Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Neuromarketing - O Cérebro Decisor Regina Santana www.reginasantana.com 1 NEUROMARKETING REGINA SANTANA www.reginasantana.com O CÉREBRO DECISOR Neuromarketing - O Cérebro Decisor ÍNDICE SOBRE A AUTORA 3 INTRODUÇÃO 5 O QUE É O NEUROMARKETING 9 Equipamento utilizado para os estudos de Neuromarketing 12 ENTENDER O NEUROMARKETING 18 O que o cérebro adora 19 O que o cérebro odeia 20 O Marketing Mix em Neuromarketing 26 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 30 Motivação, Percepção, Memória, Atitudes 31 Motivação 31 Percepção 32 MARKETING EMOCIONAL 41 MARKETING SENSORIAL 42 FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE 44 APLICAR O NEUROMARKETING 46 Regina Santana www.reginasantana.com 2 Neuromarketing - O Cérebro Decisor SOBRE A AUTORA Regina Santana é uma empreendedora compulsiva. Sócia de vários negócios, acumula cargos de Directora Executiva e Directora Financeira em algumas das suas empresas. Enquanto sócia e CEO da Agência Get Digital, uma agência de Marketing Digital totalmente focada em performance, investiga há vários anos o comportamento do consumidor e as suas motivações de compra por forma a melhorar a comunicação e conversão das campanhas produzidas na agência. Regina Santana www.reginasantana.com 3 https://www.agenciagetdigital.com/pt/ Neuromarketing - O Cérebro Decisor Esta paixão leva-a a aprofundar constantemente estes temas e a especializar-se em diversas áreas que apesar de distintas, se complementam. Entre as suas formações destaca as seguintes especializações: - Marketing Emocional - Inbound Marketing - Comunicação Integrada de Marketing - Neuromarketing e Comportamento do consumidor - Pós Graduação em Marketing Digital y Social Media - Certificação em Digital Marketing Strategy por Harvard University - Certificação em Neurovendas por Klaric Academy É também mestranda em Marketing Relacional. Além dos cargos empresariais, de consultoria e formação, é professora em diversas instituições de ensino. Regina Santana www.reginasantana.com 4 Neuromarketing - O Cérebro Decisor INTRODUÇÃO Já todos ouvimos falar da distinção entre o hemisfério esquerdo e o hemisfério direito do cérebro. Associamos o lado esquerdo à matemática, ao raciocínio lógico ou à linguagem e consideramos o lado direito como o lado criativo, associado às artes, à música e à inspiração. No entanto o nosso cérebro parece bem mais complexo que isso e a neurociência continua a tentar descodificar aquele que parece ser até hoje o mais desafiante orgão do corpo humano. Regina Santana www.reginasantana.com 5 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Na história recente, existem diversos estudos e teorias acerca de como funciona o cérebro e a sua influência no comportamento humano, e apesar da ciência nem sempre ser unânime na sua validação, a verdade é que muitos deles, pelo seu reconhecimento e desenvolvimento, são, até aos dias de hoje, fundamentação de trabalhos de neurociência, neuromarketing e comportamento do consumidor. Duas dessas teorias, a de Paul McLean e a de Ned Herrmann serão explicadas mais à frente. O que é importante perceber é que não basta um “gatilho” para levar uma pessoa a uma decisão de compra, por muito primitiva que ela seja. O cérebro funciona como um todo e várias coisas têm que estar em concordância para haver uma ação. A consolidação dos estudos da Psicologia do Consumidor enquanto disciplina ocorreu nos anos 60 do séc. XX, explicado pelo avanço e desenvolvimento das ciências do comportamento. Esta mudança foi ainda fortemente influenciada pelo artigo de Theodore Levitt, Marketing Myopia, publicado na Harvard Business Review, em 1960, que constituiu um manifesto contra a falta de visão dos administradores das empresas relativamente às necessidade reais do mercado e dos consumidores: Regina Santana www.reginasantana.com 6 Neuromarketing - O Cérebro Decisor “Um consumidor não compra umas calças, enquanto produto feito a partir de determinada matéria-prima com x ou y características. O consumidor compra estilo, atração sexual, sofisticação, moda, etc.” As necessidades constituem a essência do conceito de marketing. A chave para o sucesso e sobrevivência das empresas num mercado competitivo reside na habilidade para identificar e satisfazer necessidades e desejos nos consumidores de uma forma superior à concorrência, atendendo também ao significado simbólico dos produtos. A satisfação do cliente é o pilar da otimização de resultados. Quando uma marca ou um vendedor fideliza um cliente, aumenta as suas vendas recorrentes e baixa substancialmente o seu investimento em captação de novos clientes. Esta é a estratégia de rentabilização de um negócio a longo prazo. Neste ebook são apresentadas, além dos processos e das ferramentas utilizadas nas investigações de Neuromarketing, dicas de aplicação prática para qualquer pessoa que trabalhe com marketing e/ou com vendas, consiga tirar proveito do resultado das investigações e ficar mais capacitado para entender o seu consumidor e melhorar o seu negócio. Numa linguagem simples, são explicados processos extremamente dispendiosos e aos quais nem todas as marcas ou empresas têm capacidade de chegar. Regina Santana www.reginasantana.com 7 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Os estudos de neuromarketing são investigações científicas que requerem equipamentos e profissionais altamente especializados para o seu desenvolvimento. No entanto, com os resultados que são extraídos destes estudos, sabendo que há imensos comportamentos semelhantes no Ser Humano e sabendo que, apesar de todos sermos diferentes, todos somos iguais, há uma tendência generalizada para um mesmo comportamento perante uma mesma situação, logo, conseguimos adaptar os resultados caso a caso e incluí-los na nossa realidade. Regina Santana www.reginasantana.com 8 Neuromarketing - O Cérebro Decisor O QUE É O NEUROMARKETING Neuromarketing é a conjugação dos estudos de antropologia, psicologia e neurociência com foco no comportamento do consumidor. O neuromarketing, através do estudo das reações neurológicas do comprador, permite analisar e entender o comportamento humano, os impulsos e motivações no processo de compra e a sua relação com mercado e o marketing. Regina Santana www.reginasantana.com 9 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Visa melhorar as estratégias de marketing e do estudo do comportamento do consumidor através de métodos neurocientíficos. O neuromarketing tenta identificar a atividade cerebral envolvida no comportamento de cada cliente, desde a interpretação das mensagens publicitárias, até à escolha do produto e sua compra. Sabemos hoje que 95% das tomadas de decisão diárias de um indivíduo são de motivação inconsciente. Isto demonstra que quando são feitas as tradicionais pesquisas de mercado, as respostas não são totalmente verdadeiras. Ou seja, a resposta passa pela racionalidade do cérebro o que condiciona uma resposta isenta. O neuromarketing surgiu da necessidade de entender as verdadeiras motivações do comportamento do consumidor. Alguns dos objetivos específicos do neuromarketing são os seguintes: • Verificar a eficácia das mensagens publicitárias. • Obter dados que orientem sobre a melhor escolha de formatos e que permitam uma maior conexão emocional com o consumidor. • Prever o comportamento do consumidor com base em estudos científicos. Regina Santana www.reginasantana.com 10 Neuromarketing - O Cérebro Decisor • Melhorar o planejamento e desenvolvimento de todos os aspectos do marketing: comunicação, produto, preço, promoção, etc. • Conhecer as reais necessidades do consumidor para ajustar as estratégias de marketing das marcas. • Conhecer como o sistema nervoso humano recebe, codifica, armazena e recupera informações de estímulos. “Uma das bases do Neuromarketing é entender que o que as pessoas dizem, é diferente do que elas pensame da forma como elas agem.” Regina Santana www.reginasantana.com 11 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Equipamento utilizado para os estudos de Neuromarketing Para estudar os processos cerebrais do consumidor, o neuromarketing faz uso de técnicas e tecnologias neurocientíficas e métodos experimentais. Muitas vezes, neuroimagem, técnicas psicofísicas ou testes psicológicos são usados para estudar processos como atenção, memória, aprendizagem ou emoção, entre outros. Regina Santana www.reginasantana.com 12 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Eletroencefalograma (EEG) A eletroencefalografia é uma técnica simples, não invasiva, baseada no registo e avaliação da atividade cerebral através de eletrodos colocados na superfície do crânio. O eletroencefalograma (EEG) é o registro que resulta da medição dos potenciais elétricos do cérebro. No EEG, a flutuação elétrica nos diferentes locais do córtex é mostrada, mas tem a desvantagem de ter uma resolução espacial insuficiente para registrar a atividade neuronal em estruturas cerebrais mais profundas, como o nucleus accumbens, relacionado ao processamento de emoções. Regina Santana www.reginasantana.com 13 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Ressonância Magnética A Ressonância Magnética é um método de diagnóstico e pesquisa fundamental nas neurociências. Permite a análise da resposta dos sujeitos a diferentes atividades ou estímulos. A ressonância magnética é uma técnica não invasiva, utilizada como método para obter informações sobre a resposta dos sujeitos a diferentes estímulos (por exemplo, campanhas publicitárias). Esta técnica permite avaliar a ativação e o estado emocional do sujeito quando exposto a determinados est ímulos. Ressonância Magnética é uma técnica neurocientífica amplamente utilizada para estudos realizados no Neuromarketing. Regina Santana www.reginasantana.com 14 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Face reading As expressões faciais são um dos métodos visuais mais fortes para transmitir emoções. O rosto desempenha um papel crucial nos processos cognitivos dos indivíduos, uma vez que os sinais que mostram expressões faciais denotam estados internos como intenções ou emoções. A análise das expressões faciais fornece informações valiosas quando combinada com outras ferramentas que permitem coletar outras informações sensoriais, como eye tracking ou EEG (eletroencefalografia). O Face reading é amplamente utilizado em neuromarketing e permite, em conjunto com outros dispositivos, analisar e desenvolver produtos e campanhas publicitárias altamente eficazes, além de projetar websites com um alto grau de usabilidade e apelo aos consumidores. Regina Santana www.reginasantana.com 15 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Eye tracking O eye tracking refere-se à gravação dos movimentos do olho de um indivíduo enquanto examina um estímulo visual. Em termos gerais, é responsável por medir os movimentos oculares usando uma câmera que os quantifica. Os eye trackers modernos registam a posição dos olhos e o seu movimento utilizando o contraste para localizar o ponto central da pupila e criar uma reflexão da córnea através de luz infravermelha. Desta forma, é possível realizar a análise da posição do olhar e do movimento dos olhos em telas bidimensionais, ou ainda, em ambientes tridimensionais. Técnicas de rastreamento ocular podem ser aplicadas numa ampla variedade de disciplinas e áreas de estudo, desde marketing e comunicação até pesquisa puramente médica. Regina Santana www.reginasantana.com 16 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Condutância da pele (GSR) A medição da resposta galvânica é feita através da colocação de eletrodos nos dedos. Os estudos medem a resistência eléctrica da pele e a sua condutância. Um amplificador de GSR aplica uma tensão constante na pele, de uma voltagem tão baixa que o indivíduo não consegue percepcioná-la, através de eléctrodos. A corrente gerada na pele pela tensão pode ser detectada e registada. A condutância é determinada pela saída do amplificador GSR. Regina Santana www.reginasantana.com 17 Neuromarketing - O Cérebro Decisor ENTENDER O NEUROMARKETING “Os consumidores já não compram produtos para satisfazer apenas as suas necessidades básicas, de fisiologia e segurança, mas também para alcançar metas de ordem superior. (…) Assim, as marcas estão cada vez mais posicionadas dentro do mundo emocional e experiencial dos consumidores.” - Farhat, 2016 Para entender e aplicar o Neuromarketing é preciso entender de comportamento do consumidor e motivações de compra. Regina Santana www.reginasantana.com 18 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Entender o que influencia um processo de compra e quais os impulsos que levam uma pessoa a comprar e satisfazer a sua necessidade, seja ela fisiológica ou emocional. É preciso entender também aquilo de que o cérebro gosta e aquilo de que ele não gosta. O que leva o cérebro a agir rapidamente e o que o leva a “paralisar”. Assim, é possível definir melhor como o consumidor toma a decisão de compra, porque prefere uma marca em detrimento de outra ou com quais fatores implícitos na lealdade a uma marca. Em suma, o neuromarketing abre novas portas para especialistas de marketing, vendedores ou donos de negócios, permitindo-lhes construir descrições reais das pessoas e do seu comportamento, a fim de ajustar seus produtos, serviços e estratégias de comunicação às necessidades, desejos e preferências do consumidor. Princípios básicos a ter em consideração é aquilo que gera conforto e desconforto ao cérebro: O que o cérebro adora O nosso cérebro adora segurança, portanto, gosta de coisas simples, básicas e fáceis de entender, que transmitam segurança e tranquilidade. Regina Santana www.reginasantana.com 19 Neuromarketing - O Cérebro Decisor O que o cérebro odeia O nosso cérebro foge da confusão e de tudo o que é complexo ou que não transmite segurança. Se o nosso cérebro for exposto a situações de elevado stress, ela acaba mesmo por “paralisar”, ou seja, se ele tiver muitas opções para escolher, o mais provável é que ele não escolha nenhuma. Para completar seguem dois aprofundados estudos que são relevantes no Neuromarketing: O cérebro Trino de Paul MacLean Paul MacLean, médico e neurocientista, EUA, 1952, desenvolveu a chamada teoria do cérebro Trino, em que apesar de considerar que o cérebro funciona como um todo, ele é tripartido ao nível de estruturas e funções e dividido da seguinte forma: Neocortex, sistema límbico e cérebro reptiliano, ou seja, a parte racional, emocional e instintiva. Ao nosso cérebro, o neurocientista deu o nome de cérebro triúnico, ou triuno. O neocortex é responsável por todas as funções racionais do ser humano, processa informações como memória, pensamento, linguagem… é este que distingue o homem dos demais animais. Regina Santana www.reginasantana.com 20 Neuromarketing - O Cérebro Decisor O sistema límbico, ou cérebro emocional, é, como o nome indica, o responsável pelo processamento e controle de todas as emoções. O sistema reptiliano ou primitivo é o responsável pelo nosso instinto de sobrevivência. Esta é a área do cérebro mais responsável pelas nossas tomadas de decisão, pois funciona sempre com base na nossa sobrevivência ou propagação da espécie. Regina Santana www.reginasantana.com 21 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Os quadrantes cerebrais de Ned Herrmann Ned Herrmann foi um investigador e autor americano, formado em física e música e conhecido pela sua investigação em pensamento criativo. Herrmann foi considerado pioneiro em explorar e explicar a compreensão do cérebro como um sistema de quatro quadrantes. Desenvolveu o HBDI, um instrumento de avaliação de personalidade usado até hoje. Este autor divide o cérebro em quatro partes distintas. Ele divide a parte direita da parte esquerda e a parte corticalda parte límbica, combinando todas estas divisões. A cada uma das combinações, Ned Herrmann atribui formas concretas de pensar e agir, ou seja, diferentes personalidades. Este teste inicialmente desenvolvido para avaliação de personalidade e Recursos Humanos foi interpretado para melhor entender o comportamento do consumidor de acordo com cada uma das personalidades encontradas. Estes consumidores foram divididos da seguinte forma: O especialista: Cortical com lado esquerdo O consumidor especialista usa a lógica e dados estatísticos para sustentar a sua decisão. Faz comparações exaustivas do preço dos produtos no mercado. Assenta a sua decisão de compra nos números e na excelente memória que tem de experiências de compra anteriores. Faz pesquisa sobre Regina Santana www.reginasantana.com 22 Neuromarketing - O Cérebro Decisor opiniões de outros consumidores e a sua experiência comprovada com o produto. O organizador: Límbico com o lado esquerdo O organizador procura toda a informação acerca da marca, do mercado em que opera e conhece todos os detalhes do produto. Conhece muito bem o funcionamento do produto, e sabe exatamente o que pretende com o produto a adquirir. O comunicador: Límbico com lado direito O consumidor comunicador é o que tem o perfil mais emocional no que toca a decisões de compra. Prefere não ter muitos dados técnicos nas descrições dos produtos e procura saber mais sobre os seus benefícios intangíveis que sobre as suas características. É um consumidor mais idealista e usa as sensações ao imaginar-se a usar o produto para confirmar a sua opção de compra. O estratega: Cortical com lado direito O estratega tem uma visão muito ampla acerca do produto, desde as suas características, aos seus benefícios intangíveis Compara essencialmente produtos com benefícios semelhantes, mesmo que de categorias diferentes e usa a sua intuição para fazer opções de compra. Regina Santana www.reginasantana.com 23 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Regina Santana www.reginasantana.com 24 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Quando conhecemos o nosso produto e a persona que queremos atingir, podemos usar as estratégias de neuromarketing e neurovendas e aplicar conceitos fundamentais, nomeadamente: ❖ Valor simbólico ❖ Venda precisa ❖ Promoção da emoção ❖ Busca do instinto ❖ Separação por género ❖ Aporte de raciocínio ❖ Não agressividade na venda ❖ Envolver o consumidor ❖ Simplificar a comunicação ❖ Opções assertivas ❖ Momentos chave Regina Santana www.reginasantana.com 25 Neuromarketing - O Cérebro Decisor O Marketing Mix em Neuromarketing O Marketing Mix continua a ser dos tema mais abordados pelos profissionais de marketing no desenvolvimento de estratégias de marketing para empresas ou marcas. O Marketing Mix é um conceito inicialmente desenvolvido por Neil Borden e refere-se a “uma lista de elementos importantes ou ingredientes que permitem desenvolver o programa de marketing de uma empresa.” Jerome McCarthy simplificou esta lista e criou os 4 segmentos “conjunto de pontos de interesse para os quais as organizações devem estar atentas se desejam perseguir os seus objetivos de marketing”. Philip Kotler difundiu a nomenclatura 4 P’s, ao complementar a teoria de Marketing Mix e definindo-a como “o conjunto de ferramentas que a empresa usa para atingir os seus objetivos de marketing no mercado alvo”. E temos assim, os 4 P’s do Marketing Mix: Produto, Preço, Praça e Promoção caracterizados de forma resumida: Produto: O produto é caracterizado essencialmente pelas suas características técnicas, design e embalagem. Regina Santana www.reginasantana.com 26 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Preço: O preço é, resumidamente o custo de produção, margem de lucro, financiamentos e descontos. Praça: Praça é o local da venda e engloba toda a logística de distribuição e armazenamento. Promoção: Promoção são as estratégias de Publicidade, utilizadas para a comunicação dos produtos. No entanto, com o aprofundamento dos estudos de Neuromarketing percebeu-se que os 4 P’s precisavam ser redefinidos para uma perspectiva muito mais focada no consumidor e essencialmente de comunicação bilateral. Começaram assim a ser desenvolvidas estratégias fundamentadas naquilo que chamamos hoje de 4 C’s do Neuromarketing. Cliente: O cliente é agora o centro de todo o processo. O Produto deixa assim de ser o principal ponto a ter em consideração, como acontecia no Marketing Mix e passa a ser o consumidor. Com a introdução dos parâmetros emocionais, 4 C’s do Neuromarketing Cliente Custo Conveniência Comunicação Regina Santana www.reginasantana.com 27 Neuromarketing - O Cérebro Decisor além das influências sociais e demográficas, todo o desenvolvimento é agora ajustado ao consumidor. Custo: O custo vem substituir o conhecido Preço. O preço no Marketing Mix referia-se basicamente ao produto em si e aos custos da empresa para o comercializar. O custo proposto pelo Neuromarketing além do preço necessário para a fabricação e comercialização do produto, contempla também o consumidor e o custo que o consumidor terá para ceder ao produto, bem como o tempo para efetuar a compra ou para usufruir do produto, e ainda todas as suas emoções, durante a venda e essencialmente no pós-venda. Conveniência: A Praça em Marketing Mix era basicamente a estratégia de distribuição do produto. Este processo dependia muito de terceiros, fossem empresas de logística ou espaços de venda. Hoje, e de acordo com a análise das preferências e/ou necessidades do cliente, é ele quem decide onde pretende ir buscar os produtos, ou mesmo, se lhe serão entregues em casa. Permite-nos ainda trabalhar todo o Ponto de Venda de acordo com as necessidades e as emoções do consumidor. Comunicação: As campanhas tradicionais, designadas de Promoção no Marketing Mix, dão agora lugar à comunicação. As campanhas tradicionais dependiam dos meios utilizados para trabalhar a sua efetividade e perceção, focavam-se também, essencialmente, em comunicar os benefícios do produto. Estes métodos são hoje pouco eficientes dada a exigência do mercado. A comunicação focada no consumidor contempla, além de todos os meios utilizados, a opinião de Regina Santana www.reginasantana.com 28 Neuromarketing - O Cérebro Decisor influenciadores, o marketing relacional, a satisfação do cliente no pós-venda e a comunicação bidirecional, muito facilitada pela tecnologia. Podemos assim concluir que a mudança de paradigmas nos permite hoje, trabalhar essencialmente na experiência do consumidor substituindo as estratégias de marketing tradicional por estratégias de marketing relacional. A compra deixa de ser uma transação e passa a ser uma experiência. Regina Santana www.reginasantana.com 29 Neuromarketing - O Cérebro Decisor COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR O Comportamento do consumidor é amplamente adaptado por todas as influências internas e externas a que o sujeito é exposto. De forma simplificada, as influencias internas são aquelas que são intrínsecas à personalidade desenvolvida por cada um e as influencias externas são as caracterizadas pelo meio envolvente do consumidor, no seu todo. Vamos falar de influências internas que sugestionam o comportamento do consumidor: Regina Santana www.reginasantana.com 30 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Motivação, Percepção, Memória, Atitudes Motivação “Um motivo ou impulso é uma necessidade que está a pressionar suficientemente a pessoa para levá-la a agir. “- Kotler As 3 Teorias da Motivação: Teoria da motivação de Freud - As forças psicológicas que moldam o comportamento das pessoas são inconscientes: os consumidores resistem às ameixas secas porque são enrugadas e lembram pessoas velhas; os homens chupam charutos como se fosse uma versão adulta de chupar no dedo. Teoria da motivação de Maslow - As necessidadeshumanas são organizadas pela hierarquia, partindo das mais urgentes para as menos urgentes. Maslow chegou a esta conclusão ao tentar entender porque é que as pessoas são dirigidas por certas necessidades em ocasiões específicas. Teoria da motivação de Herzberg - Teoria dos dois fatores: insatisfatórios (aqueles que causam insatisfação) e satisfatórios (aqueles que causam satisfação). São duas as implicações desta teoria: primeiro, devem evitar-se os fatores que causam insatisfação e depois devem identificar-se os fatores que causam satisfação Regina Santana www.reginasantana.com 31 Neuromarketing - O Cérebro Decisor “Motivação constitui um processo dinâmico que muda em função da experiência de vida do consumidor.” - Veronika, 2013 Percepção Em psicologia, neurociência e ciências cognitivas, percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir do histórico de vivências passadas. Através da percepção, um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. A percepção é a forma como o indivíduo vê o mundo envolvente, correspondendo ao processo mediante o qual o indivíduo escolhe, organiza e interpreta estímulos. • Os indivíduos são diferentes e tendem a ver o mundo à sua própria maneira; • Para cada indivíduo a realidade é um fenómeno totalmente pessoal; • A realidade para um indivíduo é a sua perceção do que o rodeia; “As empresas transmitem informações (anúncios, símbolos, imagens, logotipos), que o indivíduo interpreta, e aos quais atribui significados”. Sirgy, M. 1982 Regina Santana www.reginasantana.com 32 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Risco Percebido Percepção de riscos a que o consumidor pode reagir: • Financeiro • Desempenho • Físico • Psicológico • Social • Tempo • Custo de oportunidade O trabalho publicitário segue a lógica da diminuição do risco percebido do consumidor. Como o consumidor se comporta para reduzir o risco percebido: 1. É fiel a uma marca 2. Compra pela imagem da marca e qualidade nacional 3. Compra pela confiança no revendedor 4. Pesquisa informação para tomar decisão 5. Compra a marca mais cara por poder significar qualidade superior 6. Compra a marca mais barata por poder significar menor risco financeiro Regina Santana www.reginasantana.com 33 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Memória Memória Sensorial • Registo de estímulos e mensagens sem qualquer tipo de elaboração, tal como são recebidos pelos sentidos. • É considerada uma pausa ou congelamento da informação, permitindo que outros mecanismos intervenham para extraírem parte dessa informação para organização posterior. Se a informação não for processada perde-se rapidamente (dura cerca de 1 a 2 segundos). • Regista odores, paladar, cores, etc. Memória de curto prazo • Registo memorístico de curta duração e de capacidade reduzida (4 ou 5 itens), no qual já há alguma interpretação dos dados recebidos, embora só possam ser utilizados no imediato. • Compreende as impressões retiradas do ato de atenção, nomeadamente frases, palavras ou números. Regina Santana www.reginasantana.com 34 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Memória de longo prazo • Grande armazenagem de experiências onde se agrupam e organizam os dados dos níveis anteriores por longos períodos de tempo. Este tipo de memória exige treino (pensar sobre o objeto e relacioná-lo com outra informação). Influência da Publicidade na Memorização Estudos revelam que há anúncios com maior probabilidade de ser memorizados, nomeadamente: • Anúncios autobiográficos (que reflitam o eu)/ testemunhais; • Anúncios que mostram o produto em uso; • Anúncios com elevado conteúdo emocional/afetivo; • Anúncios com elevado conteúdo pictórico. Atitudes “As atitudes colocam as pessoas numa estrutura mental de gostar ou desgostar de um objeto" - Kotler Atitudes são a expressão de sentimentos interiores que refletem se uma pessoa está favorável ou desfavoravelmente predisposta a um objeto: Regina Santana www.reginasantana.com 35 Neuromarketing - O Cérebro Decisor • Quantidade de afeição ou sentimento a favor ou contra um estímulo. • Estado de afetividade do indivíduo face a alguma característica ou objeto que predispõe a uma ação. • Crença ou sentimento aprendido que predispõe uma pessoa a reagir, de um modo determinado, face a um objeto, pessoa ou situação. Características das Atitudes • A atitude constrói-se a partir de algo que pode ser uma ideia, pessoa, serviço, produto ou marca. • Comporta uma direção (favorável ou desfavorável), grau (baixo ou elevado) e intensidade de relação (positiva ou negativa). • Desenvolve-se através da aprendizagem. • Comporta uma estrutura organizada, onde os vários elementos e processos se integram para formar o todo, sendo, por isso, estável. Regina Santana www.reginasantana.com 36 Neuromarketing - O Cérebro Decisor 4 funções principais - (Teoria Funcional das Atitudes) As atitudes são armazenadas na memória permanente e atendem a 4 funções principais: • Utilitária • Defesa do ego • Conhecimento • Valor Função utilitária - Determina que as pessoas expressem sentimentos para maximizar as compensações e minimizar as punições recebidas de terceiros. Os bens e serviços disponíveis no mercado constituem uma fonte de satisfação, pelo que o consumidor produzirá atitudes positivas quando os produtos geraram bem-estar no passado e atitudes negativas quando aqueles o haviam penalizado. Função de defesa do ego - As atitudes protegem as pessoas das verdades básicas a respeito de si mesmas ou das realidades desagradáveis do exterior, pois proporcionam confiança e segurança. O indivíduo desenvolve atitudes que definem o seu eu, a sua autoimagem e que reduzem a insegurança. Função de conhecimento - As atitudes de conhecimento funcionam como diretrizes na tomada de decisão, bem como indicadores de fidelização (em relação às marcas), uma vez Regina Santana www.reginasantana.com 37 Neuromarketing - O Cérebro Decisor que simplificam a realidade que, por si só, é demasiado complexa (necessidade de ordem ou significado). As atitudes permitem que os novos estímulos sejam classificados automaticamente, sem necessidade de novos esforços de compreensão. Exemplo: quando uma marca introduz novos produtos no mercado… Função de valor - Os consumidores são capazes de expressar os seus valores centrais e o seu “eu” perante os outros através das atitudes. A função de valor tende a pôr em relevo a imagem que o consumidor tem de si: • Uso de roupas de marca com o objetivo de afirmarem algo a respeito de si. • Desenvolvimento de atitudes favoráveis acerca dos bens e serviços relacionados com os valores. • O que o produto diz sobre a pessoa. Modelo da atitude face ao objeto - Mede atitudes dos consumidores relativamente a um produto, categoria de produtos ou marca. A atitude do consumidor face a um produto ou marca é função da presença e avaliação de certas crenças ou atributos específicos do produto: • Os consumidores têm atitudes favoráveis ou desfavoráveis com os produtos ou marcas que crêem possuir/ não possuir um nível de atributos mais adequado. Regina Santana www.reginasantana.com 38 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Níveis de Atitudes: 1) Condescendência: constitui o nível mais baixo da atitude e verifica-se quando uma pessoa forma uma atitude porque esta a ajuda a obter recompensas ou a evitar punições, mudando quando outra opção é colocada à disposição. Por exemplo, comprar Água Luso porque é a única disponível na máquina de bebidas. 2) Identificação: as atitudes são formadas com o objetivo do indivíduo se ajustar/integrar/agradar a uma outra pessoa ou grupo (imitação de comportamentos desejáveis). 3) Internalização*: o consumidor internaliza atitudes fortemente enraizadas e estastornam-se parte do seu sistema de valores, sendo que dificilmente são modificadas. * Internalizar: Adoção ou incorporação inconsciente de certos padrões, ideias, atitudes, práticas, personalidade ou valores de outra(s) pessoa(s) ou da sociedade, que o indivíduo passa a considerar como seus. Mudanças de Atitudes: As mudanças de atitude são aprendidas, influenciadas pela experiência pessoal e outras fontes de informação e a sua receptividade e rapidez é afetada pela personalidade. Regina Santana www.reginasantana.com 39 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Como as empresas e marcas podem influenciar a mudança de atitudes: a) Alterar a função de motivação do consumidor, fazendo com que novas necessidades sejam proeminentes; b) Associar o produto a um grupo admirado; c) Associar duas atitudes em conflito, aproveitando um conflito atual ou potencial entre as atitudes; d) Alterar a avaliação relativa dos atributos; e) Alterar as crenças sobre a marca, mudando as perceções sobre esta; f) Adicionar um atributo, anteriormente ignorado; g) Alterar a avaliação geral da marca; h) Alterar as crenças do consumidor face às marcas concorrentes. “…os consumidores dão prioridade às suas necessidades de forma diferente, em situações diferentes de consumo e em fases diferentes das suas vidas.” Michael Solomon - Os segredos da mente dos consumidores Regina Santana www.reginasantana.com 40 Neuromarketing - O Cérebro Decisor MARKETING EMOCIONAL O Marketing Emocional estuda as necessidades e expectativas do cliente, constrói afinidade e oferece experiências emocionais, sempre com o cliente e as suas emoções como o centro de todo o processo. Sabendo que as nossas dec isões de compra são essenc ia lmente inconscientes, o marketing emocional é utilizado pelas marcas para ajudar a criar ligações emocionais entre o consumidor e a marca e/ou produto, que levem o cérebro a desejar determinadas marcas inconscientemente. O objetivo principal do marketing emocional é a fidelização do cliente. Regina Santana www.reginasantana.com 41 Neuromarketing - O Cérebro Decisor MARKETING SENSORIAL O corpo humano recorda: 1% do que toca, 2% do que ouve, 5% do que vê, 15% do que prova e 35% do que cheira. O olfato e o paladar são diferentes dos outros sentidos, pois respondem a uma estimulação química. Ora, se sabemos que uma pessoa respira, em média, cerca de vinte mil vezes por dia, essa informação pode ser usada por marcas para apresentar um odor associado, para que os Regina Santana www.reginasantana.com 42 Neuromarketing - O Cérebro Decisor consumidores involuntariamente, associem o cheiro emitido a essa mesma marca. O instituto de Marketing Sensorial dos EUA estima que sejam investidos cerca de 500 Milhões de dólares por ano em marketing sensorial. Algumas das nossas respostas aos odores resultam de associações primárias que nos fazem lembrar bons ou maus momentos. Por exemplo, o cheiro a café faz lembrar o pequeno almoço na infância. A ideia de que um produto não é apenas um objeto ou serviço, mas tudo o que o rodeia, ganha cada vez mais força nos departamentos de marketing. Sempre que uma marca consiga construir uma experiência que faça o seu público- alvo sentir-se melhor, crie conexão e, sobretudo, crie uma experiência, as vendas serão uma consequência natural. Quando o cliente obtém estímulos sensoriais associados a uma determinada marca, essa marca terá uma posição vantajosa na mente do cliente. As emoções que mais perduram são a raiva e o medo. Regina Santana www.reginasantana.com 43 Neuromarketing - O Cérebro Decisor FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE Fidelização de cliente é o ato de tornar o cliente fiel a um produto, marca ou serviço. Fidelizar um cliente significa tornar o produto e/ou serviço tão atraente e confiável, que supere as suas expectativas. Quando o cliente sente a necessidade em adquirir um produto ou serviço, ele vai lembra-se daquele a que é fiel e de tudo o que o destaca da concorrência. A fidelização é um processo a longo prazo, onde a confiança prevalecerá e distanciará o cliente da concorrência. Regina Santana www.reginasantana.com 44 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Cliente recorrente é definido como um cliente que tenha comprado o mesmo produto, da mesma gama de produtos ou da mesma marca em mais de duas ocasiões. No entanto, um cliente recorrente não é um cliente fidelizado. É um cliente sem vínculo emocional com a marca e mantém uma predisposição para trocá-la assim que encontre outra que satisfaça as suas necessidades. Para identificar um cliente fidelizado é necessário avaliar a sua ligação à marca. Um cliente fidelizado reflete profundamente antes de tomar a decisão de mudar de marca ou produto. Avalia muito além do preço e das características do produto. Um cliente fiel é sempre recorrente. Um cliente recorrente pode não ser um cliente fiel. Um cliente fidelizado funciona como “advogado” da marca, com capacidade para influenciar determinado tipo de público. A influência pode ser exercida de diversas formas, desde uma conversa espontânea, a uma review online, ou até mesmo em nichos, dependendo da profissão. Ex. médicos, professores, treinadores… a sua ligação à marca permite-lhes convencer o seu público sobre as qualidades de um produto ou serviço. Em relação a gastos com publicidade, o investimento necessário para atrair um novo cliente é, em média, dez vezes maior do que o necessário para manter um cliente fidelizado. Regina Santana www.reginasantana.com 45 Neuromarketing - O Cérebro Decisor APLICAR O NEUROMARKETING Com muitos estudos já realizados na área do neuromarketing, há algumas conclusões muito importantes que influenciam os processos base de comunicação de produto, imagem de marca ou preço. Sabemos hoje, que os circuitos libertadores de dopamina, associada ao prazer, são os mesmos do processo de tomada de decisão de compra, ou seja, da recompensa ao suprir uma necessidade. Regina Santana www.reginasantana.com 46 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Nem todas as decisões de compra se baseiam no preço ou na qualidade do produto. A tomada de decisão é influenciada por muitos outros fatores, nomeadamente a emoção vivida na experiência de compra. Criando experiências e gerando emoções, as marcas estão a construir memórias na mente do cliente. Com as novas tendências, as novas tecnologias, os novos meios de informação e os processos associados à venda, a maior dificuldade está na personalização do produto e não tanto na personalização da mensagem. 5 Exemplos de aplicação prática do Neuromarketing Logotipos e embalagens: Os testes realizados demonstram que a aparência, a forma, o desenho e a textura de uma embalagem ou de um produto, influenciam de forma direta a forma como interpretamos a sua qualidade. A embalagem serve para conter, acomodar ou transportar o produto, no entanto, é a primeira coisa que os olhos alcançam, portanto, advém daí o primeiro estímulo ao cérebro. Assim, quando são desenvolvidas as embalagens, deve ter-se em consideração o produto e as suas necessidades em termos de acondicionamento e manuseamento, mas também Regina Santana www.reginasantana.com 47 Neuromarketing - O Cérebro Decisor os estímulos emocionais que se pretendem alcançar aquando da sua apresentação ao consumidor. Não esquecer que antes de poder tocar no produto, o consumidor vai vê-lo, daí necessitar haver especial cuidado num design orientado ao estímulo visual. Quanto mais básicas e simples forem as suas formas, menor a possibilidade de criar confusão mental. As cores são outro fator importante na embalagem. Além de precisar de uma cor que crie destaque, é importante ter em consideração qual a mensagem que se quer passar e se a cor se adequa a essa mensagem. Dar às embalagens uma segunda utilidade. Muitas embalagens têm a possibilidade de serem reutilizadaspara uma outra função. Este é um ponto que também atrai a atenção do cliente. Utilizar lettering simples e fluído, com formas orgânicas, pode ser mais vantajoso do que usar lettering complexo só por uma questão de design. Tal como na embalagem, na letra, o cérebro também prefere formas simples, curvas e arredondadas. Regina Santana www.reginasantana.com 48 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Precificação de produto: A escolha do preço do produto é importante, dado o impacto que o mesmo tem na mente do consumidor. O cérebro humano tende a confiar nas informações por ordem de chegada. Isso faz com que todas as outras informações recebidas sejam visualizadas no contexto da primeira informação recebida. Isto significa que o primeiro dígito do preço tem muito impacto na percepção do consumidor. Por isso, em muitos casos, se usarmos preços como 2,99 isso funciona. O preço é praticamente 3, mas como o primeiro número visto pelo cérebro é o 2, ele tem uma percepção de preço mais baixo. No entanto, é preciso também ter em consideração que o uso massivo do número “x,99” e pelo fato do mesmo ser associado pelo cérebro a uma promoção, ao utilizar esta estratégia, é estar também a dizer ao consumidor que o produto está em promoção e isso é desvantajoso para o valor que é percebido pelo cliente, porque, normalmente, o cérebro associa que se está em desconto, em saldo, ou em promoção é porque tem menos valor. Sempre que possível e se assim fizer sentido, é preferível usar “x,98” ou “x,97” porque a diferença não é tão grande e a percepção de valor não é prejudicada. Regina Santana www.reginasantana.com 49 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Oferta de produtos: A oferta de um número de produtos suficientes para que o cérebro consiga tomar uma decisão, é a aposta certa. Quando a oferta é exagerada, em termos de opções, o mais provável é que o cérebro não escolha nenhum. Vários estudos apontam para o fato de que o cérebro paralisa diante da confusão, na hora da tomada de decisão. Então, optar por poucos produtos pode ser mais vantajoso. Há estudos que indicam que a utilização de 3 opções é vantajosa porque se for apenas uma, o cérebro considera que não tem escolha, se forem duas, ele vai ter que escolher entre o certo e o errado e tendo 3 opções, o cérebro tranquiliza. Vejamos o exemplo do McDonald’s e do Burger King, em que o número de opções nunca excede os 9 a 11 opções de hambúrgueres, incluindo as novidades que rodam com frequência. Isto faz com que seja muito mais fácil escolher uma refeição nestes restaurantes, do que em muitos outros. Já no caso de produtos de consumo como o iPhone, as opções nunca excedem as 3 ou 4 opções de compra, tais como 3 modelos de iPhone, 3 modelos de tamanho, 3 cores, etc. Regina Santana www.reginasantana.com 50 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Ganho vs perda: “A dor da perda é infinitamente maior ao prazer do ganho.” Esta frase significa muito e é exatamente assim que o cérebro humano funciona. Há uma enorme aversão à perda, até porque ela é normalmente associada a dor. As pessoas estão tão preocupadas com o que podem perder quanto com o que podem ganhar. Por esse motivo, as estratégias "compre antes que acabe" ou “você não pode perder esta oportunidade” são tão eficazes. Por outro lado, utilizar a perda no contexto errado, pode gerar péssimos resultados. Quando comunicamos “perder peso” por exemplo, isso pode afastar mais o consumidor do que aproximá-lo do resultado que desejamos. As pessoas não querem perder peso, mas querem ganhar saúde, forma, agilidade, porque não querem perder saúde e qualidade de vida. Regina Santana www.reginasantana.com 51 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Escassez: O termo escassez é amplamente utilizado nas áreas de marketing e vendas quase como se fosse primordial utilizar esta técnica como alavancagem de vendas. Na realidade, a escassez é um fator muito importante na tomada de decisão, pois tudo o que é limitado é bastante desejado. As pessoas querem pertencer a grupos limitados de pessoas, querem ter acesso a produtos que poucas pessoas podem ter. O consumidor atribui qualidade e valor a produtos ou serviços que são raros ou difíceis de obter. Entende-se que o que é raro é caro. Que os produtos bem sucedidos, são de edições limitadas. Conseguir um recurso tão escasso, reafirma a identidade do consumidor e contribui para a impressão de ter acesso a algo exclusivo. No entanto, generalizar esta estratégia pode ser tão prejudicial quanto benéfico. A necessidade de segurança será sempre um ponto a ter em consideração, ou até mesmo a necessidade de rapidez ou conveniência. Isto significa que utilizar a escassez só por si pode não ter o efeito pretendido. As tomadas de decisão acontecem por conjugação de múltiplos fatores e não baseadas em apenas um deles. Regina Santana www.reginasantana.com 52 Neuromarketing - O Cérebro Decisor Regina Santana Site e redes sociais www.reginasantana.com regina@reginasantana.com Facebook: @reginasantanaf Instagram: @reginasantana LinkedIn: @reginasantana Regina Santana www.reginasantana.com 53 https://www.reginasantana.com mailto:regina@reginasantana.com https://www.facebook.com/reginasantanaf https://www.instagram.com/reginasantana/ https://www.linkedin.com/in/reginasantana/ NEUROMARKETING O CÉREBRO DECISOR REGINA SANTANA SOBRE A AUTORA INTRODUÇÃO O QUE É O NEUROMARKETING Equipamento utilizado para os estudos de Neuromarketing ENTENDER O NEUROMARKETING O que o cérebro adora O que o cérebro odeia O Marketing Mix em Neuromarketing COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Motivação, Percepção, Memória, Atitudes Motivação Percepção MARKETING EMOCIONAL MARKETING SENSORIAL FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE APLICAR O NEUROMARKETING
Compartilhar