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INTRODUÇÃO AO COACHING Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autora: Erika de Paula Alves CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Profa. Bárbara Pricila Franz Profa. Cláudia Regina Pinto Michelli Prof. Ivan Tesck Profa. Kelly Luana Molinari Corrêa Revisão de Conteúdo: Profa. Juciléa Tatiana Nones Revisão Ortogramatical: Profa. Sandra Pottmeier Revisão Pedagógica: Profa. Bárbara Pricila Franz Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2015 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 358.3124 A474i Alves, Erika de Paula Introdução ao coaching / Erika de Paula Alves. Indaial: UNIASSELVI, 2015. 130 p. : il. ISBN 978-85-69910-00-8 1. Administração de pessoal – treinamento - aprendizado. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Erika de Paula Alves Mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, UFMG 2011. Especialista em Gestão Estratégica da Informação, UFMG 2008. Bacharel em Planejamento Integrado do Turismo, UFMG 2006. Bacharel em Administração, Uniasselvi 2016. Integra o quadro docente da Fundação Universidade Regional de Blumenau e é sócia da Raízes do Brasil Consultoria. É consultora em planejamento e gestão de micro e pequenas empresas, gestão de projetos, desenvolvimento de equipes e fomento ao associativismo. Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 Fundamentos do Coaching .................................................... 9 CAPÍTULO 2 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de Coaching ........................................................................... 35 CAPÍTULO 3 Coaching para o Desenvolvimento .................................... 81 CAPÍTULO 4 Avaliação do Coach ............................................................ 111 APRESENTAÇÃO Caro(a) pós-graduando(a), bem-vindo(a) à disciplina de Introdução ao Coaching. Num ambiente de constantes mudanças em que as organizações estão continuamente se modificando, se adaptar à nova realidade é um diferencial competitivo para o profissional contemporâneo. Lidar com pessoas em um ambiente dinâmico e de constantes mudanças tem sido um desafio para as organizações. E, neste cenário, emergem as discussões acerca do coaching, um poderoso aliado para a gestão de pessoas e organizações que busquem acelerar resultados. Nesta disciplina, você compreenderá os fundamentos do coaching e suas origens; os modelos de orientação que podem ser utilizados; as ferramentas e os instrumentos mais adotados para o desenvolvimento de lideranças e das equipes. Você estará apto a identificar os benefícios, as vantagens e as limitações derivadas da incorporação da cultura de coaching nas organizações e na vida das pessoas. Considerando esses aspectos, você compreenderá que é preciso que haja líderes comprometidos com resultados e que saibam valorizar as individualidades de cada membro da equipe a fim de se criar um ambiente de respeito mútuo em que a colaboração, as trocas de informações e as atitudes inovadoras contribuam para alcançar os melhores resultados. Você conhecerá, também, quais as metodologias de coaching existentes e a aplicação adequada de cada uma delas aos perfis pessoais. Pode-se afirmar que o coaching é uma metodologia libertadora, no sentido de que cada um pode se tornar líder da sua vida e obter mais clareza no momento da tomada de decisões. Neste contexto, os processos de coaching podem ser direcionados para diversas áreas do desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional. Você compreenderá que o processo de coaching não apresenta respostas, mas instiga o indivíduo a se conhecer e a identificar as respostas que serão fundamentais para o crescimento pessoal. O coaching está alinhado às metodologias de ensino-aprendizagem que colocam o sujeito como corresponsável pela construção do conhecimento e que alia às formas tradicionais de educação às ferramentas de tecnologia da informação. Essas são algumas características que tornam o coaching uma das metodologias mais pesquisadas e implantadas como vantagem competitiva em ambientes organizacionais contemporâneos. Bons Estudos! A autora. CAPÍTULO 1 FUNDAMENTOS DO COACHING A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Entender a origem do coaching. 3 Esclarecer a importância do coaching no cenário atual. 3 Identificar os elementos principais do Coaching. 3 Compreender as funções e as diferenças entre o Coach e o Coachee. 10 Introdução ao Coaching 11 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 Contextualização O mercado de trabalho competitivo acarreta uma constante necessidade de desenvolvimento profissional por parte dos colaboradores. O modelo tradicional de educação e de gerenciamento está perdendo lugar para a educação continuada, mais dinâmica e flexível. Nesse cenário, surgem novas metodologias de trabalho visando alcance de resultados mais efetivos e sustentáveis, diferentes dos modelos tradicionais lecionados em salas de aula de cursos de graduação. A nova tendência é de que os gestores sejam incentivados a atuarem como facilitadores, motivadores e líderes com visão integral dos problemas, além de ter bom relacionamento com sua equipe. De modo geral, o fator humano é imprescindível para o sucesso da administração das organizações, em contrapartida, lidar com pessoas ainda é uma dificuldade para a maioria dos gestores. O processo de coaching surge como uma forma de aprimorar habilidades e características das pessoas de modo customizado, ou seja, a técnica auxilia o indivíduo ao alcance de resultados efetivos. Coaching e suas Origens Com o advento da globalização, o mercado passou a demandar um rápido ajuste a interferências internas e externas, visto que houve um substancial aumento da velocidade dos meios de comunicação e transporte. Nesse panorama, tornou-se imprescindível o desenvolvimento de novas competências e habilidades profissionais, antes não tão demandadas, como foco em resultados, dinamismo e capacidade de trabalhar com imprevistos. Assim, ocorreu o início da aplicação de uma metodologia para atendimento de demandas específicas dos profissionais, visando potencializar a geração de resultados e competências individuais, o coaching! O processo de coaching também pode ser interpretado como uma nova abordagem ao estilo tradicional de trabalho, uma transformação dos gerentes de hoje nos líderes de amanhã. Agora vamos conhecer um pouco sobre a origem do processo de coaching. 12 Introdução ao Coaching Segundo Lotz e Gramms (2014), podemos considerar o surgimento da palavra coach por volta de 1500, quando foi usada na Inglaterra pela primeira vez para nomear os condutores de um veículo de tração animal para condução de pessoas. Como se pode notar, desde o surgimento do vocábulo, a palavra coach é usada para expressar uma pessoa que tem como responsabilidade transportar outras pessoas de um ponto a outro. De acordo com Marques (2013), em 1830, o termo começou a ser utilizado em Universidades da Inglaterra para nomear os tutores educacionais. Cerca de cem anos depois, coaching começou a ser relacionado à habilidade de gerenciar pessoas e surgiram as primeiras técnicas de valorização de competências individuais, principalmente no meio esportivo. Krausz (2007) enuncia que a introdução da palavracoaching ligada aos negócios só foi realizada por volta de 1960, quando passou a ser utilizado no mundo corporativo, iniciando este processo nos Estados Unidos da América. Com resultados positivos alcançados no meio empresarial, o processo se consolidou e passou a ser empregado em diversas corporações, sendo então validado e tendo sua eficácia comprovada por diferentes segmentos. Conforme Oliveira (2012, p. 10) descreveu, “no Brasil, a técnica de coaching começou a se consolidar em meados da década de 1990 e, com maior intensidade, uma dezena de anos depois”. Em resumo, o uso do termo coaching já existe desde o ano 1500, sendo o processo utilizado de diferentes maneiras até como atualmente é conhecida. Na figura abaixo (figura 1), recapitulamos a origem do coaching ao longo da história pontuando os marcos desta trajetória. Figura 1 - Coaching e suas origens Fonte: Adaptado de Ferreira (2011). Como se pode notar, desde o surgimento do vocábulo, a palavra coach é usada para expressar uma pessoa que tem como responsabilidade transportar outras pessoas de um ponto a outro. 13 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 No próximo item deste capítulo, iniciaremos nossos estudos sobre os fundamentos do coaching. Inicialmente, sugiro que faça a leitura do artigo “Quem precisa de treinador”, publicado pela Revista Exame (2000), o qual trata da temática estudada de maneira bastante abrangente, pontuando as transformações e benefícios que o processo pode trazer para o indivíduo através de exemplos reais, além de explicar sucintamente o funcionamento do método. Quem precisa de treinador? Wilian Ciampi, um paulistano de 32 anos, deixa o escritório da Lucent, na Chácara Santo Antônio, Zona Sul de São Paulo, toda terça-feira com uma pequena mochila nas mãos. Ali estão um par de chuteiras e um uniforme azul. Há poucas semanas, ele passou a não recusar os convites dos amigos para jogar futebol. Ciampi, gerente de serviços da Lucent, uma das maiores empresas de tecnologia de telecomunicações do mundo, também tem evitado um velho hábito: levar trabalho para casa. Procura passar mais tempo com Camila, sua filha de 7 anos, e com a mulher, Elizabete. “Aprendi a não assumir uma quantidade de tarefas maior do que posso cumprir e a delegar tarefas”, diz. “Antes, tinha mais dificuldade em estabelecer limites.” Ciampi atribui essas mudanças às sessões semanais com uma das mais novas figuras do ambiente corporativo: o coach. Guarde bem essa palavra. Coach, em inglês, significa técnico, aquela figura que treina times de futebol ou basquete. Nos últimos tempos, o coaching tornou-se uma verdadeira febre nas corporações americanas. Segundo a International Coach Federation, há atualmente nos Estados Unidos cerca de 10 000 profissionais atuando nessa área. O coaching vem sendo usado em empresas como Lucent, IBM e Unilever não apenas para orientar altos executivos, mas para melhorar o desempenho do conjunto dos funcionários. Agora, essa febre começa a chegar ao Brasil. Num ambiente de mudanças constantes, rupturas tecnológicas, reestruturações estratégicas, relações impessoais e competição brutal, o coach exerce os papéis de chefe, consultor e terapeuta. É - ou deveria ser - um agente de mudanças. “É alguém que ajuda um profissional a descobrir novos caminhos e potencialidades”, diz Sigmar Malvesi, especialista em comportamento organizacional. “As empresas dependem essencialmente de pessoas, e essas pessoas têm necessidades particulares que precisam ser supridas.” A grande sacada das corporações americanas na última década, explica 14 Introdução ao Coaching Malvesi, foi perceber que a atenção individual é muito mais eficiente que o treinamento em grupos na hora de promover mudanças de comportamento. O coach é uma espécie de personal trainer do mundo dos negócios. Ele pode ajudar na administração do tempo, como no caso de Ciampi. Ou a desenvolver habilidades de liderança. Pode vir dos próprios quadros da empresa ou de uma consultoria especializada. Não é, necessariamente, o chefe. Nem mesmo alguém mais graduado na companhia. Na GE americana, por exemplo, 600 altos executivos receberam de Jack Welch, presidente mundial da companhia, a missão de procurar o acompanhamento de subordinados que fossem craques em Internet. Desde junho do ano passado, o próprio Welch tem como treinadora Pam Wickham, de 37 anos, a gestora do site da GE. Na subsidiária brasileira da Lucent, tanto consultores como executivos da companhia fazem o papel de treinadores. “A escolha depende das habilidades a ser desenvolvidas”, diz Fernando Marques, diretor de recursos humanos da empresa. “Se temos algum executivo que tenha o perfil ideal para desenvolver determinadas habilidades, ele será o coach. Caso contrário, contratamos um especialista externo.” É o caso de Edson Rigonatti, diretor comercial da Lucent. Pelo menos uma vez por mês, ele tem conversas com seu chefe - o americano David Dial, vice-presidente executivo para a América Latina - que fogem ao simples acompanhamento do dia a dia do trabalho. O objetivo é desenvolver habilidades de liderança. Em três anos, ele foi promovido três vezes, passando de gerente de conta a diretor comercial da empresa. Nesse período, Rigonatti reduziu o ciclo de vendas e agilizou o serviço de atendimento aos clientes. “Minha produtividade aumentou porque Dial faz com que reavalie constantemente minhas atitudes”, diz. A maioria das conversas acontece pessoalmente, quando Rigonatti vai a Nova Jersey, na sede mundial da Lucent, ou quando Dial vai a São Paulo. No caso de Ciampi, para melhorar a administração de seu tempo - e consequentemente seus resultados -, a Lucent contratou um profissional externo para ajudá-lo. É pelo telefone que ele tem suas sessões de coaching com a consultora Eliana Dutra, do Rio de Janeiro, única representante brasileira do International Coaching Federation. Ciampi separa uma hora todas as semanas para essas conversas. O acompanhamento dura três meses e deve terminar em junho. “Eliana questiona o meu desenvolvimento dentro e fora da empresa”, diz. Todo o conteúdo da conversa é confidencial. Nada do que é falado é usado para avaliações de desempenho. “O objetivo é desenvolver o profissional, e não avaliá-lo”, diz Marques, diretor de recursos humanos da Lucent. A ideia de expor abertamente os pontos fracos nas grandes corporações costuma ser assustadora. 15 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 Por isso, a relação de confiança entre o funcionário e seu coach é fundamental. Desde o início do ano passado, a IBM incentiva cada um a encontrar seu próprio par. De um alto executivo a um jovem recém-contratado, todos podem escolher um técnico dentro da companhia. Na maioria das vezes, a área de recursos humanos não interfere nesse processo. “Como em qualquer relacionamento, tem de ter química”, diz a carioca Doris Fonseca, gerente de recursos humanos da IBM. “O ideal é que esse casamento seja espontâneo.” Foi assim com o engenheiro Marcelo Tonhazolo, de 34 anos, executivo de consultoria. Ele escolheu seu coach: Mike Fuller, vice- presidente de consultoria da IBM para as Américas. Fuller está na mesma área de negócios que Tonhazolo, mas várias posições acima. Os dois se encontraram pela primeira vez numa reunião de todos os executivos de tecnologia da empresa, em Miami, nos Estados Unidos, em meados do ano passado. O assunto era data mining, uma técnica de vasculhar dados em busca de informações específicas. Na época, Tonhazolo começava a desenvolver um projeto com essa tecnologia na IBM do Brasil. Ele pediu uma hora de conversa com Fuller para discutir as linhas gerais do projeto. “A empatia foi imediata”, diz Tonhazolo. “É como se ele olhasse para o passado e visse a si mesmo cinco anos antes e eu tivesse olhado para o futuro.” Poucos dias depois da reunião, Tonhazolo enviou, por e-mail, um pedido formal a Fuller, paraque fosse seu treinador. Foi aceito. Isso significa que Fuller deve reservar algumas horas mensais para acompanhar Tonhazolo. As consultas são feitas pessoalmente ou por e-mail. O que Fuller ganha com isso? Em termos financeiros, nada. Nem um centavo a mais em seu contracheque no final do mês. Nesse modelo de coaching, o que conta são as relações de troca. Ao se dispor a treinar Tonhazolo, Fuller também ganha o direito de ter seu personal trainer corporativo. “Isso é o suficiente para motivar nossos executivos a ensinar”, diz Doris Fonseca. “Quem tem coach poderá ser coach. Mesmo os menos graduados.” Como no caso da GE americana, na subsidiária brasileira da IBM as hierarquias podem ser subvertidas em nome do aprendizado e do desenvolvimento profissional. Durante todo o ano de 1998, Tonhazolo teve como coach um arquiteto de solução, cargo dois níveis abaixo do seu. “Era um grande especialista em comércio eletrônico”, diz. “Só acabou porque ele saiu da empresa.” O coaching não é exatamente uma novidade no mundo dos negócios. Na década de 80, vários presidentes de empresa passaram a buscar orientação dentro e fora dela. A novidade é como as corporações estão tentando massificar o uso dos coaches para reter talentos. Para muitas empresas, isso só pode ser feito de forma doméstica, com profissionais que entendam a cultura 16 Introdução ao Coaching corporativa e os meandros do negócio. Na filial brasileira da Arthur Andersen, uma das maiores consultorias do mundo, boa parte dos 1800 funcionários têm um coach. Invariavelmente, é um executivo mais graduado. “Todo profissional precisa de um olhar de fora que o ajude a perceber onde ele está e como estabelecer e alcançar objetivos”, diz Miguel Caldas, sócio da consultoria e especialista em mudança organizacional. “Isso não deve ser uma exclusividade desse ou daquele cargo.” O programa da Andersen, no formato atual, existe há apenas seis meses. Ao entrar na empresa, os estagiários sabem quem serão seus técnicos. Após dois ou três anos, eles passam a ter o direito de escolher seu próprio coach. O ideal, para os executivos da Andersen, é que não seja o chefe. Motivo: dar uma visão mais abrangente e isenta das possibilidades de atuação dentro da companhia. “Em vez de procurar caminhos fora da empresa, queremos que nossos talentos enxerguem alternativas aqui dentro”, diz Carlos Eduardo Rocha, sócio responsável pela área de consultoria da Arthur Andersen. Há um ano, a área de recursos humanos da Gessy Lever escala um coach para cada estagiário, o qual não é, necessariamente, seu supervisor ou chefe. A missão desse profissional é acompanhar o funcionário em sua evolução dentro da empresa. “Geralmente é um executivo bem experiente”, diz Maria Lúcia Ginde, gerente de treinamento da companhia. “Sua missão é dar uma visão ampla das possibilidades de carreira do trainee aqui dentro.” O engenheiro químico Daniel Gonçalves, de 24 anos, passou no processo seletivo de estagiários no início de 1999. Em junho do ano passado, Gonçalves foi transferido para a fábrica de Indaiatuba, a 100 quilômetros de São Paulo. Desde então, José Roberto Negretti, gerente-geral da fábrica, é seu treinador. “Ele me ajuda a pensar em longo prazo, a planejar minha carreira”, diz Gonçalves. “Tenho toda a liberdade de ir até sua mesa e pedir para bater um papo.” Depois de dois anos na empresa, tempo médio que demora para chegar ao cargo de gerente júnior, o coach passa a ser o chefe imediato. No Brasil, já há casos de funcionários que, cansados da falta de aconselhamento dentro da empresa, contratam seus próprios coaches. Nos Estados Unidos, esse movimento tem gerado uma extraordinária demanda por treinadores profissionais. O preço cobrado por três sessões mensais por telefone varia de 600 a 2 000 dólares. O engenheiro paulista Jairo Ferreira Martins Filho, de 38 anos, trabalhou por 15 anos em uma grande companhia de papel e celulose. Sua função era de coordenador de suporte técnico. “Queria abrir novos horizontes. Em vez de trabalhar apenas na área técnica, desempenhar papéis ligados a estratégia”, diz ele. “Não havia espaço, dentro da empresa, para esse tipo de discussão.” Em 17 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 meados do ano passado, Martins passou a ter sessões de coaching uma vez por semana, durante uma hora, pelo telefone, com uma consultora. Dois meses depois, ele decidiu abrir sua própria consultoria. “Na empresa encontrei sempre o nós, nunca o eu”, diz. “A saída foi procurar respostas fora.” Fonte: MANO, Cristiane. Quem precisa de treinador? Revista Exame, 05 maio 2000. Disponível em:<http://exame. abril.com.br/revista-exame/edicoes/711/noticias/quem-precisa- de-treinador-m0048055>. Acesso em: 13 jul. 2015. Como você pode constatar, o coaching tem a capacidade de ajudar as pessoas a encontrarem novos caminhos e alternativas para suas vidas, nos ramos pessoais e profissionais, através da mudança comportamental do indivíduo, que é acelerada por um agente externo. Fundamentos do Coaching Baseado fundamentalmente no diálogo, o coaching está se tornando uma evolução espontânea da ideia de liderança. Possuindo como pilares a estratégia mútua, o desenvolvimento e a mudança comportamental, o coaching se preocupa com a facilitação, não com aconselhamento. Afinal, o que é desenvolvimento? Segundo o dicionário Michaelis (2009, 280), desenvolvimento é: 1 Ato ou efeito de desenvolver. 2 Crescimento ou expansão gradual; aumento. 3 Passagem gradual de um estádio inferior a um estágio mais aperfeiçoado. 4 Adiantamento, progresso. [...] 6 Extensão, prolongamento, amplitude. [...]. Restringindo ao meio corporativo, podemos expressar desenvolvimento como atividades que permitam maior alcance ou profundidade das funções futuras de um colaborador. Baseado fundamentalmente no diálogo, o coaching está se tornando uma evolução espontânea da ideia de liderança. http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/711/noticias/quem-precisa-de-treinador-m0048055 http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/711/noticias/quem-precisa-de-treinador-m0048055 http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/711/noticias/quem-precisa-de-treinador-m0048055 18 Introdução ao Coaching Desenvolvimento é a palavra chave do processo de coaching! Inquestionavelmente, o progresso é resultado do compromisso e da abertura do profissional a novas ideias, a fim de que a pessoa aceite críticas em relação a pontos a serem melhorados e consiga enxergar formas de se aperfeiçoar continuamente. Atividade de Estudos: 1) Pensando em seu local de trabalho e nas atividades que desenvolve, de que forma você poderia se aperfeiçoar? Quais os pontos acredita que podem ser melhorados em você? Lembre-se que o desenvolvimento é um processo contínuo e gradual! __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Krausz (2007, p. 19) assinala que “o coaching propicia, também, um espaço seguro onde é possível reforçar facetas de desempenho profissional menos desenvolvidas, bem como otimizar o uso das competências, tornando o retorno sobre o investimento (ROI) de tempo, dinheiro e energia altamente rentável”. Para lembrá-lo: Retorno sobre o investimento (ROI) é a relação entre o lucro ou prejuízo gerado como resultado de um investimento. Fonte: Elaborado a partir de Chiavenato (2011, p. 250). Convém evidenciar que o coaching é fundamentado na comunicação, sendo 19 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 que o profissional utiliza o questionamento como forma de orientação. Assim, o próprio receptor reflete e analisa profundamente suas escolhas, facilitando o alcance das suas metas. Comisso, ele é conduzido a uma observação mais clara sobre as competências individuais que devem ser desenvolvidas e consegue visualizar novas opções para resolução de problemas e para chegada ao seu objetivo final. Esta é uma forma eficaz de focar seu desempenho utilizando princípios e práticas provenientes do processo de coaching. Lotz e Gramms (2014, p.17) definem que “o coaching é um processo que estimula reflexões para potencializar o desempenho e o aprendizado de um indivíduo, promovendo o desenvolvimento pessoal e profissional”. Do mesmo modo, outros autores na literatura definem o processo de coaching, abrangendo diferentes visões do método, conforme pode ser visto e comparado pelo quadro abaixo (quadro 1). Quadro 1 – Diferentes abordagens do processo de coaching por diversos autores e organizações Autor Conceito Hargrove (1995) “Coaching é desafiar e apoiar as pessoas, oferecendo a elas o benefício de nossa parceria”. Gallwey (1996) “Coaching é o processo de facilitar a aprendizagem e o desem- penho de outra pessoa através de alcançar resultados por ela almejados. O processo de coaching estimula a capacidade das pessoas de se reinventarem e encontrarem alternativas válidas, apesar das restrições do contexto em que atuam”. Hudson (1999) “Coaching não é dar conselhos. Não é consertar as coisas ou resolver problemas. Coaching é estabelecer um relacionamento vital, durante um determinado período de tempo, com um cliente que está à procura da clareza e das habilidades necessárias para fazer mudanças em sua vida e nos sistemas humanos (casais, família, empresa, comunidade) em um futuro próximo”. Krausz (2007) “Coaching é um processo que contribui para que as pessoas e os grupos se transformem, reflitam a respeito de sua visão de mundo, de seus valores, crenças, aprofundem sua aprendizagem, incorpo- rem novas habilidades e capacidades e expandam sua prontidão para agir de forma coerente e eficaz. Por esta razão constitui uma forma de provocação construtiva, de desafio e estímulo para o desenvolvimento e aprendizagem contínuos”. International coaching federa- tion (ICF) (2013) “Coaching é uma parceria continuada que estimula e apoia o cliente a produzir resultados gratificantes em sua vida pessoal e profissional. Por meio do processo de coaching, o cliente expan- de e aprofunda a sua capacidade de aprender, aperfeiçoa seu desempenho e eleva a sua qualidade de vida”. School of Coaching (apud Downey, 2010, p. 17). “Coaching é a arte de facilitar o desempenho, aprendizado e desenvolvimento de outra pessoa”. 20 Introdução ao Coaching Dutra (2010, p. 16) “Coaching é uma conversa que leva à ação e à realização do que é almejado”. Coaching Clinic Program Cor- porate Coach U (apud Dutra, 2010, p. 16) “Coaching é o processo que provê ao indivíduo as ferramentas e oportunidades de que ele precisa para desenvolver-se completa- mente e para ser eficaz em seus compromissos e consigo mesmo, com a empresa e com seu trabalho”. Fonte: Lotz e Gramms (2014, p.18-19). Analisando o quadro 1, verificamos que o processo de coaching está embasado na parceria entre os profissionais visando o desenvolvimento do receptor e realização de objetivos almejados. Conforme Krausz (2007, p. 26) enunciou no livro Coaching Executivo, o processo fundamenta-se de acordo com os seguintes pressupostos: • As pessoas sabem mais do que acham que sabem. • As pessoas possuem recursos nem sempre adequadamente aproveitados para elevar a sua performance. • Perguntas adequadas, úteis e estimulantes produzem mais resultados do que ordens e comandos. • Toda falha representa uma oportunidade de aprendizagem. • Metas desafiantes, porém viáveis, fazem emergir o que de melhor as pessoas possuem. • Toda aprendizagem é precedida de alguma forma de experimentação. • Querer é o primeiro passo para o poder e o fazer. Examinando os pressupostos sugeridos, constatamos que as experiências individuais são os recursos para promoção das mudanças almejadas, que devem ser de fato muito desejadas, para não serem abandonadas durante a caminhada. As falhas já cometidas e o conhecimento agregado, ou seja, a bagagem mental de cada um são ferramentas para potencializar resultados futuros. Vale lembrar que para concretização destes objetivos o movimento, as ações são imprescindíveis! Um aspecto importante a ser apontado ao narrar as origens do processo de coaching está no fato de que o fundamento da metodologia pode ser encontrado em pensamentos de muitos filósofos antigos, que inclusive tiveram suas obras publicadas bem antes do emprego do coaching para desenvolvimento de pessoas. Para ilustrar, que tal vermos alguns pensamentos e relatar um pouco sobre a história desses filósofos? Vamos lá! O processo de coaching está embasado na parceria entre os profissionais visando o desenvolvimento do receptor e realização de objetivos almejados. 21 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 1 - Sócrates Este filósofo grego nasceu no ano de 470 a.C. e foi o fundador do que hoje conhecemos por filosofia ocidental. Sócrates discorria sobre a importância de conhecer a essência da alma humana e tentava levar o conhecimento sobre as coisas do mundo e do ser humano usando como método de transmissão da sabedoria, o diálogo. Fonte: Adaptado de:<http://www.mundodosfilosofos.com. br/socrates.htm>. Acesso em: 13 jul. 2015. Dentre suas ideias, podemos exemplificar: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses” “Transforme as pedras em que você tropeça nas pedras de sua escada” Fonte: Disponível em:<http://pensador.uol.com.br/>. Acesso em: 13 jul. 2015. Verificamos que seus pensamentos estão bem próximos das ideias fundamentais do coaching, você não acha? Consoante ao que Sócrates enunciou, o conhecimento pessoal e a aprendizagem com as experiências individuais são imprescindíveis para o sucesso, assim como é apresentado na teoria do processo de coaching. 2 - Platão Platão foi um filósofo nascido em Atenas, provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347 a.C.. Ele é considerado um dos principais pensadores gregos, suas ideias baseiam-se na diferenciação do mundo entre as coisas sensíveis (mundo das ideias e a inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e a matéria). Platão valorizava os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento. De acordo com Platão, os alunos deveriam descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. Fonte: Adaptado de:<http://www.mundodosfilosofos. com.br/platao.htm>. Acesso em: 13 jul. 2015. http://pensador.uol.com.br/ http://www.suapesquisa.com/historia/atenas/ 22 Introdução ao Coaching Dentre suas ideias, podemos exemplificar: “Tente mover o mundo _ o primeiro passo será mover-se a si mesmo” “A verdade está dentro de nós” Fonte: Disponível em:<http://pensador.uol.com.br/>. Acesso em: 13 jul. 2015. Assim como Sócrates, Platão expressou a relevância do conhecimento pessoal para compreensão da verdade, ou seja, das respostas e alternativas possíveis para os problemas. Além disso, o filósofo enunciou a importância das ações, do movimento individual para início da mudança comportamental e, consequentemente, da alteração a sua volta. 3 - Aristóteles Aristóteles foi um filósofo grego nascido em 384 a.C. e falecido em 322 a.C. (data provável). Ele é considerado o criador do pensamento lógico, sendo que suas obras influenciaram também na teologia medieval da cristandade. O filósofo valorizava a inteligência humana, considerada como única forma de alcançar a verdade. Fonte: Adaptado de:<http://www.mundodosfilosofos.com. br/aristoteles.htm>. Acesso em: 13 jul. 2015. Dentre suas ideias, podemos exemplificar: “É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer” Fonte: Disponível em:<http://pensador.uol.com.br/>. Acesso em: 13 jul. 2015. Aristóteles expressou claramente a importância da ação para aprendizageme desenvolvimento. Não apenas o movimento é imprescindível como também o pensamento, a inteligência humana para alcance da verdade. http://pensador.uol.com.br/ http://pensador.uol.com.br/ 23 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 O COACH E O COACHEE O processo de coaching envolve uma parceria entre dois importantes personagens, o coach e o coachee. Para entendermos melhor conceitualmente estes termos, utilizaremos as definições do livro Coaching, Mentoring e Couseling, de Oliveira (2012, p. 5). Coach_treinador_ é um profissional com amplo conhecimento do mercado de trabalho, bem como das técnicas de análise da vocação e da capacitação atual e potencial das pessoas em processo de treinamento, e que sabe transmitir_diretamente ou via terceiros_ todos os ensinamentos e orientações necessários para a estruturação e aplicação de um plano de carreira otimizado na realidade atual e situação futura de cada pessoa treinada. Muitas vezes, mais que um treinador, um coaché o facilitador de um processo estruturado de aprendizagem, pois ele apresenta mais questionamentos, com perguntas abertas e inteligentes, do que soluções. Coachee_treinado_ é a pessoa que quer, de livre e espontânea vontade, receber todo o treinamento disponibilizado pela empresa; e, mais ainda, de outros assuntos que ele julga importantes para o seu trabalho na empresa. O processo de coaching pode ser aplicado não só no meio empresarial, conforme enunciado por Oliveira (2012) nas definições acima, como também em outros diversos segmentos, como veremos no próximo capítulo. Para ilustrar, as autoras Lotz e Gramms (2014, p. 17) possuem uma definição mais abrangente dos termos, vejamos: O processo envolve a parceria entre dois atores: o coach e o coachee. O coach é o profissional que aplica o coaching, municiado pelo domínio de metodologias e ferramentas apropriadas para tal propósito. O coachee, ou o cliente, é o indivíduo que passa pelo ciclo de coaching. Atividade de Estudos: 1) Analisando o seu local de trabalho, você considera que algum profissional dentro de seu setor possa desempenhar o papel de coach? Quais características você considera que sejam essenciais para o sucesso do profissional coach? O processo de coaching envolve uma parceria entre dois importantes personagens, o coach e o coachee. O coach é o profissional que aplica o coaching, municiado pelo domínio de metodologias e ferramentas apropriadas para tal propósito. O coachee, ou o cliente, é o indivíduo que passa pelo ciclo de coaching. 24 Introdução ao Coaching ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ É relevante mencionar algumas características cruciais para o bom desempenho de um profissional que queira atuar como coach, dentre elas podemos destacar visão sistêmica, facilidade de comunicação e liderança. Conforme Gustavo Boog e Magdalena Boog (2013, p. 371) apontaram, “a visão sistêmica explora a plenitude, toda a complexidade que envolve as dinâmicas entrelaçadas do sistema em foco e suas interconexões”. Dessa forma, concluímos que a visão sistêmica é a capacidade de analisar as situações como um todo, ou seja, as causas e efeitos das ações e decisões tomadas. A imagem abaixo ilustra a função do coach no processo de desenvolvimento do cochee, tendo o profissional o papel de instigar seu cliente a vislumbrar novos horizontes, subindo os degraus da sua história. Figura 2 – Coaching como ferramenta de desenvolvimento Fonte: Coaching e empreendedorismo. Disponível em <http:// coachingassistant.com.br/coaching/>. Acesso em: 07 jul. 2015. Em comentário a essa questão, pode-se citar um trecho do livro Coaching e Mentoring escrito por Erika Lotz e Lorena Gramms. http://coachingassistant.com.br/coaching/ http://coachingassistant.com.br/coaching/ 25 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 O caminho que o coachee percorre ao sair do estado atual e chegar ao estado desejado envolve estímulo, apoio e desafio proporcionados pelo coach. Aquele, por meio da ampliação dos seus modelos mentais, assume escolhas diferentes ao definir um plano de ação, com o qual se compromete profundamente. Nesse caminho, desenvolve as habilidades que já detém e adquire outras novas, finalmente alterando o padrão de seus resultados. (LOTZ; GRAMMS, 2014, p. 21). Em suma, estes dois atores, o coach e o coachee, formam uma parceria, de modo que o processo de coaching obterá resultados satisfatórios apenas se estas peças estiverem conectadas e em boa sintonia. O papel do coach é estimular o coachee a acessar seus recursos internos, tomar consciência de suas capacidades, buscar forças e motivação para a realização, acreditando em seu potencial. Assim sendo, o coachee caminhará sozinho e obterá sucesso em seus anseios. A leitura do artigo abaixo deixa clara a diferenciação dos termos trabalhados neste capítulo do caderno de estudos a fim de elucidar a relação entre o coach e o coachee. Coaching passo a passo: como funciona a relação entre o coach e o coachee O Coaching é o maior e melhor programa de capacitação e desenvolvimento humano do país. Trata-se de um conjunto de técnicas, ferramentas e conhecimentos de diversas ciências — como a psicologia, gestão de pessoas, administração, recursos humanos, Programação Neurolinguística (PNL), sociologia, entre outras — que visa o alcance de resultados rápidos e permanentes em qualquer contexto, tanto pessoal quanto profissional. Este é um poderoso processo que objetiva levar um indivíduo de seu estado atual até seu estado desejado em um curto espaço de tempo, isso por meio do desenvolvimento de habilidades, aprimoramento de competências e mudanças de pensamentos e comportamentos. Todo o processo de Coaching é conduzido com o auxílio de um profissional chamado coach, que tem papel fundamental na busca pela conquista e realização de todos os sonhos, metas e objetivos do http://www.jrmcoaching.com.br/blog/definicao-e-conceito-de-coaching/ http://www.jrmcoaching.com.br/blog/o-que-e-e-o-que-faz-um-profissional-de-coaching/ 26 Introdução ao Coaching cliente — também conhecido como coachee. COMO FUNCIONA A RELAÇÃO ENTRE COACH E COACHEE A relação entre coach e coachee é de foco, comprometimento e apoio mútuo. É uma parceria em que cada um doa seu melhor em prol de um objetivo comum. A função do coach é de despertar e estimular o potencial infinito de seu coachee para que este conquiste, efetivamente, tudo o que deseja de forma acelerada e assertiva, independente do âmbito: pessoal ou profissional. Este processo é realizado por meio das chamadas sessões de Coaching, que podem ser semanais, quinzenais ou mensais e têm duração média de uma a duas horas — definido em comum acordo entre os dois. Em cada sessão, coach e coachee trabalham com foco na conversação: o coach conduz o processo por meio do diálogo aberto, utilizando-se de perguntas poderosas, observações, questionamentos, feedbacks e a aplicação de diversas ferramentas que propiciam o desenvolvimento do cliente. Esta relação cria um ambiente totalmente seguro para a definição de metas e objetivos e, principalmente, para a tomada de decisão, um fator fundamental para o alcance do objetivo almejado. Ao final de cada sessão, coach e coachee estipulam tarefas que o cliente deve realizar durante o intervalo até o próximo encontro, tudo com o objetivo de gerar ação e deixar o coachee cada vez mais perto da realização de sua meta. É importante lembrar que o coaching é um processo que necessita de total disposição, foco, dedicação e empenho tanto do coach quanto do coachee para que os resultados esperados sejam efetivamente satisfatórios. PRINCÍPIOS ABSOLUTOS DO COACHING Confira quais são os quatro princípios absolutos do Coaching,essenciais para a realização de uma sessão de Coaching entre coach e coachee: 27 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 Suspensão do julgamento A ausência de julgamento em uma sessão é fundamental para promover o alcance dos objetivos determinados pelo cliente da maneira que ele quer, e não na visão do coach. Independente da situação abordada, o coach deve ter uma atuação completamente imparcial e livre de julgamentos para que o processo aconteça de maneira assertiva. Foco no futuro O Coaching é um método totalmente orientado ao futuro, ao estado desejado pelo cliente. Para isso é importante verificar onde o coachee está e delimitar o que é necessário fazer para que ele chegue aonde deseja no menor tempo possível. Tarefas O Coaching não é Coaching sem ações que direcionem o coachee ao alcance rápido de seus objetivos. Por isso, são determinadas tarefas específicas, propostas pelo próprio cliente e com o apoio do coach, para que ele fique cada dia mais próximo da realização do que deseja. Confidencialidade e ética Coaching é uma relação de respeito, comprometimento e confiança. Tudo o que é abordado durante as sessões permanece apenas entre coach e coachee. O sigilo é fundamental para qualquer processo de Coaching. Fonte: MARQUES, José Roberto. Coaching passo a passo: Como funciona a relação entre o coach e o coachee. Blog José Roberto Marques, 04 dez. 2014. Disponível em: <http://www. jrmcoaching.com.br/blog/coaching-passo-passo-como-funciona- relacao-entre-o-coach-e-coachee/>. Acesso em: 06 jul. 2015. Conforme José Roberto Marques (2014) enunciou, os quatro princípios absolutos do Coaching são: suspensão do julgamento, foco no futuro, tarefas, confidencialidade e ética. Conforme José Roberto Marques (2014) enunciou, os quatro princípios absolutos do Coaching são: suspensão do julgamento, foco no futuro, tarefas, confidencialidade e ética. http://www.jrmcoaching.com.br/blog/coaching-passo-passo-como-funciona-relacao-entre-o-coach-e-coachee/ http://www.jrmcoaching.com.br/blog/coaching-passo-passo-como-funciona-relacao-entre-o-coach-e-coachee/ http://www.jrmcoaching.com.br/blog/coaching-passo-passo-como-funciona-relacao-entre-o-coach-e-coachee/ 28 Introdução ao Coaching Em consonância com o afirmado por Marques (2014) no artigo acima, o processo de coaching é uma forma inovadora para potencialização de resultados do coachee, através da parceria entre o coach e o coachee. Aspectos Importantes Do Coaching Agora que já conhecemos os fundamentos do coaching, podemos aprofundar um pouco mais os conhecimentos sobre alguns aspectos relevantes do processo. Em princípio, é importante esclarecer que o processo de coaching não está baseado em aconselhamento ou fornecimento de soluções prontas. Conforme descrito em itens anteriores deste capítulo, as respostas para os questionamentos são resultado de novas práticas e abertura a novas ideias por parte do coachee, partindo do pressuposto de que a verdade está dentro de cada um. Segundo Goldsmith, Lyons e Freas (2003), para garantir a eficácia do processo, é necessário que exista um propósito estruturado, com caminhos apropriados e claros a serem seguidos. O relacionamento é vital para o sucesso, sendo o coach responsável por instigar a maneira de pensar e se comportar através de diálogos, que é o cerne do coaching. O coach não dá a resposta, mas faz com que o profissional pense no que está fazendo, ele incita o indivíduo à reflexão formulando perguntas para ele. Essa é uma forma de sensibilizar as pessoas a refletirem e agirem de forma mais alinhada aos seus objetivos, abrindo novos horizontes, analisando as situações sob um novo prisma. Coaching é estratégia em movimento, sistema este que tem o poder de fazer com que as metas tornem-se realidade. Contudo, para que o processo seja efetivo, um aspecto muito importante precisa ser trabalhado, a comunicação entre os indivíduos. Conforme Lotz e Gramms (2014) ressaltam, vale lembrar que a comunicação vai além de palavras proferidas, ela também está presente no não-dito, aquilo que é percebido, como o tom de voz, os sinais, a linguagem corporal, o silêncio. O coach deve ter a capacidade de observar respostas não verbais mínimas nas pessoas, como as microexpressões, ritmo da respiração, movimentos faciais, inclinação do corpo, entre outras possíveis respostas que podem ser reveladoras em relação à reação do coachee à técnica. Podemos comparar o coach a uma ponte, que tem como função ser o canal 29 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 de transporte no momento em que aparentemente não existam alternativas possíveis. “Na vida de todos nós, em algum momento, o fogo interior se apaga. Então se acende novamente quando encontramos outro ser humano. Deveríamos estar gratos a essas pessoas que reacendem o espírito interior”. Fonte: Albert Schweitzer. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/>. Acesso em: 16 jul. 2015. Para aprofundar no tema coaching e ter acesso a diversos artigos, notícias, enquetes e outros materiais interessantes sobre o assunto estudado, algumas boas indicações de sites são: http://www.cloudcoaching.com.br/ http://www.slacoaching.com.br/ Estes sites possuem uma grande quantidade de material que podem auxiliar na elucidação de dúvidas e aprendizagem. O Coaching para Mudança Comportamental O coaching visa o desenvolvimento eficaz, proporcionando crescimento pessoal e profissional para o coachee através da mudança de comportamento do indivíduo. O coaching visa o desenvolvimento eficaz, proporcionando crescimento pessoal e profissional para o coachee através da mudança de comportamento do indivíduo. http://pensador.uol.com.br/ http://www.cloudcoaching.com.br/ 30 Introdução ao Coaching Conforme afirmam Goldsmith, Lyons e Freas (2003, p.44) “o poder direcional ou estratégico de qualquer diálogo de coach está fundamentalmente em sua capacidade de questionar”. Este processo deve ser iniciado pelo coachee, através do desafio de se questionar e, por conseguinte, ter uma visão mais ampla da situação em que se encontra. O coaching é um caminho prático e direto para o desenvolvimento da liderança. Um item estritamente necessário para a efetividade da mudança comportamental do coachee é o comprometimento e disposição para modificar a visão, ou seja, que a pessoa tenha mente aberta suficiente para aceitar e tentar de fato trilhar um caminho novo. De acordo com Goldsmith, Lyons e Freas (2003, p. 61-63), existem 8 etapas recomendadas a serem seguidas para garantia do sucesso do processo, sendo elas: 1. Identificar atributos para o executivo que você está aconselhando 2. Determinar quem pode fornecer feedback de conteúdo significativo 3. Fazer a coleta do feedback 4. Analisar os resultados 5. Desenvolver um plano de ação 6. Pedir ao executivo que responda aos stakeholders 7. Desenvolver um processo de acompanhamento contínuo 8. Analisar os resultados e começar de novo Vale ressaltar que os autores utilizam o termo “executivo” para identificar o coachee, porém estas etapas podem ser aplicadas em qualquer meio, não apenas o empresarial. No esquema abaixo, os passos descritos por Goldsmith, Lyons e Freas (2003) foram explicados de modo mais claro, para facilitar o entendimento. 31 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 O grande segredo desta mudança comportamental é que, além de melhoria profissional, ocorre um aumento da autoconfiança pessoal. Isso decorre da consciência do indivíduo em suas atitudes e comportamento, isto é, o autoconhecimento e emprego da técnica de coaching como estímulo para mudança. Atividade de Estudos: 1) Avaliando a organização em que trabalha, o comportamento promovido por você reflete o comportamento dos seus líderes? Quais melhorias você poderia promover em seu comportamento visando impactar positivamente as atitudes dos seus líderes?__________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ A mudança comportamental conduz a pessoa a um maior autoconhecimento e, consequentemente, o indivíduo terá maior foco em relação às suas reações de acordo com as situações em que vive e perceberá quais atitudes são limitantes para seu desenvolvimento. Assim sendo, a mudança será natural e eficaz. Figura 3 – Desenvolva e diferencie-se! Fonte: PIOVAN, Ricardo. Como o coaching pode ajudar empreendedores. Disponível em:<http://www.expertstraining.com. br/como-o-coaching-pode-ajudar/>. Acesso em: 16 jul. 2015. O grande segredo desta mudança comportamental é que, além de melhoria profissional, ocorre um aumento da autoconfiança pessoal. Isso decorre da consciência do indivíduo em suas atitudes e comportamento. 32 Introdução ao Coaching Em suma, o processo de coaching é uma ferramenta eficiente para acelerar resultados, visto que o profissional passa a “pensar fora da caixa”, ou seja, associar criatividade e atitudes fora do convencional a suas decisões. A pessoa que incorpora a cultura do coaching é capaz de quebrar paradigmas. Podemos dizer que este indivíduo está apto a se diferenciar em meio a multidão, de modo bastante visual, a figura 3, desenvolva e diferencie-se, ilustra o que foi exposto. Algumas Considerações Neste capítulo você pode observar que o processo de coaching é um excelente método para atingir metas pessoais ou profissionais através da mudança comportamental do coachee. O processo ajuda a pessoa a identificar novas abordagens para situações vividas e, com isso, ser capaz de visualizar alternativas para solucionar estas questões. No próximo capítulo aprofundaremos nossos estudos a partir da identificação de modelos e metodologias diferentes de coaching, além de apontar diferentes campos de atuação em diversos segmentos do profissional coach. Outro ponto a ser trabalhado será a diferenciação de modelos de orientação profissional, considerando suas similaridades e particularidades. Referências BOOG, Gustavo G.; BOOG, Magdalena. Manual de treinamento e desenvolvimento: processos e operações, volume 2. 6. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. CHIAVENATO, Idalberto. Administração para não administradores: a gestão de negócios ao alcance de todos. São Paulo: Manole, 2011. FERREIRA, Douglas. História do Coaching. 14 jul. 2011. Disponível em:<https:// coachingsp.wordpress.com/2011/07/14/historia-do-coaching/>. Acesso em: 07 jul. 2015. FRASES e Pensamentos. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/>. Acesso em: 13 jul. 2015. http://pensador.uol.com.br/ 33 Fundamentos do Coaching Capítulo 1 GOLDSMITH, Marshall; LYONS, Laurence; FREAS, Alyssa. Coaching: o exercício da liderança. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2003. KRAUSZ, Rosa R. Coaching executivo: a conquista da liderança. São Paulo: Nobel, 2007. LOTZ, Erika; GRAMMS, Lorena. Coaching e mentoring. Curitiba: Editora Intersaberes, 2014. MANO, Cristiane. Quem precisa de treinador? Revista Exame, 05 mai. 2000. Disponível em:<http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/711/noticias/ quem-precisa-de-treinador-m0048055>. Acesso em: 13 jul. 2015. MARQUES, José Roberto. Coaching passo a passo: Como funciona a relação entre o coach e o coachee. Blog José Roberto Marques, 04 dez. 2014. Disponível em:<http://www.jrmcoaching.com.br/blog/coaching-passo-passo-como-funciona- relacao-entre-o-coach-e-coachee/>. Acesso em: 06 jul. 2015. MARQUES, José Roberto. História e tendências do Coaching. Instituto Brasileiro de Coaching, 23 set. 2013. Disponível em:<http://www.ibccoaching.com.br/blog/ historia-e-tendencias-do-coaching/>. Acesso em: 06 jul. 2015. MICHAELIS: Dicionário prático da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2009. – (Michaelis prático) MUNDO dos filósofos. Disponível em:<http://www.mundodosfilosofos.com.br/>. Acesso em: 13 jul. 2015. OLIVEIRA, Djalma. Coaching, Mentoring, Counseling: um modelo integrado de orientação profissional com sustentação da universidade corporativa. São Paulo: Atlas, 2012. PIOVAN, Ricardo. Como o coaching pode ajudar empreendedores. Disponível em: <http://www.expertstraining.com.br/como-o-coaching-pode-ajudar/>. Acesso em: 16 jul. 2015. http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/711/noticias/quem-precisa-de-treinador-m0048055 http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/711/noticias/quem-precisa-de-treinador-m0048055 http://www.jrmcoaching.com.br/blog/coaching-passo-passo-como-funciona-relacao-entre-o-coach-e-coachee/ http://www.jrmcoaching.com.br/blog/coaching-passo-passo-como-funciona-relacao-entre-o-coach-e-coachee/ 34 Introdução ao Coaching CAPÍTULO 2 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de Coaching A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Distinguir os tipos de orientação profissional: Coaching, Mentoring e Counseling. 3 Narrar os modelos de coaching e suas fundamentações teóricas. 3 Debater o papel do coachee como agente de desenvolvimento. 3 Empregar o processo de coaching como vantagem competitiva para organizações e profissionais.Contextualização 36 Introdução ao Coaching 37 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de Coaching Capítulo 2 Contextualização Estudamos no capítulo anterior sobre os fundamentos do coaching e suas origens, tratando da evolução do processo nos últimos anos. Agora, vamos abordar, inicialmente, outros modelos de orientação, que são amplamente utilizados, e suas especificidades quando comparados ao coaching. Dando continuidade ao assunto, estudaremos os diferentes segmentos de aplicação da metodologia e os principais modelos de coaching, além das fundamentações teóricas destes modelos. Isto é importante para termos uma ideia mais clara de como o método é de fato aplicado e em quais situações podemos contar com o auxílio de um coach. Por fim, apresentaremos como o processo pode ser utilizado como uma vantagem competitiva para as organizações empresariais. Vamos lá! Similaridades e Particularidades dos Modelos de Orientação Para avançarmos no estudo, inicialmente, é importante conhecermos os fundamentos dos principais modelos de orientação profissional, a fim de compararmos os processos mais utilizados atualmente. Atividade de Estudos: 1) Cite alguns modelos de orientação que você conhece ou já teve contato. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ 38 Introdução ao Coaching a) Coaching Conforme foi visto anteriormente, o coaching tem como característica fundamental o foco no futuro, de modo que a pessoa que passa pelo processo será questionada e induzida a pensar de maneira diferente à habitual, ocasionando uma abertura a novas ideias e, consequentemente, obterá alternativas para solucionar as questões ansiadas. Podemos expressar o processo de coaching como uma maneira para que as pessoas consigam utilizar e expandir seus potenciais, sempre visando o futuro. “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.” Fonte: Albert Einstein. Disponível em: <http://pensador. uol.com.br/>. Acesso em: 18 jul. 2015. b) Mentoring Segundo Oliveira (2012, p. 11): Mentoring é uma abordagem de orientação profissional e pessoal com elevada amplitude, em que um profissional, com larga experiência e forte sustentação teórica e prática – o mentor -, auxilia uma pessoa com menores experiência e conhecimento – o mentorado – em aspectos gerais e específicos para o seu desenvolvimentopessoal e profissional. Este processo é bastante prático, visto que a pessoa em treinamento deve aprender como realizar determinada tarefa, através da transferência de conhecimento. Por isso, em geral, a interação se dá entre um profissional experiente e um aprendiz ou entre dois profissionais experientes com diferentes especialidades. Em consonância com o afirmado por Oliveira (2012), o processo de mentoring é um importante aliado nas organizações para evitar a perda de conhecimentos gerais e específicos. A estruturação da metodologia se dá de diferentes maneiras, tais quais o mentor pode trabalhar com O processo de mentoring é um importante aliado nas organizações para evitar a perda de conhecimentos gerais e especí- ficos. http://pensador.uol.com.br/ http://pensador.uol.com.br/ 39 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de Coaching Capítulo 2 um único mentorado ou com um grupo de mentorados; haver rodízio de mentores; entre mentores experientes trocando conhecimento. Atividade de Estudos: 1) Quais características você considera importante para um profissional que atue como mentor? __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ “Aproxime-se das pessoas. Aprenda com elas, ame-as. Comece com o que elas já sabem. Aproveite o que elas já possuem...” Fonte: Germaine Porché e Jed Niederer (2002 apud Monteiro, 2007, p. 6). c) Counseling (Counselling – inglês britânico) Conforme Oliveira (2012) descreveu, counseling (ou aconselhamento) possui uma abordagem profissional e pessoal, normalmente atuando nos comportamentos disfuncionais das pessoas. A abordagem é mais individual, o que diferencia dos métodos anteriores, aos quais são mais voltados ao meio empresarial. Vale evidenciar que o indivíduo é o principal responsável por resolver os seus problemas. Para isso, é necessário o entendimento das expectativas e necessidades da pessoa a fim de encontrar um “novo ponto de vista”. O processo de aconselhamento pode ser interno ou externo a organização. O conselheiro é uma fonte de consulta e recomendações, solucionando um problema pontual ao qual é solicitado. O conselheiro é uma fonte de consulta e recomendações, solucionando um problema pontual ao qual é solici- tado. 40 Introdução ao Coaching Em suma, counseling focaliza o indivíduo, sendo voltado para o bem-estar emocional do cliente. “Ouvir é um acontecimento raro entre os seres humanos. Você não pode ouvir as palavras que a outra pessoa está falando se estiver preocupado com sua aparência ou em impressionar o outro, ou tentar decidir o que irá dizer quando o outro parar de falar, ou discutir se o que foi dito é verdadeiro, ou relevante, ou agradável. Tais assuntos têm sua importância, mas somente após ouvir a palavra sendo pronunciada. Ouvir é uma arte de amar primitiva na qual uma pessoa se entrega a palavra de uma outra pessoa, tornando-se acessível e vulnerável a essa palavra.” Fonte: William Stringfellow. Geração Business. Disponível em: <http:// www.bloggb.com.br/p/pense-nisso.html>. Acesso em: 23 jul. 2015. Atividade de Estudos: 1) Quais as similaridades entre as três técnicas apresentadas? E as principais diferenças? Características Coaching Mentoring Counseling http://www.bloggb.com.br/p/pense-nisso.html http://www.bloggb.com.br/p/pense-nisso.html 41 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de Coaching Capítulo 2 Comparativamente, se fôssemos definir sucintamente cada um dos métodos apresentados acima, poderíamos relacionar: Figura 4 - Definição sucinta dos processos de orientação profissional coaching, mentoring e counseling Fonte: A autora. Examinando os processos de modo mais singular, podemos elencar similaridades e particularidades dos métodos em análise. Quadro 2 - Similaridades e particularidades dos processos de orientação coaching, mentoring e counseling Características Coaching Mentoring Counseling Treinador Geralmente externo Externo ou interno Externo ou interno Capacitação do treinador - Liderança - Conhecimento do mercado de trabalho - Análise vocação - Liderança - Conhecimento espe- cífico da atividade - Visão global e inte- grada - Terapia ocupa- cional Foco - Ação/Resultados - Debates - Repetições - Transferência de conhecimentos - Possibilidades - Questões emo- cionais - Aconselhamento - Questionamento - Problemas Premissa dos trabalhos - Confidencialidade - Elevada confiança - Confidencialidade Decisão dos trabalhos - Do treinado e da empresa - Da empresa - Do treinado (ana- lisado) Abordagem dos traba- lhos - Questões técnicas - Comportamento, habilidades, atitudes - Como o cliente age em razão de resulta- dos a serem alcan- çados - Questões técnicas (como foco gerador de outras questões) - Como agir no âmbito profissional e de car- reira - Expectativas do indivíduo analisado - Qual a atuação do cliente em certas situações Flexibilidade - Elevada - Média/baixa - Média/baixa Avaliação - Resultados preesta- belecidos - Aprendizado do “como fazer” - Descoberta de uma nova situação Contexto do debate - Questionamentos e discernimentos - Bem planejados - Realidade do indivíduo 42 Introdução ao Coaching Contexto da aplicação - Tempo real e na tarefa - Muito bem formatado - Relativamente livre e num cres- cendo junto Absorção pelo treinado - Muito elevada - Muito elevada - De média a elevada Lema - “Ensinar a pescar” - “Aprender como fazer” - “Novo ponto de vista” Período de tempo do processo - Curto, médio ou longo prazo - Médio ou longo prazo - Médio ou longo prazo Local dos trabalhos - Empresa (geralmen- te) - Empresa - Consultório Aplicação - Toda e qualquer situação e pessoa - Situações em que a pessoa não consegue ser produtiva por falta de conhecimento do trabalho - Profissionais im- portantes que estão com algum tipo de problema pessoal Resultados - Gerar opções construtivas, viáveis e informadas e utilizá-las para obter os resulta- dos desejados - Informações e insi- ghts para ampliar sua visão e conhecimento das possibilidades - Compreensão da problemática e disposição para equacioná-la Foco temporal - Presente e futuro - Passado, presente e futuro - Passado e pre- sente Fonte: Adaptado de Oliveira (2012) e Krausz (2007). Analisando criticamente o quadro acima (quadro 2), verificamos algumas diferenças substanciais entre os processos de orientação já estudados, os quais serão discutidos abaixo para elucidar qualquer dúvida relativa às particularidades dos métodos. a) Coaching versus Mentoring Enquanto mentoring é um processo focado na transferência de conhecimento, com a finalidade de ensinar como realizar tarefas; coaching baseia-se na comunicação, no diálogo, possuindo resultados esperados preestabelecidos. Krausz (2007, p.34-35) pontua que mentoring baseia-se no “conhecimento específico e na sabedoria do mentor”, já o “coaching repousa na capacidade do coach de fazer questionamentos estimuladores e relevantes”. Outro fator relevante é o de que o mentor realiza uma função e não uma atividade profissional como o coach. Mentoring baseia- -se no “conheci- mento específico e na sabedoria do mentor”, já o “coaching repousa na capacidade do coach de fazer questionamentos estimuladores e relevantes”. 43 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de Coaching Capítulo 2 b) Coaching versus Counseling Segundo Krausz (2007), o processo de coaching é estruturado com a verificação de resultados para comprovação da eficácia, diferentemente do counseling que é algo pontual visando ao encaminhamento do aconselhado para uma solução específica. Além disso, o aconselhamento está voltado para o bem-estar emocional do cliente, enquanto o coaching baseia-se na utilização dos conhecimentos, experiênciase do potencial do cliente para obtenção de resultados. Outro ponto importante a ser observado é o contraste temporal dos modelos, sendo que coaching foca em ações no presente e no futuro. Já o aconselhamento orienta-se a partir de experiências passadas. Ficou mais claro para você as diferenças entre os modelos citados? Então, agora podemos listar outras modalidades de intervenção, especificando suas aplicações e particularidades. Conhecendo outros processos, você será capaz de distinguir melhor o que se aplica em cada momento da vida da pessoa que procura orientação. c) Terapia Segundo Krausz (2007), a terapia tende a focar em experiências e sentimentos relacionados a eventos passados, em questões ligadas com a saúde psicológica do participante. Como se pode notar, este processo tem o foco em dificuldades de ordem emocional, sendo realizado por um terapeuta. Dessa forma, a terapia aborda o porquê das ações e sentimentos do cliente, a fim de aliviar ou eliminar as causas do mal-estar e das dificuldades sentidas por ele. Quadro 3 - Comparativo entre coaching e terapia Terapia Convencional Coaching Fortalecimento pessoal Crescimento/Desenvolvimento pessoal Relacionamento Tradicional Parceria/Colaboração Olha o passado Foca o futuro Precisa de ajuda Procura um parceiro O processo de coaching é estruturado com a verificação de resultados para comprovação da eficácia, diferen- temente do coun- seling que é algo pontual visando ao encaminhamento do aconselhado para uma solução específica. 44 Introdução ao Coaching Trata de questões não resolvidas Trabalha com metas, ações, resultados Absorve informações Processa informações e age com base nelas Auxilia, trata, protege Catalisa, encoraja, confia Pergunta por quê? Pergunta o que, como, quando? Paciente Cliente/Coachee Tratamento Co-criação de soluções Progresso Resultados/Ações Diagnóstico Auto-avaliação Fonte: KRAUSZ (2007, p. 36). Comparativamente, o principal ponto que diferencia esses dois processos é o tempo, sendo a terapia focada no passado e o coaching no futuro. d) Consultoria Segundo Cunha (2013), consultoria é uma atividade especializada realizada por um agente de mudanças externo ao local a ser transformado, em que ele identifica processos que não estão eficientes e auxilia as pessoas nas tomadas de decisões visando melhoria, oferecendo soluções diretas ao cliente. Dessa forma, este processo tem como foco o funcionamento da empresa tendo em vista o presente e o futuro da organização, abordando todos os pontos a serem mudados, corrigidos e melhorados no sistema. O profissional, consultor, é especializado e experiente em determinado setor, atuando na empresa com objetivo de solucionar ou prevenir problemas. O serviço de consultoria não se restringe a uma situação isolada. Ele pode oferecer análises amplas que investigam desde a estrutura da organização até questões estratégicas, de governança, de sistemas de informações gerenciais, comportamentais e mercadológicas. (CUNHA, 2013, p.13). Krausz (2007) pontua que enquanto o consultor traz soluções a serem implantadas, ou seja, aquilo que deve/pode ser mudado ou melhorado, o coach colabora na busca dessas soluções, formando assim uma parceria, sendo um catalisador na produção de alternativas para geração de resultados. e) Treinamento O principal ponto que diferencia esses dois pro- cessos é o tempo, sendo a terapia focada no passa- do e o coaching no futuro. Enquanto o consultor traz soluções a serem implantadas, ou seja, aquilo que deve/pode ser mudado ou me- lhorado, o coach colabora na busca dessas soluções, formando assim uma parceria, sendo um catali- sador na produção de alternativas para geração de resultados. 45 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de Coaching Capítulo 2 Conforme Oliveira (2012), treinamento é o processo de adquirir habilidades ou conhecimentos por meio de estudo ou ensino, ou seja, questões relacionadas a aprendizagem. Segundo Krausz (2007), o treinamento em geral tem foco em habilidades específicas para resultados imediatos visando reduzir as deficiências de conhecimento, experiência e habilidades profissionais, enquanto coaching foca em ações e resultados a serem alcançados. O instrutor, por definição, é o especialista experiente e com conhecimentos específicos de sua área de atuação, já o coach parte do princípio de que o coachee é o especialista e será conduzido para atingir as soluções através de seu próprio desenvolvimento. Este processo educacional é aplicado de maneira sistemática e organizada, possuindo como principais abordagens: gerencial, técnico, motivacional, de integração. O desconhecimento das diferenças e aplicações de cada método estudado acima ainda é muito comum entre profissionais, visto que a maioria destas metodologias são recentes e não são largamente difundidas em cursos tradicionais de formação. Esta temática é, inclusive, tema do artigo abaixo, escrito pelo consultor de empresas e coach Paulo Sanchez. COACHING X OUTRAS ABORDAGENS É muito comum quando me deparo com novos clientes um desconhecimento a respeito dos objetivos do coaching. E, em decorrência disso, uma confusão com outras formas de abordagens que visam auxiliar o ser humano a ter maior qualidade de vida ou buscar mais resultados. Normalmente, dependendo da profissão e experiências desta pessoa, a confusão se fará mais com um tipo do que com outro. Exemplo: Se é um empresário, ao ouvir falar de coaching há uma tendência de confundir com consultoria ou treinamento. Os consultores não agem diretamente na pessoa do empreendedor e sim na empresa e seus processos. Normalmente eles são especialistas em uma área e são pagos para darem respostas, ao invés de perguntas. Finalmente, são comprometidos com a performance organizacional e não com o aperfeiçoamento da pessoa. O treinamento em geral tem foco em habilidades específicas para resultados imedia- tos visando reduzir as deficiências de conhecimento, experiência e habilidades profis- sionais, enquanto coaching foca em ações e resultados a serem alcança- dos. 46 Introdução ao Coaching Já o treinamento é o meio de se conseguir habilidades ou conhecimento através de vivências, estudo ou ensino e o treinador é o especialista. O coaching é perto disto, porém se diferencia no sentido de que o cliente é o especialista. As respostas dos seus resultados estão nele. Quando o cliente vem do ambiente executivo, a dúvida se dará com “mentoring, counseling ou agenciamento”. Muitas empresas utilizam estes termos erroneamente. “Mentoring” é um processo de ajuda em que uma pessoa mais experiente na organização “adota” o executivo para orientá-lo na escalada da sua carreira. “Counseling” ou aconselhamento é a modalidade em que o cliente busca conselhos para resolver determinado problema, diferente do coaching que dará perguntas. Agenciamento é quando os clientes buscam orientação para se recolocar no mercado de trabalho. Seja como se sair bem em uma entrevista, como se vestir ou se portar melhor. O coaching é muito utilizado para se recolocar no mercado, porém sob outra abordagem que é descobrir suas potencialidades para se colocar naquilo que o deixe mais feliz, tanto do ponto de vista financeiro quanto de alinhamento com seus valores e habilidades. E, por fim, a grande dúvida de modo geral se dá com a terapia. Terapia busca alívio de sintomas psicológicos ou até físicos, se já tiver somatizado. Na terapia o cliente busca a saúde mental enquanto o coaching ele busca o crescimento mental. Coaching não corrige e sim gera alternativas. A terapia consiste em ajudar as pessoas a superarem fatos ou acontecimentos que ocorreram no passado e que interferem negativamente no presente. O coaching, o ajuda a estabelecer o que quer no futuro e o que 47 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de CoachingCapítulo 2 fazer no presente para atingir. Utilizando uma forma metafórica que acredito seja esclarecedora, “Enquanto a terapia é a mãe, o coaching é o pai”. Qual das formas acima gerará um impacto mais positivo nos teus resultados? Não importa qual, o importante é que aja, comece já e se transforme. Fonte: SANCHEZ, Paulo. Coaching x Outras Abordagens. 02 mar. 2015. Disponível em: <http://seucoachdecarreira.com.br/ coaching-x-outras-abordagens/>. Acesso em: 23 jul. 2015. Como foi explicitado, é importante entender os métodos, suas particularidades e aplicações. Porém, é imprescindível que, não apenas a metodologia utilizada seja correta como também o comprometimento da pessoa com o processo ao qual está participando. Modelos de Coaching Antes de iniciarmos o estudo dos diferentes modelos de coaching, você deve entender o significado da palavra modelo para melhor compreender este tópico do seu caderno de estudos! Conforme Chiavenato (2009) enuncia, modelo é a representação de um sistema. Essa representação é geralmente simbólica, simplificada e pode ser: - Representação gráfica: representa a estrutura básica de um sistema. - Representação matemática: representa o funcionamento de um sistema por uma equação matemática. 48 Introdução ao Coaching - Representação descritiva: representa um sistema por meio de minuciosa descrição ou explicação da sua composição ou funcionamento. Agora que você já sabe o significado do vocábulo modelo, podemos aplicá-lo no estudo sobre coaching! Há diversos modelos de coaching, sendo que os principais são: • Modelo Achieve; • Modelo Grow; • Modelo do Jogo Interior; • Modelo T; • Modelo Transformacional. Veremos agora as características principais de cada um dos modelos listados acima! a) Modelo Achieve Segundo Lotz e Gramms (2014), o Modelo Achieve foi desenvolvido por Dembkowski e Eldridge (2006) como resultado de uma pesquisa do processo de coaching já utilizado por outros profissionais. Esse modelo possui sete etapas, sendo que seu nome, achieve (alcançar em português), é formado utilizando as primeiras letras das palavras que indicam estes passos no idioma inglês, são eles: A ccess (acessar) C reate alterrnatives (criar alternativas) H one goals (aprimorar metas) I niciate options generation (iniciar a geração de opções) E valuate options (avaliar opções) V alid action plan (estabelecer um plano de ação) E ncourage momentum (encorajar as ações) 49 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de Coaching Capítulo 2 Para entendermos melhor cada passo deste processo, vejamos a explicação das etapas do modelo Achieve na figura abaixo (figura 4). Figura 4 - Etapas do Modelo Achieve para o processo de coaching Fonte: Lotz e Gramms (2014, p. 67). No Modelo Achieve há uma estruturação para que o coachee visualize sua realidade atual, quais as possibilidades para aquele momento e quais objetivos ele realmente deseja alcançar. Com base nisso, o profissional poderá estabelecer formas de atingir estas metas traçadas e entenderá a necessidade de continuidade deste processo em sua vida cotidiana. b) Modelo Grow Esse modelo é um dos mais conhecidos e mais antigos de coaching. Trata-se de uma técnica simples e intuitiva. Segundo Lotz e Gramms (2014), este modelo parte da combinação de letras de palavras em inglês, Grow (crescimento): G oal (meta) R eality (realidade) O ptions (opções) W ill (vontade) No Modelo Achieve há uma estruturação para que o coachee visualize sua realidade atual, quais as possi- bilidades para aquele momento e quais objetivos ele realmente deseja alcançar. 50 Introdução ao Coaching Lotz e Gramms (2014) apontam alguns aspectos interessantes a serem destacados nesse modelo, são eles: Figura 5 - Descrição das etapas do modelo GROW Fonte: Lotz e Gramms (2014, p. 62). Em cada etapa desta técnica propõem-se alguns possíveis questionamentos, conforme enuncia Krausz (2007). Quadro 4 - Descrição das etapas do modelo GROW Etapa Descrição Questionamentos Possíveis Meta Objetivos e metas específi- cos, mensuráveis, realistas, alcançáveis e com prazo determinado. - Qual a finalidade desta nossa conversa? O que deseja alcançar no médio e longo prazo? - Descreva o que é sucesso para você. - Quanto de controle pessoal ou influência você tem sobre a meta que deseja alcançar? - Quando deseja alcançar a meta que se propõe? - Como saberá que a alcançou? - Como se sentirá ao alcançá-la? Realidade Verificar a viabilidade das me- tas e finalidades do coachee. - O que está acontecendo agora? (O que, quando, quanto, onde, com que frequência?) - Qual o efeito sobre você? - Qual o efeito sobre os outros? - Qual o efeito sobre seu desempenho, de sua equi- pe, da organização? - O que você fez até agora a respeito disso? - Quais foram os resultados de sua ação e/ou inação? - O que pode ser feito para mudar esta situação? Opções Análise de possibilidades e estimular o coachee a sua própria decisão. - Qual será o seu primeiro passo? Por quê? O que espera que aconteça? - E depois disso, qual será o próximo passo? - O que acontecerá se você não fizer nada? - E se não acontecer o que você espera, o que você pensa fazer? 51 Atuação do Profissional e Aplicação do Processo de Coaching Capítulo 2 Vontade Confirmar o desejo do coa- chee para executar as ações necessárias. Transformar uma decisão em um plano de ação. - O que você vai fazer? - Quando? Como? Onde? Quanto? - Esta ação atingirá a sua meta? - Que obstáculos poderão surgir? - Como você lidará com cada um deles? - De que recursos você necessita? - Que dúvidas você precisa sanar? - O quanto você se considera motivado para entrar em ação? Fonte: Adaptado de KRAUSZ (2007, p. 50-52). Como você deve ter notado, o método Grow é bastante simples e prático, utilizando uma forma estruturada para elaboração de alternativas viáveis para a resolução de problemas ou tomada de decisões. Há possibilidade de utilização desta técnica para diversas aplicações. Em síntese, o método Grow focaliza na elaboração da meta, posteriormente, analisa o momento atual e quais as alternativas viáveis para então centralizar nas formas de atingimento da meta, através da elaboração do plano de ação. c) Modelo do Jogo Interior Segundo Lotz e Gramms (2014), este modelo foi desenvolvido por Timothy Gallwey no início da década de 1970 para uso no meio esportivo. O termo interior refere-se ao adversário que existe dentro da cabeça do próprio indivíduo. Ele considerava que existia o adversário exterior, que seria o outro competidor, e o interior, que é a própria mente do jogador. Os pensamentos e diálogos internos são responsáveis pelo desempenho, de modo a vencer obstáculos continuamente. Sendo assim, se você falar consigo mesmo coisas ruins, você influenciará negativamente seu desempenho. O jogador do jogo interno valoriza, mais do que qualquer outra habilidade, a arte de manter a mente em estado de relaxamento, descobrindo a verdadeira base da autoconfiança. O segredo para ganhar o jogo não é tentar de maneira afoita, mas sim no desempenho espontâneo que ocorre quando a mente está calma e integrada com o corpo, encontrando seu modo próprio e surpreendente de vencer os obstáculos continuamente. (LOTZ; GRAMMS, 2014, p. 69). O método Grow focaliza na elaboração da meta, posterior- mente, analisa o momento atual e quais as alterna- tivas viáveis para então centralizar nas formas de atingimento da meta, através da elaboração do plano de ação. O modelo do jogo interior considera o desempenho po- sitivo do indivíduo como resultado de uma mente calma e focada no obstáculo a ser vencido. 52 Introdução ao Coaching Em suma, o modelo do jogo interior considera o desempenho positivo do indivíduo como resultado de uma mente calma e focada no obstáculo a ser vencido. Timothy Gallwey, criador do modelo do jogo
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