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Infecções Sexualmente Transmissíveis

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GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA MEDCEL 2024 
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
CANCRO MOLE OU CANCROIDE 
Epidemiologia: 
• Climas tropicais. 
• Populações com baixo nível socioeconômico 
• População imunossuprimida. 
 
Agente e?ológico: Haemophilus ducreyi, bactéria Gram negaDva. 
• Período de incubação: 3 a 5 dias. 
 
Clínica: Úlcera com base amolecida e fundo purulento. É dolorosa, féDda e muito friável (sangramentos). 
• Pode fazer contaminação de outras áreas do trato genital, podendo ser múlDpla. 
• Pode haver adenopaDa inguinal. 
 
Diagnós?co: Clínico. 
• Em caso de dúvida: Bacterioscopia, com bactérias dispostas em cardume de peixe. 
 
Tratamento: 
• Azitromicina 1 g, VO, dose única. 
• 2ª opção: CeOriaxona 250 mg. 
• Se adenopa?a inguinal importante: Aspiração com agulha e seringa para re?rada de material purulento. 
 
Caso especial: Cancro misto de Rollet, associação de cancro duro (sífilis) com cancro mole. 
 
DONOVANOSE ou granuloma inguinal 
Epidemiologia: Não é comum no Brasil, normalmente paciente que viajou recentemente. 
 
Agente e?ológico: Klebsiella granuloma5s. 
 
Clínica: Úlcera genital indolor e autoinoculável (lesões em espelho). 
• Pode haver apresentação extragenital (úlceras no canal inguinal, região pubiana, etc.). 
 
Diagnós?co: Clínico. 
• Em caso de dúvida: 
o Biópsia da lesão (anatomopatológico): Presença de corpúsculos de Donovan. 
 
Tratamento: 
• Azitromicina 1 g, VO, semanal, por 3 semanas. 
• Se não houver melhora das lesões, manter por mais quantas semanas forem necessárias. 
 
LINFOGRANULOMA VENÉREO 
Agente e?ológico: Chlamydia trachoma5s, parasita intracelular obrigatório. 
 
Clínica: Pequena úlcera ou pápula indolor, com linfonodopaDa inguinal dolorosa e aumentado com supuração por múl?plos oriYcios (‘’bico de regador’’). 
 
Diagnós?co: Clínico. 
 
Tratamento: 
• Doxiciclina 100 mg 12/12 por 21 dias (infecção mais grave). 
• Alterna?va/Gestantes: Azitromicina semanal por 3 semanas. 
• Bubão (linfonodo com sinais flogís?cos): Aspiração com agulha e seringa. 
 
HERPES GENITAL 
Epidemiologia: Doença ulceraDva mais frequente. 
 
Agente e?ológico: Herpes simples Dpo 1 (mais causa herpes labial) e 2 (mais causa herpes genital). 
• Transmissão: Transmissão de 16% em uma única relação de um homem para uma mulher e 6% em uma única relação de uma mulher para um homem. 
 
Clínica: Lesões genitais dolorosas com evolução clássica. Inicialmente, vesículas que evoluem para úlceras, e posteriormente crostas. 
• É comum haver pacientes com as três fases da doença. 
• É uma doença recorrente e incurável, e normalmente, o episódio inicial é mais sintomáDco. 
• Pode haver associação com sintomas sistêmicos (febre, prostração, etc.). 
• Pode ocorrer o aparecimento de lesões no colo do útero, e por isso, pode ocorrer leucorreia. 
 
Tratamento: O aciclovir tópico não é recomendado para herpes genital. 
• Primo-infecção: Aciclovir 400 mg, VO, de 8/8 horas, por 7 a 10 dias 
• Recorrência: Aciclovir 400 mg, VO, de 8/8 horas, por 5 dias 
 
Herpes genital de repe?ção: 6 episódios ou mais em um período de 1 ano. 
• Tratamento supressivo: Aciclovir 400 mg 12/12 por 6 meses. 
 
PAPILOMAVÍRUS HUMANO 
Agente e?ológico: HPV, principalmente os sub?pos 6 e 11. 
• Transmissão: Sexual e fômites. 
 
Clínica: Verrugas genitais, o condiloma acuminado. 
• No citopalógico, são descritas como coilocitose (presença de HPV). 
 
Tratamento: Destruição da lesão causada pelo vírus. 
• Ácido tricloroacé?co (ATA). 
• Crioterapia. 
• Imiquimode (imunomodulador): Contraindicado em gestantes. 
• Podofilotoxina: Contraindicado em gestantes. 
• Excisão cirúrgica. 
 
GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA MEDCEL 2024 
SÍFILIS 
E?ologia: Treponema pallidum, do grupo das espiroquetas. 
• Período de incubação: 3 semanas. 
 
Classificações: 
1.De acordo com as fases clínicas da doença 
• Sífilis assintomáDca: Maioria. O diagnós?co é feito a par?r da sorologia. 
 
• Sífilis primária (1ª fase da doença): Aparecimento do cancro duro, caracterizado como úlcera genital de bordos elevados e fundo liso (às vezes brilhoso), 
úlcera única e indolor. A tendência é o desaparecimento espontâneo dessa úlcera. Pode haver linfonodomegalia inguinal associada. 
 
 
• Sífilis secundária: 6 semanas a 6 meses após o desaparecimento do cancro duro. Há a presença de lesões papulares (roséolas ou sillides) difusas pelo 
corpo, que acometem palma da mão e planta dos pés. Pode ocorrer aparecimento de placas mucosas (placas acinzentadas na cavidade oral), alopecia, 
madarose (rarefação dos cílios e das sobrancelhas) e condiloma plano (lesão em relevo na vulva). A tendência é o desaparecimento espontâneo de 
todos os sinais e sintomas da sífilis secundária. 
 
 
• Sífilis latente: Período assintomáDco. As lesões dermatológicas da sífilis secundária podem recidivar. 
 
• Sífilis terciária: ¼ das pacientes sem tratamento. 
o Manifestações cardiovasculares: AorDte e regurgitação aórDca. 
o Neurossífilis: Demência e tabes dorsales. 
 
2. De acordo com o tempo de doença: 
• Recente: Até 1 ano. 
o Corresponde à sífilis primária, secundária e latente até 1 ano. 
• Tardia: A parDr de 1 ano. 
o Sempre que a paciente não souber informar o tempo de doença, classifica-se como sífilis tardia. 
o Corresponde à sífilis tardia a parDr de 1 ano e terciária. 
 
Diagnós?co: 
• Microscopia em campo escuro: Realizada na presença de cancro duro (sífilis primária) ou candiloma plano (sífilis secundária), pela pesquisa direta do 
T. pallidum na lesão. 
 
• Testes não treponêmicos: Iden?fica indiretamente o an?corpo contra o T. pallidum. O mais u?lizado é o VDRL, tendo seu pico na sífilis secundária. 
o Vantagens: Alta sensibilidade, 78 a 100%. Técnica simples, rápida e de baixo custo. 
o Desvantagem: Falsos posiDvos, em relação às doenças reumatológicas (artrite reumatoide, SAF), fases agudas de algumas viroses e gravidez. 
 
• Testes treponêmicos: Iden?fica diretamente o an?corpo contra o T. pallidum. Os mais u?lizados são o teste rápido e FTA-Abs. 
o Vantagem: Alta especificidade. 
o Desvantagem: Tende a ficar posiDvo para o resto da vida. 
 
 
• MS recomenda: Inicialmente, realiza-se o teste rápido (treponêmico) para rastreio. 
o Se negaDvo, provavelmente não é sífilis. 
o Se posi?vo, duas possibilidades: 
§ Realização de teste não treponêmico (VDRL): 
• PosiDvo = Sífilis. 
• NegaDvo = Doença tratada. 
 
• Basta um teste, treponêmico ou não treponêmico, posi?vo para o tratamento em: 
o Gestante. 
o Ví?ma de abuso sexual. 
o Paciente que tem certeza que nunca realizou tratamento de sífilis anteriormente. 
o Paciente com chance de evadir. 
o Sinais e sintomas. 
 
GABRIELLA PACHECO – MED102 GINECOLOGIA MEDCEL 2024 
Tratamento: 
• Sífilis recente (até 1 ano de doença): 
o Penicilina G benza?na 2.400.000 UI (1.200.000 UI em cada nádega), IM, dose única. 
o Controle pós-tratamento: VDRL trimestral no 1º ano. 
 
• Sífilis tardia ou duração ignorada: 
o Penicilina G benza?na 2.400.000 UI (1.200.000 UI em cada nádega), IM, semanal, por 3 semanas. 
o Controle pós-tratamento: VDRL trimestral no 1º ano. 
 
• Se alergia à penicilina: 
o Doxiciclina 100 mg 12/12h por 15 dias (recente) ou 30 dias (tardia). 
o Gestantes: Necessidade de dessensibilizar. 
 
• Parceiros sexuais: Convocação e teste rápido. 
o Teste rápido posi?vo: Estadiamento da doença e tratamento. 
o Teste rápido nega?vo: Provavelmente é o período de janela imunológica, recomendado o tratamento como sífilis recente. 
 
• No?ficação compulsória: No?ficação semanal. 
 
Seguimento: VDRL trimestral por 1 ano. 
• Precisa cair duas diluições do VDRL para considerar como doença tratada. 
• Sífilis recente: 2 diluições do VDRL em 6 meses. 
• Sífilis tardia ou duração ignorada: 2 diluições do VDRL em 1 ano. 
 
Reinfecção: Necessidade de tratamento. 
• Ausência de redução em 2 diluições 
• Elevação em 2 diluições 
• Sinaise sintomas de sífilis.

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