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Em geral, ele não sentencia em banca, mas as partes já saem dali com uma data provável em que o juiz irá proferir a sentença. Já vai à audiência com as provas que deseja produzir. Como aplico o princípio da estabilidade da lide adaptado à Justiça do Trabalho? Eu posso fazer qualquer alteração, no sentido de acrescer ou desistir de pedidos, até antes da abertura da audiência, sem qualquer intervenção da outra parte, contanto que seja respeitado o contraditório. Devem ser respeitados os princípios do contraditório e ampla defesa. Depois da abertura da audiência, só poderá acrescentar ou desistir pedidos com a autorização da outra parte. Da abertura da audiência em diante, ele só poderá acrescentar pedidos ou desistir de pedidos com a autorização da outra parte. OBS: o juiz poderá suspender a audiência caso for necessária obtenção de outras informações e o reclamado possa se defender Quando é que não se pode acrescentar mais nada? Das razões finais em diante, não é mais possível fazer, COMO REGRA, alterações seja para acrescer ou desistir. Razões finais são as últimas palavras das partes na audiência, o juiz já recebeu a contestação, já ouviu as partes e testemunhas, já analisou todas as provas, ele terminou a instrução do processo. Como regra, as razões finais são orais, em 10 minutos Caso seja causa complexa, pode ser feita em memorais. Das razões finais em diante, como regra, não se pode mais acrescentar nada nem desistir de nada, ora, já houve instrução. Princípio da celeridade, estamos em buscar de um crédito de natureza alimentar Exceções: a. Norma de ordem pública: o juiz pode reconhecer de juiz a qualquer momento (incompetência absoluta, inépcia da inicial, nulidade da citação, ausência de interesse processual). b. Prescrição: mecanismo que se pode arguir mesmo depois de encerrada a instrução, até após as razões finais. O próprio TST, em sua jurisprudência, reconhece que a prescrição pode ser arguida na instancia ordinária (1º e 2º grau). A prescrição, como regra, não pode ser reconhecida de oficio pelo juiz, uma vez que reconhecer a prescrição de oficio é algo prejudicial ao trabalhador, e aqui se entende que a prescrição é matéria de direito material, uma vez que é prevista na CF (art. 7º, XXIX, CF). Por isso, não pode o juiz reconhecer de oficio, sendo assim, pode a parte fazer até após o final das razões finais SÚMULA 153, TST- Não se conhece de prescrição não arguida na instância ordinária Jurisprudência é construída no sentido de que a prescrição é matéria de direito material, e por isso, não se aplica a disposição do CPC que afirma que pode ser reconhecida de oficio. OBS: a professora acredita que prescrição é técnica processual, não é direito material. A CLT é omissa, então, tem-se que aplicar o CPC. Não faz sentido eternizar um conflito, se está prescrito o juiz deve reconhecer, uma vez que a parte pode alegar no recurso, movimentando a máquina judiciária. Portanto, ela acredita que o juiz deveria reconhecer de oficio, mesmo que prejudicasse o empregado Reforma Trabalhista: art. 11-A Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois ano § 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. § 2o A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição. Art. 11 – prescrição – duas prescrições: bienal e quinquenal Art. 11-A: acrescida a prescrição intercorrente. A prescrição intercorrente se aplica quando o exequente for notificado para praticar um ato e por inércia não o fizer. Prescrição intercorrente pode ocorrer dentro do curso da execução. OBS: a prescrição intercorrente pode ser reconhecida DE OFICIO! PERGUNTA: a partir da alteração da CLT, com relação a prescrição intercorrente, que permite o reconhecimento de oficio, isso não reflete na prescrição de modo geral no processo de trabalho? Se a prescrição intercorrente pode ser reconhecida de oficio, que é pior para o trabalhador, não poderia ser reconhecida de oficio no processo de conhecimento? O TST ainda não se manifestou. Princípio da estabilidade: parte tem prazo para fazer mudanças no curso do processo, com vista a se garantir a segurança jurídica. Esse princípio é do processo civil, mas pode ser aplicado ao processo do trabalho, desde que observadas as devidas adaptações d. Princípio da perpetuação da jurisdição Artigo 43, CPC/2015 Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou dadistribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. A competência é fixada no momento em que a ação é proposta/distribuída, pouco importando as mudanças de fato e de direito que ocorreram durante o processo, a não ser que haja a extinção do órgão judiciário, ou que haja a alteração da competência absoluta. Logo, no momento em que eu ajuizar minha ação é aquele órgão que vai julgar até o final. Se aquele órgão for extinto, aquele processo poderá ser enviado para outro órgão Se a competência daquele órgão for alterada, por exemplo, em razão da matéria, o processo vai ser enviado para outro órgão. OBS: foi o que aconteceu com a Emenda 45 – alterou a competência em razão da matéria. Justiça do Trabalho passou a julgar as relações de trabalho, não só relações de emprego. Aconteceu que, por razões políticas, houve a modulação desse princípio, e disseram que os processos que já tinham sentença em primeiro grau continuariam onde estavam, só viria para a Justiça do Trabalho quem ainda não tinha sentença. Uma exceção ao princípio. Súmula Vinculante n.º 22 - STF A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04. Súmula 367 – ST A competência estabelecida pela Emenda Const. 45/2004 não alcança os processos já sentenciados. Este princípio está relacionado à competência. Ela é firmada no momento em que a ação é distribuída, portanto, se a parte mudar de casa, estado, ela continuará sendo julgada por aquele órgão. e. Princípio da Congruência/ adstrição ao pedido Art. 141 e 492, CPC/15 Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado O juiz não pode sentenciar além do que foi pedido (ultra petita), aquém (citra petita) ou fora (extra petita) O juiz deve se ater ao que foi pedido para apreciar e sentenciar sua decisão. Caso o juiz for contra este princípio, é possível alegar a nulidade da sentença. A sentença que não observa esse princípio é passível de nulidade. Se aplica ao processo do trabalho? SIM, o juiz do trabalho deve se ater ao que foi pedido na reclamação trabalhista. Não pode dá mais, nem menos e nem fora do que foi pedido. Se aplica integralmente ao processo do trabalho? Exceção: o juiz pode decidir fora do que foi pedido, e essa decisão, mesmo que extra petita, não gera nulidade da sentença. (Atenção, ela não falou agora o exemplo) f. Princípio da Preclusão O que é preclusão? OBS: preclusão ≠ prescrição ≠ decadência A perda da possibilidade de se praticar um ato processual Tipos de preclusão: Fora do prazo estabelecido em lei, estabelecido pelo juiz ou convencionado pelas partes – TEMPORAL Já pratiquei aqueleato - CONSUMATIVA Quero praticar um ato incompatível com um ato anteriormente praticado – LÓGICA Não se confunde com a prescrição, que é uma questão voltada ao direito material. Não se confunde com a decadência, que também é voltada ao direito material. Exemplo: nós sabemos que o recurso que ataca a sentença é o RECURSO ORDINÁRIO. O prazo desse recurso é 8 dias. Se eu fizer a contagem errada, e acho que estou no processo civil e acho que meu prazo é de 15 dias, ai interponho o recurso do 12º dia. O juiz emite despacho dizendo que meu recurso não foi recebido porque foi intempestivo – PRECLUSÃO TEMPORAL Art. 879, §§ 2º e 3º, CLT – trata da liquidação da sentença. Sofreu alterações com a reforma trabalhista. Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. § 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal. § 1o-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias devidas. § 1o-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente. § 2o Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão. OBS: o prazo era de 10 dias, com a reforma ficou 8 dias. Se for aberto o prazo e não houver manifestação, precluiu a sua oportunidade de falar sobre aquele assunto § 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da Uniã o para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão. § 4o A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos na legislação previdenciária. § 5o O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a manifestação da União quando o valor total das verbas que integram o salário-de- contribuição, na forma do art. 28 da Lei no 8.212, de24 de julho de 1991, ocasionar perda de escala decorrente da atua ção do órgão jurídico. § 6o Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários com observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade. § 7o A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março de 1991. § 7o A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março de 1991. Todas as espécies de preclusão são aplicáveis tranquilamente ao processo do trabalho. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8177.htm Exemplo: vou interpor o RO, mas quando olho para trás percebo que já houve a interposição desse recurso, posso interpor novamente? NÃO, até por conta dos princípios que regem os recursos, de acordo com o princípio da singularidade eu só posso interpor um recurso para cada decisão. g. Princípio da oralidade Costumamos a achar que o princípio da oralidade consiste em apenas prestigiar a palavra falada em detrimento da palavra escrita. Enfim, prestigiar o procedimento falado em detrimento do procedimento formal/escrito. Porém, aqui não se limita a isso O princípio da oralidade não se limita em entender que o procedimento falado prevalece em relação ao procedimento escrito. Aqui, para existir esse princípio, nós temos que averiguar a existência de 4 subprincípios que estão atrelados a ele g.1 Subprincípios 6. PRINCÍPIOS 6.3.2 Princípios do Direito Processual Civil aplicáveis ao Direito Processual do Trabalho g. Princípio da oralidade Ao falar de oralidade, costuma-se a relacionar que a oralidade é prevalecer a palavra falada em detrimento à palavra escrita. No processo do trabalho não se pode dizer que a oralidade é somente a sobreposição da palavra falada sobre a escrita. Para a oralidade existir devem ser observados 4 subprincípios g.1 Subprincípios I. Identidade Física do Juiz – o juiz que instruiu o processo é aquele que deverá julgá-lo CPC/73: o juiz que instruiu deverá julgar, salvo se estiver afastado, licenciado ou suspenso (situações em que ele não poderia estar presente) Nem sempre se aplicou este princípio desta forma do Direito Processual do Trabalho, porque quando a Justiça do Trabalho nasceu ela era um órgão de conciliação, possuía natureza administrativa. Havia conciliação de dissídios individuais, e situações de conciliações de dissídios coletivos. Esse modelo administrativo que nasceu com a CF/46 foi levado para a justiça do trabalho quando ela passou a ser um órgão do Poder Judiciário. Portanto, não tínhamos no primeiro grau a chamada “vara”, tínhamos as chamadas “juntas de conciliação e julgamento”. Essas juntas eram compostas por 3 julgadores: 1 juiz togado e dois classistas (vogais). A decisão saia pelo voto dessas 3 pessoas (assim como funciona nas câmaras dos tribunais). Então não tinha como dizer que esse princípio se aplicava na Justiça do Trabalho, porque não era um juízo monocrático e sim um juízo paritário Súmula 136, TST- Não se aplica às Juntas de Conciliação e Julgamento o princípio da identidade física do Juiz. Por muito tempo tivemos a súmula 136, que dizia claramente que esse o principio da identidade física do juiz não se aplicava às varas do trabalho. Mas essa ideia da súmula perdeu o sentido quando houve a extinção do antigo modelo paritário da justiça do trabalho EC 24/99 – com essa emenda extinguiu-se os classistas. As juntas de conciliação e julgamento passou a ser chamada de vara do trabalho. O juízo que antes era paritário passou a ser monocrático/singular, equiparado com o que já tinha na esfera da justiça comum. Ainda com a EC 24/99 ainda se mantinha a súmula 136, o que era um contrassenso, pois, teoricamente e na prática não existia mais Justiça do Trabalho formada por juízes classistas. O TST não havia se dado o trabalho de revogar a súmula. No entanto, apesar da súmula, na prática, é sim observado o princípio da identidade física do juiz, no geral, o juiz que instrui é o juiz que irá julgar, mesmo que ele seja o juiz substituto, o juiz sempre leva o processo e sentencia. Esse equívoco foi corrigido com o cancelamento da Súmula 163. Não foi logo de imediato, mas foi entre os anos de 2009 e 2011. Portanto, somente anos depois da extinção dos classistas nós tivemos a revogação da súmula. O que era um equívoco tremendo, porque não tínhamos mais o modelo classista, na prática já se aplicava o princípio da identidade física do juiz. Com o cancelamento da súmula, não havia mais qualquer dúvida que o princípio da identidade física do juiz se aplica ao processo do trabalho. O princípio da identidade física do juiz não foi reproduzido no CPC/15. Com isso, começou-se a questionar se esse princípio ainda existe, a observância dele é obrigatória? Trouxe problemas à Justiça do Trabalho, uma vez que sempre usou esse princípio como fonte subsidiária, pois, não há sua previsão na CLT, e sim no CPC Por não haver mais previsão, eu realmente preciso respeitar o princípio da identidade física do juiz para dizer que a oralidade está presente? Porque o legislador não quis reproduzir esse princípio no CPC/15? É um princípio implícito? Professora falou que as coisas implícitas meio que não funcionam, um exemplo é o princípio da razoávelduração do processo, que é um princípio implícito, mas se fez necessário colocar na CF a razoável duração do processo. É implícito que o juiz deve cooperar, dialogar com as partes de forma adequada para o processo caminhar, mas ainda assim, foi preciso estabelecer o princípio da cooperação expresso no CPC/15. Então a ideia de implícito não gera respeito. PERGUNTA PRA CASA!!! A partir do CPC/15, que retirou essa diretriz como princípio, eu posso afirmar que é obrigatório o respeito ao princípio da identidade física do juiz na Justiça do Trabalho? Eu posso dizer que a após a retirada desse princípio do CPC que, nas varas de trabalho, o juiz que instrui é o juiz que deverá julgar? Isso é bom ou ruim? (Para a professora isso é ruim, pois nos casos mais complexos, onde se necessita de uma visão bem profunda, a participação do juiz na instrução é muito importante na sentença, é fundamental. Foi um retrocesso a retirada esse princípio do CPC/15, pois, não atingiu apenas a Justiça do Trabalho)
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