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1ºAula Conceitos Básicos de Organização, Sistemas e Métodos Objetivos de aprendizagem ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender o conceito de oSM - organização, Sistemas e Métodos; • identificar a importância do profissional de oSM dentro das organizações; • entender como a oSM se relaciona com algumas áreas maiores dentro das empresas. Caros(as) alunos(as)! Nesta aula, estudaremos sobre oSM - organização, Sistemas e Métodos. o objetivo desta aula é oferecer uma visão geral sobre oSM e seu papel para a gestão empresarial. Por isso, na primeira seção, vocês serão apresentados ao conceito de oSM. Depois detalharemos: organização, Sistema e Método de forma separada, para que fique ainda mais claro o conceito de oSM. No decorrer da leitura, vocês entenderão, também, como essa área mudou a fim de se adequar à era da informática, incorporando novas funções estratégicas. este capítulo também apresenta a relação de oSM com outras atividades, a saber, as áreas de TI, qualidade total e auditoria interna. Desejo a todos(as) uma excelente aula. Boa leitura! Bons estudos! 6Ferramentas e Métodos de Gestão seções de estudo 1– oSM: organização, Sistemas e Métodos 2– Conceito de organização 3– Conceito de Sistema 4– Conceito de Método 5– as habilidades do analista de oSM 6– Relação da oSM com outras áreas 1- oSM: organização, Sistemas e Métodos organização, Sistemas e Métodos (oSM) é uma área da administração que tem como papel propiciar às organizações as melhores formas de trabalho e modelagem organizacional, otimizando seu desempenho. Para isso, estuda os fluxos de trabalho, a distribuição dos recursos e normaliza os procedimentos dentro das organizações (MaRQUeS; oDa, 2012). Idalberto Chiavenato (2010, p. 4) define a OSM como: “a disciplina ou especialidade que trata da definição e do arranjo das principais características de todos os processos nas organizações”. Nesse mesmo sentido, Simcsik (2001, p. 31) define OSM como: Uma atividade administrativa voltada para a racionalização e agilização das atividades e tarefas, através de técnicas científicas que envolvem a reorganização de como o trabalho é feito e de quando deve ser realizado com eficiência e eficácia pelos recursos humanos, com base no tratamento de dados transformados em informações, que mantém a empresa em contínuo processo dinâmico de comunicação para o crescimento. De acordo com a academia Pearson (2011), existem cinco principais frentes de atuação do departamento de oSM, representados na figura 1. Sendo elas: • Melhor aproveitamento de recursos humanos, visto que, quando a distribuição dos serviços não é equilibrada ou adequada entre os departamentos, formam-se os chamados gargalos ao longo do processo, ou seja, sobrecarregam alguns setores que acabam por atrasar o processo como um todo. • gestão dos recursos materiais também é foco de atuação da oSM. Um dos enfoques é reduzir custos internos, aproveitando de forma eficiente os materiais e evitando o desperdício, o que proporciona a redução dos preços para o cliente final, aumentando competitividade no mercado. ainda em relação aos materiais, é atribuição do setor de oSM cuidar da uniformização de materiais utilizados nos processos como formulários, fluxogramas, entre outros, quanto maior a padronização desses materiais, mais fáceis e previsíveis se tornam seu manuseio e preenchimento. • outro ponto que é foco do oSM é o manejo do tempo, com o intuito de eliminar horas improdutivas e assegurar o máximo aproveitamento das horas de trabalho dos funcionários. • o melhor aproveitamento do espaço físico é algo importante a ser estudado pois, ao distribuí-lo de acordo com a necessidade específica de cada setor, evitam-se áreas vazias e também sobrecarregadas. • além dessas tarefas listadas até aqui o departamento de OSM é fundamental na definição da estrutura organizacional atuando como “arquitetos da organização”, pois cuidam do desenho empresarial. É de responsabilidade da oSM cuidar da criação, articulação e até mesmo eliminação de unidades e setores. Figura 1 – Áreas de atuação da oSM. FOnTE: adaptado de academia Pearson (2011). a sociedade e as relações comerciais evoluem constantemente, tornando o departamento de oSM e o analista de oSM cada vez mais importantes na vida das pessoas e das organizações, com a busca pelos melhores moldes de fluxo dos processos empresariais, privilegiando sempre a eficiência e a simplificação. Nesta aula, vamos observar alguns conceitos importantes para o estudo de oSM como: • organização: associação ou instituição com objetivos definidos. • Sistema: disposição das partes ou dos elementos de um todo, coordenados entre si, e que funcionam com estrutura organizada. • Método: procedimento, técnica ou meio para se atingir um objetivo 1.1 – objetivos de oSM Podemos listar quatro principais objetivos da oSM, conforme indicado na figura 2. A Academia Pearson (2011) detalha cada um deles como: • Busca pelo menor custo: fundamental para garantir a competitividade da empresa frente ao mercado. Reduzir gastos é um diferencial para quem quer se tornar competitivo oferecendo preços mais atraentes 7 ao consumidor final. • Reorganização dos processos: estratégia que favorece a identificação de problemas e contribui para tornar os métodos de trabalho mais eficientes. • aumento da produtividade: pode ser alcançada através do aperfeiçoamento dos procediemntos empresariais. • Melhoria contínua: é assegurada pelo analista de oSM na empresa, onde a avaliação e reformulação dos processos formam cliclos contínuos de melhorias do desempenho empresarial. Figura 2 – objetivos de oSM FOnTE: adaptado de academia Pearson (2011). 2- Conceito de organização a organização é uma velha parceira das atividades do homem. Desde os primeiros processos produtivos, as empresas precisaram se organizar de forma a garantir maior produtividade mediante um esforço coordenado da equipe de trabalho. Isso pois, a organização promove o aproveitamento eficiente do tempo, da mão de obra, dos materiais e dos recursos financeiros (ACADEMIA PEARSON, 2011). Por esse motivo, podemos iniciar definindo organização como um conjunto de atividades coordenadas de forma racional e lógica que alinham os esforços coletivos, auxiliando na divisão de tarefas e combate de desperdício de recurso e tempo. Daí a razão de uma organização estar em constante construção, fortalecendo um entendimento ideológico de ser uma reunião de comportamentos, ou um sistema de comportamentos sociais interligado por seus participantes (PRÉVe, 2011). Nesse mesmo sentido, Curto Junior (2011) defende que toda empresa que exige o emprego de mão de obra de uma forma coordenada necessita de uma organização e, portanto, define organização como sendo a “ciência do rendimento”, constantemente procurando processos para alcançar resultados através do aumento da produtividade. A definição clássica de organização esclarece que ela é uma ciência social que procura, através da formação de um conjunto apoiado no esforço cooperativo das pessoas, dispor os elementos funcionais necessários para perseguir um objetivo preestabelecido, alcançando-o com o menor dispêndio e risco (CHIaVeNaTo, 2002). Por fim, Lacombe e Heilborn (2003) descrevem uma organização como um grupo de pessoas constituído para alcançar um objetivo de forma organizada. os autores enfatizam ainda que os caminhos para a organização das empresas nem sempre possuem o mesmo roteiro de entendimento e nem sempre alcança a mesma visão sobre esse assunto. Figura 3 – Definindo organização FOnTE: elaborado pela autora. etzioni (1984) defende que todas as estruturas devem ser vistas como uma organização e que nascemos, vivemos e morremos em organizações, ou ainda como observam Bernardes e Marcondes (2005, p.11) “quem não veio ao mundo em um hospital, logo vai estudar em uma escola, paradepois, já adulto, trabalhar em fábricas, escritórios, comprar em lojas e supermercados, frequentar clubes, igrejas, assistir espetáculos”. Portanto, é necessária a clareza de que tudo que nos cerca e nos oferece bens, serviços e produtos, constitui-se numa organização. e ainda que, as organizações relacionam- se também com seus ambientes externos. ou seja, a sociedade de organizações é caracterizada pela sua interdependência (PRÉVe, 2011). É nesse cenário apresentado que a oSM atua, através do estudo das organizações, analisando cada uma das atividades e criando procedimentos que venham a interligá-las de forma sistêmica e ótima (CRUZ, 2002). Se o termo organização é um sistema de recursos que procura realizar de forma ótima algum tipo de objetivo, a oSM seria a função mista de organização e Planejamento, que irá buscar construir uma estrutura de operações dentro de uma instituição, determinados planos e, principalmente, definindo procedimentos, rotinas e métodos que irão ser capazes de alcançar tal objetivo da organização. Figura 4 – Definindo onde a OSM atua para alcançar os objetivos das empresas FOnTE: elaborado pela autora. as organizações podem apresentar-se, essencialmente, de duas formas: • organização informal: forma espontânea de coordenar a realização do trabalho, que pode ser eficiente em alguns contextos, mas nem sempre é o mais indicado. Isso pois, a organização de empresas 8Ferramentas e Métodos de Gestão não pode ficar sujeita aos improvisos da interação informal dos funcionários. • Organização formal: define especificamente as atribuições de cada empregado, sendo mais apropriada. Conta com cargos de controle, exercidos por pessoas responsáveis por supervisionar e avaliar a execução do trabalho. a existência de hierarquia também é um ingrediente importante da organização formal, porque concentra o poder de decisão nas mãos dos funcionários mais competentes (aCaDeMIa PeaRSoN, 2011). 3- Conceito de Sistema Rebouças (2009, p. 6) define sistema como “um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam função específica”. De forma que, podemos entender que sistemas são compostos por partes que cumprem papéis distintos a fim de atingir um objetivo coletivo. as empresas também são formadas por sistemas, que muitas vezes são ainda desmembrados em subsistemas. Por trás desses subsistemas, geralmente encontra-se o subsistema administrativo. Os profissionais desse setor costumam ter sob sua responsabilidade a tarefa de apoiar e monitorar a produção e as vendas (aCaDeMIa PeaRSoN, 2011). Entre tais profissionais, destaca-se o analista de OSM, cujo dever é assegurar o bom funcionamento da estrutura interna da instituição. De acordo com D’ascenção (2007), o analista de OSM precisa ficar atento a seis componentes do sistema administrativo: objetivo; entradas; processo de transformação; saídas; padrões de qualidade; e controle e avaliação, descritos no quadro a seguir. QUaDRo 1 – Componentes do sistema administrativo. COMPONENTES DO SISTEMA ADMINISTRATIVO DEFINIÇÕES objetivo Finalidade do sistema, razão de sua criação. Entradas Elementos necessários para atingir o objetivo do sistema. As entradas podem ser recursos naturais, dados, mão de obra ou conhecimento tecnológico, por exemplo. Processo de transformação Processo que transforma as entradas em saídas. Saídas Resultados do processo de transformação. Padrões de qualidade Medidas ideais de qualidade esperadas das saídas. Controle e avaliação Processo de análise que verifica se as saídas obtidas atendem aos padrões de qualidade estabelecidos. Fonte: adaptado de academia Pearson (2011). Figura 5 – Rotina empresarial destacando os componentes do sistema administrativo. Fonte: adaptado de D’ascenção (2007) Como vimos na sessão anterior, uma organização não é formada apenas pelo seu ambiente interno, ela se relaciona constantemente com fatores externos. Portanto, a visão estratégica de oSM não deve olhar exclusivamente para as necessidades internas da empresa, devendo considerar fatores externos, por exemplo ao adequar determinadas rotinas e métodos a demandas de clientes e/ou fornecedores. Tais fatores externos podem ser encontrados em diferentes espaços, como na natureza ou em agrupamentos humanos, mas independentemente do contexto que se encontram, eles compartilham características gerais. Por isso, veremos na próxima sessão a importância de oSM considerar o ambiente externo. 3.1 – Ambientes de Sistemas Independentemente de tamanho ou ramo de atuação, nenhuma empresa é capaz de ser autossuficiente, portanto é importante observar o ambiente do sistema, ou aquele que pode ser impactado pelo sistema. Todas as organizações recorrem a seu entorno para conseguir mão de obra, fornecedores e clientes. além desses fatores físicos, o ambiente também é capaz de fornecer informações importantes para o funcionamento da empresa, como possíveis estratégias de marketing, novas tendências do mercado ou condições para concessão de crédito nos bancos, entre outros. a todo esse conjunto de variáveis externas, tangíveis ou não, que interferem no funcionamento das empresas damos o nome de ambiente, e, portanto, chamamos de ambiente do sistema. Sob o ponto de vista da Ciência da administração, o ambiente pode ser definido como “o conjunto de todos os fatores que, dentro de um limite específico, se possa conceber como tendo alguma influência sobre a operação do sistema considerado” (ReBoUÇaS, 2009, p. 8). Cada vez mais, as empresas devem se manter abertas, por estarmos vivendo em um mercado extremamente competitivo, exigindo atenção para todas as mudanças que acontecem rapidamente. Para garantir sua posição estratégica e competitiva, a organização deve estar pronta para responder as alterações de diferentes tipos. Fatores como inflação, câmbio, taxa de juros e o desenvolvimento de novas tecnologias impactam nos negócios de diferentes formas (aCaDeMIa PeaRSoN, 2011). 9 Préve (2011) destaca que ao estudar o ambiente de sistemas para organizações complexas devemos dar ênfase à relação entre estrutura, ou seja, a própria organização e o meio que lhe dá suporte, destacando as entradas e a manutenção desse ciclo. A figura abaixo ilustra alguns componentes do ambiente de sistema que devem ser constantemente monitorados para um bom funcionamento dos processos e, consequentemente, da empresa. Figura 6 – Componentes do ambiente de sistemas. Fonte: elaborado pela autora. De acordo com Préve (2011), alguns desses componentes podem influenciar o funcionamento da empresa das seguintes formas: • economia – câmbio, taxas básicas de juros, condições econômicas do mercado, política fiscal, impostos, entre outros; • Política – cumprimento de leis, atuação de acordo com as legislações vigentes, fatores políticos influentes e obediência a organismos reguladores como sindicatos; • Social, cultural e demográfica – tamanho e preferências da população, crenças e valores da sociedade; • Cliente – perfil do cliente, segmentos e nichos de mercado, fidelização, público-alvo, possibilidades para criação e oferta de bens/serviços medição da satisfação do cliente; • Concorrente – mapear quem são os maiores concorrentes, quais produtos/serviços são substitutos ou complementares, pontos fortes e fracos observados na empresa e nos produtos/ serviços fornecidos, atenção a mudanças de mercados dos principais concorrentes e às áreas de abrangência dos principais concorrentes, atenção à tendência de consumo; e • Fornecedores – quem e quantos são, o que eles fornecem e onde estão localizados, que critérios de escolha levaram a ter esses fornecedores e qual a avaliação que temos deles, em relação a outros possíveis. 3.2 – Tipos de Sistemas existem também alguns tipos de sistema que auxiliam na gestão das organizações, são eles:• Sistemas de informações gerenciais (SIg) entres os aspectos básicos dos sistemas estão os Sistemas de Informações gerenciais. Nenhuma empresa sobrevive sem um gerenciamento adequado das informações. geralmente, os SIg são abrangentes a toda estrutura organizacional de uma empresa, apoiando a execução de operações e transações básicas. Integrando do início ao fim os fluxos de trabalho e os processos fundamentais das organizações, disponibilizando ainda dados e informações (MaTToS, 2019). os gerentes dos níveis hierárquicos mais elevados necessitam de dados gerais na hora de avaliar o desempenho da empresa. Nesse caso, relatórios sobre receita bruta, lucro líquido e vendas por produto ou região podem ser de grande valia para se entender a situação a partir de um prisma mais holístico. Já os gerentes operacionais precisam de informações mais específicas, relacionadas apenas aos departamentos sob sua responsabilidade. os dados mais úteis estarão provavelmente ligados ao número de horas trabalhadas por funcionário ou à quantidade de peças em estoque, por exemplo. os empregados que atuam diretamente na produção precisam de informações ligadas à maquinaria e ao material que utilizam. Portanto, manuais de instruções podem constituir as informações mais importantes para essa classe de trabalhadores (aCaDeMIa PeaRSoN, 2011). A figura a seguir ilustra alguns desses benefícios que o SIg pode proporcionar para a empresa, com base no que foi exposto por oliveira (2006). Figura 7 – Benefícios do SIg para a organização. Fonte – elaborado pela autora. • Sistemas de apoio às decisões (SaD) Cada vez mais os processos decisórios estão mais complexos. a globalização e o aumento da concorrência passaram a exigir rapidez e flexibilidade das empresas para atender às demandas do consumidor. o tempo para a tomada de decisões diminuiu e fazer escolhas erradas tornou-se ainda mais fatal para as empresas por conta da intensa competição: o menor deslize pode ser suficiente para que a empresa seja engolida pela concorrência e tenha de fechar as portas (aCaDeMIa PeaRSoN, 2011). Devido a esses fatores, as tecnologias de informação vêm conquistando importância crescente como instrumentos 10Ferramentas e Métodos de Gestão úteis no processo decisório. É nesse contexto que surge o sistema de apoio às decisões, designando um modelo de tomada de decisão que conta com o auxílio de hardwares e softwares para armazenar e buscar uma grande quantidade de informações. o objetivo do SaD é ajudar o administrador a escolher a melhor alternativa. • Sistemas de apoio às operações Como o próprio nome indica, um sistema de apoio às operações destina-se a auxiliar a execução das diferentes atividades da empresa. Seu objetivo é aperfeiçoar o funcionamento da organização, aliando o aumento da qualidade e da produtividade à luta contra o desperdício e à redução dos custos. o primeiro passo para implantar sistemas de apoio às operações é fazer o levantamento das tarefas que compõem o dia a dia da empresa (aCaDeMIa PeaRSoN, 2011). • Sistemas integrados esses sistemas são formados por um conjunto de módulos de software interligados e um banco de dados central, no qual as diferentes unidades e departamentos compartilham seus registros. Por exemplo, quando o setor de vendas recebe o pedido de um cliente, é possível verificar seu histórico junto ao departamento financeiro da empresa e identificar a opção de pagamento mais adequada, alimentando toda uma cadeia de processos dentro da organização. Dessa forma, a administração também é beneficiada, pois consegue obter com rapidez informações detalhadas e atualizadas sobre o funcionamento de todos os setores e filiais (ACADEMIA PeaRSoN, 2011). A figura abaixo ilustra alguns pontos importantes sobre o uso de sistemas integrados de acordo com a teoria exposta por laudon e laudon (2007). Figura 8 – Benefícios de um sistema integrado. Fonte: academia Pearson (2011). 4- Conceito de Método Nos diferentes contextos em que o método é aplicado, o termo costuma designar o caminho percorrido para se atingir um determinado objetivo. D’Ascenção (2007, p. 59) define método como “o caminho, ou a maneira pela qual uma ou mais operações de um processo devem ser feitas para se alcançar o resultado esperado”. Nesse mesmo sentido, Ferreira (2004) define método como um caminho preestabelecido pelo qual podemos chegar a um determinado resultado ou a um determinado fim. Especificamente dentro das empresas, os métodos são utilizados para auxiliar a elaboração de modelos eficientes, capazes de proporcionar maiores índices de produtividade aliados à redução de custos. além disso, os métodos podem ajudar a empresa a encontrar meios de diminuir o tempo de produção e aperfeiçoar produtos e serviços, por exemplo (aCaDeMIa PeaRSoN, 2011). Diante de um mercado altamente competitivo e em constante transformação, as empresas são obrigadas a estarem sempre em busca de inovação. Uma maneira de inovar é adotar novas táticas de produção, ou ainda, aprimorar os métodos de produção já existentes, tendo como objetivo a redução de custos, aumento da qualidade e produtividade (RoCHa JUNIoR, 2013). É nesse contexto que o estudo dos métodos se torna extremamente importante para qualquer organização. De acordo com Tardin et al. (2013), métodos estudam e analisam o trabalho de forma sistemática, buscando desenvolver métodos práticos e eficientes que garantam a padronização do processo. Nesse sentido, pode-se dizer que a preocupação principal desse estudo é definir o método de trabalho que mais se aproxima do ideal para ser usado na prática. o projeto de métodos se destina a encontrar a melhor maneira para execução de tarefas, a partir do registro e análise sistemática dos métodos existentes e previstos para execução de determinado trabalho, buscando encontrar a maior produtividade. Dessa forma, oliveira et al. (2005) define o projeto de métodos como um instrumento de racionalização do trabalho, que, através da análise dos métodos já existentes, é capaz de propor melhorias ou criar um novo método para o desenvolvimento de determinada atividade. O campo de métodos é responsável por definir o melhor método de produção, dos processos, das ferramentas, dos equipamentos e das competências para produzir um produto, tendo como objetivo reduzir o tempo de produção para o mercado, garantir maior qualidade e produtividade. as empresas estão percebendo que um processo de produção claro aumenta a motivação para melhorias, reduz a propensão a erros, e ao mesmo tempo, aumenta a visibilidade de eventuais erros (RoCHa JUNIoR, 2013). Segundo oliveira et al. (2005), a inovação em processos depende não somente da adequada definição do método, mas também do processo de aprendizagem, o que pode ser especificamente, favorecido pelo projeto de métodos, que não apenas tem a função de definir o melhor método, mas também, de aplicá-lo até que ele esteja totalmente assimilado pelo trabalhador, efetuando todos os ajustes necessários para um aprendizado adequado. Nesse contexto, entende-se que é importante que se conheça a forma pela qual o trabalho é realizado, antes de se iniciar um estudo de tempos e métodos, partindo da definição da operação como um todo, e posteriormente definindo de maneira mais detalhada a subdivisão do processo em tarefas 11 básicas. Neste momento, faz-se necessária a obtenção de dados reais, e somente assim podem-se obter indicadores confiáveis (TARDIN et al., 2013). A Academia Pearson (2011) define algumas etapas do método, que são usadas pelos analistas de oSM. Podendo ser descritas da seguinte forma, segundo o autor: • Identificação do problema e levantamento de dados: é o primeiro passo para melhorar o funcionamento da organização. Falhas podem ser de diferentes tipos, como problemas na hierarquia da organização, na divisão do trabalho, no fluxo dos processos ou, ainda, no sistema comoum todo; • análise crítica: deve interpretar as informações levantadas na fase anterior com o intuito de indicar o que deve ser feito para se aperfeiçoar ou substituir o modelo antigo. essa etapa responde a questões que nos permitirão verificar o que pode ser feito para simplificar e racionalizar o processo em estudo. Em outras palavras, a análise crítica é o momento em que o analista de oSM estuda as soluções possíveis para o problema em questão (D’aSCeNÇÃo, 2007); • Construção do novo modelo: depois de escolher a alternativa mais adequada, o analista de oSM precisa construir o novo modelo adequado à necessidade da organização e prepará-lo para a etapa de implementação. A fim de orientar a atuação dos funcionários e sanar possíveis dúvidas, convém padronizar os procedimentos operacionais e administrativos, bem como determinar com clareza os objetivos e a política do projeto. Para tanto, a elaboração do novo modelo deve considerar três aspectos: inovação dos produtos e serviços, desenho do fluxo de processos e distribuição de funções e a definição do papel da tecnologia da informação. • avaliação e revisão: a construção cuidadosa do projeto e a realização de testes não são o suficiente para garantir o sucesso das mudanças implantadas. Por isso, o analista de oSM deve sugerir procedimentos para o monitoramento e a revisão periódica do novo modelo. É possível, por exemplo, desenvolver junto à equipe de TI sistemas de nformações gerenciais que auxiliem no controle do desempenho da empresa. 5- As habilidades do analista de oSM Atualmente, o profissional de OSM está muito focado nos processos, buscando estratégias e os melhores métodos para alcançar os objetivos da organização. Tem como finalidade auxiliar na elaboração e/ou melhoria dos procedimentos (CURTo JUNIoR, 2011). Usa ferramentas no processo de melhoria das empresas como: organogramas, formulários e fluxogramas, que serão estudados nas próximas aulas. a natureza do trabalho do analista de oSM é realizar o estudo das estruturas e dos processos dentro das organizações, com o objetivo de aperfeiçoar o fluxo de trabalho e de informações. Nesse mesmo sentido, Simcsik (2001) defende que o profissional de OSM deve ser responsável por estabelecer claramente as linhas de atividade administrativa, com objetivo de encontrar eficácia e eficiência na estrutura organizacional. ele busca estabelecer a melhor maneira de utilizar o componente físico no sistema produtivo da organização, para estimular o elemento intelectual na execução das tarefas, com vistas a maximizar os lucros (MaTToS, 2019). Há três tipos de habilidades necessárias que merecem maior destaque, que o administrador em oSM deve buscar, para que seja capaz de executar eficazmente o processo administrativo: a habilidade técnica, a habilidade humana e a habilidade conceitual, que estão descritas no quadro a seguir, baseadas na teoria exposta por Curto Junior (2011). Quadro 2 – habilidades necessárias a um analista de oSM. HABILIDADE TÉCNICA HABILIDADE HUMANA HABILIDADE CONCEITUAL Levantar dados, analisar, elaborar e implantar sistemas administrativos. Lidar com programas, processos, processamentos, métodos e técnicas de análise administrativa, tendo em vista a planificação detalhada do processo de trabalho. Capacidade de discernimento para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz. Compreender as complexidades da empresa como um todo e o ajustamento do comportamento da pessoa dentro da estrutura organizacional. Promover ajustamentos necessários que são evidenciados através de levantamento e da análise de dados dos sistemas administrativos. Fonte: elaborado pela autora. 6- Relação da oSM com outras áreas Por ser responsável por estudar e aperfeiçoar as estruturas e os processos dentro das organizações como um todo, a oSM relaciona-se com diversas áreas dentro da empresa, algumas delas são expostas por academia Pearson (2011): • Relação com TI: a informatização oferece alternativas para a gestão e melhorias de processos. atualmente, os analistas de oSM devem sempre contar com recursos tecnológicos como seus aliados para promover incontáveis melhorias nos processos empresariais; • Relação com gestão da qualidade total: se observarmos atentamente os objetivos da gestão da qualidade total, é possível identificar alguns pontos de contato com as prioridades da oSM, como buscar a melhoria contínua do sistema de produção/ prestação de serviços. além disso, tanto oSM quanto a gestão da qualidade buscam a cooperação para atingir objetivos comuns, independentemente da sua ligação a um setor específico. E, por fim, 12Ferramentas e Métodos de Gestão outro ponto em comum das duas áreas é a avaliação do desempenho empresarial, através de revisões periódicas para identificar possíveis problemas; • Relação com auditoria interna: o auditor interno e o analista de oSM executam diversas atividades semelhantes relacionadas ao monitoramento dos processos empresariais. o próprio analista de oSM é uma espécie de auditor quando fiscaliza a execução dos projetos e avalia sua eficiência. Chegamos, assim, ao final de nossa aula. Espera-se que agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês sobre organização, Sistemas e Métodos. Vamos, então, recordar? retomando a aula 1 – OSM: Organização, Sistemas e Métodos Nesta seção, vimos que organização, Sistemas e Métodos (oSM) é uma área da administração que tem como papel propiciar às organizações as melhores formas de trabalho e modelagem organizacional, otimizando seu desempenho. Vimos ainda que existem cinco principais frentes de atuação do departamento de oSM: melhor aproveitamento de recursos humanos, gestão dos recursos materiais, manejo do tempo, melhor aproveitamento do espaço físico e desenho empresarial. os quatro principais objetivos da oSM são: busca pelo menor custo, reorganização dos processos, aumento da produtividade e melhoria contínua. 2 – Conceito de Organização Organização pode ser definida como um conjunto de atividades coordenadas de forma racional e lógica que alinham os esforços coletivos, auxiliando na divisão de tarefas e combate de desperdício de recurso e tempo. Todas as estruturas devem ser vistas como uma organização, de forma que, se o termo organização é um sistema de recursos que procura realizar de forma ótima algum tipo de objetivo, a oSM seria a função mista de organização e Planejamento. 3 – Conceito de Sistema Podemos entender que sistemas são compostos por partes que cumprem papéis distintos a fim de atingir um objetivo coletivo. as empresas também são formadas por sistemas. Uma organização não é formada apenas pelo seu ambiente interno, ela se relaciona constantemente com fatores externos. a todo esse conjunto de variáveis externas, tangíveis ou não, que interferem no funcionamento das empresas, damos o nome de ambiente, e, portanto, chamamos de ambiente do sistema. 4 – Conceito de Método o projeto de métodos se destina a encontrar a melhor maneira para execução de tarefas, a partir do registro e análise sistemática dos métodos existentes e previstos para execução de determinado trabalho, buscando encontrar a maior produtividade. 5 – As habilidades do analista de OSM Atualmente, o profissional de OSM está muito focado nos processos, buscando estratégias e os melhores métodos para alcançar os objetivos da organização. O profissional de OSM deve ser responsável por estabelecer claramente as linhas de atividade administrativa, com objetivo de encontrar eficácia e eficiência na estrutura organizacional. 6 – Relação da OSM com outras áreas Por ser responsável por estudar e aperfeiçoar as estruturas e os processos dentro das organizações como um todo, a oSM relaciona-se com diversas áreas dentro da empresa, algumas delas são: TI, gestão da qualidade total e auditoria interna.organização, Sistemas e Métodos. Disponível em: http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/proeja/ org_sist_metodos.pdf. acesso em: 02 abr. 2022. Vale a pena acessar Videoaula: organização, Sistemas e Métodos // Conceitos e Definições// oSM// aula 1. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ko1vC589h1I. acesso em: 02 abr. 2022. Videoaula: Principais pontos da oSM (organização, sistemas e métodos). Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=zdjU8qkgNe8. acesso em: 02 abr. 2022. Vale a pena assistir D’aSCeNÇÃo, luiz Carlos M. Organização, sistemas e métodos. São Paulo: atlas, 2007. Vale a pena ler Vale a pena 2ºAula Processos e Arquiteturas Organizacionais Objetivos de aprendizagem ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender o conceito de processos e seus níveis hierárquicos; • entender o que são as arquiteturas/estruturas organizacionais; • saber quais são os tipos de arquiteturas/estruturas organizacionais existentes; • saber qual tipo de arquitetura organizacional deve ser utilizada em diferentes tipos de organização; • conhecer como funcionam as organizações informais e qual o seu impacto para as empresas; • entender a importância da comunicação eficiente em uma organização. Caros(as) alunos(as)! Nesta aula, estudaremos sobre processo, seu papel fundamental nas organizações e sua hierarquia. estudaremos, também, sobre a arquitetura organizacional em uma empresa, bem como os tipos de organizações e, por fim, a importância da comunicação institucional. Desejo a todos(as) uma excelente aula. Boa leitura! Bons estudos! 14Ferramentas e Métodos de Gestão seções de estudo 1– Processos 2– arquitetura organizacional 3– Tipos de organizações 4– Comunicação Institucional 1- Processos De acordo com o CNMP (2013), apud Davenport, um processo pode ser definido como uma ordem de atividades de trabalho específicas que ocorrem em um tempo e espaço, possuem um início e um fim, além de entradas (inputs) e saídas (outputs) bem definidos. Têm como objetivo gerar resultados para a organização e podem estar em diferentes níveis de detalhamento. Complementarmente, Harrington (1993) define processo como um grupo de tarefas interligadas de acordo com suas funções e resultados, as quais fazem uso dos recursos da organização para gerarem os resultados definidos, ou seja, seus objetivos. a Figura 1 ilustra o conceito de processo dentro de uma organização, segundo os conceitos abordados até aqui. Fonte: adaptado de CnMP (2013). a partir do entendimento do que é um processo e como ele se apresenta dentro de uma empresa, pode-se concluir que as organizações são formadas por processos, ou seja, as atividades estão em contínua execução pelas pessoas que compõem sua força de trabalho, cada uma contribuindo para construir o objetivo final da empresa. Isso ocorre, pois todos os processos estão inter- relacionados, de tal maneira que o(s) produto(s) ou serviço(s) proveniente(s) de um processo será(ão) a entrada para um ou mais processos na sequência de execução, buscando ao final da produção atender às necessidades e expectativas dos clientes (CNMP, 2013). Para a execução de cada processo dentro de uma organização, é necessária a realização de diversas ações interdependentes, as quais podem se desdobrar na execução de subprocessos, atividades ou tarefas. Diante disso, pode-se dizer que existe uma hierarquia entre processos, subprocessos e atividades que serão definidas a seguir, de acordo com a teoria exposta pela aBPMP (2013). • Macroprocesso: é um conjunto de processos através dos quais a instituição pode cumprir sua missão, dessa forma, correspondem às funções da organização que devem estar diretamente alinhadas aos objetivos de suas unidades organizacionais. É o maior nível de processo dentro de uma organização. • Processo: é um conjunto de atividades inter- relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em serviços/produtos (saídas) (aBNT NBR ISo 9000:2005). • Subprocesso: é um conjunto de atividades correlacionadas que executam uma parte específica de um processo, possuem um nível maior de detalhamento. • atividade: operação ou conjunto de operações de média complexidade que ocorrem dentro de um processo ou subprocesso, geralmente desempenhadas por uma unidade organizacional determinada e que produz um resultado específico. • Tarefa: conjunto de trabalhos a serem executados, envolvendo rotina, dificuldades, esforço ou prazo determinado; nível imediatamente inferior a uma atividade. elemento individual e / ou subconjunto de uma atividade. a Figura abaixo expõe a hierarquia dos processos, ou seja, em qual sequência eles se apresentam na organização. Fonte: adaptado de CnMP (2013). Para que um processo cumpra seu objetivo, que é atender às necessidades e expectativas dos clientes, faz-se necessária a gestão de todos os níveis, desde o macroprocesso até a tarefa, com base na definição das responsabilidades dos envolvidos, uso adequado dos recursos disponíveis e métodos de implantação e acompanhamento. Nesse sentido, o primeiro passo para se iniciar a gestão de processos é identificar qual a estrutura organizacional da empresa. 2- Arquitetura organizacional De acordo com UeMURa (2006), a organização pode ser definida como um grupo de pessoas que, de 15 forma organizada, têm a finalidade de alcançar um objetivo compartilhado através da divisão do trabalho. Dessa forma, as organizações devem ser entendidas como sistemas sociais interdependentes, ou seja, cada escolha efetuada em uma parte do sistema afeta as demais partes, melhorando ou comprometendo o resultado final do conjunto. De acordo com o autor, o resultado do conjunto depende da combinação das partes do sistema. Portanto, não existe uma combinação única para alcançar os melhores resultados, e sim diversas combinações que podem ter ótimo desempenho, dependendo das circunstâncias. Dessa forma, cada parte deve ser estudada dentro de um todo, sendo que as atividades, desde os níveis mais baixos, até a alta administração, são especificadas e atribuídas com a finalidade de atingir os objetivos organizacionais. a concepção estrutural e operacional da arquitetura das organizações tem por finalidade adequar as pessoas ao trabalho que delas é exigido. Para Perrotti (2004), pode-se definir a estrutura organizacional como um conjunto ordenado de atividades sequenciais que apresentam relação lógica entre si, contendo responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa. Para juntar todas as tarefas especializadas em uma estrutura, é necessário estabelecer uma rede de relações entre indivíduos ou grupos de indivíduos, de forma que todos estejam no mesmo caminho pelo qual podemos chegar a um determinado resultado ou a um determinado fim. Seus trabalhos devem ser coerentes com a tarefa final. O desenho da estrutura organizacional é definido quando as atividades, responsabilidades e autoridade são alocadas a determinados cargos/indivíduos, e esses cargos são coordenados vertical e horizontalmente. De forma que existem diversas maneiras de a organização ser representada por arranjos, além do próprio organograma*. Nas palavras de Uemura (2006), “o objetivo do projeto organizacional deve ser o de estabelecer uma combinação que crie um ‘balanço’ adequado entre os elementos, para interagir com as circunstâncias do negócio”. *Você sabe o que é um organograma? O organograma é um instrumento gráfico que representa a estrutura organizacional da empresa (CoLENGHI, 1997). o organograma tem muitas utilidades, sendo a principal delas a de servir de “meio de comunicação discreta e inconteste para mostrar às pessoas como se posicionam na empresa, a quem estão subordinadas e quais são os fluxos de mando e responsabilidade” (RICHERS, 1986, p. 77). Conforme Perrotti (2004), existem três fatores críticos de sucesso, que devem ser estudadosquando se pretende elaborar uma estrutura organizacional, os quais são estratégia, organização e motivação. essa abordagem parte do princípio de que somente pode-se atingir um desempenho eficaz alinhando ou tornando consistente, diversos componentes organizacionais, sendo esta a construção de uma estratégia. Quanto à organização, faz-se necessária a modificação de elementos da estrutura de uma organização, incluindo a divisão do trabalho, a alocação dos poderes de decisão, escolhas dos mecanismos de coordenação, delineamento das fronteiras da organização e redes de relacionamentos. Por fim, pode-se dizer que as ações de uma pessoa são influenciadas pela situação dela, o que sustenta a necessidade da motivação. 3- Tipos de organizações Quando se tratam de organizações, temos os aspectos formais e os informais de uma estrutura organizacional, cuja variação se estende desde a cultura até o tipo de atividade, passando pelo comportamento e pela gerência organizacional. Praticamente todos os autores, nessa área, admitem a existência de uma estrutura informal nas organizações, independentemente do tipo de estrutura formal adotada. Para Howes (2011), a estrutura organizacional estabelece como as tarefas de trabalho são formalmente divididas, agrupadas e coordenadas. esses quesitos constituem a organização formal de uma empresa. em contraposição à organização formal, cuja estrutura organizacional é composta de órgãos, cargos, relações funcionais, níveis hierárquicos etc., a organização informal é formada por um conjunto de interações e de relacionamentos que são criados entre os funcionários de uma organização e prega a importância do relacionamento interpessoal dentro e fora das organizações. De acordo com Perrotti (2004), uma estrutura formal é aquela que é representada graficamente através de um organograma e pode ser explicitada em manuais de organização, os quais descrevem os níveis de autoridade e responsabilidade dos vários departamentos e seções. Já a estrutura informal é a rede de relações sociais e pessoais que não é estabelecida ou requerida pela estrutura formal, mas sim, surge da interação social, o que significa que se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se reúnem, portanto, apresenta relações que usualmente não aparecem no organograma. existem vários fatores que apontam para a impossibilidade de se eliminar completamente as estruturas informais da empresa como: a necessidade de soluções rápidas para responder a situações críticas; as características do fator humano com respeito à liderança e objetivos pessoais que, muitas vezes, faz com que a organização opere de forma diferente daquela estabelecida, dando origem à estrutura informal; quando funcionários de diferentes departamentos encontram-se socialmente, eles trocam informações sobre assuntos da empresa sem passar através dos canais formais de comunicação; quando um subordinado influi sobre a decisão do chefe de forma sistemática devido a sua habilidade de relacionamento pessoal, ele está invertendo a estrutura formal. Dessa forma, a primeira característica da estrutura informal é não poder ser completamente extinta. Bem como, o fato de existirem muitas estruturas informais dentro de uma grande empresa, em todos os níveis, sendo que algumas estão inteiramente dentro da empresa e outras são parcialmente externas à empresa (PeRRoTTI, 2004). a seguir, serão abordadas algumas estruturas organizacionais formais e informais. 3.1 – Estruturas formais Seguindo os princípios gerais clássicos da administração, as organizações podem ser estruturadas de acordo com 16Ferramentas e Métodos de Gestão a natureza do trabalho e de interesses ou necessidades específicas dos administradores em determinadas situações. Segundo Uemura (2006), a “departamentalização é o processo através do qual as unidades são agrupadas em unidades maiores e assim sucessivamente até o topo da organização, dando origem aos diversos níveis hierárquicos”. a seguir, estudaremos alguns tipos de organização. 3.1.1 – organização Linear Segundo Prates (2014), a organização linear é indicada para pequenas empresas, por ser o tipo de organização mais antigo e simples. É baseada no princípio da unidade de comando, ou seja, existem linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade entre o superior e seus subordinados. Pompermayer (2000) apresenta as seguintes características para a organização linear: • autoridade única com base na hierarquia do superior para seus subordinados, tornando-se típica das organizações militares e eclesiásticas; • linhas formais de comunicação, as quais são feitas unicamente por meio das linhas existentes no organograma; • Centralização de comando em uma autoridade máxima; • Controle da organização e seu aspecto piramidal, em decorrência da centralização da autoridade no topo da organização. a Figura, a seguir, ilustra um organograma de uma empresa que possui a organização linear. Como pode ser visto, existe apenas um líder com diversos subordinados. Fonte: Elaborado pela autora. Pompermayer (2000) aponta como vantagens desse sistema: • apresenta uma estrutura simples e de fácil compreensão para o subordinado, que só se relaciona hierarquicamente com seu superior; • Há uma clara fixação de limites das responsabilidades de cada órgão ou cargo, não havendo intervenção em área alheia, conferindo a esse tipo de organização facilidade em sua implantação, funcionamento, controle e disciplina. ainda segundo a autora, como desvantagem tem-se: • a estabilidade e a constância das relações formais que podem levar à rigidez e a inflexibilidade, que dificultam a inovação e a adaptação às novas situações; • a autoridade linear de comando único e direto pode tornar-se autocrática e vir a prejudicar a cooperação e a iniciativa das pessoas, assim como a sobrecarga na função de chefia; • A figura do chefe generalista, que tudo sabe e faz (monopólio das comunicações), inibe a especialização, congestiona as linhas formais de comunicação, tornando-as demoradas. 3.1.2 – organização Funcional Para Prates (2014), a organização funcional é baseada no princípio da especialização, ou seja, os subordinados recebem ordens de vários chefes, dentro de seu campo específico. a autoridade será um especialista, o qual domina melhor o assunto em questão e dará a voz de comando. ainda segundo o autor, organização funcional apresenta as seguintes características: • a autoridade por conhecimento: cada subordinado reporta-se a muitos superiores; • Nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados; • as comunicações são diretas e mais rápidas; • as decisões são descentralizadas. Segundo Uemura (2006), esse tipo de organização é muito utilizada quando a empresa tem uma única linha de produtos ou quando seus produtos têm similaridade acentuada. a Figura a seguir ilustra uma organização com uma estrutura funcional. Nela, pode-se perceber que a autoridade é funcional, dividida e possui variedade de comando de acordo com a especialização. Fonte: elaborado pela autora. De acordo com Pompermayer (2000), as vantagens de uma organização funcional residem em: • Proporciona o máximo de especialização nos diversos órgãos, permitindo a cada órgão ou cargo concentrar-se total e unicamente sobre seu trabalho e sua função; • Enfatiza a eficiência de recursos específicos; • Facilita a economia de escala e o controle de custo; • Facilita a supervisão através da gestão funcional; • Permite a melhor supervisão técnica possível, pois cada órgão ou cargo reporta-se a experts em seu campo de especialização; • Desenvolve comunicações diretas, sem 17 intermediação, mais rápidas e menos sujeitas a distorções de transmissão; • Separa funções de planejamento e de controle das funções de execução. Por outro lado, as desvantagens consistem em: • Diminuição da concentração de autoridade e consequente perdade comando, que dificulta aos órgãos ou cargos superiores o controle e o funcionamento dos órgãos ou cargos inferiores; • Subordinação múltipla, em que nem sempre as pessoas sabem a quem recorrer para resolver determinados assuntos, levando à perda de tempo e a confusões imprevisíveis; • Perda da visão de conjunto da organização e a uma tendência de defender o seu ponto de vista em detrimento dos pontos de vista dos outros especialistas; • Dificuldade de gestão quando as linhas de produtos são muito distintas, fazendo com que a especialidade na função concorra com a especialidade no(s) produto(s); • Confusão quanto aos objetivos e a existência de tensões e de conflitos dentro da organização. 3.1.3 – Organização Linha-Staff Para Prates (2014), o tipo de organização linha-staff é o resultado da combinação dos tipos de organização linear e funcional, maximizando as vantagens de ambas e reduzindo as suas desvantagens, mas com a predominância das características lineares. Normalmente, é mais utilizado nas empresas de grande porte, para preservar a unidade de comando, sem desprezar a especialização, já que, o papel do staff é constituído por pessoas com conhecimento e domínio de assuntos específicos, que complementam e reforçam os dirigentes de uma organização. Contudo, essas pessoas não são investidas de autoridade formal, ou seja, não dão ordens, apenas emitem pareceres ou, simplesmente, informam os dirigentes para que estes tomem as decisões que julgarem convenientes. Na organização linha- staff, coexistem órgãos de linha (organização linear) e de assessoria (organização funcional). as principais características da organização linha-staff são (PoMPeRMaYeR, 2000): • Fusão da estrutura linear com a estrutura funcional, permitindo a coexistência da hierarquia de comando e da especialização técnica; • existência das linhas formais de comunicação entre superiores e subordinados e que representam a hierarquia de autoridade e também linhas diretas de comunicação que ligam os órgãos e o staff e que representam a oferta de assessoria; • Manutenção do princípio da hierarquia (linha), que assegura o comando e a disciplina, enquanto a especialização (staff) fornece os serviços de consultoria e de assessoria. a Figura a seguir ilustra uma organização linha-staff, podendo ser observada a hierarquia em linha, mas com consulta ao staff, preservando a autoridade de comando e agregando especialistas. Fonte: elaborado pela autora. algumas de suas vantagens são: • oferta interna de assessoria especializada e inovadora, com a manutenção do princípio da unidade de comando. e como desvantagens, podemos destacar: • A possibilidade de conflitos entre a operação (linha) e a assessoria (staff) e dificuldade no equilíbrio dinâmico entre o poder de linha e o poder de staff. 3.1.4 – organização por Produto esse tipo de organização é indicado para empresas que têm como fundamental a comunicação lateral entre as áreas e o foco em diferentes linhas de produto. Já que, nesse tipo de organização, cada unidade de produto possui as principais funções sob sua responsabilidade. Segundo Chiavenato, esse tipo de departamentalização contribui consideravelmente para o atingimento dos objetivos da empresa, já que permite à organização maximizar sua concentração de esforços em determinadas atividades e linhas de produtos. a Figura a seguir ilustra uma organização por produto, evidenciando que a hierarquia está dividida de acordo com os produtos comercializados pela empresa. FOnTE: elaborado pela autora. Podemos citar como vantagens desse tipo de organização: • a facilidade da formulação e implementação da estratégia por produto; • Permite o foco no mercado de cada linha de produto; • Facilidade de medição do desempenho da contribuição de cada produto para o negócio; • Maior empenho das equipes de trabalho, já que os departamentos são cobrados pelo desempenho de 18Ferramentas e Métodos de Gestão cada item, o que aumenta a responsabilidade dos envolvidos; • Facilidade de inovação. e como, desvantagens: • Maior custo, em função de multiplicação de funções; • Menor especialização funcional; • abordagem mais introspectiva, fazendo com que os trabalhadores e gestores fiquem mais voltados para os acontecimentos internos à empresa; • Potencial conflito entre Unidades de Produto e Unidades de Negócios. 3.1.5 – organização por Processo Conforme Uemura (2006), este tipo de estrutura é organizado em função dos seus processos, que podem ser chamados de processos de linha, os quais são formados por times multifuncionais que têm o objetivo de cumprir as atividades relativas a seu macroprocesso. as funções de apoio (Finanças, Recursos Humanos, etc.) formam áreas paralelas que suportam os times dos processos. algumas de suas características são: • entende a importância dos processos para atingir os objetivos estratégicos da empresa; • o foco primário é no gerenciamento dos processos; • a alta administração possui foco nos processos; • Possui clara visão de seus processos e há donos de processos designados com responsabilidades interfuncionais; • as metas são baseadas nos resultados dos processos. a Figura a seguir ilustra uma empresa com organização por processo, nela fica evidenciado que as diversas áreas da empresa formam uma equipe de acordo com o processo a ser realizado. FOnTE: elaborado pela autora. algumas das vantagens desse tipo de organização são: • os processos da empresa estão integrados; • a especialidade funcional é mantida sem comprometer a integração; • Possui menos níveis hierárquicos. Já algumas das desvantagens são: • Dificuldade para definir as fronteiras de cada processo-chave; • algum impacto em cultura organizacional, pois altera o formato de hierarquia e decisões; • Potencial dificuldade em encontrar líderes de processos (different mindset). 3.2 – Estruturas Informais Nas palavras de Maximiano (2000), as organizações informais são aquelas que surgem das interações sociais que os funcionários mantêm dentro de uma empresa, as quais não aparecem no organograma, como amizades ou inimizades, grupos que se identificam ou não, que gera uma variedade de comportamento. a seguir são apresentados alguns fatores que, de acordo com a teoria exposta por Perrotti (2004), influenciam o surgimento das organizações não formais: • Interesses comuns de certo número de pessoas e que passam a sintonizar-se mais intimamente; • a interação provocada pela própria estrutura formal; • os períodos de lazer; • a disputa de poder. as suas principais características são: • as relações criadas entre pessoas de diferentes níveis, podendo ser relações pessoais de simpatia ou de antipatia; • a intensidade e duração desses relacionamentos são extremamente variáveis; • em uma organização informal, o nível de colaboração espontânea é infinitamente superior ao da organização formal; • Quando a organização informal é manipulada de forma inadequada, pode ocorrer uma oposição à organização formal, o que resulta em desarmonia com os objetivos da empresa; • Os grupos informais tendem a se modificar com as alterações realizadas na organização formal; • a organização informal transcende a organização formal, por não estar presa a horários e normas. apesar de ser uma estrutura não determinada pela organização, mas sim que nasce naturalmente, é possível expor algumas vantagens dela como: • Proporciona maior rapidez no processo; • Reduz distorções existentes na estrutura formal; • Reduz a carga de comunicação dos chefes; • Motiva e integra as pessoas da empresa. Um exemplo seria quando um indivíduo é solicitado em uma reunião de trabalho, ele sabe que o desejado no momento é simplesmente seus serviços e conhecimentos. Porém, quando é chamado para comparecer a uma reunião informal em um bar, certamente esse funcionário se sentirá querido pelo grupo. 19 enquantoas desvantagens são: • Desconhecimento das chefias; • Dificuldade de controle; • Possibilidade de surgimento de falsos boatos; • Possibilidade de atrito entre as pessoas. a organização informal possui alguns componentes que se entrelaçam, os quais estão listados no quadro abaixo com base na teoria de Rego (1986). Grupos Informais os grupos informais são criados pela iniciativa dos próprios funcionários e desenvolvem-se para realizar tarefas variadas com interesses comuns. A organização de um grupo com a finalidade de jogar futebol nos fins de semana ou para reivindicar pela posse de um espaço físico dentro da empresa e até o simples convívio de forma social são exemplos de grupos informais. é a partir dos grupos formais que surgem os informais, devido à proximidade física, à semelhança social e aos problemas que qualquer ser humano se defronta; com isso nascem os sentimentos de amizade e interesse, que são a base dos grupos informais. Normas de Conduta As normas de conduta regularmente conflitam com o regulamento interno da organização, podendo acarretar problemas. Essas normas surgem de opiniões e entendimentos implícitos ou explícitos entre os funcionários da organização. À medida que as normas de conduta ganham força nos grupos organizacionais, as regras burocráticas perdem sua credibilidade entre esses funcionários. Cultura organizacional A cultura organizacional é formada pelas próprias normas de conduta citadas acima, mas também pelos seguintes componentes: • crenças, valores e preconceitos que ocorrem no nosso dia a dia. • cerimônias e rituais estão relacionados a eventos sociais realizados para funcionários da própria organização. • símbolos que são formados por palavras, objetos, ações ou eventos que significam algo para pessoas e grupos da organização, como uniformes, logotipos, etc. Clima organizacional é a mensuração dos sentimentos em relação à realidade objetiva da organização, como através de questionários que demonstrem a qualidade percebida por cada funcionário. Todos os elementos que compõem a organização formal afetam os sentimentos dos funcionários, desde a localização física até os objetivos organizacionais, não esquecendo dos salários, limpeza e integração com os colegas. Cada funcionário terá uma realidade percebida, o que produzirá sentimentos individuais. FOnTE: elaborado pela autora. 4- Comunicação Institucional De acordo com Rego (1986), a comunicação institucional é um esforço para estabelecer relações de confiança entre o mundo empresarial e todo o seu público, tanto interno quanto externo. A meta final da comunicação institucional é gerar consentimento e concordância. Porém, não é fácil fazer com que todos os funcionários tenham a mesma compreensão daquilo que está sendo transmitido, por isso, os problemas de comunicação nunca deixarão de existir. Fluidez nas comunicações pode ser traduzida por relacionamentos saudáveis. Quanto mais a equipe estiver afinada com a missão e com as metas da empresa, mais a comunicação fluirá, e, fluindo a comunicação, mais a empresa/instituição será produtiva. Um exemplo comum de comunicação institucional interna são os quadros de aviso, os quais trazem informações relevantes aos colaboradores, podendo apresentar informações gerais da organização e também de cada um dos setores onde os mesmos estão instalados. apesar de ser uma forma simplória de comunicação institucional, o quadro de avisos é muito efetivo, contudo, é necessária uma atualização constante e a definição de um responsável para alimentá-lo. Porém, no que tange à eficiência comunicativa, esta deve ser analisada como a potencialidade, de um lado, do emissor de afetar os outros, de modo a fazê-los seguir suas intenções, vontades e também o potencial para ser afetado pelos outros, de forma que sejam vantajosos para si ou para sua organização; de outro modo, o desenvolvimento das aptidões de alguém para receber comunicação é tão importante como o desenvolvimento das aptidões de um indivíduo para comunicar (Rego, 1986). Chegamos, assim, ao final de nossa aula. Espera-se que agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês sobre Processos e arquiteturas organizacionais. Vamos, então, recordar? retomando a aula 1- Processos Inicialmente foi conceituado processo, seu papel fundamental nas organizações que é de transformar os recursos em produtos ou serviços. outro ponto abordado foi a hierarquia dos processos, onde ocorre o desdobramento e detalhamento das operações macro para micro, ou seja, os processos são formados por subprocessos, estes que por sua vez são constituídos por atividades, e estas últimas são compostas por tarefas. 2- Arquitetura Organizacional Vimos o que é a arquitetura organizacional em uma empresa, que pode ser definida como uma rede de relações 20Ferramentas e Métodos de Gestão entre indivíduos ou grupos de indivíduos, de forma que todos estejam no mesmo caminho pelo qual podemos chegar a um determinado resultado ou a um determinado fim, seus trabalhos devem ser coerentes com a tarefa final. além disso, foi visto que a concepção estrutural e operacional da arquitetura das organizações tem por finalidade adequar as pessoas ao trabalho que delas é exigido. 3- Tipos de Organizações Foi explicado que existem dois tipos de estruturas em uma instituição, as formais que são determinadas pela alta direção da empresa e estão representadas no organograma; e as informais, que são formadas pelas próprias pessoas que compõem a organização. 3.1. Estruturas formais 3.1.1. Organização Linear É indicada para pequenas empresas, por ser o tipo de organização mais antigo e simples. apresenta autoridade única com base na hierarquia do superior e centralização de comando; porém, a autoridade linear de comando único e direto pode tornar-se autocrática e tornar a comunicação e tomada de decisões demorada. 3.1.2 Organização Funcional É baseada no princípio da especialização, onde nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados e as decisões são descentralizadas. Pode ser indicado para quando a empresa tem uma única linha de produtos. Tem como consequência a diminuição da concentração de autoridade e consequente perda de comando. 3.1.3 Organização Linha-Staff É o resultado da combinação dos tipos de organização linear e funcional, maximizando as suas vantagens. É mais utilizado nas empresas de grande porte. Neste modelo de organização, o papel do staff é constituído por pessoas com conhecimento e domínio de assuntos específicos, porém, não possuem autoridade formal. existem as linhas formais de comunicação entre superiores e subordinados. 3.1.4 Organização por Produto É indicado para empresas que tem como fundamental a comunicação lateral entre as áreas e o foco em diferentes linhas de produto. Contribui consideravelmente para o atingimento dos objetivos da empresa, por permitir maior empenho das equipes de trabalho. apresenta também maior facilidade de inovação. 3.1.5 Organização por Processo É organizado em função dos seus processos, que podem ser chamados de processos de linha, os quais são formados por times multifuncionais. o foco primário é no gerenciamento dos processos, desta forma, possui clara visão de seus processos. Possui menos níveis hierárquicos e, com isso, potencial dificuldade em encontrar líderes de processos. 3.2 Estruturas Informais São aquelas que surgem das interações sociais que os funcionários mantêm dentro de uma empresa, através de interesses comuns, interação proporcionada pela estrutura formal, períodos de lazer, etc. É capaz de proporcionar maior rapidez ao processo, mas também possíveis atritos entre as pessoas. 4- Comunicação Institucional É uma técnica de gestão implementável em qualquer instituição, objetivando bom funcionamento organizacional. a meta final da comunicação institucional é gerar consentimento e concordância. Desta forma, fluidez nascomunicações pode ser traduzida por relacionamentos saudáveis. Principais tipos de estruturas organizacionais. Disponível em: http://www.adminconcursos.com. br/2014/07/estruturas-organizacionais.html acesso em: 02 abr. 2022. Vale a pena acessar Videoaula: Por que utilizar a arquitetura Corporativa? Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=FgQ3Mo00oj0. acesso em: 02 abr. 2022. Videoaula: estrutura organizacional e organograma - Processo de organização (6/6). Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=aj0m4p35z9e. acesso em: 02 abr. 2022. Videoaula: Tipos de organogramas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TtK9_co2iq8. acesso em: 02 abr. 2022. Videoaula: autoridade - Processo de organização (4/6). Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=Qu0dZ0garQI. acesso em: 02 abr. 2022. Vale a pena assistir MaXIMIaNo, antônio Cesar amaru. Introdução a Administração. 5. ed. São Paulo: atlas S.a., 2000. aBPMP. Guide to the Business Process Management Common Body of Knowledge. 3. ed. 2013. Vale a pena ler Vale a pena 3ºAula Gestão de Processos Objetivos de aprendizagem ao término desta aula, vocês serão capazes de: • entender a importância da gestão de processos para a organização; • conhecer as ferramentas mais comuns usadas na gestão de processos; • visualizar o processo de redesenho de processos; • conhecer as formas de transformar os processos. Caros(as) alunos(as)! Nesta aula, estudaremos sobre gestão de Processos. Vamos perceber que, no contexto, caracterizado por um ambiente dinâmico e de constantes mudanças, as organizações devem desenvolver suas habilidades de adaptação e continuarem existindo. o BPM (gestão de Processos de Negócios) representa uma nova forma de visualizar as operações de negócio, indo além das estruturas funcionais tradicionais, porém, requer um comprometimento significativo da organização e que esta esteja aberta a mudanças. a implementação da gestão de Processos não é algo simples. ao decidir-se implantá-la em uma organização, será fundamental o comprometimento e esforço de todos os colaboradores, necessitando também que a estrutura organizacional seja revista, de modo a direcionar mudanças alinhadas às estratégias da empresa, no que diz respeito a gerenciar as organizações por processos. Desejo a todos(as) uma excelente aula. Boa leitura! Bons estudos! 22Ferramentas e Métodos de Gestão seções de estudo 1– Introdução à gestão de processos 2– Modelagem de processos 3– Representações gráficas da modelagem 4– análise de processos 5– Desenho de processos 6– Simulação de processos 7– Medição de desempenho 8– Transformação de processos 9– a importância do treinamento na transformação dos processos 1- Introdução à gestão de processos o atual cenário econômico do país faz com que as organizações busquem mais agilidade, já que apenas um bom planejamento estratégico não é mais garantia de bom desempenho no mercado, graças à sociedade contemporânea, a qual está cada vez mais complexa, diversificada e dinâmica, exigindo, assim, uma postura mais responsiva. Nesse contexto, caracterizado por um ambiente dinâmico e de constantes mudanças, as organizações devem desenvolver suas habilidades de adaptação e continuarem existindo. assim, novos desafios são impostos pelas estratégias empresariais conciliadas pela evolução da tecnologia, que exigem uma atualização constante das ferramentas e procedimentos para revisão e melhorias dos processos já consolidados (CoSTa, 2014). De acordo com o CNMP (2013), melhorar processos continuamente é fundamental para as organizações serem capazes de responder às mudanças constantes em seu ambiente de atuação. Dessa forma, é essencial para as empresas que desejam se manter atuantes no mercado, possuir uma metodologia de análise e aprimoramento contínuo dos seus processos, sempre com foco nas estratégias e capacidades da organização na gestão dos seus processos. Segundo a aBPMP (2013), o BPM (gestão de Processos de Negócios) representa uma nova forma de visualizar as operações de negócio, indo além das estruturas funcionais tradicionais, já que compreende todo o trabalho executado, independentemente de quais áreas funcionais ou localizações estejam envolvidas. Começando em um nível mais alto, subdivide-se em subprocessos, que por sua vez subdividem- se em uma ou mais atividades que podem ser decompostas em tarefas e ainda passos. Complementarmente, o BPM é uma disciplina gerencial que presume que os objetivos organizacionais podem ser alcançados com mais êxito por meio do gerenciamento de processos. Isso tendo em vista que auxilia no estabelecimento de princípios e práticas que permitem às organizações serem mais eficientes na execução de seus processos de negócio. Por outro lado, a prática de BPM requer um comprometimento significativo da organização e que esta esteja aberta a mudanças, já que as organizações tradicionais são centradas em funções de negócio como vendas, marketing, finanças e produção; já o gerenciamento de processos de negócio ponta a ponta realiza o cruzamento dessas fronteiras. Com isso, novos papéis e responsabilidades devem ser introduzidos, tais como donos de processos, analistas e arquitetos de processos. Figura 1 – Desenho da nova estrutura de negócios das organizações. Fonte: aBPMP (2013). o BPM requer um comprometimento de cima abaixo na organização, desde a liderança executiva, passando pela linha de gerência funcional, que deve colaborar com os donos e gerentes de processos, até pessoas que trabalham em equipes funcionais e altamente especializadas. esse gerenciamento ponta a ponta faz surgir a necessidade de novos papéis que devem interagir com o gerenciamento funcional tradicional sob uma nova estrutura de governança. essa mudança altera fundamentalmente o modo como as organizações tomam decisões e a forma como os recursos são alocados (aBPMP, 2013). Uma mudança desse tipo em uma organização pode levar anos e requer planejamento, disciplina e perseverança. a decisão de implementar a disciplina de BPM de forma ampla deve ser vista como um movimento estratégico e contar com o envolvimento e comprometimento dos diversos níveis da organização – desde a liderança executiva que define e apoia a prática de BPM, passando pela camada de gestão funcional até as equipes funcionais que, frequentemente, devem trabalhar em equipes ampliadas e até mesmo virtuais para assegurar a entrega de valor para o cliente (aBPMP, 2013). Sob o pressuposto de que objetivos organizacionais podem ser alcançados por meio do gerenciamento centrado em processos de negócio, o BPM orienta as organizações no desenvolvimento de princípios e práticas para gerenciar recursos, mas não prescreve estruturas de trabalho, metodologias ou ferramentas específicas. Um processo de negócio definido de maneira abrangente abordará O QUÊ, ONDE, QUANDO, POR QUÊ e COMO o trabalho é feito, e QUeM é o responsável por realizá-lo. Para isso, poderá ser utilizada a ferramenta 5W2H, que veremos na sequência desta disciplina. Não é obrigatório, porém é desejável conter informações tais como (aBPMP, 2013): • Contexto (ou escopo) do processo, incluindo fornecedores e entradas, clientes e saídas, eventos de ativação e ações resultantes, controles de processo, recursos disponíveis e expectativas de desempenho. • Transições de estado, detalhando os vários estágios do desenvolvimento dos produtos de trabalho à medida que avançam e são transformados através do processo. • eventos de negócio, criados interna e externamente 23 e que afetam o processo, e como esses eventos disparam as atividades e decisões que fazem parte do processo. • Decomposição do processo, ilustrando como o processo de negócio é subdividido em partes menores a partir do mais alto nível identificado até o mais baixo nível. • Requisitos de cliente, detalhando os compromissos com o cliente em relação à entrega do produtoou serviço, e os indicadores de desempenho estabelecidos e medidos no processo para assegurar que esses compromissos sejam cumpridos. • estrutura organizacional e descrição de como as funções e papéis na organização são estabelecidos para apoiar a execução do processo. • Funcionalidades dos sistemas de informação e como essas funcionalidades são utilizadas para apoiar a execução do processo BPM implica em um comprometimento permanente e contínuo da organização para o gerenciamento de seus processos. Isso inclui um conjunto de atividades, tais como modelagem, análise, desenho, medição de desempenho e transformação de processos. envolve uma continuidade, um ciclo de feedback sem fim para assegurar que os processos de negócios estejam alinhados com a estratégia organizacional e ao foco do cliente. a Figura abaixo ilustra o ciclo dos processos para implantação do BPM e demonstra que eles devem estar em contínua análise. Figura 2 – Ciclo dos processos para implantação do BPM. FOnTE: aBPMP (2013). até aqui pôde-se notar que a implementação da gestão de Processos não é algo simples, e, que ao decidir-se implantá- la em uma organização, será necessário comprometimento e esforço de todos os colaboradores, necessitando, ainda, que a estrutura organizacional seja revista, de modo a direcionar mudanças alinhadas às estratégias da empresa no que diz respeito a gerenciar as organizações por processos. 2- Modelagem de processos a modelagem de processos alia o foco do BPM em desenvolvimento e execução com o monitoramento e execução da estratégia, através de um equilíbrio integrado, que irá conectar melhor a estratégia à execução em tempo real, para melhorar a capacidade de resposta. Dessa forma, necessita de um conjunto de habilidades e técnicas para permitir compreender, comunicar e gerenciar componentes de processos de negócio. Desenvolver modelos de processos envolve vários papéis devido à ampla variedade de usos desses modelos, podendo envolver muitas pessoas em diversos papéis dentro da empresa (aBPMP, 2013). os modelos podem ser criados por indivíduos ou por grupos, que descrevem o escopo e a profundidade do negócio que estão tratando, podendo seguir a seguinte estrutura: • Facilitador: liderança executiva; • Modelador: gerência intermediária; • especialistas para detalhar as atividades: executores que realizam o trabalho. as abordagens de modelagem de processos podem ser de cima para baixo (top-down), ou de baixo para cima (bottom- up), variando de acordo com o propósito e escopo do esforço, os quais devem ser determinados para que se aplique a melhor abordagem. as abordagens de baixo para cima são centradas em fluxos de trabalho e tarefas, portanto, apresentam melhor resultado quando se busca modelar o funcionamento de áreas funcionais. Já a abordagem de cima para baixo é mais indicada para processos cujos esforços de transformação começam com o desenvolvimento de um modelo de estado futuro e, em seguida, determinam o que precisa ser feito para implementar esse modelo. existem várias ferramentas de modelagem disponíveis que vão desde o uso de simples quadros brancos, flip-chart ou notas autoadesivas, até ferramentas sofisticadas e especializadas de BPM que incluem modelagem e armazenamentos de dados para modelos de processos. a modelagem de processos pode ser feita de maneira eficaz e eficiente usando qualquer tipo de ferramenta, já que o foco é o processo e não a ferramenta. Porém, é importante que se faça a escolha da ferramenta de modelagem com base no contexto mais amplo de aplicação de BPM na organização, permitindo evolução dos modelos de processos em um futuro. 3- Representações gráficas da modelagem • DIagRaMa, MaPa oU MoDelo De PRoCeSSoS apesar de rotineiramente serem utilizados como sinônimos, diagrama, mapa e modelo são, na prática, diferentes estágios de desenvolvimento, cada qual agregando mais informação e utilidade para entendimento, análise e desenho de processos. A figura 3 traz uma ilustração de como se apresenta visualmente cada um deles. 24Ferramentas e Métodos de Gestão Figura 3 – Representação visual de um diagrama, mapa e modelo. Fonte: aBPMP (2013). Um diagrama retrata os principais elementos de um fluxo de processo, mas omite detalhes menores de entendimento dos fluxos de trabalho. Já um mapa fornece uma visão abrangente dos principais componentes do processo e apresenta maior precisão do que um diagrama. E, por fim, um modelo representa com maior precisão o funcionamento daquilo que está sendo modelado, requerendo assim mais dados acerca do processo e dos fatores que afetam seu comportamento (aBPMP, 2013). algumas ferramentas de modelagem podem ser utilizadas para capturar e catalogar componentes de processo e informações associadas para organizar, analisar e gerenciar o portfólio de processos da organização. as ferramentas de modelagem variam em número e tipos de componentes e informações que podem capturar, o que afeta os tipos e níveis de análise de desempenho de processos que modeladores podem realizar. • BUSINESS PROCESS MODEL AND NOTATION (BPMN) Business Process Model and Notation é um padrão criado pela Business Process Management Initiative (BPMI), incorporado ao Object Management Group (oMg), grupo que estabelece padrões para sistemas de informação. a simbologia da BMPN permite criar modelos de processos de negócio – Business Process Diagrams (BPD) para finalidades de documentação e comunicação (aBPMP, 2013). essa notação apresenta um conjunto robusto de símbolos para modelagem de diferentes aspectos de processos de negócio. Como na maioria das notações, os símbolos descrevem relacionamentos claramente definidos, tais como fluxo de atividades e ordem de precedência. De acordo com Tessari (2008), um dos desafios da BPMN é criar mecanismos simples para a construção de modelos de processos de negócio, mas que tenham a capacidade de lidar com a complexidade existente nos processos de negócio. em BPMN, raias dividem um modelo em várias linhas paralelas. Cada uma dessas raias é definida como um papel desempenhado por um ator na realização do trabalho. o trabalho se move de atividade para atividade, seguindo o caminho do fluxo de papel a papel. A forma como os modelos em BPMN são elaborados deve ser guiada por padrões corporativos, caso a visão de longo prazo seja a construção de um modelo integrado de negócio da organização. esses padrões devem reger quando e como as raias são definidas (papel), como as atividades são decompostas, que dados são coletados na modelagem, entre outros (CoSTa, 2009). 25 Figura 4 – Processo desenhado a partir do método BPMN. Fonte: exemplo de representação do BPMn (aBPMP, 2013). Suas principais características são: apresentar ícones organizados em conjuntos descritivos e analíticos para atender a diferentes necessidades de utilização; permitir a indicação de eventos de início, intermediário e fim; fluxo de atividades e mensagens, comunicação intranegócio e colaboração internegócio. 4- Análise de processos o objetivo da análise de processo é criar um entendimento das atividades do processo e medir o sucesso dessas atividades. a análise de processo é realizada por meio de técnicas que compreendem mapeamento, entrevista, simulações e outras técnicas analíticas e metodológicas. a análise de processo requer esforços, dedicação e recursos, além do envolvimento da administração superior da organização. os envolvidos devem assimilar informações oriundas do plano (construídos na fase do planejamento), modelos de processo, medições de desempenho, mudanças no ambiente externo e outros fatores, a fim de entender completamente os processos de negócio no escopo da organização como um todo. Nessa fase, deve ser informada a situação real do processo e não o que se pensa ou se deseja que ocorra (FeRReIRa, 2013). Quando se deseja iniciar a análise de processos em uma empresa, inicialmente
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