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1 GERENCIAMENTO DE PROJETOS EDUCACIONAIS NO ENSINO 2 Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 Projetos Educacionais ..................................................................................... 5 Superação da visão disciplinar ........................................................................ 9 Objetivos dos projetos educacionais ............................................................. 13 Projetos educacionais no ensino ................................................................... 15 A Pedagogia de Projetos ............................................................................... 25 A importância do Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais ............ 28 Como elaborar e gerenciar um projeto pedagógico ....................................... 31 Metodologias ativas de aprendizagem: três exemplos práticos para começar a implementar ............................................................................................................. 35 CONCLUSÃO ................................................................................................ 40 REFERENCIAS ............................................................................................. 42 3 FACUMINAS A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO No projeto de ensino, o professor é o elemento principal do processo de ensino aprendizagem. Nele, o professor determina o que pode ser ensinado e pesquisado com a intenção e função da promoção da aprendizagem. Em muitas instituições, o plano de ensino também é chamado de Plano de Ensino o que, segundo Vasconcelos, 2002, página 136, é a sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade. Pode ser anual ou semestral, dependendo da modalidade em que a disciplina é oferecida. Os projetos de ensino trazem ao professor a possibilidade de monitorar e avaliar seu trabalho, pois é essencial o acompanhamento da implementação ao encerramento. Ao elaborar um trabalho com projetos, busca-se superar as práticas habituais, monótonas, descontextualizadas do processo educacional por uma prática mais dinâmica, prazerosa e contextualizada, proporcionando situações de aprendizagem em que os alunos aprendam fazer errando, acertando, pesquisando, levantando hipóteses, experimentando, investigando, refletindo, construindo, intervindo, concluindo com conteúdosdiversificados, contextualizados, gerando situações de aprendizagem reais e significativas, trabalhando os conteúdos de forma interdisciplinar e contextualizada. O objetivo geral do gerenciamento de projetos e definir, analisa, avaliar, etc., visando a aquisição da aprendizagem, proporcionando ao aluno posicionar-se de maneira crítica, reflexiva e construtiva, frente à escola, família e sociedade, utilizando as informações e conhecimentos adquiridos e produzidos como forma de resolver problemas. 5 Projetos Educacionais Um dos marcos da evolução dos seres humanos e de uma sociedade é a sua capacidade de planejar, pensar adiante, prever seu futuro para melhorá-lo. Em outras palavras, sua capacidade de se projetar. A origem da ideia projeto é “lançar-se adiante”. A sociedade de projetos que vem se configurando nos últimos anos exige cidadãos que observem sistematicamente os fatos, pesquisem os que os dados diz e façam analises cuidadosas da realidade. Assim, os projetos educacionais surgiram dos mesmos princípios do método de solução de problemas. Por isso ambos se assemelham. A diferença entre eles consiste no seguinte: o método de solução de problemas tem principalmente um caráter intelectual, enquanto que o projeto é mais amplo e vital, pois nele intervém todo tipo de atividades (manuais, intelectuais, estéticas, sociais). Todo projeto é um problema, mas nem todo problema é um projeto. https://www.coladaweb.com/pedagogia/pestalozzi 6 João Pestalozzi e pese Friedrich Froebel, século XVIII, apontam a necessidade de uma educação voltada para os interesses e necessidades infantis. Ferrière e Krupskaia e em seguida Makarenko realizam experiências com projetos educacionais integrados no início do século XX. Montessori e Decroly, a partir defendem os temas lúdicos e o ensino ativo. Maria Montessori aponta a necessidade da atividade livre e da estimulação sensório- motora e Ovide Decroly sugere a aprendizagem globalizadora em torno dos centros de interesse. John Dewey, filósofo e pedagogo norte-americano e William Heard Kilpatrick, pedagogo norte-americano na década de 20, acentuam a preocupação de tornar o espaço escolar um espaço vivo e aberto ao real. Dewey valoriza a experiência e considera que a educação tem função social e deve promover o sujeito de forma integrada, principalmente valendo-se da arte. Célestin Freinet, pedagogo francês, na década de 30 propôs a valorização do trabalho e da atividade em grupo para estimular a cooperação, a iniciativa e a participação. John Dewey, professor de Filosofia e de Psicologia na Universidade de Chicago (1984), criou uma “escola laboratório” para crianças, na qual pôs em prática suas técnicas educativas. Em vez do clima autoritário tradicional, induziu o compromisso livre e a democracia. A criança não vem para a escola para adquirir conhecimentos que lhe servirão, quem sabe, mais tarde. Ela vem para a escola para resolver os seus problemas que enfrenta no seu meio ambiente. O professor é um guia, que o aconselha e o ajuda, como um colega mais experiente. Dewey procura fazer com que a criança atue em vez de ouvir, que faça seus próprios experimentos em vez de aceitar sem espírito crítico as informações recebidas. Os trabalhos com as crianças não podem ser unicamente verbais, sem fim preciso. Pelo contrário, devem estar orientados para um fim prático e bem definido, para a realização de um projeto educacional pessoal livremente escolhido: construir um brinquedo, fazer objetos de cerâmica ou dramatizar uma situação. https://www.coladaweb.com/pedagogia/aprendizagem-conceitos-e-caracteristicas https://www.coladaweb.com/pedagogia/jonh-dewey 7 Na virada do século XIX para o XX, encontramos um movimento educacional muito importante, denominado Escola Nova. Esse movimento uniu os educadores de vários pontos da Europa e da América do Norte, e aos poucos, foi estendendo-se por vários continentes. Os fundadores da Escola Nova, como Ovide Decroly (1871-1932), Maria Montessori (18710-1952) e John Dewey (1859-1932), fizeram crítica à Escola Tradicional, problematizando a função social da escola, o papeldo professor, do aluno e a oraganização do trabalho pedagógico. Desde o início, a tentativa de implementar uma nova forma educativa encontrou entraves, um deles foi o fato de a concepção tradicional de programa escolar ser uma lista interminável de conteúdos fragmentados, obrigatórios, uniformes, previamente definidos e autoritariamente cobrados, em seguida, a necessidade de prever o período de duração dos projetos antes mesmo de sua implementação. A dificuldade de superar tais dificuldades acabou gerando um novo modo de organizar o ensino – as unidades de ensino, que foram muito divulgadas na educação 8 brasileira. Porém, esse processo de adequação fez com que elementos importantes relacionados aos projetos fossem esquecidos e interpretados equivocadamente. É importante lembrar que, historicamente os projetos educacionais foram construídos com o objetivo de inovar, de romper a apatia da escola tradicional e que seus criadores tinham as convicções dos pioneiros, ou seja, o compromisso com a transformação da realidade, o desejo e a coragem de assumir o risco de adotar uma inovação e a convicção de que era preciso criar uma nova postura profissional. Face a isto, o trabalho com projetos incluem considerar o contexto sócio- histórico e não apenas o ambiente imediato, o conhecimento das características dos grupos de alunos envolvidos e a atenção às temáticas contemporâneas e pertinentes à vida das crianças. Segundo Hernández: “Nessa concepção considera-se que, na cultura contemporânea, uma questão fundamental para que o indivíduo possa compreender o mundo no qual vive é que saiba como acessar, analisar e interpretar a informação. Na educação escolar (desde a escola infantil até́ a universidade), supõe-se que se deva facilitar esse processo (que começa e nunca termina), pois sempre podemos ter acesso a formas mais complexas de dar significado à informação. E isso nos leva a formas mais elaboradas e relacionais de conhecimento da realidade e de nós mesmos.” (1998 p.31). No Brasil, Paulo Freire (1921-1997), considerado um dos grandes pedagogos da atualidade, é destaque com a introdução do debate político e da realidade sociocultural no processo escolar com a educação libertadora e os chamados temas geradores, que são assuntos que centralizam o processo educativo. Jurgo Torres Santomé, professor catedrático de Didática e Organização Escolar da Universidade de Corunha, na Espanha e Fernando Hernández, pesquisador espanhol da Universidade de Barcelona, na década de 90 e século XXI, entendem que a complexidade do projeto educativo deve ser abordado por um enfoque globalizador no qual a interdisciplinaridade está presente. https://www.coladaweb.com/biografias/paulo-freire 9 Miguel Arroyo defende a presença na escola de temas emergentes, de um currículo plural e aponta a necessidade de considerar as questões e problemas enfrentados pelos homens e mulheres de nosso tempo como objeto de conhecimento. “O aprendizado e vivência das diversidades de raça, gênero, classe, a relação com o meio ambiente, a vivência equilibrada da afetividade e sexualidade, o respeito à diversidade cultural, entre outros, são temas cruciais com que, hoje, todos nós nos deparamos e, como tal, não podem ser desconsiderados pela escola”. (Arroyo, 1994, p.31). A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB, também conhecida como Lei Darcy Ribeiro abre caminhos para inovações, não obriga nem garante, porém facilita e oportuniza práticas inovadoras dos educadores em relação à ação educativa realizada no cotidiano escolar. Assim os projetos escolares construídos permitem articular áreas de conhecimento, analisar problemas sociais e existenciais, contribuindo efetivamente para a solução por meio da prática concreta dos educadores e da comunidade escolar como um todo. Enfim, sob este contexto, percebe-se a necessidade de envolver os profissionais da educação na discussão e na criação de projetos que tratem de questões sociais relevantes. Superação da visão disciplinar Por muitos anos a crença na supremacia da ciência foi responsável pela cisão entre as disciplinas, dando origem à visão disciplinar e disciplinada que ainda mantemos. Mudanças radicais na maneira do homem conceber a si mesmo, à realidade e ao mundo que o cercava consolidou a ciência como sendo a verdade 10 absoluta em detrimento da filosofia, da Arte e da Religião, gerando um processo de divisão cada vez maior do conhecimento em inúmeras disciplinas científicas. Hernández e Paulo Freire defendem a ideia de que o aluno aprende participando, tomando atitudes diante dos fatos, investigando, construindo novos conceitos e informações, e selecionando os procedimentos apropriados quando diante da necessidade de resolver problemas. 11 12 As práticas escolares tradicionais possuem duas características que descrevem perfeitamente o modelo, primeira está ligada essencialmente aos modelos dominantes de construção do conhecimento, onde delimitação, parâmetros e coerência são os focos centrais, já a segunda está relacionada aos procedimentos adotados, ou seja, o conhecimento é livresco, tratado como transmissão unidirecional, através da exposição oral, da leitura linear, da repetição e da memorização. Porém ao conceber o espaço escolar como um espaço destinado a embates ou discussões e acreditar que o fazer pedagógico é uma ação de política cultural, pode-se defender a ideia que a escola é um local privilegiado para a ampliação das habilidades e capacidades humanas, de modo a contribuir para que os diferentes indivíduos que nela desempenham seus papéis sociais possam elaborar suas intervenções na formação de suas próprias cidadanias. Os projetos educacionais referem-se a uma lógica educativa bastante diferenciada do que se vem fazendo na maioria dos processos educativos. Mudar a lógica educativa significa romper com tradições, apresentando propostas de ruptura, romper com a desarticulação entre os conhecimentos escolares e a vida real, com a fragmentação dos conteúdos e disciplinas escolares. Mais do que uma técnica atraente para transmissão de conteúdos, a proposta de trabalho com projetos promove uma mudança na maneira de pensar e repensar e escola e o currículo na prática pedagógica. Assim, dimensionar o currículo escolar por projetos de trabalho significa uma ruptura com o modelo fragmentado de educação. 13 Objetivos dos projetos educacionais O trabalho com projetos gera a atividade coletiva e cooperativa, permitindo ao aluno vivenciar múltiplas relações com o exterior a afirmar-se vivenciando a experiência positiva do confronto com os outros e da solidariedade; não depender das escolhas dos adultos, decidir e comprometer-se após a escolha, planejar suas ações, assumir responsabilidades, ser agente de seus aprendizados, produzindo algo com sentido. Permitindo assim que a criança construa e dê sentido à sua criatividade de aluno, proporcionar ao aluno uma situação autêntica de vivência e experiência, estimular o pensamento crítico, desenvolver a capacidade de observação para melhor utilizar informações e conhecimentos, valorizar a necessidade de cooperação, dar oportunidade ao aluno para que comprove suas ideias, por meio da aplicação das mesmas, estimular a iniciativa, a autoconfiança e o senso de responsabilidade. 14 ETAPAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO EDUCACIONAL Para a construção de um projeto são seguidas algumas etapas, não havendo modelo único para sua elaboração: objetivos, metas, planejamento, rotas, investigações, levantamentode hipóteses, execução, replanejamento, depurações, apresentação, avaliações, seleção ou elaboração de um projeto pelo professor, 15 planejamento dos detalhes, coleta de informações e seleção de materiais necessários para a execução das diversas fases do projeto educacional. Algumas características da aprendizagem significativa: amplia o conhecimento de uma pessoa referente a conceitos relacionados, favorece que a informação aprendida seja retida por mais tempo, facilita a aprendizagem futura. Trabalhando a interdisciplinaridade através de técnicas inovadoras, buscando a vida cooperativa e a aprendizagem, sugestões de atividades de como apresentar e desenvolver situações pedagógicas. “A atividade do sujeito aprendiz é determinante na construção de seu saber operatório. Ele nunca está sozinho, isolado. Ele age em integração com os meios ao seu redor.” (Josette Jolibert) Projetos educacionais no ensino Quando bem planejada e executada, a gestão de projetos educacionais auxilia nos mais diversos objetivos, como por exemplo: Introdução de um novo método de ensino ou de nova tecnologia; Projetos de capacitação dos professores e do time de atendimento; Alterações no sistema de avaliação. Portanto, uma boa gestão de projetos educacionais leva em conta prazos, objetivos, limite de recursos, complexidade, mudanças organizacionais e outros itens que podem influenciar a execução e o resultado do projeto. Sendo assim, muitos dos frutos obtidos com projetos educacionais dificilmente seriam alcançados somente com os ajustes na rotina das escolas Segue alguns exemplos de projetos implementados em escolas no brasil. 16 1. Bons exemplos (Stock.Xchange) São Paulo - Ranking após ranking, o brasileiro é lembrado que a educação anda a passos lentos no país. Se, finalmente, todas as crianças entram na escola, o desafio agora é evitar que elas desistam e abandonem os estudos no meio do caminho. De acordo com dados do Censo Escolar, 1,3 milhão de crianças e adolescentes em todo o Brasil deixaram as salas de aula durante o ano letivo de 2013. Contra a evasão, professores de todo o país se desdobram para tornar suas aulas mais atraentes e mais conectadas com o dia a dia de seus alunos, com o obejtivo de mantê-los interessados. É o caso dos 10 professores que desenvolveram os projetos apresentados nesta reportagem. Eles são os vencedores do prêmio Educador Nota 10 deste ano, realizado pela Fundação Victor Civita. São trabalhos desenvolvidos na Educação Infantil e do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, de diversas disciplinas e em diversas regiões do país. Usando assuntos do dia a dia dos alunos e elementos lúdicos, os projetos se destacam pela criatividade com que os temas foram abordados - e, claro, pelos bons resultados alcançados. Além disso, chama a atenção o fato de http://www.exame.com.br/topicos/educacao-no-brasil http://www.exame.com.br/topicos/escolas https://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-estados-em-que-os-alunos-mais-abandonam-a-escola https://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-estados-em-que-os-alunos-mais-abandonam-a-escola 17 que, entre as 10 escolas vencedoras, só uma ser privada. Veja nas fotos o que faz destes projetos exemplos para a educação brasileira. 2. "O povo conta" - EE Padre Paulo (MG) (Divulgação/ Fundação Victor Civita) Projeto: “O povo conta” Escola: Escola Estadual Padre Paulo Cidade: Santo Antônio do Monte - MG No projeto "O povo conta", desevolvido pela professora Ana Cláudia Santos, alunos do 6º ano da escola estadual Padre Paulo, em Santo Antônio do Monte (MG), trabalharam a produção de contos populares em verso e prosa. Depois da professora apresentar vários textos da tradição oral, os estudantes foram incumbidos da tarefa de pesquisar com familiares causos e contos orais tradicionais da região. O objetivo era discutir as diferenças entre a fala e a escrita. Para coroar o trabalho, as histórias descobertas pelos alunos foram reescritas para serem publicadas em um e-book no formato de coletânea. 18 3. Os guardiões dos sambaquis - EM Professora Maria Regina Leal (SC) (Divulgação/ Fundação Victor Civita) Projeto: "Os guardiões dos sambaquis" Escola: Escola Municipal Professora Maria Regina Leal Cidade: Joinville – SC A professora Angela Maria Vieira abordou o tema de história antiga brasileira através do estudo dos sambaquis (sítios arqueológicos em que se encontram restos de conchas, ossos, objetos de pedra e cerâmica, entre outros) da região próxima à escola, no litoral de Joinville. Ali estão catalogados quatro sambaquis considerados patrimônios arqueológicos mas que estão total ou parcialmente destruídos por conta da pavimentação, da exploração imobiliária e do uso das conchas para a fabricação de cal. A professora fez, então, uma parceria com a equipe do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joiville, que ajudou a aprofundar o estudo com as crianças. Ao final, um material de conscientização foi organizado para divulgar para a população sobre a preservação desses locais. 19 4. Escrevendo com lenga-lenga - EE Professora Laila Galep Sacker (SP) (Divulgação/ Fundação Victor Civita) Projeto: “Escrevendo com lenga-lenga” Escola: Escola Estadual Professora Laila Galep Sacker Cidade: Sorocaba – SP Para ajudar no processo de alfabetização de seus alunos do 1º ano e aproximá-los do processo de construção de um texto, a professora Mara Elizabeth Mansani, escolheu os lenga-lengas - textos de frases curtas, rimadas e com repetições de palavras. Depois de serem apresentados a esse tipo de texto, foi a vez das crianças escreverem, em pequenos grupos, suas próprias lenga-lengas. O trabalho culminou na publicação das composições ilustradas em livros. 5. O de dentro e o de fora: o desenho como expressão - EM Valéria Junqueira Paduan (MG) 20 (Divulgação/ Fundação Victor Civita) Projeto: “O de dentro e o de fora: o desenho como expressão” Escola: Escola Municipal Valéria Junqueira Paduan Cidade: Santa Rita do Sapucaí – MG A professora de Artes Maria da Paz Melo achava que seus alunos do 4º ano faziam desenhos fracos, então, fez a eles uma proposta: "faça um desenho como você vê dentro da sua cabeça e não se preocupe se ficar diferente. A intenção é que ele tenha a sua cara.” Tendo a ideia de ampliar as referências das crianças, a professora incentivou que os alunos usassem toda a diversidade que uma escola rural pode ter a seu dispor, como troncos, pedras, galhos e folhas. Maria da Paz fez com os alunos fizessem esculturas e desenhos delas mesmos de vários ângulos. Ensinou também a passar para o papel as sombras feitas pelos galhos. O resultado foi uma turma mais livre artisticamente e desenhos mais bonitos. 21 6. Construções no plano cartesiano - Colégio Estadual do Ensino Médio e Fundamental do Vale do Saber (PR) (Divulgação/ Fundação Victor Civita) Projeto: “Construções no plano cartesiano” Escola: Colégio Estadual do Ensino Médio e Fundamental do Vale do Saber Cidade: Apucarana - PR Para desenvolver o conteúdo de geometria analítica no 8º ano, a professora Marlene Garcia Alves criou uma proposta didática para a turma aprender a localizar coordenadas nos mapas geográficos e pares ordenados no plano cartesiano. Inicialmente, os alunos desenharam figuras geométricas simples e depois passaram a usar o plano cartesiano para construir fachadas das casas. Nessa etapa, os alunos trabalharam com autonomia, apresentando construções com aspectos artísticos, que, depois, foram exibidos em uma mostra cultural. 22 7. Desastre natural: informar para prevenir - EM CAIC (SP) (Divulgação/ Fundação Victor Civita) Projeto: “Desastre natural: informar para prevenir” Escola: Escola Municipal CAIC Cidade:Lorena - SP Com objetivo de ampliar as noções que a turma do 8º ano tinha sobre desastres naturais, a professora Monique Godoi Gomes Lescura criou diversas atividades que tematizaram a caracterização, tipologia e distribuição espacial destes fenômenos. Os alunos realizaram pesquisas de campo e na internet, incluindo registros fotográficos, seminários, produções de texto e análises de gráficos. Os estudantes também visitaram o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para conhecer o uso de geotecnologias na previsão e monitoramento de desastres naturais. 23 8. Baía da Babitonga: nosso berçário natural - Centro de Educação Infantil Odorico Fortunato (SC) (Divulgação/ Fundação Victor Civita) Projeto: “Baía da Babitonga: nosso berçário natural” Escola: Centro de Educação Infantil Odorico Fortunato Cidade: Joinville - SC Com um manguezal vizinho à escola em que leciona, em uma região da periferia de Joinville, a professora Paula Aparecida Sestari resolveu falar sobre este ecossistema com seus alunos da pré-escola. Através de conversas, leituras, observações, construções tridimensionais e de vivências, as crianças foram entendendo mais sobre o mangue. A turma também assistiu a vídeos, fez pesquisas sobre a região, fez diversas visitas de campo e montou uma maquete do manguezal. Por fim, com a colaboração da comunidade e a pedido da classe foi construído um “observatório” para que todos pudessem observar o manguezal do pátio da escola. A professora Paula foi escolhida a Educadora do Ano pela Fundação Victor Civita pelo projeto Baía Babitonga. 24 9. As mil e uma noites - E.M.E.F. Fabiano Alves de Freitas (SP) (Divulgação/ Fundação Victor Civita) Projeto: “As mil e uma noites” Escola: E.M.E.F. Fabiano Alves de Freitas Cidade: Ituverava - SP A professora Renata Maria Pontes Cabral de Medeiros organizou um trabalho sistematizado de leitura com o 4º ano para ampliar o repertório da classe sobre o gênero de aventura. Para isso, foram realizadas várias atividades de escrita: coletivas, em duplas e depois textos individuais. Durante todo o processo, a educadora reforçou a necessidade de se planejar o conteúdo e a forma de um texto antes de escrevê-lo e também promoveu a análise da escrita e fez revisões para aprimorar a produção. No final, as crianças elaboraram contos de aventura, com base nas histórias das Mil e uma Noites. 25 A Pedagogia de Projetos Modernamente, a escola objetiva formar cidadãos autônomos e participativos na sociedade. Para conseguir formar este cidadão, é preciso desenvolver nos alunos a autonomia, a qual deve ser despertada desde a Educação Infantil. A Pedagogia de Projetos encontra-se como um instrumento de fácil operacionalização dentre a gama de possibilidades para atingir tal intento. A Pedagogia de Projetos é uma metodologia de trabalho educacional que tem por objetivo organizar a construção dos conhecimentos em torno de metas previamente definidas, de forma coletiva, entre alunos e professores. O projeto deve ser considerado como um recurso, uma ajuda, uma metodologia de trabalho destinada a dar vida ao conteúdo tornando a escola mais atraente. Significa acabar com o monopólio do professor tradicional que decide e define ele mesmo o conteúdo e as tarefas a serem desenvolvidas, valorizando o que os alunos já sabem ou respeitando o que desejam aprender naquele momento. 26 Na Pedagogia de Projetos, a atividade do sujeito aprendiz é determinante na construção de seu saber operatório e esse sujeito, que nunca está sozinho ou isolado, age em constante interação com os meios ao seu redor. Segundo Paulo Freire "o trabalho do professor é o trabalho do professor com os alunos e não do professor consigo mesmo". O papel do educador, em suas intervenções, é o de estimular, observar e mediar, criando situações de aprendizagem significativa. É fundamental que este saiba produzir perguntas pertinentes que façam os alunos pensarem a respeito do conhecimento que se espera construir, pois uma das tarefas do educador é, não só fazer o aluno pensar, mas acima de tudo, ensiná-lo a pensar certo. O mais importante no trabalho com projetos não é a origem do tema, mas o tratamento dispensado a ele, pois é preciso saber estimular o trabalho a fim de que se torne interesse do grupo e não de alguns alunos ou do professor, só assim o estudo envolverá a todos de maneira ativa e participativa nas diferentes etapas. É importante perceber a criança como um ser em desenvolvimento, com vontade e decisões próprias, cujos conhecimentos, habilidades e atitudes são adquiridos em função de suas experiências, em contato com o meio, e através de uma participação ativa na resolução de problemas e dificuldades. Por isso, ao desenvolver um projeto de trabalho, os educadores devem estar cientes que algumas etapas devem seguidas: A primeira delas é a b>intenção, na qual o professor deve organizar e estabelecer seus objetivos pensando nas necessidades de seus alunos, para posteriormente se instrumentalizar e problematizar o assunto, direcionando a curiosidade dos alunos para a montagem do projeto. Em seguida, a preparação e o planejamento; nesta segunda etapa, planeja-se o desenvolvimento com as atividades principais, as estratégias, a coleta do material de pesquisa, a definição do tempo de duração do projeto, e como será o fechamento do estudo do mesmo. Ainda nesta fase, o professor deve, elaborar com os alunos a diagnose do projeto que consiste em registrar os conhecimentos prévios sobre o tema (o que já sabemos), as dúvidas, questionamentos e curiosidades a respeito do tema (o que queremos saber) e onde pesquisar sobre o tema, objetivando encontrar 27 respostas aos questionamentos anteriores (como descobrir). Essas atividades prestam-se a valorizar o esforço infantil, contribuindo para a formação do autoconceito positivo. Execução ou desenvolvimento; é nesta etapa que ocorre a realização das atividades planejadas, sempre com a participação ativa dos alunos, pois eles são sujeitos da produção do saber e, afinal, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua construção. É interessante realizar, periodicamente, relatórios parciais orais ou escritos a fim de acompanhar o desenvolvimento do tema. E enfim, a apreciação final, na qual é necessário avaliar os trabalhos que foram programados e desenvolvidos, dando sempre oportunidade ao aluno de verbalizar seus sentimentos sobre o desenrolar do projeto, desse modo ao retomar o processo, a turma organiza, constrói saberes e competências, opina, avalia e tira conclusões coletivamente; o que promove crescimento tanto no âmbito cognitivo, quanto no social, afetivo e emocional. É possível a realização de dois ou três projetos concomitantes com bastante proveito, uma vez que podem abranger diversas áreas de conhecimento, o que oportuniza o desenvolvimento da autonomia para solucionar problemas com o espírito de iniciativa e de solidariedade. 28 A importância do Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais O desenvolvimento de atividades baseadas em projetos é uma prática cada vez mais comum em todos os setores do mercado de trabalho e até mesmo no nosso cotidiano. O volume de empreendimentos sob a forma de projetos tem crescido rapidamente e envolve as mais diversas áreas do conhecimento. Na área educacional, este crescimento pode ser verificado em todos os setores dos sistemas educacionais público e privados. O que representa um caminho seguro para a introdução de mudanças e inovações no setor. O ponto positivo do projeto é que os processos decorrentes desta metodologia fornecem estrutura, foco, flexibilidade e controle, dentro de prazos e recursos pré-definidos em busca de um resultado. Olhando a nossa volta, podemosidentificar projetos voltados para as mais variadas finalidades, como, por exemplo, projetos de reforma do sistema educacional em seus diferentes níveis, abrangendo organizações curriculares, conteúdos e métodos; projetos de inclusão de novas tecnologias da informação e comunicação nas escolas e nos processos pedagógicos; projetos dirigidos para a formação e capacitação de professores de nível básico e superior, entre outros. https://blog.ipog.edu.br/desenvolvimento-do-potencial-humano/desenvolvimento-do-potencial-humano-caique/ https://blog.ipog.edu.br/engenharia-e-arquitetura/sustentabilidade-na-arquitetura/ https://blog.ipog.edu.br/engenharia-e-arquitetura/mercado-de-trabalho-para-engenheiros/ https://blog.ipog.edu.br/educacao/o-conhecimento-ascensao-profissional/ https://blog.ipog.edu.br/educacao/gestao-educacional-para-professores-e-importante-para-a-carreira/ https://blog.ipog.edu.br/direito/seguranca-juridica/ https://blog.ipog.edu.br/comunicacao-e-marketing/tendencias-no-direito/ https://blog.ipog.edu.br/engenharia-e-arquitetura/importancia-processos-qualidade-da-obra/ https://blog.ipog.edu.br/engenharia-e-arquitetura/importancia-processos-qualidade-da-obra/ https://blog.ipog.edu.br/engenharia-e-arquitetura/metodologia-bim/ https://blog.ipog.edu.br/tecnologia/sistema-iped-software-usado-pela-policia-federal/ https://blog.ipog.edu.br/wp-content/uploads/2017/05/shutterstock-520698799-89396.jpg 29 O que podemos perceber é que este recurso é um caminho seguro para a introdução de mudanças e inovações nas organizações humanas. Muitos resultados decorrentes de projetos educacionais dificilmente seriam alcançados apenas com a manutenção e ajustes das atividades de rotina. O que é um Projeto? É um empreendimento finito, com objetivos claramente definidos em função de um problema, oportunidade ou interesse de uma pessoa ou organização. É uma sequência de tarefas com um início e um fim que são limitadas pelo tempo, pelos recursos e resultados desejados. Antes de iniciar o projeto e colocar a ‘mão na massa’, é preciso pensar nos seguintes quesitos: Foco – Realização de objetivos específicos Unicidade – Tempo de duração bem definido Finitude – Realização de algo único Riscos – Dimensões de complexidade e incertezas Motivação – Decorrente de problemas, necessidades Limitações – Recursos disponíveis Quais são as fases de um projeto que devem ser seguidas? Os processos de gestão, em geral, consideram a existência de 5 fases, abrangendo todo o percurso, desde a concepção até o encerramento ou conclusão de um determinado empreendimento ou trabalho. 1. Inicialização – Desenvolvimento de visão geral do Projeto Reconhecer que vale a pena efetuar um Projeto, identificando e definindo o problema ou situação geradora. Nessa fase tem de se determinar o que o projeto vai realizar, sendo assim precisa-se definir a sua abrangência. 30 2. Planejamento – Definição de objetivos, resultados esperados, recursos, estimativa de custos, prazos Essa é fase de refinar e detalhar o escopo do Projeto, listar as atividades e tarefas necessárias aos resultados desejados, sequenciar as atividades da maneira mais eficiente possível, definir um cronograma e atribuir recursos a cada atividade programada. 3. Execução – Organização, coordenação e direção de equipes Organizar e coordenar equipes, atribuir tarefas, resolver conflitos e problemas, manter comunicação efetiva com os envolvidos no projeto e garantir o provimento de recursos para realizar o planejamento. 4. Controle – Acompanhamento da execução do projeto Monitorar a execução e identificar desvios em relação ao plano, adotar ações corretivas para manter o curso planejado e adequar recursos disponíveis e/ou abrangência do projeto. 5. Encerramento – Avaliação dos resultados do projeto Na última fase tem que se verificar, analisar e avaliar os resultados alcançados, elaborar relatórios finais, disseminar os resultados, consolidar o aprendizado como projeto e formular novas propostas. Na prática, esses processos não se realizam de forma linear ou sequencial, ou seja, a fase de controle não ocorre somente após a conclusão da fase de execução, são processos que acontecem simultaneamente. Da mesma forma, a fase de planejamento não é interrompida assim que se inicia a fase de execução. Essas interações se devem ao processo gerencial de controle, com suas ações corretivas em função de desvios da execução em relação ao que foi planejado. Eventualmente, as ações de controle são correções no próprio planejamento do projeto, revendo atividades cuja especificação, dimensionamento ou prazos demandam reajustes. 31 Como elaborar e gerenciar um projeto pedagógico Você, educador, ou até pai e mãe de aluno, já deve ter lido ou ouvido falar em expressões, como “projeto Páscoa, projeto Copa do Mundo, projeto Dia das Mães”, e por aí vai. Como tudo o que envolve a palavra “projeto” parece complicado, com certeza se perguntou por que algo assim está sendo desenvolvido na escola em que está inserido. A resposta é simples, assim como o desenvolvimento do próprio projeto. Trata- se da transformação de uma ideia em realidade ao trabalhar temas específicos com toda a comunidade escolar. Isso pode partir de datas comemorativas, eventos importantes, prevenções ou situações cotidianas. 32 O que é necessário para desenvolver um projeto? O primeiro entendimento é que o projeto precisa ser desenvolvido não, apenas, por um professor, mas, por toda a escola. Isso significa que a sua prática exige pesquisa, dedicação e esforço de professores, coordenadores, equipe, alunos e, também, dos pais e familiares. Sendo assim, deve ser pensado coletivamente. A duração de um projeto pode ser de um dia até um ano letivo. Isso depende do seu objetivo. Um projeto do Dia do Circo, por exemplo, pode durar apenas a data específica, mas, algum que envolva a Copa do Mundo tende a se estender por meses, até a realização do Mundial. Justamente por isso, há a possibilidade de andar com um projeto em concomitância com outro. Quer um exemplo? Vejamos um programa que pretenda desenvolver a integração da família com a escola. Ele pode durar o ano letivo inteiro, concorda? Mas, ao longo desse tempo, a comunidade pode inserir projetos paralelos, como Dia das Mães, Dia dos Pais, etc. Como montar um projeto escolar? O projeto escolar funciona como um projeto de pesquisa mesmo, ou seja, precisa ter título (ou tema), duração, justificativa, objetivos (gerais e específicos), culminância, metodologia, avaliação e anexos. Mas, o que colocar em cada tópico? Calma que vamos ver, cada um, a partir de agora! Título/tema Aqui, é onde a ideia, em si, será colocada. É importante criar um título que, de imediato, desperte a atenção da comunidade. Por exemplo, um projeto sobre a Copa do Mundo. Qual dos títulos a seguir chama mais a atenção: “Copa do Mundo” ou “Entrando em campo com a Copa do Mundo”? Uma ideia legal é contar com a participação de todos na criação do tema. Até porque toda a escola estará envolvida, então, nada mais justo que ela, por inteiro, compartilhe do momento de desenvolver o tema do projeto. Lembre-se, também, de criar um projeto sob o ponto de vista interdisciplinar. 33 Duração do projeto O tópico diz respeito ao tempo durante o qual o projeto será desenvolvido. Isso vai depender, justamente, do tema a ser trabalhado. Portanto, pode durar de um dia até todo o ano letivo. Justificativa Por que desenvolver um projeto Dia das Mães? Ou, qual o motivo de iniciar um projeto sobre a Prevenção do Suicídio? Neste ponto, você irá explicar de onde saiu a ideia, porque quer colocá-la em prática, o que fez a escola trabalhar o tema. Para embasamento, pode usar suporte histórico ou literário. Um texto de cinco a dez linhas é suficiente. ObjetivosA maior dúvida é diferenciar os objetivos gerais dos específicos. O objetivo geral é o foco principal do projeto ou seja, o seu mote. Os específicos são aqueles oriundos dele, suas ramificações. Tenha em mente o que a escola pretende alcançar, quais competências desenvolver e o impacto que o projeto gerará. O cuidado que se deve ter é não inserir objetivos demais, pois, pode não dar tempo de realizar todos. O ideal é ter um objetivo geral e, no máximo, quatro objetivos específicos. Exemplo: Projeto Arte na Escola Objetivo geral: compreender a importância do ensino de Artes na Educação Infantil Objetivos específicos: conhecer os diferentes tipos de artes, aprender sobre movimentos artísticos no Brasil, desenvolver atividades artísticas, integrar os alunos em atividades criativas. Culminância É o ponto alto do seu projeto, quer dizer, onde ele termina, sua finalização. O Projeto Copa do Mundo, por exemplo, pode terminar na realização de um torneio envolvendo todas as turmas em diferentes atividades. 34 Metodologia Nada mais do como você vai desenvolver o projeto, que meios irá utilizar ou como trabalhará. A justificativa é por que e a metodologia é como vai trabalhar o projeto. É importante que ela seja colaborativa, integrativa, multidisciplinar e abrangente. Afinal, o intuito é que todos participem, certo? Avaliação Neste tópico, é necessário descrever como os alunos serão avaliados durante o desenvolvimento do projeto. Assim, deverá informar se a avaliação será qualitativa (interesse, participação e interação) ou quantitativa (revisão dos cadernos, apresentações feitas). Anexos Sugestões de atividades que sejam condizentes com o projeto. Especifique quais atividades serão desenvolvidas, em qual período, envolvendo quais turmas e de que recursos precisará dispor. A estrutura do projeto deve ser de, no máximo, dez páginas, facilitando sua leitura e compreensão. O projeto escolar deve ser acompanhado por uma equipe que vai registrar seu andamento e efeitos. Por isso, é importante listar todas as pessoas que estarão envolvidas e suas respectivas funções, tanto no programa, como na escola. 35 Metodologias ativas de aprendizagem: três exemplos práticos para começar a implementar As inúmeras mudanças que nossa sociedade vêm enfrentando nos últimos anos, especialmente nos âmbitos científico e tecnológico, têm impactado significativamente a forma como vivemos e nos relacionamos. Modelos de negócio, padrões de consumo e de comunicação, acesso à informação e métodos de ensino- aprendizagem foram apenas alguns dos aspectos afetados. Nesse sentido, quando se fala de mudanças educacionais, surge também a necessidade de produzir modelos ou métodos que se mostrem mais eficazes na educação das próximas gerações, que seguirão nascendo como “nativos digitais”. Com um acesso cada vez maior às novas tecnologias da informação, todos os jovens estão sempre hiperconectados, o que escancara cada dia mais a ineficiência dos moldes tradicionais de ensino para acompanhar essas mudanças. 36 Com isso, modelos diferenciados e mais modernos ganham mais atenção de instituições, alunos, pais e gestores por sua capacidade de despertar a motivação em sala de aula com dinamicidade, engajamento e participação dos alunos no processo. Metodologias ativas de aprendizagem se apresentam, então, como um eficiente mecanismo de ensino-aprendizagem, que visa proporcionar uma maior autonomia intelectual do aluno, buscando alternativas mais interativas às tradicionais aulas expositivas. Para nós, que crescemos e fomos educados a partir do modelo pedagógico tradicional, as falhas e os benefícios desse processo são muito evidentes. Contudo, o padrão em que um professor (detentor de todo o conhecimento) repassa o conteúdo aos alunos (seres passivos que apenas ouvem) é cada vez menos eficiente na formação das nossas crianças e dos nossos jovens. O que são as metodologias ativas da aprendizagem? As metodologias ativas definem-se a partir de uma nova concepção no processo ensino-aprendizagem. Nela, os alunos são os principais agentes de seu aprendizado e o professor passa a atuar como facilitador/disseminador do conhecimento, mediando ideias, reflexões e conduzindo a construção de um pensamento mais crítico e colaborativo. Se falamos em aprendizagem ativa devido ao papel ativo do aluno nesse processo, estamos considerando o modelo de ensino tradicional a partir de uma postura passiva. Muitas das metodologias ativas já vêm sendo aplicadas em formações de diversas instituições, níveis e contextos pelo mundo, buscando superar os desafios enfrentados pelos profissionais da área, pelas instituições de ensino e pelos pesquisadores. Nesse contexto, o conjunto lógico de ações englobadas nas metodologias ativas de aprendizagem têm sua importância ressaltada com base no propósito de 37 formar indivíduos desenvolvendo suas capacidades e novas competências de maneira emergente e eficiente. A aprendizagem ativa mostra diversos ganhos consideráveis quando falamos em acompanhar o ritmo cotidiano das novas gerações. Um de seus principais fundamentos está pautado em uma sala de aula mais dinâmica e inovadora, utilizando não só leituras, mas também discussões e debates, estudos de caso, produção de projetos, dentre vários outros recursos. Assim, a prática será fundamental na reflexão sobre os assuntos e promoverá potencialmente uma maior interação dos alunos, estimulando o senso crítico, colaborativo e criativo. Tudo isso pode vir por meio de uma considerável gama de possibilidades, mas resolvemos elencar apenas três exemplos que serão o suficiente para te convencer do enorme valor das metodologias ativas de aprendizagem. Confira! 1. Gamificação – jogos como ferramentas pedagógicas O uso de jogos no processo de ensino-aprendizagem é, certamente, uma das mais bem aceitas metodologias ativas. Há diversos universos e habilidades a serem explorados e estimulados através desse recurso. Pode-se desenvolver, por exemplo, um game dentro da própria sala de aula, levando os alunos a utilizarem a criatividade para desenvolver regras, possibilidades, narrativas e contextos, tudo em torno do tema obrigatório da grade curricular, mas em um ambiente muito mais dinâmico. Quando falamos do termo gamificação nos referimos ao uso de técnicas de design e de mecânicas de jogos para enriquecer contextos que geralmente não possuem relação direta com esse universo. Nesse caso, a sala de aula ganha total liberdade para se tornar o cenário de um emocionante game em que os alunos podem interagir com os conteúdos e entre si, em uma saudável e educativa competição. Os jogos possuem a capacidade de evidenciar o seu desempenho para o aluno de forma muito mais leve e divertida, promovendo maior engajamento e estímulo ao estudo dos conteúdos propostos. Esse recurso pode se dar desde a construção da https://blog.decriancaparacrianca.com.br/uncategorized/5-dicas-para-adotar-uma-sala-de-aula-inovadora/ 38 dinâmica do game do zero como também pode utilizar produções já existentes e populares no universo dos alunos. 2. Sala de aula invertida (Flipped Classroom) Pautada no conceito de “ensino híbrido”, a sala de aula invertida é uma estratégia dentro das metodologias ativas de aprendizagem em que os alunos são estimulados a mesclar o ensino presente tanto na sala de aula tradicional quanto fora dela. Mas, como assim? Os estudantes poderão, parcialmente, cursar aquele tópico da grade em qualquer lugar a partir do ensino on-line, por exemplo. Nesse caso, é importante destacar que deve haver fundamentalmente algum elemento definido de controle de tempo, lugar e ritmo em que os conteúdos serão estudados. A partir desse tipo de experiência, é visível a enorme autonomia e independência queos alunos ganham, junto a mais responsabilidades e à necessidade de uma maior auto-observação. A parte que ocorre no ambiente supervisionado pelo professor é somada aos estudos feitos em casa, complementando um curso integrado, em que há a discussão entre essas duas partes, sem repetição do que foi estudado. Uma sala de aula invertida permite que o estudante se prepare e antecipe os estudos antes mesmo de chegar na sala de aula, possibilitando uma maior interação, com pensamento analítico e questionador, assim como evidenciando suas próprias limitações e possíveis dúvidas. Com isso, é possível explorar variados recursos que vão além das tradicionais “leituras para casa”, tais como vídeos, entrevistas, filmes/séries, podcasts, músicas e demais itens que ajudem a promover uma diminuição do formato expositivo e que permitam levar a aprendizagem para casa. 39 3. Aprendizagem baseada em projetos (Project-based learning – PBL) e aliada à tecnologia Nesse tipo de metodologia ativa de aprendizagem, a ideia é promovê-la com foco na produção de um projeto, visando auxiliar os alunos a interagirem, refletirem e se engajarem em questões cotidianas relevantes para suas vidas. Nesse modelo é possível recorrer a vários formatos, desde que eles estejam totalmente alinhados à realidade daquele grupo e ao tópico a ser trabalhado naquele momento. O Project-based learning tem como uma de suas maiores características permitir que os alunos desenvolvam autonomia, liderança, espírito de cooperação em times e também de resolução de problemas. Como o foco na aprendizagem é todo dos alunos, eles se tornam os responsáveis principais da execução do projeto a ser proposto pelo professor. O uso de tecnologias, aqui, certamente, não é obrigatório, tendo em vista que determinados recursos nem sempre são acessíveis para todas as realidades de salas de aula. Contudo, visando articular diferentes saberes, reunir as habilidades cotidianas com o aparato tecnológico e com a absorção dos conteúdos teóricos, sem deixar de explorar ferramentas dentro do universo on-line pode ser um grande diferencial. A Internet é, hoje, uma das ferramentas com maior potencial para auxiliar metodologias ativas dentro de parâmetros como a aprendizagem baseada em projetos. Incentivar os alunos a aprenderem através de experiências práticas e de produções feitas a partir do estudo de temas atuais é um dos principais objetivos dessa proposta. Unindo o cotidiano dos alunos à sua capacidade reflexiva, colaborativa, interativa e ao seu potencial criativo, esse tipo de metodologia ativa de aprendizagem é um dos mais eficazes e importantes na formação das novas gerações. 40 CONCLUSÃO Um projeto educacional de ensino envolve complexidade e resolução de problemas, possibilitando a análise, a interpretação e a crítica por parte dos alunos, isto é, a problematização dá subsídios para construir coletivamente uma questão que o grupo ou a classe debaterá, discutirá e irá fazer reflexões até chegar a novos conceitos ou construções de novos conhecimentos. O envolvimento, a responsabilidade e a autoria dos alunos são fundamentais em um projeto – neste termo todos os envolvidos, professores e alunos encontram- se no mesmo patamar de conhecimentos, ninguém é dono do saber. Alunos e professores abandonam as velhas práticas, como alunos passivos, prontos à tudo receber e o papel de professores também muda como transmissor de conhecimentos, 41 passando a ser um mediador no processo de construção do conhecimento com os alunos e não para os alunos. A autenticidade é uma característica fundamental de um projeto – Nessa perspectiva, nenhum projeto é copiado, todos têm sua identidade, cada um é único, mesmo que seja duas turmas da mesma série, o projeto será diferente, pois as turmas são diferentes, cada turma tem o seu nível de aprendizagem. Um projeto busca estabelecer conexões entre vários pontos de vista, contemplando uma pluralidade de dimensões, os caminhos do aprendizado não são únicos, há várias formas de se chegar a um conhecimento e o projeto é uma proposta que garante esta flexibilidade e diversidade de atividades. Os alunos ao se vêem diante de um problema significativo, defrontam-se com várias interpretações e com pontos de vistas diversos acerca da mesma questão. Portanto, os projetos não só são trabalhados à escolha de um tema, é preciso refletir uma visão de educação escolar, na qual a experiência vivida e a cultura sistematizada se interajam, em que os alunos possam estabelecer relações entre os conhecimentos construídos e sua vida cotidiana. A utilização de projetos educacionais nas escolas tem se mostrado de fundamental importância por que torna o aprendizado mais significativo, uma vez que o aluno participa efetivamente da construção do conhecimento através de atividades dinâmicas como pesquisa, entrevistas, debates e experimentos, que o levam a refletir continuamente, durante o processo, sobre a importância do tema abordado e os reflexos desse conhecimento sobre sua vida. Também vale ressaltar que este aluno, ao interagir com o grupo e com os professores, desenvolve valores como respeito, solidariedade e operatividade, à medida em que se vê como parte integrante e importante desse processo, socializando seus conhecimentos e suas experiências. 42 REFERENCIAS BRASIL. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAC ̧ÃO NACIONAL, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO EM 20 DE DEZEMBRO DE 1996. BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAC ̧ÃO FUNDAMENTAL. PARA ̂METROS CURRICULARES NACIONAIS. INTRODUC ̧ÃO AOS PARA ̂METROS CURRICULARES/SECRETARIA DE EDUCAC ̧ÃO FUNDAMENTAL. BRASÍLIA: MEC/SEF, 1997. 126P. HERNA ́NDEZ, F. TRANSGRESSÃO E MUDANC ̧A NA EDUCAC ̧ÃO: OS PROJETOS DE TRABALHO. PORTO ALEGRE: ARTMED, 1998. NIGRO. ROGÉRIO G. MARIA CRISTINA DA C. CAMPOS. CIE ̂NCIAS 3A SÉRIE. – SÃO PAULO: A ́TICA, 2004. – (VIVE ̂NCIA E CONSTRUC ̧ÃO). NOGUEIRA. NILBO RIBEIRO. PEDAGOGIA DOS PROJETOS: UMA JORNADA INTERDISCIPLINAR RUMO AO DESENVOLVIMENTO DAS MÚLTIPLAS INTELIGE ̂NCIAS/NILBO RIBEIRO NOGUEIRA. – SÃO PAULO: E ́RICA, 2001. PARRA FILHO. DOMINGOS. APRESENTAC ̧ÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS: MONOGRAFIA, TCC, TESES E DISSERTAC ̧ÕES/DOMINGOS PARRA FILHO E JOAÕ ALMEIDA SANTOS. 3A EDIC ̧ÃO. – SÃO PAULO: FUTURA, 2000. PILETTI. CLAUDINO. DIDÁTICA GERAL. SÉRIE EDUCAC ̧ÃO. SÃO PAULO. A ̀TICA, 1997. PINTO. GERUSA RODRIGUES. LIMA REGINA CÉLIA VILLAC ̧A. O DIA-A-DIA DO PROFESSOR – 1A E 2A SÉRIES – VOLUME 4. EDITORA FAPI, 2000. PROINFO: PROJETOS E AMBIENTES INOVADORES/SECRETARIA DE EDUCAC ̧ÃO A DISTANCIA. BRASÍLIA: MINISTÉRIO DA EDUCAC ̧ÃO, SEED, 2000. 96P. – (SÉRIE DE ESTUDOS. EDUCAC ̧ÃO A DISTA ̂NCIA, ISSN 1516 – 2079; V.14 QUEIROZ. TA ̂NIA. ESPECIAL GUIA PRÁTICO PARA PROFESSORES: PROJETOS. PÁGINAS 3 A 10. EDITORA LUA DAS ARTES. ANO 1. COTIA SÃO PAULO. POR: IARA MARIA STEIN BENÍTEZ EM 04/02/2012 COLABORADORA DO SITE COLA DA WEB https://www.coladaweb.com/pedagogia/parametros-curriculares-nacionais https://www.coladaweb.com/pedagogia/parametros-curriculares-nacionais
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