Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aie’s – usos terapêuticos CONDIÇÕES NÃO ENDÓCRINAS Uso empírico: dose e duração do tratamento. Exemplos: • Betametasona - 1 a 8 mg/dia • Prednisolona - 5 a 50 mg/dia • Dexametasona - 1 a 8 mg/dia • Prednisona -5 a 50 mg/dia Doses individualizadas: • Dose inicial elevada: atenuação dos sinais e sintomas; • Dose elevada por curto período: riscos reduzidos; • Preferência por esteroides de ação intermediária (como os não fluorados); • Uso conjunto com outros fármacos; • Terapia não curativa ou específica; • Interrupção súbita após uso prolongado: risco de insuficiência adrenal. PÊNFIGO Doença autoimune crônica. Usualmente começa com áreas de eritema, que formam bolhas e causam sensação de dor e queimação. A apresentação dessa doença gera dúvidas relacionadas ao diagnóstico. Não é contagiosa. As lesões oscilam entre marcantes e reduzidas. O fármaco administrado para esta doença pode ser: a) Prednisolona (0,5 a 1 mg/kg/dia, via oral), isolada ou associada à Azatioprina, Micofenolato de Mofetila ou Rituximabe. b) Azatioprina, Micofenolato de Mofetila ou Rituximabe; c) Adição de ciclofosfamida, Metotrexato. Figura 1 ARTRITE REUMATOIDE Doença autoimune de caráter cíclico, isto é, vai e volta com o tempo. Acometimento primariamente articular, mas pode acometer o tecido subcutâneo, com a formação de nódulos reumatoides. O seu manejo, hoje, é feito através do: 1- Metotrexato (anti-inflamatório não esteroide) ou leflunomida ou sulfasalazina, combinado com AIE por curtos períodos - Contraindicação: indivíduos com alguma contração hepática, ou seja, falha de função hepática. 2- Fármaco biológico ou inibidor de JAK (pior prognóstico) ou adição de segundo FMCD ("fármaco modificador do curso de doença") ou troca de FMCD (melhor prognóstico); 3- Fármaco biológico ou inibidor de JAK. Figura 2 LUPUS Se refere ao animal lobo, pois percebia-se áreas de eritema na face, simétricas, refletindo à imagem do lobo. Sintomas marcantes como vermelhidão. Acometimento primariamente cutâneo, mas pode acometer a mucosa. O manejo do lúpus, geralmente, é feito com: • Hidroxicloroquina em primeira alternativa, independente do quadro ser leve ou grave. Tem atividade anti-inflamatória, mas não é esteroide. É um antimalárico.; • Anti-inflamatório esteroide, por via oral ou parenteral, quando necessário, usado em um curto período para controlar a ativação da doença. Doses menores ou iguais a 5mg/dia descontinuando o mais rapidamente possível e depois, interrompendo o uso; • Metotrexato; • Azatioprina; • Micofenolato de mofetila; • Belimumabe - fármaco biológico, o primeiro que obteve aprovação específica, criado especificamente para o manejo do lúpus (Benlysta). Apresentam alto grau de atividade da doença. Valor varia entre R$ 2.900,00 e R$ 3186,52; • Anifrolumabe (valor passa de 6 mil reais); • Ciclosporina/tacrolimus; • Ciclofosfamida; • Rituximabe. Figura 3 Figura 4 PSORÍASE Lesões cutâneas apresentadas de diferentes formas, as vezes bem localizadas e outras vezes difusas pelo corpo. Proliferação excessiva de queratinócitos na pele, formando placas que causam prurido. Não é doença autoimune, não contagiosa. Não há cura. Diagnóstico: detecção de marcador bioquímico. Manejo: o tratamento da psoríase, terapias tópicas, como análogos da vitamina D e de AIEs, podem ser efetivas e suficientes para o manejo de doenças limitadas e oferecem o benefício adicional de menor risco de reações adversas devido à ausência de exposição sistêmica. Apesar de úteis e importantes em muitos casos, terapias tópicas são frequentemente inadequadas para promover e manter resolução das alterações cutâneas. Assim, fototerapia e tratamentos sistêmicos têm sido usados: a) Em lesões mais localizadas, pomadas contendo clobetasol podem ser úteis. b) Prednisolona, via oral. c) Guselcumabe (R$ 14195,00 - R$ 14858,53). d) Apremilaste. Alternativas: Metotrexato, apremilaste, ciclosporina, tofacitinibe, micofenolato de mofetila, azatioprina, leflunomida, tacrolimo etc. Figura 5 Figura 6 VASCULITES AUTOIMUNES Inflamação de vasos, criando-se um ambiente de agregação de plaquetas (hipercoagulabilidade, favorecendo a formação de trombos) e, assim, dando origem a uma poliarterite nodosa, síndrome de Churg-Strauss. Um dos sintomas é a necrose tecidual. Não existe medicamento previamente aprovado no manejo dessas doenças. O ideal é fazer o uso de um imunossupressor, para impedir o aparecimento das lesões, de forma contínua. Figura 7 Figura 8 Espondilite Anquilosante Inflamação que acomete as vértebras, as articulações, nas quais ocorre uma fusão dos ossos ("espinha de bambu"), na formação de um novo tecido. Quando as vértebras se encontram nesse estado, não há muito o que se fazer, mas o uso por um curto período de um fármaco anti-inflamatório esteroide pode diminuir a inflamação em uma região pontual, o qual deve ser interrompido o mais cedo possível. Figura 9 Figura 10 Figura 11 Colite ulcerativa Inflamação de cólon. O indivíduo desenvolve uma inflamação que acomete os colos distais do intestino grosso. O intestino grosso (cólon) fica inflamado e ulcerado (com perfuração ou erosão), causando exacerbações (ataques ou crises) de diarreia com sangue, cólicas abdominais e febre. Seu manejo é feito com Budesonida em cápsulas de liberação controlada, um glicocorticosteroide com elevada ação anti- inflamatória local. Não há efeito sistêmico, este fármaco é rapidamente absorvido e eliminado do organismo. Figura 12 Figura 13 Figura 14 Conjuntivite Alérgica Inflamação da conjuntiva. Uso de Colírio que contenha AIE. Geralmente ocorre em indivíduos atópicos, aqueles que apresentam manifestações alérgicas com frequência, como rinite, dermatite atópica, asma, etc. Não há cura, esse evento oscila ao longo da vida. A causa dessa doença também pode ser uma infecção bacteriana. Figura 15 Figura 16 Edemas resultantes de Traumas ou Cirurgias Inflamação aguda. Figura 17 Queloides e Cicatrizes Hipertróficas Os anti-inflamatórios utilizados inibem a proliferação de fibroblastos e inibem a produção de colágeno. Ex.: regressão de queloide após injeção intralesional de Triancinolona. Figura 18 Rinite Alérgica Medicamentos utilizados (anti- histamínicos) são de venda livre. Inflamação de seios nasais, que acomete a mucosa nasal, nas quais ocorre a congestão nasal (resultado da vasodilatação na mucosa e formação de edema), coriza, eritema local, prurido, espirros e compromete também as estruturas adjacentes. O que causa esse tipo de ocorrência é a resposta autoimune (reação de hipersensibilidade) a gatilhos externos, como cheiros, poeira, ácaro, pelos de animais, etc. o indivíduo aprende ao longo do tempo a identificar esses tipos de gatilhos que vão causar a rinite. Os anti-inflamatórios esteroides intranasais continuam a ser a monoterapia preferida para rinite alérgica persistente, mas estudos adicionais apoiam benefício aditivo do tratamento combinado com AIE e anti-histamínicos intranasais, tanto na rinite alérgica como na rinite não alérgica. Figura 19 Anti-histaminicos intranasais ou AIEs podem ser oferecidos como monoterapia de primeira linha. Descongestionantes nasais: são medicamentos à base de nafazolina, fenoxazolina e oximetazolina, substâncias vasoconstritoras capazes de desobstruir as narinas. Alguns exemplos são: Naridrin, Neosoro, Aturgyl, Sinustrat, etc. Utilizados localmente, os fármacos permeiam a mucosa e causam a contração dos vasos, resultando na redução do diâmetro vascular. São fármacos agonistas alfa adrenérgicos, ativando a sequência de mecanismos que levam à vasoconstrição, contribuindo para a redução do edema (vasodilatação). O sistema linfático drena o líquido extravasado, gradualmente. O uso desses medicamentos nãoé razoável, pois estes não tratam exatamente o foco do problema, por não possuírem atividade anti-inflamatória, apesar de promoverem um alívio momentâneo. A inflamação persiste. Quando o edema, a vasodilatação volta, ocorre um quadro de hiperemia rebote, assim, o indivíduo acaba administrando estes fármacos em maior frequência (desenvolve uma tolerância ao medicamento, chamada de taquifilaxia), levando ao vício e à consequente possível perda de olfato e, ainda, pode comprometer a pressão arterial. O uso mais racional seria de um anti- inflamatório esteroide aplicado diretamente à mucosa nasal. Em relação aos anti-inflamatórios e aos anti-histamínicos, a melhor administração seria de um anti-inflamatório porque ele inibe outros mediadores inflamatórios (leucotrienos, prostaglandinas, etc), enquanto o anti-histamínico age apenas sobre a histamina. Figura 20 COVID-19 New England Journal of Medicine, 2021 Estudo realizado em pacientes hospitalizados com quadros de covid em 2020, que foram divididos em dois grupos, um deles mantido no usual care, e outro recebeu 6 mg dexametasona além do cuidado usual. Eles foram acompanhados por 28 dias durante o tratamento no hospital e, a expectativa de mortalidade de indivíduos sob ventilação mecânica era de 40%. O grupo que recebeu dexametasona obteve uma redução da mortalidade para 36% em indivíduos com quadros graves, com ventilação mecânica. Essa redução foi muito significante, sendo o primeiro fármaco a reduzir a mortalidade por COVID-19 na época do auge da doença. Tempestade de citocinas (citokhine storm) era inibida por esse medicamento, reduzindo as inflamações pulmonares. O efeito do dexametasona no indivíduo que não estava sob a ventilação mecânica não trouxe proteção, porque o sistema imunológico conseguiu defender o organismo contra o vírus, suprimindo o sistema imune. Não houve muita diferença estatística, mas a mortalidade reduziu mais em indivíduos que utilizam o Dexametasona do que os que não utilizaram. Nesse sentido, recomendou-se, então, não utilizar medicamentos esteroides em condições não severas de COVID-19, mas sim em situações mais críticas. REAÇÕES ADVERSAS Podem acontecer e, existem situações que podem aumentar o risco dessas reações, da mesma forma que há eventos que também podem reduzir essa chance de ocorrência. Figura 21 Alguns exemplos: • Osteoporose; • Hiperglicemia; • Hipertensão; • Edema; • Atrofia cutânea; • Síndrome de Cushing Iatrogênica: produção excessiva de cortisol (o termo "iatrogênica" se deve ao uso excessivo de medicamentos esteroides), contribuindo para alterações como osteoporose, obesidade, hipertensão, entre outros. Figura 22 Deve-se considerar os seguintes requisitos: a) Atividade do esteroide; b) Esquema posológico; c) Via de administração; d) Duração de tratamento; e) Características do paciente; f) Comorbidades; g) Uso simultâneo de outros fármacos; h) Medidas de prevenção/atenuação. Cuidado Farmacêutico em Farmácias Comunitárias Orientar de forma adequada quanto ao uso de medicamentos, obtendo o conhecimento necessário para tal. OSTEOPOROSE Fatores de Risco: a) Senescência; b) IMC reduzido; c) Densidade óssea reduzida; d) Fraturas prévias; e) Histórico familiar de fraturas; f) Tabagismo; g) Etilismo; h) Dose elevada do AIE; i) Terapias prolongadas; j) Hipovitaminose D. O AIE pode inibir a absorção de cálcio no trato gastrointestinal e aumenta a concentração de cálcio na urina. O tecido que mais acumula cálcio é a matriz óssea, os osteoclastos começam a digerir parte dela, uma reabsorção óssea, para redistribui-lo pelo organismo, que está em falta. Quando isso acontece na extremidade de um osso longo, como o fêmur, pode ocorrer uma erosão óssea, devido ao atrito entre os ossos, causando uma inflamação local e dor. Isso pode levar a uma necrose na cabeça do fêmur, que só pode ser resolvida através de cirurgia. Em indivíduos idosos esse problema é mais susceptível, assim como em mulheres e pessoas de baixo peso corporal. No manejo de osteoporose, a reposição de vitaminas pode ser útil. Figura 23 Figura 24 PREVENÇÃO: cuidado farmacêutico. • Atividade física; • Exposição ao sol; • Investigação em caso de dor; • Interrupção do tabagismo. • Produtos lácteos; • Cálcio (1200mg); • Vitamina D (800mg); • Densitometria óssea; • Bifosfonatos. HIPERGLICEMIA Fatores de risco: a) Paciente diabético; b) Intolerância à glicose; c) Alimentação inadequada. Sintomas: 1. Sede; 2. Necessidade de urinar frequentemente; 3. Pele seca; 4. Fome; 5. Visão turva; 6. Sonolência; 7. Lenta regeneração de tecidos com feridas. Figura 25 Aumento de massa Corporal Fator de Risco: a) Retenção hídrica; b) Uso prolongado de esteroides; Figura 26 PREVENÇÃO • Educação alimentar; • Redução da ingestão de sal; • Atividade física regular. HIPERTENSÃO/EDEMA/TROMBOEMBOLISMO PREVENÇÃO: • Educação alimentar • Redução da ingestão de sal; • Atividade física regular. • Avaliação do perfil lipídico. Figura 27 Risco de infecções: PREVENÇÃO • Precauções para evitar contágio; • Atenção a sinais e sintomas de infecção; • Informações sobre vacinação; • Cuidados com vacinas atenuadas; • Vacinas contra gripe e pneumonia. Figura 28
Compartilhar