Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MEDIÇÃO DE DESEMPENHO EM SST Elementos de um SMDS Procedimentos para coletar e processar dados Procedimentos para disseminar os dados a usuários dentro e fora da organização Mecanismos de aprendizagem e implantação de ações decorrentes da medição Revisão crítica e periódica do SMDS Princípios de projeto de SMDS É impossível antecipar todos os riscos É impossível monitorar todos Não é possível saber quais não estão sendo monitorados, pois não se conhece o todo Conhecimento acerca do status do sistema é sempre incompleto e fragmentado entre os diversos intervenientes Passa a ser importante monitorar as capacidades de ajuste à variabilidade do ambiente Capacitação dos operadores, número de sugestões de melhoria, folgas, número de paradas de produção por falta de segurança, adaptações de procedimentos, análise da tarefa Exemplos de folgas Quanto é suficiente? Fireman, M. C., Saurin, T. A., Formoso, C. T., Koskela, L., & Tommelein, I. D. (2023). Slack in production planning and control: a study in the construction industry. Construction Management and Economics, 41:3, 256-276 Princípios de projeto de SMDS Adotar um amplo escopo de identificação de perigos Fatores individuais, gerenciais, segurança de processos, etapa de projeto, etapa de manutenção,... Buscar monitoramento o mais próximo possível do ideal de monitorar em tempo real Sistemas complexos mudam rapidamente https://docs.google.com/spreadsheets/d/1-Zea1tEJd- rJJp77Veptkrone0_hddVKgy-pW58E5iM/pubhtml https://www.youtube.com/watch?v=pL-c00M2CnI SMDS deve permear todas as áreas, não só aquelas normalmente associadas ao assunto Princípios de projeto de SMDS Projetar vínculos do SMDS com programas de incentivos Indicadores diferenciados para cada nível hierárquico Equilibrar o trade-off entre completude do SMDS e facilidade de uso Adoção de uma filosofia explícita de gestão, ajuda a identificar o que é importante medir e o que não é Indicadores de Desempenho Tipos: Reativos (ou de resultado) Avaliam efeitos, resultados Ajudam a fazer estimativas de probabilidade e impacto, assim como na seleção de melhores controles de riscos Pró-ativos (ou de processo) Avaliam os métodos de prevenção (sinais vitais) Fornecem evidências prévias de sucesso ou falha É importante um portfólio equilibrado SEGURANÇA PESSOAL SEGURANÇA DE PROCESSOS PRÓATIVO - % de conformidade com NRs - Quase-acidentes - Número de horas de treinamento - % de manutenções preventivas realizadas na data programada - Número de inspeções nos equipamentos - % de conformidade com plano de proteção contra incêndios REATIVO - Taxa de frequência de acidentes - Multas - Custo dos acidentes - Número de vazamentos de gases tóxicos - Número de manutenções emergenciais - Número de incêndios Pirâmides dos desvios • Pirâmide de Frank Bird • Pirâmide de Herbert Heinrich Indicadores Reativos Acidentes com afastamento, primeiros socorros, lesões incapacitantes, ausências por doenças, multas da DRT, custos dos acidentes, reclamatórias trabalhistas, valor do seguro A NR-4 obriga o cálculo Da taxa de frequência (TF) Número total de acidentes x 1.000.000 Número total de homens-hora trabalhadas Da taxa de gravidade (TG) Número total de dias perdidos + total de dias debitados x 1.000.000 Número total de homens-hora trabalhadas SÃO OS DIAS DE AFASTAMENTO DE CADA ACIDENTADO, CONTADOS A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DE AFASTAMENTO ATÉ O DIA ANTERIOR AO DO RETORNO AO TRABALHO, SEGUNDO A ORIENTAÇÃO MÉDICA Dias Perdidos SÃO OS DIAS QUE DEVEM SER DEBITADOS DEVIDO À MORTE OU INCAPACIDADE PERMANENTE, TOTAL OU PARCIAL NO CASO DE MORTE OU INCAPACIDADE PERMANENTE TOTAL, DEVEM SER DEBITADOS 6.000 (SEIS MIL) DIAS POR INCAPACIDADE PERMANENTE PARCIAL, OS DIAS A SEREM DEBITADOS DEVEM SER RETIRADOS DA NBR 14.280 Dias Debitados TABELAS DA NBR14280 TABELAS DA NBR14280 TABELAS DA NBR14280 No dia 15 de março de 2006, as 09:30h, ocorreu um acidente numa plataforma de produção de petróleo. Descrição do evento: Durante o processo de corte com maçarico de um tambor onde havia vestígios de um líquido combustível, ocorreu a explosão do mesmo, ferindo o empregado que realizava a tarefa e um ajudante. Em função da gravidade deste acidente, um soldador teve 15% do corpo queimado, precisando ficar afastado da empresa por 25 dias para tratamento médico. EXEMPLO O ajudante que estava próximo ao local, teve a terceira falange do dedo mínimo amputada, necessitando afastar-se de suas atividades por 40 dias para recuperação Sabendo-se que neste mês a empresa teve ainda 5 acidentes sem afastamento e que a mesma contava neste mês com 673 empregados, calcule: TFCA, TFSA e TG EXEMPLO HHER = Número de empregados x n. de horas x n. de dias úteis HHER = 673 x 8 x 22 HHER = 118.448,00 CÁLCULO DO HHER TFCA TFCA = NCA x 1.000.000 HHER TFCA = 2 x 1.000.000 118.448,00 TFCA = 16,89 CÁLCULO DA TFCA TFSA TFSA = NSA x 1.000.000 HHER TFSA = 5 x 1.000.000 118.448,00 TFSA = 42,21 CÁLCULO DA TFSA TG TG = (DP + DD) x 1.000.000 HHER TG = {(25 + 40) + (50)} x 1.000.000 118.448,00 TG = 970,89 CÁLCULO DA TG EXERCÍCIO Indicadores Reativos – taxas de frequência 272,7 165,3 90,9 303,0 151,5 194,1 0,0 0,0 0 50 100 150 200 250 300 350 Outubro Novembro Dezembro Janeiro Sem afastamento Com afastamento Indicadores Reativos (saúde) Índice de perda auditiva induzida por ruído: N. de casos de PAIR x 1000 N. de audiometrias no exame admissional por mês Índice de saúde auditiva: (N. de agravamentos + N. de novos casos) x 1000 N. de audiometrias realizadas por mês (exceto os admissionais) Índice de DORT: N. de casos de DORT-mês x 1000 Efetivo médio mensal Casos de DORT constatados em atestados médicos de afastamento do trabalho + número de consultas e atendimentos Quando os acidentes ocorrem? 0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0% 16,0% 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 01:00 02:00 03:00 04:00 05:00 Costella (1999) Hinze (1997) Hours P ro d u c tio n r a te Morning Lunch Afternoon Parker and Oglesby (1972) Dia da Semana 50 60 70 80 90 100 Mon Tue Wed Thu Fri Sat P ro d u c tiv ity = T u e s d a y m o rn in g ra te = 1 0 0 % 10% 12% 14% 16% 18% 20% 22% 24% Friday Thursday Wednesday Tuesday Monday Costella (1999) Culver et al. (1993) Hinze (1997) Distribuição dos atendimentos médicos 11 7 6 5 4 4 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 0 2 4 6 8 10 12 Dor de cabeça Dor de garganta e gripe Dor na perna ou joelho Dor nas costas Irritação no o lho Azia Dor de estômago Não informado Dor de barriga / diarréia Dor na mão Pressão alta Dor no braço Dor de dente M al estar Dificuldade respiratória Dor no peito Dor não informada Tonturas leves Número de atendimentos Custos dos Acidentes Custos Diretos Primeiros 15 dias de afastamento: tratamento e salário do acidentado O Estado (seguro contra acidente) assume esses custos a partir do 16. dia Custos dos Acidentes Custos indiretos (não segurados) Danos a equipamentos e materiais Perda de tempo produtivo na hora do acidente Investigação, relatórios Tempo para acompanhar pessoal da fiscalização Transporte do acidentado Custos dos Acidentes Redução de produtividade no retorno ao trabalho Redução da produtividade da equipe do acidentado substituto menos experiente param para olhar conversas sobre o acidente Redução da produtividade de outras equipes Ações trabalhistas, danos à imagem da empresa Custos dos Acidentes Vários estudos indicam que os custos indiretos superam largamente os diretos Hinze (1991) Indiretos são de 2 à 20 vezes maiores Os custos das ações trabalhistas são os mais significantes Sem eles, a relação situa-sena faixa de 1 a 2 vezes maior Os custos diretos são apenas a ponta do iceberg..... Indicadores Reativos Cuidados na análise Há poucos acidentes com lesão. Difícil distinguir tendências reais de efeitos aleatórios Espaço de tempo entre falhas de gestão e efeitos Caso das doenças ocupacionais Acidentes são com frequência subcomunicados Às vezes são sobrecomunicados Para obter licenças ou indenizações indevidas Indicadores Reativos Cuidados na análise Aumento da carga de trabalho por si só pode levar a aumento de acidentes Sempre avaliar em função do n. de homens-hora trabalhadas Duração do afastamento não depende somente da gravidade da lesão ou doença Falta de motivação, moral baixa, falta de assistência da empresa Indicadores Pró-ativos quase-acidentes investimentos em segurança, número de quase-acidentes por funcionário por ano, atos inseguros, número de pessoas treinadas, existência de pessoal especializado, percepções do pessoal sobre o comprometimento da direção, conformidade com requisitos legais, número de sugestões, tempo para implantar sugestões, nível de uso de EPI, frequência das inspeções de segurança, resultados de auditorias, níveis de exposição à ruído, poeiras, etc. Investimentos em Segurança Há vários métodos para cálculo do custo dos acidentes Ex: método da NBR 14280 Contudo, é importante também definir claramente os custos da implantação e manutenção da segurança Planejamento, treinamentos, proteções coletivas, proteções individuais,... O que entra e o que não entra nos custos da segurança? Indicadores Pró-ativos Programas de observação do comportamento (Programa STOP – Safety Training Observation Program - , criado pela DuPont) O objetivo é desenvolver nos trabalhadores o hábito de observar e lidar com comportamentos seguros e inseguros. Focos das observações: Reações dos funcionários Uso de ferramentas EPI Posturas Cumprimento de procedimentos escritos Limpeza Implantação do STOP Curso teórico-prático de formação de observadores Os próprios trabalhadores e líderes são os observadores Aplicação individual do programa em cada um dos seis focos de observação Aplicações de treinamento feitas com acompanhamento de instrutor Preencher um cartão ao menos uma vez por semana Decidir observar, parar, observar, agir, reportar Manter o STOP separado do programa de sanções disciplinares Técnicas Usadas no STOP Realizar imediata ação corretiva Buscar causas raízes dos problemas Observador deve interagir com o observado Discutir causas dos problemas e identificar alternativas de melhoria Reforçar comportamentos seguros Empresa do Setor Petroquímico: exemplo de tabulação de resultados do STOP Número de Observações por Mês 84 121 118 221 0 0 0 0 0 32 113 68 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Exemplo de empresa do setor petroquímico Período: Janeiro à Junho Observações realizadas: 600 Média dos comportamentos seguros: 90% Feedback de comportamentos seguros: 6600 Feedback de comportamentos de risco: 670 Observadores treinados: 85 Número de sensibilizados: 400 Críticas à segurança comportamental Foco excessivo em reduzir acidentes ocupacionais em detrimento das doenças ocupacionais e segurança de processos Pouca ênfase no projeto do trabalho e nas causas raízes da insegurança Mantém controle nas mãos dos gerentes Pode jogar os funcionários uns contra os outros O efeito da abordagem depende de intensa pressão externa A tendência é que os atos inseguros retornem após o fim da pressão Quem deveria ter o comportamento observado? Índice de Adequação à NR-18 5,5 7,7 9,0 8,2 8,7 8,8 0 2 4 6 8 10 Setor Obra 1 Obra 2 Obra 3 Obra atual (1) Obra atual (2) Índice de Treinamento (IT) IT = (H.H treinadas / H.H trabalhadas) x 100% 0,73% 0,97% 7,00% 5,10% 0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% obra 1 obra 2 obra atual (Julho) obra atual (Agosto) Ín d ic e d e T re in a m e n to Telemetria: segurança no trânsito Depende do período do Relatório Inicia com 100 pontos A cada ocorrência é descontada uma determinada pontuação. Ocorrências que penalizam pontuação do motorista Excesso de Velocidade Excesso de RPM Freada Brusca Aceleração Busca Movimento Não Tracionado Motor Ocioso GPS que monitora o trajeto realizado Carga de Trabalho NASA-TLX Demanda Mental: atividade mental requerida para o trabalho Demanda Física: atividade física requerida para o trabalho Demanda Temporal: pressão de tempo para realizar o trabalho Performance: pressão de desempenho (excluindo tempo) e auto-exigência imposta para realizar o trabalho Esforço: o quanto é necessário trabalhar física e mentalmente para atingir o desempenho desejado Nível de Frustração: nível de fatores que inibem a realização do trabalho ex: irritação, falta de estímulo, estresse Cálculo da carga geral de cada trabalhador Cálculo de cada dimensão da carga por trabalhador Avaliação de Burnout https://www.mindtools.com/pages/article/ne wTCS_08.htm Sistemas de Relatos de Incidentes Quantos quase-acidentes foram registrados? 2,35 0,57 0 0,5 1 1,5 2 2,5 Menos que 50 Mais que 50 Número de quase-acidentes registrados M e d ia n I n ju ry R a te Situações que inibem o relato de incidentes • Medo de ação disciplinar • Aceitação de que o risco faz parte do trabalho • Falta de informação de como são usados os relatos • Percepção de que fazer os relatos consome tempo e é difícil Princípios de um SRI - Air Safety Reporting System (ASRS) https://asrs.arc.nasa.gov/ Confiança: informações não usadas contra o relator, não punição Facilidade para relatar: formulário, “check box” Agradecimento Motivação: disseminar informações, murais, reuniões Retorno: para alta direção, setor de segurança do trabalho e trabalhadores Princípios de um SRI Diferentes relatores Identificado ou anônimo? Múltiplos meios de realizar os relatos: escrito, eletrônico, verbal Empresa sem metas de relatos Empresa com metas de relatos Implantação do SRI • Explicar os objetivos e capacitar os usuários • O que relatar? Necessidades de adaptar procedimentos, problemas técnicos que comprometam a SST, falta de procedimentos, quase-acidentes, recusas de tarefa, condições latentes Boas práticas Condição latente Esse tipo de situação seria relatada? Adaptações Implantação de SRI Como relatar? • Verbal: em reuniões de segurança, diretamente ao técnico ou engenheiro de segurança, à CIPA, ao supervisor • Formulário: eletrônico (direto para o responsável pela análise) ou manuscrito (depósito em urna lacrada) Implantação de SRI Coleta, Análise e Encaminhamentos • Determinar o responsável (ex: membro da CIPA, Técnico em Segurança do Trabalho) • Manter periodicidade regular e freqüente • Criar banco de dados – comunicação e difusão • Buscar solução para o perigo identificado – integração da equipe de segurança com outros setores Disseminação de informações • Reuniões de segurança, murais, retorno ao relator • Informar alta direção e equipe de segurança do trabalho (reuniões periódicas, por exemplo) A credibilidade do sistema depende da rápida resposta aos trabalhadores, ainda que não existam soluções definitivas Monitoramento da eficácia do SRI Quantidade de relatos Por setor, por função, provenientes dos diferentes meios, por funcionário Qualidade dos relatos número de campos ilegíveis, numero de relatos ilegíveis, descartados, quantidade de relatores consultados para completar as informações Tempo de processamento dos relatos data e hora do evento,do preenchimento, da coleta, do recebimento pela CIPA, do processamento, do feedback Efetividade ações propostas, ações concluídas Resumo das Recomendações para Projeto de um SRI Indicadores Pró-ativos Relação entre dados pró-ativos e desempenho de longo prazo pode não ser perfeita Por ex: aumento do n. de pessoas treinadas em transporte pode não reduzir acidentes em transporte Porque? Acidentes são multicausais, aumento da carga de trabalho, mudança nos métodos de trabalho Usar combinação de dados reativos e pró-ativos
Compartilhar