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Geografia e Ensino_ 1 Diretrizes, orientações, propostas curriculares e base nacional comum

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13/04/24, 05:34 Geografia e Ensino: 1. Diretrizes, orientações, propostas curriculares e base nacional comum
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Na primeira aula, abordamos os parâmetros curriculares nacionais (PCN), lançados em 1999, três anos após a promulgação da nova LDB – os
primeiros volumes correspondiam às séries finais do ensino fundamental (5 a 8 série). Uma parte das redes de ensino estava, então, envolvida
com a discussão e implantação de propostas curriculares estaduais e municipais, processo que ficou bastante desarticulado da iniciativa de
elaboração dos PCN – muitas críticas à época realçavam o fato de os parâmetros terem chegado às escolas diretamente do MEC, sem
participação e discussão com o público-alvo a que se dirigia. Mesmo o desenvolvimento dos PCN em ação, uma política pública de difusão dos
parâmetros na escola não foi capaz de aproximar o documento do cotidiano das escolas brasileiras.
Em 2002, foram publicados os PCN+, que continham orientações complementares aos PCN para o ensino médio. Neles, o então ministro da
educação declarava: “O objetivo deste material não é fornecer receitas: é chegar mais perto da construção de um currículo que possa servir-lhe
de apoio na tarefa de desenvolver competências.” Apesar das estratégias utilizadas, assim como os PCN, os PCN+ tiveram pouca repercussão nas
escolas, em relação ao que seus elaboradores previram. Alguns materiais didáticos chegaram à escola com o objetivo de promover a educação
por competências e diversos projetos de formação continuada abordaram as novidades dos parâmetros, mas os documentos foram, em geral,
pouco lidos e discutidos pelos professores, mesmo em suas formações iniciais.
Em 2006, o ensino médio também passou a contar com as orientações curriculares nacionais (OCNEM). Esse documento é posterior à
implementação do antigo PNLEM, que marcou o início das compras de livros didáticos para o ensino médio – atualmente esse segmento está
incorporado ao PNLD (Programa Nacional do Livro Didático).
O Programa Nacional do Livro Didático é a principal política pública no país relacionada aos materiais escolares. Por meio do programa, são comprados livros
didáticos dos segmentos da educação básica: séries iniciais do ensino fundamental, séries finais do ensino fundamental e ensino médio. Há, ainda, editais
específicos para a educação infantil, a educação de jovens e adultos (EJA) e as escolas rurais.
O outro programa de compra de livros do governo federal é chamado PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola); ele dita, principalmente, a compra de
livros de ficção e de formação de professores.
Também em 2006, o ensino fundamental sofreu uma reformulação curricular com a ampliação de um ano escolar – passou a ser um segmento
com 9 anos de duração. Em 2010, foram instituídas as diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental de 9 (nove) anos, que
promoveram algumas mudanças no currículo das séries iniciais do ensino fundamental, uma vez que a idade das crianças a ingressar nesse
segmento passou a ser de seis anos. Os documentos apontam a necessidade de transformações nas atividades pedagógicas, que deveriam
incluir a dimensão lúdica, na organização da escola e na produção de materiais didáticos.
Em 2013, o Ministério da Educação reuniu diversos documentos oficiais relacionados aos currículos da educação básica nas diretrizes
curriculares nacionais da educação básica. São reproduções de pareceres do Conselho Nacional de Educação e resoluções do ministério sem
qualquer trabalho gráfico – difícil de ler e, principalmente, de localizar algo ali, o que parece indicar não ter ocorrido um esforço em se dirigir a
professores e muito menos a outros interessados nos currículos escolares. Nesse documento, encontramos diretrizes para o ensino indígena,
quilombola e prisional, que são ofertas de educação pública menos difundidas na formação de professores.
O Plano Nacional de Educação, aprovado em 2014 e em vigor até 2024, prevê a elaboração de uma base nacional comum curricular, que deve
reunir os “direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento” a serem garantidos a todos os alunos da educação básica. Em setembro de
2015, foi apresentada e debatida a primeira versão do texto dessa base nacional comum; ele ficou disponível a críticas e sugestões até o dia 15
de março de 2016 em site especialmente desenvolvido para essa finalidade. A equipe responsável pela elaboração apresentou, em abril de 2016,
uma segunda versão do texto, que foi encaminhado para análise do Conselho Nacional de Educação.
Há muito em comum a todas essas experiências de elaboração de referências curriculares, entre as quais destacamos a falta de diálogo entre as
disciplinas. A impressão que esses documentos produzem em seus leitores é que as equipes trabalharam isoladas e que o documento final é uma
reunião dos relatórios produzidos pelas diversas equipes de forma fragmentada. Uma das consequências disso é a quase ausência de referências
aos temas transversais, uma das principais contribuições dos PCN à educação brasileira. A segunda versão do texto da base nacional comum traz
uma referência a esse tipo de diálogo por meio da indicação de temas integradores (consumo e educação financeira; ética, direitos humanos e
cidadania; sustentabilidade; tecnologias digitais; e culturas africanas e indígenas), que foram pensados de forma a incentivar a integração entre as
diferentes áreas e os componentes de uma mesma área do conhecimento.
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13/04/24, 05:34 Geografia e Ensino: 1. Diretrizes, orientações, propostas curriculares e base nacional comum
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Os temas transversais propostos nos PCN são ainda hoje bastante ousados, pois propõem a abordagem de temas essenciais na vida social brasileira, como questões de
gênero (machismo, identidade de gênero), de pluralidade cultural (racismo, populações marginalizadas, valorização das heranças indígenas e africanas) e de meio
ambiente (consumismo e limitação dos recursos naturais). Também há indicações de trabalho com os temas da saúde e da ética.
Última atualização: domingo, 12 fev. 2017, 12:26

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