ideal), a Efetiva e a Real”. Lembrando que capacidade instalada não é o volume produzido, mas sim a quantidade que poderia ser produzida. Vamos entender melhor com um exemplo. Uma empresa de vassouras possui duas linhas de produção para o cabo, apenas uma linha para a base e uma linha para a montagem. Segundo o manual do fabricante das máquinas, a capacidade máxima de produção de cada linha de cabo é de 1500 un/dia (3000 un/dia para as duas linhas), para a base é de 2800 un/dia e para a montagem 3200 un/ dia. Desta forma, percebemos aqui que a linha de fabricação da base limita a capacidade instalada da fábrica em 2800 um/ dia, sendo esta, portanto, sua capacidade instalada de projeto. Porém, ao considerar os tempos de aquecimento da máquina, manutenção, deslocamento de pessoal, troca de ferramentas, isto é, as perdas planejadas, obtemos uma capacidade efetiva de 2350 unidades por dia. Por fi m, após 3 meses de operação, verifi cou-se uma capacidade instalada real de apenas 2100 un/ dia, isto porque temos ainda outras perdas que não puderam ser evitadas (problemas na correia, atraso na entrega da matéria-prima etc.). Sendo assim, encontramos agora dois valores muito importantes, a taxa de utilização e a efi ciência, obtidas da seguinte maneira: Diante do exemplo acima, aprendemos mais algumas coisas importantes na determinação da capacidade instalada: aprendemos que existem pontos em uma linha de produção que podem diminuir a produção total da linha, e, chamamos estes pontos de “gargalos”. Identifi car os gargalos de uma produção é fundamental para defi nir as estratégias de ação na hora de ampliar a produção ou buscar por um aumento da efi ciência. No exemplo anterior, de nada serviria aumentar a produção de cabos, pois o gargalo encontra-se na produção da base da vassoura. Ao defi nir a capacidade instalada de uma empresa, deve- se pensar de três maneiras diferentes: longo prazo (acima de 3 anos); médio prazo (6 meses a 3 anos) e curto prazo (abaixo de 6 meses). No planejamento de longo prazo, deve-se considerar o quanto a empresa espera crescer, é uma decisãode cunho estratégico e depende da alta direção da empresa, pois exige alocação de recursos fi nanceiros e algumas decisões não poderão ser alteradas facilmente depois, como por exemplo, o tamanho do galpão, instalações elétricas de grande porte, máquinas pesadas, etc. Elas exigem muito mais planejamento do que controle. Planejar paro o médio prazo é o mais comum durante a elaboração de um projeto e é muito importante no processo de decisão durante o planejamento, já que a capacidade a ser instalada, considerando a produção necessária, irá determinar as contratações, compra de máquinas e equipamentos, etc. Neste momento, tem-se um equilíbrio entre controle e planejamento. Por fi m, o planejamento de curto prazo para a capacidade instalada é aquele associado ao dia a dia da empresa. Ajustes na produção para que a real se aproxime ao máximo da produção planejada pode incluir decisões de aumento ou redução dos estoques, horas extras ou paralização de linhas de produção sobressalentes. O planejamento e controle da capacidade instalada será Projeto de Fábrica 32 feito juntamente com a defi nição do processo produtivo e antes da escolha de layout ou local de instalação da fábrica. Para determinar esta capacidade instalada (seja a longo ou médio prazo), deve-se considerar fatores como: • Capacidade de absorção do mercado; • Demanda estimada; • Pesquisas de mercado; • Área para estoque; • Estratégia de venda e da organização; • Características especiais do produto; • Disponibilidade de capital e capital de giro; • Tendências de mercado; • Ciclo de vida do produto; • Sazonalidade do mercado; • Flexibilidade das linhas e/ ou dos produtos. Após compreender e determinar a capacidade instalada, a empresa deve decidir qual estratégia irá utilizar para responder as fl utuações na demanda. Slack (et al., 1997, p.263) apresenta 3 caminhos a serem seguidos: Ignorar as fl utuações e manter os níveis constantes Nesta política a empresa mantém sua produtividade independente da demanda do mercado, isto é, o mesmo número de pessoas mantém o mesmo número de processos em andamento, produzindo a mesma quantidade de produtos. Esta política não é viável apenas para empresas que fabricam produtos perecíveis, pois o risco de perder o estoque é muito alto. Mas, mesmo para as demais, ela pode não ser uma boa alternativa, pois pode gerar um aumento no volume de estoque de produto acabado, necessitando de um espaço maior e maior capital de giro, ou, no caso de um aumento na demanda, pode acarretar em atrasos na entrega e insatisfação do cliente. Entretanto, manter a capacidade produtiva estável, acarreta em uma estabilidade dos níveis de emprego, manutenção dos custos unitários sob controle, garantia de manutenção da qualidade padrão e, no caso de empresas, cuja a oportunidade de venda individual perdida representa uma perda muito grande (caso de produtos com alta margem), esta estratégia pode se mostrar vantajosa e justifi cada (SLACK et al., 1997, p.263). Acompanhar a demanda Neste caso, a empresa adota medidas para aumentar sua produção (melhorando a taxa de utilização, por exemplo) quando a demanda é maior, e diminui quando a situação é inversa. Embora seja a alternativa mais óbvia, ela também é mais difícil, pois ela envolve, por exemplo, contratação e demissão de mão de obra, ajustes de espaço físico e até investimentos em maquinário. Esta política difi cilmente é seguida por grandes indústrias, onde tais mudanças são lentas e muito caras para responder uma oscilação mensal da demanda, por exemplo. Além disso, decisões precipitadas podem levar não só a um aumento no custo total, como também à uma perda de qualidade do produto ou atendimento ao cliente. Seguir este caminho leva a necessidade de utilização de métodos para aumentar ou diminuir a produção, como por exemplo: realizar horas extras (aumentando assim a hora produtiva) ou, melhor utilização do tempo ocioso de máquinas e funcionários; alterar tamanho da força de trabalho com turnos em tempos parciais ou contratação via terceirizadas (prática muito comum nos países mais industrializados); programa de férias ou contratos temporários acompanhando a sazonalidade; introdução de tecnologias de automação que aumente a capacidade efetiva (SLACK et al., 1997, p.263). Gerenciar a demanda Nesta terceira alternativa, a empresa procura manter sua capacidade produtiva constante, e, nos períodos de baixa, ela estimula a demanda com medidas como redução de preço ou estratégias de marketing mais agressivas. Já em períodos de procura em excesso, a empresa pode, por exemplo, aumentar os preços em novos contratos e desestimular novos clientes, mas, sem impactar os clientes já existentes. Não existe uma fórmula fechada, cada situação exigirá uma ação específi ca que se adeque melhor a sua realidade. Seguir uma política pura e generalista para a gestão da capacidade instalada, certamente levará o gestor ao erro. O ideal é procurar um meio termo, considerar o máximo de informações possíveis e de fontes confi áveis, para assim calcular o nível ótimo de capacidade produtiva, mas sempre deixando uma fl exibilidade do sistema e manter os custos sobre controle (SLACK et al., 1997, p.263). Retomando a aula Ao fi nal desta quarta aula, vamos recordar sobre o que aprendemos até aqui. 1 – Projeto de produtos Vimos que o projeto de produtos passa por praticamente todas as esferas de uma empresa e, que para partir das ideias e chegar até o conceito fi nal, o produto passa por uma espécie de funil, sendo lapidado em diferentes frentes. Aprendemos que existem processos que orientam este projeto, dentre eles, o Modelo unifi cado do processo de desenvolvimento de produto. Por fi m, vimos que existem muitas técnicas e ferramentas que facilitam e melhoram o PDP, sendo a análise do ciclo de vida uma das mais proeminentes na atualidade. 2 – Projeto de processos Aprendemos que projeto de processo integra uma das etapas do projeto de produtos e que podem ser classifi cados em contínuos e discretos, sendo este último subdividido de acordo com o volume de produção e grau de fl exibilização do processo produtivo. Além disso, é possível perceber a imensa variedade de tecnologias de processo e como elas são específi cas dentro de cada setor. 3 – Capacidade instalada A capacidade instalada refere-se à produção máxima 33 possível de uma empresa, mas infelizmente a capacidade efetiva é normalmente inferior a capacidade de projeto. Vimos o quão fundamental é o cálculo correto da capacidade instalada de uma empresa e que ela deve abordar pensamentos estratégicos e de controle, sendo feita para longo, médio e curto prazo. NEUMANN, Clovis; SCALICE, Regis. Projeto de Fábrica e Layout. E-book: GEN LTC, 2015. Vasco, Ana; Adamczuk, Gilson; Ditzel Santos, Gilson; Bataglin, Jaiarys; Kummer, Aulison. A gestão da inovação e o desenvolvimento de produtos em empresas de artefatos de alumínio no sudoeste do Paraná: Ações para a Sustentabilidade. Revista Gestão Industrial, 2014. ROMEIRO FILHO, Eduardo. Projeto de produto. Apostila: LIDEP/ UFMG, 2006. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND, C.; HARRISON, A; JONHNSTON, R,; Administração da Produção. Atlas: São Paulo, 1997. Vale a pena ler ENDEAVOR BRASIL: 5 indicadores de desempenho para medir seu sucesso. Disponível em: https://endeavor. org.br/estrategia-e-gestao/indicadores-de-desempenho/. Acesso em: 09.03.2020. TOLEDO, José Carlos. Gestão do desenvolvimento de produto em empresas de pequeno e médio porte do setor de máquinas e implementos agrícolas do Estado de SP (2010). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2010000200004. Acesso em: 12.03.2020. AMADO, Rafaela Fernandes, et al. Investigação do processo de desenvolvimento do produto de uma média empresa de base tecnológica e definição do seu nível de maturidade segundo Modelo Unificado de Referência (2006). Disponível em: http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/923.pdf. Acesso em: 13.03.2020. EUAX. As 13 ferramentas de gestão de projetos mais utilizadas e como escolher a melhor para sua empresa (2018). Disponível em: https://www.euax.com.br/2018/08/ ferramentas-de-gestao-de-projetos-mais-utilizadas/. Acesso em:13.03.2020. Vale a pena acessar Gerenciamento de Portfólio – O que é? Como funciona? Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=qwXWGZHfb9Q. Acesso em: 12.03.2020. SISTEMAS DE PRODUÇÃO - Como Calcular a Capacidade. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=XCB93etrDek. Acesso em: 16.03.2020. OS Processos Incríveis de Fabricação! O Poder da Tecnologia. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=K1iz6JAn8EM. Acesso em: 16.03.2020. Vale a pena assistir Vale a pena Minhas anotações
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