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Transtorno do Espectro Autista Definição ● é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos ● não existe nada que seja 100% efetivo nem no campo clínico, nem no nutricional ● não existe graus de autismo Dados Epidemiológicos ● 1 em cada 36 crianças apresentam TEA ● afeta, principalmente, o sexo masculino ● 1 menina para cada 4 meninos apresenta TEA Evolução natural da doença ● Origem no primeiro ano de vida, porém o início dos sintomas é bastante variável ● Confirmação mais precisa dos sintomas só ocorre entre os 12 e os 24 meses e o diagnóstico entre 4 e 5 anos ○ quanto antes o diagnóstico for feito, melhor será para a terapia do paciente Sinais de alerta no 1º ano de vida ● 6 meses: poucas expressões faciais, baixo contato ocular, ausência de sorriso social e pouco engajamento sociocomunicativo ● 9 meses: não faz troca de turno comunicativa, não balbucia “mamã/papa”, não olha quando chamado, não olha para onde o adulto aponta, imitação pouca ou ausente ● 12 meses: ausência de balbucios, não apresenta gestos convencionais (abanar para dar tchau, por exemplo), não fala “mamãe/papai”, ausência de atenção compartilhada ● em qualquer idade: perdeu habilidades *um sintoma muito comum é a ecolalia (a criança repete o que ela mesma acabou de falar ou repete frases que já ouviu) Fatores de risco ● genéticos Fatores gestacionais ● Idade dos pais na concepção ● consumo alimentar e estado nutricional materno no pré-natal ● nascimento prematuro e de baixo peso ● prática do aleitamento ● infecções ● estresse ● uso de tabaco, medicamentos e suplementos nutricionais Alguns estudos demonstram que… ● A obesidade materna tem sido relacionada ao aumento do risco de autismo, por modificações no SNC do feto ● Durante o desenvolvimento, ácidos graxos e açúcares, bem como hormônios de saciedade, como insulina e leptina, e fatores inflamatórios relacionados à inflamação de baixo grau induzida pela obesidade, podem desempenhar um papel no comprometimento do sistema neuroendócrino e em circuitos neuronais do cérebro que regulam o comportamento do RN *esse excesso de componentes dietéticos associados, além dos fatores inflamatórios e os hormônios de saciedade, que geralmente o obeso tem muita leptina, vão desempenhar esse papel diretamente com o sistema nervoso do feto ● consumo de metanol (vindo diretamente dos edulcorantes, adoçantes de maneira geral) e aspartame na gestação - risco de TEA nos recém-nascidos ● consumo de alimentos ricos em ômega 6 e 3 - maior risco de TEA ● uso inadequado de suplementos de vitaminas e minerais no pré-natal *suplementação de ácido fólico durante o período gestacional: 400-600 mcg ● Embora o consumo de suplementos específicos (por exemplo, ácido fólico) durante a gravidez não seja questionado, os resultados dos estudos clínicos levantam questões sobre as dosagens adequadas ou uso mais direcionado ● Poucos estudos da literatura avaliaram prospectivamente o efeito dos suplementos pré-natais sobre o autismo e os estudos clínicos disponíveis variam muito na metodologia, tornando difícil tirar conclusões significativas ● Desta forma, os dados atuais não podem apoiar o uso rotineiro de suplementos nutricionais (exceto ácido fólico) durante a gestação como medida preventiva do autismo *a superdosagem de ácido fólico vem sendo associado ao desenvolvimento de TEA Fatores ambientais ● Poluentes atmosféricos: ozônio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio ● Poluição Eletromagnética ● Pesticidas e metais pesados (Hg e Pb) Interação fatores de risco vs. Microbiota ● a microbiota intestinal materna vai influenciar de acordo com a maior permeabilidade do intestino para esses fatores exógenos que vem da dieta, patógenos e da própria inflamação ● quando ocorre essa inflamação da microbiota intestinal, os próprios metabólitos (principalmente, os ácidos graxos de cadeia curta e p-cresol) desses microrganismos vão produzir fatores que vão permear a barreira hematoencefálica e vão agir no SNC Principais manifestações clínicas *Doença celíaca, geralmente eles vão ter uma hipersensibilidade ao glúten Seletividade Alimentar vs. Autismo ● a Seletividade Alimentar caracteriza-se pela tríade: pouco apetite, recusa alimentar e desinteresse pelo alimento ● essa combinação pode provocar uma certa limitação a variedades de alimentos ingeridos, além disso provoca um comportamento de resistência em experimentar novos alimentos ● a sensibilidade sensorial que ocorre no TEA pode levar as crianças com esse diagnóstico a restringir sua ingestão aos alimentos de texturas preferenciais, toleráveis e gerenciáveis ● tais crianças podem ser seletivas para determinado grupo de alimentos (Ex: alimentos mais macios, alimentos crocantes, alimentos amassados, alimentos com molho, alimentos mais secos, etc.) ou ainda pela marca, embalagem, temperatura, cor ou textura Diagnóstico ● puramente clínico, entretanto algumas escalas de triagem e diagnóstico estão disponíveis para auxiliar o profissional ● “entrevistas” que podem ser feitas para concluir o diagnóstico ○ Autism Diagnostic Interview� Revised ○ Childhood Autism Rating Scale (CARS)** ○ Gilliam Autism Rating Scale- Second Edition ○ ADOS-G (The ADOS� - Generic) ○ Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT-R) **mais recomendada pelos estudos Tratamento Clínico ● A partir de medicamentos antipsicóticos: Entre as medicações mais utilizadas estão a risperidona, um antipsicótico atípico, bloqueador serotonérgico e também dopaminérgico, a olanzepina, a quetiapina, a ziprasidona, a clozapina e o aripiprazol. Sendo a risperinona e o aripripazol, os únicos medicamentos com indicação da Food and Drug Administration dos Estados Unidos para os sintomas relacionados ao TEA ● Modalidades terapêuticas: Estimulação Cognitivo Comportamental baseada em (ABA); Método TEACCH; Modelo Denver de Intervenção Precoce para Crianças Autistas Cuidados Nutricionais *não existe conduta ● Avaliação Nutricional ○ não existe nenhum método padrão ouro ○ dentro da AN é importante acompanhar os sintomas gastrointestinais ( Desafio diante dos problemas de comunicação e difíceis de expressar esse desconforto) ● Objetivos da terapia ○ Melhorar a saúde física e bem-estar ○ Auxiliar na redução de sintomas associados ○ Promover a recuperação/manutenção do estado nutricional ○ Estimular a ingestão de alimentos de qualidade nutricional, reduzindo a monotonia alimentar ● Recomendações Nutricionais ○ Necessidades variam conforme o sexo, a idade e o GE e segundo as DRIS ○ De 0 a 6 meses de idade: Aleitamento materno exclusivo ○ Evolução da dieta conforme aumento da idade *uma das condutas mais recomendadas de terapia nutricional para pacientes com autismo ERA: dieta sem glúten e sem caseína - Baseada na “Teoria do Excesso de Opióides”, que se caracteriza pelo desencadeamento da ação opióide no SNC, que é provocada pela presença de peptídeos, por meio de uma permeabilidade intestinal e possível infiltração pela barreira hematoencefálica, e como resultado observam-se comportamentos ou atividades anormais.” *glúten e caseína são proteínas que podem agir como antígeno no corpo humano, proteínas grandes *o excesso dessas ptn ocasionam uma diminuição da permeabilidade intestinal e, consequentemente, aumentando a sua absorção para chegar na barreira hematoencefálica Parecer da Sociedade Brasileira de Pediatria (2019) sobre a dieta SGSC ● As evidências que dão suporte a uma dieta sem glúten e/ou caseína são controversas. Não há embasamento na literatura que justifique restrições alimentares para pacientes com TEA, pois tais dietas expõem os pacientes a outros prejuízos nutricionais que podem comprometer seu neurodesenvolvimento. Além disso, as restrições alimentares podem se associar à rejeição social, estigmatizações e dificuldades na socialização e integração, com potencialefeitos adversos para o paciente. Dessa forma, os pacientes com TEA só devem ser submetidos a dietas de exclusão caso haja diagnósticos confirmados de Doença Celíaca, intolerância ao glúten não celíaca, alergia alimentar ou algum tipo de intolerância ou hipersensibilidade a alimentos
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