Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Seções cônicas e circunferência APRESENTAÇÃO As seções cônicas são fundamentais no estudo de fenômenos naturais, físicos, da astronomia, construção civil, entre outros. A relevância das seções cônicas e circunferência pode ser verificada na resolução de problemas das mais variadas áreas. Para que você possa acompanhar adequadamente esta unidade, é necessário ter domínio das funções quadráticas, álgebra e conceitos básicos de trigonometria. É importante, por exemplo, que você saiba como resolver produtos notáveis. Nesta Unidade de Aprendizagem, você identificará a seção cônica a partir da interseção de um plano secante com a superfície cônica. Além disso, descreverá as circunferências por suas equações. Por fim, determinará a posição de uma reta relativa a uma circunferência. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a seção cônica a partir da interseção de um plano secante com a superfície cônica. • Descrever as circunferências por suas equações.• Determinar a posição de uma reta relativa a uma circunferência.• DESAFIO A relevância das seções cônicas e circunferência está em solucionar problemas práticos do dia a dia. Um duto pode ser um cano, um tubo ou uma conduta, é um cilindro oco, comprido, que pode variar de diâmetro, espessura de parede e comprimento. Pode ser utilizado no transporte dutoviário, o qual utiliza um sistema de tubos ou cilindros, formando uma linha chamada dutovia ou via, a qual movimenta produtos de um ponto a outro. Normalmente são utilizados no transporte de líquidos e/ou gases, na construção civil, no revestimento de poços de petróleo ou em partes de máquinas e equipamentos mecânicos, por exemplo. Considerando os seus conhecimentos, você foi convidado a solucionar um problema envolvendo circunferências de dutos de líquidos. Determine qual deve ser o valor de R em centímetros. OBS. Utilize 1,7 para √3. INFOGRÁFICO A equação da circunferência é um tipo de equação do segundo grau com duas incógnitas. Neste Infográfico, você vai ver a relação existente entre as funções de segundo grau e a circunferência. CONTEÚDO DO LIVRO As cônicas foram fundamentais para o desenvolvimento da astronomia. Kepler e Galileu mostraram que essas curvas ocorrem em fenômenos naturais, como, por exemplo, nas trajetórias de um projétil ou de um planeta. No capítulo Seções cônicas e circunferência, da obra Geometria analítica, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ver as seções cônicas e circunferências em seus conceitos e ilustrações, além de dicas relativas aos diferentes tipos de notações existentes em referenciais teóricos, bem como exemplos elucidativos. Boa leitura. GEOMETRIA ANALÍTICA Cristiane da Silva Seções cônicas e circunferência Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar a seção cônica a partir da interseção de um plano secante com a superfície cônica. � Descrever as circunferências por suas equações. � Determinar a posição de uma reta relativa a uma circunferência. Introdução Neste capítulo, você estudará as seções cônicas e circunferência e apren- derá que a superfície cônica é uma superfície infinita. Além disso, conhe- cerá melhor as curvas obtidas pela interseção de um plano secante com uma superfície cônica. Busca-se, assim, aprofundar os conhecimentos sobre as seções cônicas para que você as identifique e também com- preenda as circunferências a partir de suas equações. Seções cônicas Considere duas retas e e g concorrentes em um ponto O e não perpendiculares. Conserve fixa a reta e e faça g girar 360º em torno de e mantendo constante o ângulo entre as retas. Nessas condições, a reta g gera uma superfície cônica circular infinita formada por duas folhas separadas pelo vértice O (WIN- TERLE, 2014), conforme podemos observar na Figura 1. A Figura 2 ilustra uma superfície cônica e seus elementos. Figura 1. Exemplo de superfície cônica infinita. Fonte: Adaptada de Winterle (2014). O e g Figura 2. Superfície cônica e seus elementos. Fonte: Adaptada de Santos e Ferreira (2012). Vértice Folha superior Folha inferior Diretriz Geratriz Seções cônicas e circunferência2 Chama-se geratriz a reta g da superfície cônica, e eixo da superfície a reta e. Seção cônica, ou simplesmente cônica, é o conjunto de pontos que formam a interseção de um plano com a superfície cônica. Quando uma superfície cônica for seccionada por um plano π qualquer que não passa pelo vértice O, a cônica será: uma circunferência, uma parábola, uma elipse ou uma hipérbole (WINTERLE, 2014). Vejamos o exemplo de cada caso observando a Figura 3. Figura 3. Seções cônicas: (a) circunferência; (b) parábola; (c) elipse; (d) hipérbole. Fonte: Adaptada de Santos e Ferreira (2012). (a) (c) (d)(b) � Circunferência: curva obtida pela interseção da superfície cônica com um plano secante perpendicular ao eixo. � Parábola: curva obtida pela interseção da superfície cônica com um plano secante paralelo a uma geratriz da superfície. � Elipse: curva obtida pela interseção da superfície cônica com um plano que não é perpendicular ao eixo, nem paralelo a uma geratriz e intercepta apenas uma das folhas da superfície. � Hipérbole: curva obtida pela interseção da superfície cônica com um plano que não é perpendicular ao eixo, nem paralelo a uma geratriz e intercepta as duas folhas da superfície. 3Seções cônicas e circunferência A Figura 4 destaca que as superfícies cônicas parábola, elipse e hipérbole devem ser consideradas como ilimitadas, ou seja, constituídas de duas folhas que se estendem indefinidamente em ambos os sentidos. Considere π o plano. π π π O O O (a) (b) (c) Figura 4. Superfícies cônicas ilimitadas. Fonte: Adaptada de Winterle (2014). Se cada um dos planos secantes da parábola, da elipse e da hipérbole for transladado paralelamente até chegar ao vértice O, obteremos as respectivas cônicas “degeneradas”: a) uma reta; b) um ponto; c) duas retas. Circunferências A circunferência pode ser definida como “[…] o lugar geométrico dos pontos de um plano cuja distância a um ponto fixo é constante” (SANTOS; FERREIRA, 2012, p. 63). Observe os elementos e a equação cartesiana da circunferência na Figura 5. Seções cônicas e circunferência4 Figura 5. Circunferência com centro na origem O e raio r. (a) Centro e raio. (b) Centro na origem e raio r. Fonte: Adaptada de Santos e Ferreira (2012). Raio Centro O r y x P(x, y) (a) (b) A Figura 5a mostra o ponto fixo, denominado centro da circunferência, e a distância de seus pontos ao centro que chamamos de raio da circunferência. Para obtermos a equação cartesiana, consideraremos uma circunferência de raio r e centro na origem O (0,0), como mostra a Figura 5b. Para que P (x,y) seja um ponto da circunferência, devemos ter , e, assim, pela fórmula da distância entre dois pontos: Vejamos a equação da circunferência que não está centrada na origem. Em sua forma canônica, pode ser escrita como: (x – h)2 + (y – k)2 = R2 5Seções cônicas e circunferência Sendo C(h,k) o centro da circunferência, R = CM o seu raio e M(x,y), observe a Figura 6. 0 h x k y M R C P Figura 6. Circunferência. Fonte: Adaptada de Leite e Castanheira (2017). No triângulo CMP, CM é a hipotenusa, enquanto PM e PC são os catetos. Assim, aplicando o teorema de Pitágoras, temos: (x – h)2 + (y – k)2 = R2 Isso implica que, se o centro for o ponto C(0,0), a equação da circunferência será x2 + y2 = R2. 1. Qual é a equação da circunferência que tem centro no ponto (1,3) e cujo raio mede 5? (x – h)2 + (y – k)2 = r2 (x – 1)2 + (y – 3)2 = 52 x2 + 2x + 1 + y2 – 6y + 9 – 25 = 0 x2 + y2 – 2x – 6y – 15 =0 2. Qual é a equação da circunferência que tem centro na origem e raio igual a 4? (h, k) = (0,0) (x – h)2 + (y – k)2 = r2 (x – 0)2 + (y – 0)2 = 42 x2 + y2 = 42 x2 + y2 = 16 Atenção: � Se r = 0, a representaçãográfica da circunferência se reduz a um ponto. � Se r2 < 0, não haverá representação gráfica, por não existirem pontos reais que satisfaçam à equação (lugar geométrico imaginário). Seções cônicas e circunferência6 Posição de uma reta relativa a uma circunferência Nesta seção, verifica-se a posição relativa ocupada por retas e circunferên- cias. Assim, inicia-se com a posição relativa de um ponto em relação a uma circunferência e, em seguida, estuda-se a posição relativa de uma reta em relação a uma circunferência. Posição relativa de um ponto em relação a uma circunferência Leite e Castanheira (2017) explicam que, para determinar a posição relativa a um ponto em relação a uma circunferência de equação (x – h)2 + (y – k)2 = r2, deve-se calcular a distância do ponto P(a,b) ao centro C(h,k) da circunferência e comparar-se a distância d com o raio R, atentando para o seguinte. � Se P é exterior à circunferência (d > R), temos: (a – h)2 + (b – k)2 > R2 (a – h)2 + (b – k)2 – R2 > 0 � Se P pertence à circunferência (d = R), temos: (a – h)2 + (b – k)2 = R2 (a – h)2 + (b – k)2 – R2 = 0 � Se P é interior à circunferência (d < R), temos: (a – h)2 + (b – k)2 < R2 (a – h)2 + (b – k)2 – R2 <0 7Seções cônicas e circunferência Determine a posição do ponto P(3, 2) em relação à circunferência de equação (x – 4)2 + (y – 1)2 = 32. Solução: Basta substituir as coordenadas do ponto na equação da reta e verificar se o resultado é maior, menor ou igual a zero. Assim, temos: (3 – 4)2 + (2 – 1)2 – 9 = 1 + 1 – 9 = –7 Como o resultado é negativo, o ponto P é interior à circunferência. Fonte: Leite e Castanheira (2017, p. 71). Posição relativa de uma reta em relação a uma circunferência Leite e Castanheira (2017) apontam que, para determinar a posição de uma reta r: Ax + By + C = 0 em relação a uma circunferência de equação (x – h)2 + (y – k)2 = r2, deve-se calcular a distância da reta ao centro da circunferência e comparar-se a distância d com o raio R, observando que: � d < R ↔ reta secante à circunferência; � d = R ↔ reta tangente à circunferência; � d > R ↔ reta externa à circunferência. Podemos verificar se a reta é secante, tangente ou externa a uma circunferência resolvendo o seguinte sistema de segundo grau: Ax + By + C = 0 (x – h)2 + (y – k)2 = R2 Se o sistema apresentar duas soluções distintas, a reta r é secante à circunferência. Se o sistema apresentar duas soluções iguais, a reta r é tangente à circunferência. Se o sistema não tiver solução no campo dos números reais, a reta r é externa à circunferência. Seções cônicas e circunferência8 Resolvendo o sistema, eliminando uma das incógnitas pelo método da substitui- ção, obtemos uma equação de segundo grau com uma só incógnita. Calculando o discriminante (∆) dessa equação, temos que: � Se ∆ > 0, a reta é secante à circunferência. � Se ∆ = 0, a reta é tangente à circunferência. � Se ∆ < 0, a reta é exterior à circunferência. Fonte: Leite e Castanheira (2017, p. 72). Determine o valor da constante b para que a reta y = x + b seja tangente à circunferência x2 + y2 = 8. Inicialmente, determinamos a interseção da reta com a circunferência: x2 + (x + b)2 = 8 x2 + x2 + 2bx + b2 = 8 2x2 + 2bx + b2 – 8 = 0 As raízes da equação fornecem as abscissas dos pontos de interseção da reta com a circunferência. Para que a reta seja tangente à circunferência, deve haver um único ponto de interseção; logo, é necessário que a equação possua uma raiz dupla, portanto seu discriminante (delta) deve valer zero. Então: Lembrando que √b2 = |b|, temos que |b| = 4 e então b = ± 4. A Figura 7 exibe as retas y = x + 4 e y = x – 4, tangentes à circunferência x2 + y2 = 8. b = 8 b = 4 b = 0 b = –4 b = –8 Figura 7. Família de retas y = x + b e circunferência x2 + y2 = 8. Fonte: Santos e Ferreira (2012, p. 64). 9Seções cônicas e circunferência LEITE, A. E.; CASTANHEIRA, N. P. Geometria analítica em espaços de duas e três dimensões. Curitiba: InterSaberes, 2017. SANTOS, F. J.; FERREIRA, F. S. Geometria analítica. Porto Alegre: Bookman, 2012. WINTERLE, P. Vetores e geometria analítica. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2014. Seções cônicas e circunferência10 DICA DO PROFESSOR O círculo é entendido como o conjunto de todos os pontos interiores de uma circunferência e, assim, é obtida a equação da circunferência. Nesta Dica do Professor, você vai ver o passo a passo da equação da circunferência, a qual passa por três pontos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Determine a equação reduzida da circunferência, a qual passa pela origem e tem centro C(-1, - 4). A) (x+1)2 + (y+4)2 = 17. B) (x+1)2 - (y+4)2 = 7. C) (x - 1)2 + (y - 4)2 = 17. D) (x+1)2 - (y - 4)2 = 10. E) (x+4)2 + (y+1)2 = √17. 2) Determine a posição do ponto P (1,7 ) em relação à circunferência da equação (x +3)2 + (y -4)2 = 52. A) O ponto P (1,7 ) é interior à circunferência. B) O ponto P (1,7 ) é exterior à circunferência. C) O ponto P (1,7 ) pertence à circunferência. D) O ponto P (1,7 ) é indefinido. E) O ponto P (1,7 ) não pertence à circunferência. 3) Determine a equação reduzida da circunferência de centro (1,-2 ) e raio 3, e assinale a alternativa correta. A) (x +1)2 + (y - 2)2 = 9. B) (x +1)2 + (y - 2)2 = 3. C) (x -1)2 + (y + 2)2 = 3. D) (x -2)2 + (y + 1)2 = 9. E) (x - 1)2 + (y + 2)2 = 9. 4) Determine o centro e o raio da circunferência (x - 3)2 + (y + 2)2 = 5, e assinale a alternativa correta. A) C(-3,2); R = 5. B) C(-3,-2); R = √5. C) C(3,-2); R = √5. D) C(1,-1); R = 252. E) C(-2,-3); R = √4. 5) Determine a equação reduzida da circunferência de centro no ponto C(2,1) que passa pelo ponto A(1,1), e assinale a alternativa correta. A) (x +2)2 + (y -1)2 = 0. B) (x +2)2 - (y -1)2 = 1. C) (x - 2)2 - (y +1)2 = 1. D) (x - 1)2 + (y +2)2 = 1. E) (x - 2)2 + (y -1)2 = 1. NA PRÁTICA O uso de seções cônicas na resolução de problemas está presente em situações cotidianas. Para demonstrar isso aos seus alunos, João Pedro, um professor de Matemática, planejou uma aula prática. Veja a seguir. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Equação geral da circunferência No seguinte vídeo, você vai ver como converter uma equação geral da circunferência em equação reduzida da circunferência e, com isso, determinar as coordenadas do centro e o valor do raio com facilidade. O professor retoma a equação reduzida da circunferência e explica como transformar a equação geral, passo a passo, por meio de exemplos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Posição relativa entre reta e circunferência Neste vídeo, você vai ver como determinar a posição relativa entre uma reta e uma circunferência do mesmo plano. Dadas uma reta e uma circunferência, a reta pode ser: externa à circunferência, tangente à circunferência ou secante à circunferência. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Seções cônicas Este vídeo aborda o conceito de seções cônicas e detalha a circunferência, a parábola, a elipse e a hipérbole com animações em 3D e representação gráfica. É um material visual, o qual não deixa de abordar os conceitos que são fundamentais para a compreensão do conteúdo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Lista de exercícios Para aprender seções cônicas e circunferências, é importante que você treine fazendo diversos exercícios. Para tanto, baixe a lista de exercícios a seguir e resolva as questões. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Compartilhar