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Nutrição de Animais de Zoológico Carlos Eduardo do Prado Saad Nutrição de animais selvagens - área de pesquisa relativamente jovem. América do Norte (1870 e 1880) - investigação dos hábitos alimentares de animais silvestres em relação ao bem estar de humanos (Ornitologia Econômica). Estudos de hábitos alimentares - temática dos primeiros nutricionistas. (continua a ser a maior porcentagem de todas as pesquisas sobre nutrição de animais silvestres). Ciência da Nutrição surgiu com Lavoisier no século XVIII (1743 - 1794), quando considerava-se que todos os alimentos mantinham um princípio nutritivo vital e único. ESTUDOS EM NUTRIÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES (%) 0 20 40 60 80 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 E st u d o s (% ) Anos Hábitos alimentares Manejo nutricional Energia e proteína Minerais, vitaminas e água Charles T. Robbins, 1992 PROGRAMAS NUTRICIONAIS SÃO BASEADOS EM: Simulação da dieta no habitat natural (deve-se lembrar que o animal no ambiente natural gasta grande parte do tempo e energia em busca de comida ou fugindo de predadores, fato que não ocorre em cativeiro). Requisitos de animais domésticos com características anatômicas e fisiológicas semelhantes (pouco conhecimento com relação aos requisitos nutricionais da grande maioria dos animais silvestres) - melhoramento. Dificuldades nas pesquisas: •Poucos espécimes; •Ensaios nutricionais não podem ser com técnicas de sacrifício; •Fator de estresse e mudanças de hábitos alimentares em cativeiro. Digestibilidade aparente e verdadeira (%) da matéria seca (MS) e da matéria orgânica (MO) dos alimentos avaliados MS MO MS MO Semente de Girassol 84,43 ab 86,01 ab 88,96 ab 90,13 ab Aveia 77,51 b 79,01 b 83,81 b 83,77 b Gema de ovo 86,52 ab 87,46 ab 95,72 a 95,14 a Ovo Integral 81,91 b 82,92 b 87,67 ab 87,33 ab Clara de ovo 47,19 de 48,49 de 51,04 de 51,14 de Germe de trigo 52,70 cd 55,33 cd 55,87 cd 57,23 cd Farelo de trigo 39,87 e 41,41 e 41,51 f 41,88 f Fubá de milho 78,80 b 80,11 a1 85,29 b 84,97 b Milho gelatinizado 91,83 a 92,39 a 95,77 a 94,96 a Farelo de girassol 27,17 f 27,12 f 29,00 g 27,88 g Levedura 52,49 cd 54,42 cd 55,27 cd 56,00 cd Polpa cítrica 21,23 f 22,60 f 23,46 g 23,63 g Mamão 82,90 ab 82,84 b 87,48 ab 86,20 b Banana 76,94 b 79,36 b 82,44 b 83,45 b Farelo de soja 39,82 e 42,31 e 45,14 ef 46,27 ef Soja micronizada 56,70 c 58,71 c 61,67 c 62,43 c Digestibilidade verdadeira Alimentos Digestibilidade aparente Importância: Formular baseado em parâmetros qualitativos (digestibilidade, p.ex.) Aminoácidos Ração extrusada Ração peletizada Ração extrusada Ração de cães SP Rações de cães E Semente de girassol Ácido aspártico 92.26a 79.97 b 81.64 b 94.56 a 67.83 c 97.73 a Ácido Glutâmico 88.70 c 85.81 c 75.67 d 92.66 b 79.10 d 98.37 a Serina 87.31 b 87.94 b 70.26 c 88.84 b 73.55 c 97.35 a Glicina 73.60 b 60.47 c 75.00 b 95.27 a 56.26 c 91.82 a Histidina 73.89 b 49.71 c 68.12 b 89.14 a 47.20 c 89.01 a Arginina 67.58 b 73.52 b 69.28 b 86.86 a 59.60 c 93.74 a Treonina 78.24 d 82.65 c 66.02 e 90.42 b 74.77 d 95.62 a Alanina 84.69 b 82.14 b 75.05 c 86.86 b 73.96 c 95.44 a Prolina 81.09 b 89.36 a 67.55 d 88.30 a 75.70 c 80.66 b Tirosina 72.72 b 79.87 a 66.78 b 81.04 a 71.75 b 85.53 a Valina 83.69 b 78.17 c 78.72 c 88.78 b 66.51 d 97.67 a metionina 75.44 b 83.53 b 75.09 b 78.30 b 70.54 b 94.59 a Isoleucina 90.57 b 59.68 c 87.60 b 87.53 b 60.67 c 97.22 a Leucina 97.17 a 82.89 b 87.91 b 93.98 a 48.33 c 97.22 a Cistina 68.61 b 91.75 a 93.18 a 86.89 a 76.46 b 89.67 a Fenilalanina 84.92 b 84.42 b 80.41 b 95.40 a 64.47 c 80.54 b Lisina 92.72 a 86.96 a 85.34 a 89.31 a 67.35 b 88.17 a Total 81.95b 78.76 c 76.68 c 89.07 a 66.71 d 92.37 a Coeficientes de biodisponibilidade (%) dos aminoácidos encontrados nos alimentos testados. CRITÉRIOS BÁSICOS PARA FORMULAÇÃO DE DIETAS EM ZOOLÓGICOS E CRIADOUROS Anatomia do Trato Gastrointestinal; Ecologia da Alimentação; Conteúdo Nutricional dos Alimentos; Requisitos Nutricionais; Ingredientes Disponíveis; Fatores Zootécnicos; Fatores Econômicos. Psitacídeos Passeriformes Mínimo Máximo Mínimo Máximo Energia Bruta, kcal/kg 3200 4200 3500 4500 Proteína Total, % 12,0 14,0 Ácido Linoléico, % 1,0 1,0 Aminoácidos: Arginina, % 0,65 0,75 Lisina, % 0,65 0,75 Metionina, % 0,30 0,35 Metionina + cistina, % 0,50 0,58 Treonina, % 0,40 0,46 Vitaminas: Vitamina A UI/kg 8000 8000 Vitamina D3, UI/kg 500 2000 1000 2500 Vitamina E, ppm 50 50 Vitamina K, ppm 1 1 Biotina, ppm 0,25 0,25 Colina, ppm 1500 1500 Ácido Fólico, ppm 1,5 1,5 Niacina, ppm 50 50 Ácido Pantotênico, ppm 20 20 Piridoxina, ppm 6 6 Riboflavina, ppm 6 6 Tiamina, ppm 4 4 Vitamina B12, ppm 0,1 0,01 Macroelementos Minerais: Cálcio, % 0,30 1,20 0,50 1,20 Fósforo, % 0,30 0,50 Cálcio: Fósforo total 1:1 2:1 1:1 2:1 Cloro, % 0,12 0,12 Magnésio, ppm 600 600 Potássio, % 0,40 0,40 Sódio, % 0,12 0,12 Microelementos Minerais: Cobre, ppm 8 8 Iodo, ppm 0,40 0,40 Ferro, ppm 80 80 Manganês, ppm 65 65 Selênio, ppm 0,10 0,10 Zinco, ppm 50 50 Recomendações de nutrientes para pássaros de companhia e exóticos AAFCO (1998) Balanço de nitrogênio (gramas de nitrogênio retido) por ave/dia das dietas experimentais -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Proteína Bruta (% da MN) B a la n ç o d e N ( g ) Regres s ão quadrática geral - BN Y= -1,78+0,22X -0,006X2 e R2 = 0,87 Nível de 2400 Kcal EM - Co ns umo de EMVn - P 0,75 Regres s ão quadrática: Y= -3,92 + 0,47X - 0,013X2 e R2 =0,94 Nível de 2700 Kcal EM - Co ns umo de EMVn - P 0,75 Regres s ão quadrática: : Y= -0,9 -0,12X-0,003X2 e R2 = 0,40 Nível de 3000 Kcal EM - Co ns umo de EMVn - P 0,75 Regres s ão quadrática: : Y= -0,27 +0,033X -0,000156X2 e R2 = 1,00 ASPECTOS PRÁTICOS DO MANEJO ALIMENTAR Hábito Alimentar - Fisiologia Digestiva: Aves carnívoras, frugívoras, granívoras, insetívoras, mistas; Répteis carnívoros, herbívoros, onívoros; Mamíferos carnívoros, herbívoros monogástricos, herbívoros poligástricos ruminantes e não ruminantes, onívoros; Girafa – Elefante; Alimentação com presas vivas (vertebrados e invertebrados), importância e composição nutricional; Espécies susceptíveis ao tédio alimentar (variação da composição alimentar com manutenção da composição nutricional); Dieta de animais recém-chegados (dieta anterior X adaptação a nova dieta); Suplementação (?) - Ca, P, Vit. A, Vit. D ...; Avaliação de dietas. METABOLISMO BASAL E PESO METABÓLICO •Metabolismo basal - é o valor mensurado quando um animal encontra-se quieto, inativo, não digerindo qualquer alimento, sem sofrer qualquer tipo de estresse e mantido sob temperatura ambiental ótima para a espécie (KLEIBER, 1932). •O metabolismo basal esta relacionado com perdas de energia radiante através da pele, portanto com superfície corporal. Esta, por sua vez, relaciona-se com peso vivo. •Desta maneira, tentou-se relacionar o ganho corporal às necessidades energéticas do animal, através de modelos matemáticos. y = a .Xb Onde: X = peso vivo b = 0,75(constante) a = valor variável de acordo com a produção ou trabalho exercido pelo animal ENERGIA METABOLIZÁVEL POR UNIDADE DE PESO METABÓLICO Grupo: K C Passeriformes 129 42 Não Passeriformes 78 40 Mamíferos Placentários 70 37 Marsupiais 49 35 Répteis 10 37 Todas as espécies são classificadas em um dos cinco grupos, denominados grupos de energia de Hainsworth. ENERGIA METABOLIZÁVEL POR UNIDADE DE PESO METABÓLICO PARA RÉPTEIS Espécies: Taxa Metabólica C Média Geral 32 (PV 0,77) 30 Lagartos 28 (PV 0,83) 30 Lagartos 48 (PV 0,82) 37 Cobras 32 (PV 0,76) 30 Tartarugas 32 (PV 0,86) 30 •Quadrado de Pearson (ou método do quadrado) e suas variantes; •Processos algébricose suas variantes; •Tentativa e erro; técnica do ajustamento; •Rações de custo mínimo, cálculo por computador. MÉTODOS MATEMÁTICOS Obrigado e-mail: saadzoo@dzo.ufla.br TABELAS DE REQUISITOS: Para simplificação de manuseio, os requisitos de nutrientes dos animais são apresentados em tabelas. Estas podem se apresentar de duas maneiras: REQUISITO é o mínimo necessário para a manutenção da saúde e do bom desempenho dos animais; RECOMENDAÇÃO, além do mínimo necessário, dá uma margem de segurança baseada na variação individual entre animais e na experiência prática acumulada por técnicos, criadores e indústrias de rações. Por isso, novas recomendações nutricionais são publicadas periodicamente, com o objetivo de ajustá-las aos novos conhecimentos. GRUPO Manutenção Crescimento Reprodução Mamíferos 2 X TMB 3-4 X TMB 4-6 X TMB Marsupiais 0,75 (2 X TMB) 0,75 (3 X TMB) ------ Aves Não Passeriformes 2 X TMB ------ ------ Aves Passeriformes 1,5 (2 X TMB) ------ ------ Répteis 0,15 X TMB ------ ------ FORMULAÇÃO DE DIETAS (Dietas Completas) Rações Comercias Específicas; Rações Comerciais Para Domésticos; Hortifrutigranjeiros; Volumosos (gramíneas & leguminosas); Alimentos Alternativos; Subprodutos Curva de crescimento (g) de Jandaia Sol (Aratinga jandaya ) em função da idade (dias) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Idade (dias) P e so ( g ) Valores estimados pelo modelo: P = Pf / (1+B*(exp(-kt))) onde Pf= 139, 92; B =51,58 e k=0,14 R2= 0,90 Valores Observados: 15 aves Curva de crescimento (g) de Jandaia Mineira (Aratinga auricapilla ) em função da idade (dias) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Idade (dias) P e so ( g ) Valores estimados pelo modelo: P = Pf / (1+B*(exp(-kt))) onde Pf= 154,53; B =95,86 e k=0,153 R2= 0,98 Valores Observados: 2 aves Curva de crescimento (g) de Papagaios Verdadeiros (Amazona aestiva ) em função da idade (dias) 0 50 100 150 200 250 300 350 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Idade (dias) P e so ( g ) Valores estimados pelo modelo: P = Pf / (1+B*(exp(-kt))) onde Pf= 319,35; B =52,03 e k=0,13 R2= 0,91 Valores Observados: 8 aves MANUAL DE NUTRICION Y DIETAS PARA ANIMALES SILVESTRES EN CAUTIVERIO (EJEMPLOS PARA ANIMALES DE AMERICA LATINA) Editado por Ellen S. Dierenfeld, Wildlife Conservation Society Bronx, NY y Wendy S. Graffam, Wildlife Conservation Society Bronx, NY Versión, 1996 Materia Seca Humedad % MS % EM 1 Kcal EM 1 Kcal/g Proteína Cruda % Cenizas % FDN % Grasa % Ca % P % Vit A 2 IU/kg Vit E mg/kg MANZANA 84.8 15.2 58 3.68 1.2 1.6 12.7 2.2 0.05 0.04 5636 54.6 BANANA 74.0 26.0 92 3.54 4.0 3.1 6.6 0.7 0.02 0.08 7485 10.5 CANTALOUPE 92.0 8.0 26 3.28 8.8 10.0 - 1.2 0.06 0.08 425600 18.3 GRANADILLA 72.8 27.2 100 3.67 8.2 2.9 - 2.7 0.04 0.25 25710 - UVA 81.1 18.9 68 3.60 3.6 2.5 - 1.5 0.10 0.11 7937 - GUAYAVA 86.1 13.9 50 3.60 5.9 4.3 - 5.9 0.14 0.18 20160 - MANGO 81.6 78.4 65 3.55 2.8 2.7 5.9 1.5 0.06 0.06 261500 65.3 NARANJA 85.7 13.3 47 3.36 7.2 3.4 20.1 0.9 0.31 0.11 - 18.5 PAPAYA 87.9 12.1 40 3.31 4.3 4.5 - 0.7 0.17 0.14 144600 - DURAZNO 87.7 12.3 43 3.46 5.7 3.7 5.0 0.8 0.05 0.10 108100 - PERA 84.3 15.7 61 3.89 3.0 2.1 15.5 1.9 0.06 0.10 1274 27.4 PIÑA 86.5 13.5 49 3.63 8.9 2.1 11.4 3.2 0.05 0.05 5185 7.4 PLATANO 65.4 34.6 121 3.76 3.8 3.4 - 1.1 0.01 0.08 28870 8.7 POMAROSA 84.5 15.5 56 3.61 3.9 2.6 - 1.9 0.19 0.10 8387 - ZAPOTE 65.0 35.0 125 3.57 5.1 3.1 - 1.7 0.11 0.08 11710 - SANDIA 91.5 8.5 32 3.77 7.3 3.1 2.4 5.1 0.09 0.11 69410 - Porcentaje de nutrientes en frutas - MANUAL DE NUTRICION Y DIETAS O uso do peso metabólico permite comparações entre animais de pesos e tamanhos diferentes e mesmo entre espécies diferentes. A taxa metabólica basal para a maioria dos mamíferos placentários é: 70 kcal PV0,75 Esta taxa pode sofrer variações de acordo com as espécies, por exemplo; roedores e carnívoros desérticos apresentam taxas menores, enquanto que mamíferos marinhos, mustelídeos e lagomorfas apresentam taxas maiores.
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