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Princípios e Normas Trabalhistas

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atuar de modo a descobrir a verdade dos fatos, por todos os meios que tem à disposição. Todos os meios legais. Ligado 
ao princípio da primazia da realidade sobre a forma. 
 
f) Normatização coletiva: mais voltado ao processo coletivo. Inerente a justiça do trabalho na análise dos dissídios 
coletivos. Nas questões coletivas se prestigia a auto composição, pelo acordo ou convenção coletiva. Mas, se não 
chegam a um acordo, podem levar essa questão ao judiciário para julgar essa parte que não chegaram a um acordo, e 
essa via é o dissídio coletivo. Nesse momento, o judiciário vai criar normas para essa categoria, regras especificas para 
essa questão em litigio. Não é um papel de legislador, pois se baseia nas normas já existentes. É a chamada 
normatização coletiva. Conceito: Poder que a justiça do trabalho possui de criar normas nas lides coletivas que lhe são 
submetidas a apreciação. Art. 114 CLT: Para ingressar na justiça as partes devem estar de comum acordo. Para não 
aceitar, deve expressar isso na contestação. 
Esse poder normativo é expresso na sentença normativa. 
 
g) Princípio da Extrapetição: Em regra, o juiz deve se limitar nos termos do pedido entre as partes (princípio da 
congruência, restrição ao pedido). Porém, na JT, não é uma regra absoluta, pois por este princípio da extrapetição, o juiz 
pode decidir em determinadas situações fora do que foi pedido e isso não gera nulidade. Ex.: A grávida tem estabilidade 
até o quinto mês após o parto, salvo junta causa. O empregador vai lá e demite. É feito um pedido de integração, e o juiz 
ao invés de reintegrar, dá indenização. 
Súmula nº 396 do TST - I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período 
compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração 
no emprego. 
 
 Art. 467 da CLT. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas 
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte 
incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento. 
 Verbas incontroversas devem ser pagas até a audiência, sob pena de multa de 50%. Se eu não fizer esse pedido na 
inicial, o juiz pode reconhecer essa multa de ofício. 
 
Art. 137 da CLT: Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em 
dobro a respectiva remuneração. § 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da 
região, devida ao empregado até que seja cumprida. 
 Essa pena também pode ser reconhecida de ofício 
Súmula nº 211 do TST Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido 
inicial ou a condenação. 
 O juiz pode reconhecer de oficio, mesmo que não tenha sido pedido. 
 
7 ARBITRAGEM 
É um meio alternativo de resolução de conflito. Regulamentação especifica, na Lei 4.307/96. 
Sempre se permitiu a arbitragem em lides coletivas, e não em lides individuais. No direito coletivo partimos da ideia de 
que as partes são iguais. Ver art. 114, §2 da CF/1988. 
A lei da arbitragem diz que só se pode aplicar a direitos patrimoniais disponíveis, e os direitos trabalhistas são 
indisponíveis, não podem ser negociados nem transacionados pelo empregador. 
COM A REFORMA TRABALHISTA ISSO MUDOU:O trabalhar individual que ganha duas vezes o valor do teto da 
previdência, se quiser, pode se submeter a arbitragem. Não houve mudança na lei de arbitragem, e sim na reforma 
trabalhista. A CLT no art. 507-Apermite a arbitragem, tratando-se de direitos individuais (mas somente aqueles que 
ganharem um valor, superior a duas vezes o limite máximo a) estabelecido para os beneficiários do Regime geral 
previdência, mas tem que ser por clausula compromissória de arbitragem). E o trabalhador tem que concordar com isso. 
Será que o arbitro tem esse olhar da justiça do trabalho? Resguarda de direitos ou retirada de direitos? 
Para a professora, esse facultativo não impede coação. 
8 HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL 
Os acordos sempre foram solicitados na JT, mas os acordos feitos dentro do processo judicial. Com o tempo, passou-se 
a pedir a homologação de acordos extras judiciais, e foi se observando que esses acordos feriam direitos trabalhistas. 
Por isso, a maioria dos juízes não aceitam, e quando aceitavam, era marcado uma audiência para ouvir o reclamante 
antes dessa homologação. 
A reforma trabalhista, agora prevê essa homologação dos acordos extrajudiciais: artigos 855-B a 855 – E. 
 Só podem peticionar assistido por advogados; 
 Não pode ser o mesmo advogado para as partes (pode ser o advogado do sindicato); 
 A prescrição dos direitos discutidos é suspendida, até ser resolvido; 
 O Juiz pode marcar uma audiência; 
 O fato de existir acordo, não desobrigar o empregador a pagar as verbas rescisórias em 10 dias da extinção do contrato. 
Se não paga em 10 dias, pagará multa. 
 Quem homologa esse acordo é a VARA; - ART. 652 – F: Art. 652 - Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento:f) 
decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. 
Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a 
representação das partes por advogado. 
§ 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum. 
§ 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria. 
Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6o do art. 477 desta Consolidação e não 
afasta a aplicação da multa prevista no § 8o art. 477 desta Consolidação. 
Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência 
se entender necessário e proferirá sentença. 
Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos 
nela especificados. 
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar 
a homologação do acordo. 
 
UNIDADE II – COMPETENCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
1 JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA: 
CONCEITO: 
É a fração de jurisdição que cada órgão jurisdicional possui para processar e julgar causas. 
 
A jurisdição trabalhista é uma jurisdição Federal, aplicada em todo território nacional. Só que é fracionada pela 
competência dos TRTs. 
 
2 MODOS/MEIOS DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA: 
 
Temos basicamente 5 modos: em razão da matéria, pessoa, hierarquia ou função, valor da causa e território. 
Material é uma competência absoluta. 
Pessoa – Absoluta. Poderá inclusive ser alegada de ofício. 
Valor da causa – Relativa. 
Na justiça do trabalho, O VALOE DA CAUSA NÃO É MODO DE FIXIÇÃO DE COMPETÊNCIA. Pois a vara do trabalho 
julga vagas de qualquer valor. O que muda é o rito (sumário – até 2 salários, sumaríssimo – de 2 a 40, ordinário – acima 
de 40). 
3.1 Competência em razão da matéria: 
A competência em razão da matéria é defina pelo pedido e pela causa de pedir temos que ver a causa de pedir que 
consta na inicial. A JT sempre teve sua competência definida no art. 144 CF, e art. 652 CLT (recepcionado pela CF, já 
que a CLT é mais antiga que a CF). 
Art. 652 - Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento: a) conciliar e julgar: I - os dissídios em que se pretenda o 
reconhecimento da estabilidade de empregado; II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por 
motivo de rescisão do contrato individual de trabalho; III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o 
empreiteiro seja operário ou artífice; IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho. 
Antes da Emenda 45/2004,a competência era predominante em razão da pessoa: empregado no polo ativo e 
empregador no polo passivo e já era competência. Essas nomenclaturas de empregado e empregador foram substituídas 
pelo termo RELAÇÃO DE TRABALHO. Passou então a ser predominante em razão da matéria. O que determina é se a 
causa de pedir e o pedido, são relacionados a uma lesão oriunda da relação de trabalho. Mas o que é essa relação de 
trabalho? 
Termo “relação de trabalho”: 1ª Corrente (restritiva) (minoritária)  nada mudou, não houve ampliação da competência, 
o termo é só para adequar, seria sinônimo de relação de emprego. 
 
Continuação. 2ª Corrente (ampliativa)  Com a emenda ampliou trazendo todas as relações de trabalho, inclusive 
servidor público, consumeristas, prestadores autônomos etc.. Problema: Serviço Público tem relação jurídico-
administrativa, temos o estatuto. Passaríamos a ser uma justiça geral e não especializada. Mas o TST decidiu que não 
compete. ADIN 3.395-6. Ver art.: 114 CF. 
Obs: Na relação consumeristas o hipossuficiente é quem recebe o serviço, e na relação trabalhista é quem presta o 
serviço. É oposto. 
 
3ª Corrente (moderada)  defende que a competência foi ampliada, mas para trazer relações de trabalho que tenham 
no polo ativo sempre pessoa física, e que esta relação seja similar no ponto de vista social e econômica na relação de 
emprego (trazendo assim, os empregados que prestam de serviço autônomo, estagio, empreitada). No polo ativo deve 
ser uma pessoa física, e as condições sociais e econômicas similares ao do empregado. 
 
Além das relações de emprego, outras relações de trabalho também foram trazidas para JT. 
 
Essas relações de emprego: estágio, contrato civil de prestação de serviços autônomo, contrato de mandato e a 
empreitada. 
 
Assim, corrente Majoritária  É a 3ª Corrente. Moderada.. 
Súmula 363/STJ - 11/07/2017. Competência. Ação de cobrança. Profissional liberal. Propositura contra cliente. 
Julgamento pela Justiça Estadual Comum. CF/88, art. 114. «Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de 
cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.» 
 
RECAPTULANDO: diferença da prestação de serviço civil para uma prestação de serviço consumerista: 
Não pode confundir direito material com direito processual. O que mudou foi a competência e não as regras. 
O fator determinante para saber se é uma relação de consumo, uma prestação de serviço é a pessoa que recebe 
o serviço. Se recebe como destinatário final é uma relação consumerista. Adquiriu e usou pra si própria. 
https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=stj&num=363#topo
https://www.legjur.com/legislacao/htm/cf8800000001988#i114-00
Para o TST a relação entre o profissional liberal e o cliente, não compete a justiça do trabalho pode ser uma relação 
consumerista. 
Para eu saber se é uma relação consumerista é só mentalizar se pega pra si próprio e não vende pra terceiros. Ex: 
Relação advogado-cliente, medico-paciente. 
A prestação de serviço que a justiça do trabalho é competente para julgar é a civil. 
Como regra, se for uma prestação de serviço civil, existe uma relação triangular, pois de um lado tem a pessoa que 
recebe o serviço, do outro quem presta o serviço e do outro o destinatário final. 
 Ex: Eu vou no escritório de advocacia e converso com um advogado para ir em uma audiência, esse advogado vai na 
audiência e faz besteira, eu vou cobrar do contratado, que é o escritório e não do advogado em si. É uma relação civil 
porque o escritório compra o serviço do advogado e vende para terceiros 
Hipóteses da competência material: 
 
1- Relação de emprego: se fala de relação empregado e empregador onde a causa de pedir e o pedido estejam 
relacionados a uma lesão oriunda dessa relação. A competência é da JT. 
 
Lembrando que: para definir se a relação é de emprego tem que saber se o empregado tem os 5 elementos (ser pessoa 
física, prestar serviço com pessoalidade, não eventualidade, subordinação jurídica e onerosidade). 
 
2- Dano Moral e Dano Material: é uma lesão a esfera extrapatrimonial do indivíduo, lesão que está além de quantificação 
específica. 
 
A reforma trabalhista passou a prever o dano moral a partir do art. 223 e seguintes da CLT. Mas ele chama na CLT de 
dano extrapatrimonial. 
 
Essa previsão na CLT serve como parâmetro para as relações de trabalho. E esse dano moral é amplo, no qual tem o 
dano moral existencial. 
 
Ver: art. 223-G §1º; 114, VI, CF. 
 
Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: 
§ 1º Ao julgar procedente o pedido, o juízo fixará a reparação a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes 
parâmetros, vedada a acumulação: 
I - para ofensa de natureza leve - até três vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência 
Social; 
II - para ofensa de natureza média - até cinco vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social; 
 III - para ofensa de natureza grave - até vinte vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social; ou 
IV - para ofensa de natureza gravíssima - até cinquenta vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral 
de Previdência Social. 
Art. 114 - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
3- Acidente de Trabalho: poderá ocorrer dentro do local de trabalho ou fora dele, por força da relação de emprego que 
existe. Ele não tem previsão na CLT, ele é normatizado pelo direito previdenciário e está previsto no art. 19 e 20 da lei 
nº lei 8213/91. Ele regulamentado pela lei da previdência porque se um empregado sofre um acidente de trabalho e ele 
tem que se afastar por mais de 15 dias, cabe a previdência pagar um benefício chamado auxílio doença e aí se separa 
esse acidente em típico e atípico. O primeiro decorrente das causas súbitas e inesperadas e o segundo decorrente, 
dentre outros motivos, das doenças ocupacionais, doenças do trabalho, doenças essas que adquiriu seja porque o 
trabalho que realiza pode gerar a doença ou porque o empregador não tomou as cautelas devidas para evitar que o 
empregado as contraíssem. 
 
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico 
ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho. 
 
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: 
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada 
atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o 
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. 
 As repercussões na relação de emprego e previdenciário são diferentes. A questão acima trata-se da 
repercussão previdenciária. 
 
 No âmbito da relação de emprego a ação mais frequente que envolve o acidente de trabalho são os danos morais 
e os materiais. E antes da emenda 45, essa ação não era de competência da Justiça do Trabalho, entendiam que era 
competência da Justiça Estadual, julgar tanto a ação do empregador, como a ação do INSS por questões relacionadas 
a relação de trabalho.

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