Buscar

Unidade 1 - ENGENHARIA DE TRÁFEGO - ESTUDO DO TRÁFEGO

Prévia do material em texto

ENGENHARIA DE TRÁFEGOENGENHARIA DE TRÁFEGO
ESTUDO DO TRÁFEGOESTUDO DO TRÁFEGO
Autor: Me. Kleber Aristides Ribeiro
Revisor : Patr íc ia Cacho do Nasc imento
IN IC IAR
introdução
Introdução
Nesta disciplina, estudaremos os principais elementos da engenharia de tráfego,
bem como a importância do levantamento dos dados estatísticos para avaliar as
necessidades e avalizar novos modais para reduzir o tempo entre origem e destino,
seja para transporte de pessoas e produtos ou commodities e produtos de alto valor
agregado.
Para isso, conheceremos os elementos fundamentais para mensurar e identi�car os
gargalos no transporte para avaliar e projetar novos meios para solucionar as
di�culdades enfrentadas nos municípios e estados. São exemplos desses elementos:
pessoas, condutores, vias, veículos e meio ambiente, a partir desses dados,
utilizaremos os processos e procedimentos praticados a nível nacional e/ou
internacional na engenharia de tráfego.
Iniciaremos abordando a importância dos transportes, os tipos de sistemas viários e
os tipos de integração de transportes urbanos, e por �m, os procedimentos
adotados para realização dos levantamentos de dados para a determinação do
volume de tráfego de uma rodovia.
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
Os modais de transportes são de suma importância para o país, pois são eles que
movimentam o PIB (Produto Interno Bruto). Nesse sentido, são necessários sistemas
de transporte para retirar o minério ou matéria-prima de extração para servir as
indústrias de transformação, ou seja, retirar a matéria-prima da origem e
transportá-la até o seu destino.
Sendo assim, como poderia ser transportada a matéria-prima de uma empresa
extrativista até uma empresa de transformação? Essa pergunta pode ser respondida
de várias formas, não? Mas, se considerarmos alguns elementos nessa questão,
podemos responder se será por meio rodoviário, ferroviário, aeroviário e/ou
aquaviário.
Por isso, imagine que estamos extraindo o nióbio, produto importantíssimo para
fabricação de aços especiais, e um dos metais mais resistentes à corrosão e a
temperaturas extremas, muito utilizado para construção de aeronaves espaciais,
utilizado no modal dutoviário (petróleo e gás), automóveis, eletroeletrônicos, entre
outros. Se essa matéria-prima pode ser utilizada para uma in�nidade de produtos,
provavelmente, será necessário ser transportada por diversos veículos. Nesse
ponto, entra a integração de transportes e muitas vezes a necessidade da
construção de uma rodovia, ferrovia, aeroporto ou porto.
Sistemas de TransporteSistemas de Transporte
Para construirmos um modal de transporte, precisamos analisar e avaliar a
demanda que receberá, seja para �ns da economia primária commodities,
secundária “indústria” ou terciária “comércio e serviços”. Como é o caso de um
aeródromo “aeroporto”, por exemplo, para construir um aeroporto, os prefeitos
juntamente com o governador do estado precisam identi�car a demanda das
cidades, ou seja, avaliar estatísticas de movimentação em turismo, comércio,
indústrias e a estrati�cação nas regiões.
Nesse sentido, apresentaremos algumas considerações para o modal aeroviário:
O plano diretor dos municípios e dos estados deve prever essa demanda para a
possível construção do aeroporto, porém são necessários os dados estatísticos que
levem ao aval desta construção. E é nessa etapa que a engenharia de tráfego entra,
seja para a construção de um modal aeroviário, aquaviário, ferroviário, dutoviário
ou rodoviário, precisamos coletar e entender a importância dos dados estatísticos,
sejam de: transporte, turismo, educação, lazer e recreação, habitação, segurança,
saúde, a compra e venda de bens e serviços que se viabiliza a construção de um
meio de transporte.
Não somente para o aeródromo, mas também para os outros modais de transporte,
são necessários estudos da viabilidade técnica/econômica da construção do modal.
Outro exemplo é a logística de transporte de commodities como ferro, nióbio,
grafeno, arroz, feijão, milho, entre outros, que podem ser transportados com menor
custo por ferrovias, devido ao menor consumo de combustível em relação aos
veículos (caminhões), pois a menor capacidade de carga e outras variáveis, como
pedágios e impostos, acabam onerando o produto e até mesmo o encarecendo.
O Governo Federal instituiu, por meio da Lei 12.587, que os modais de transporte
sejam integrados e estabeleçam nos municípios a melhor mobilidade e
acessibilidade na logística de cargas e pessoas (BRASIL, 2012).
A integração entre a extração e os modais é de suma importância, pois nem sempre
um mesmo modal consegue alcançar algumas regiões em que apenas um dos tipos
conseguem, por exemplo, uma ferrovia, muitas das vezes ela não consegue retirar
do ponto de extração e dependerá de caminhões para carregá-la até a estação, e
para o destino necessitará de outro modal para entregá-la, o mesmo acontece com
o porto e o aeroporto.
Até aqui, vimos a importância dos modais e como a integração destes auxiliam a
logística da origem ao destino, entretanto, são necessárias análises e avaliações com
indicadores para a efetivação das alterações, implementações e/ou construção do
modal.
A engenharia de tráfego tem por objetivo obter dados estatísticos, com métodos
sistematizados, dos cinco principais elementos do tráfego e seu inter-
relacionamento (Figura 1.1) (BRASIL, 2006).
saiba mais
Saiba mais
O Governo Federal está estruturando o modal de
transporte ferroviário para ligar o norte do país
ao sul, isso facilitará a comercialização entre os
estados, inclusive fará a interligação com o Porto
de Santos em São Paulo, dentre outros polos
logísticos do país que serão integrados.
ASS I ST IR
praticar
Vamos Praticar
Alguns modais oferecem maior capacidade de cargas, outros oferecem tempo de entrega,
entrega porta a porta e outros maiores frequências. Sendo assim, assinale a alternativa
que identi�ca qual modal oferece a maior frequência de entrega.
a) Ferroviário.
b) Aeroviário.
c) Rodoviário.
d) Dutoviário.
e) Aquaviário.
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
Agora que você tem conhecimento da importância dos modais e de sua integração,
vamos analisar e avaliar as condições do tráfego urbano. Para isso, devemos
conhecer os seguintes elementos demonstrados na �gura a seguir:
Via
Tráfego UrbanoTráfego Urbano
Figura 1.1 - Elementos da Engenharia de Tráfego
Fonte: Elaborada pelo autor.
wilisap15@gmail.com
Nesta seção, veremos as classi�cações das vias: sua posição hierárquica, os tipos de
vias e, por �m, sua função.
Classi�icação Segundo sua Administração e Jurisdição
As vias relacionadas ao modal rodoviário, você certamente já sabe, são as rodovias,
e são classi�cadas segundo sua jurisdição, nos âmbitos Federal, Estadual, Municipal
ou particular.
As rodovias federais têm sua jurisdição, são administradas por órgãos como o DER
(Departamento de Estradas e Rodagem), ou seja, gerenciadas pelo estado, porém
com o investimento e manutenção realizada por ambos (BRASIL, 2010).
No Quadro 1.1, podemos identi�car os níveis de jurisdição e as entidades
responsáveis pela formulação e execução da política de infraestrutura viária.
Níveis de Jurisdição
Entidades Responsáveis Política Rodoviária
Formulação da Política Execução da Política
Federal
Ministério dos
Transportes
DNIT
Estadual Secretaria do Estado DER
Municipal Secretaria Municipal DMER
Quadro 1.1 - Administração e Jurisdição de Rodovias
Fonte: Adaptado de Pontes Filho (2013).
Já, na Figura 1.2 é possível veri�car que na Rodovia Federal BR-010, que sai do
estado de Goiás passando por Tocantins até chegar ao Maranhão, cada estado
administra a rodovia com o Departamento de Estradas e Rodagem.
Nos casos de ruas pavimentadas em conjuntos de residências, essas vias não são
administradas pelo município e sim pelo condomínio, pois a manutenção e
segurança fazem parte da administração condominial.
Por outro lado,os casos de concessões de estradas são administrados pelas
concessionárias, que são responsáveis por manter, implementar e realizar a
manutenção e segurança da via.
Classi�icação segundo sua Função
As rodovias podem ser classi�cadas em relação a sua função, conforme
descrevemos no quadro a seguir:
Figura 1.2 - Rodovia Federal
Fonte: Rsabbatini / Wikimedia Commons.
wilisap15@gmail.com
Arterial
Rodovia que provê alta mobilidade, alcance de grandes
distâncias, interestaduais, podendo ser internacional, com
maior velocidade e poucas interferências.
Coletora
São rodovias que, além de mobilidade, proveem acesso às
arteriais, velocidade um pouco reduzida devido a quantidade
de entradas e saídas por atender locais povoados.
Local
Rodovia que provê acesso às coletoras ou arteriais, porém
contêm interseções e algumas vezes semáforos os quais
reduzem a velocidade da via e são de tráfego intermunicipal
ou rurais.
Quadro 1.2 - Classi�cação funcional
Fonte: Adaptado de Brasil (2010).
Classi�icação Segundo suas Características Físicas
Nesse contexto, as características físicas das vias podem ser classi�cadas em:
1. vias não pavimentadas, também conhecidas como estradas de terra;
2. vias pavimentadas, rodovias de mão única ou com duplo sentido.
Sendo assim, essas rodovias podem conter duas, três ou mais faixas.
Além das características físicas, as rodovias podem ser classi�cadas em relação às
características técnicas, conforme a Tabela 1.1:
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
Tabela 1.1 - Características Técnicas das Vias
Fonte: Adaptado de Brasil (2010).
Classe
do
Projeto
Características
Critérios de
Classi�cação
Velocidade de Projeto por
Região (km/h)
Plana Ondulada Montanha
0 Via Expressa
com controle
total de acesso
Decisão
Administrativa
120 100 80
I A Pista Dupla
com controle
parcial de
acesso
O volume de
tráfego
previsto
reduzirá o
nível de
serviço em
uma rodovia
de pista
simples
100 80 60
B Pista Simples
com controle
parcial de
acesso
VHP > 200
VMD > 1400
100 70 50
II Pista Simples 700 < VMD <
1400
100 70 50
III
Pista Simples
300 < VMD <
700
80 60 40
IV Pista Simples VMD < 300 80-60 60-40 40-30
VHP = Volume Horário de Projeto          VMD = Volume Médio Diário
Na classi�cação, outro fator importante é o nível de serviço que pode ser de�nido
como uma medida qualitativa das condições de operação, seja referente ao
conforto e conveniência dos motoristas, como: a liberdade na escolha da
velocidade, �nalidade para mudar de faixas nas ultrapassagens e saídas e entradas
na via e proximidade dos outros veículos. Existem seis níveis de serviço,
classi�cados de A até F, o nível A corresponde às melhores condições de operação,
enquanto o nível F às piores condições (PONTES FILHO, 2013).
Veículo
Os veículos que trafegam em rodovias podem ter diversas características a serem
consideradas, tudo dependerá da natureza dos estudos em análise e de sua
�nalidade, pois antes de realizar o levantamento é necessário planejar e reservar
pessoas para contabilizar os tipos de veículos que passam em um trecho da rodovia.
Tipos de Veículos
Um dos principais elementos da engenharia de tráfego é o veículo, pois é por meio
desse elemento que as vias são dimensionadas geometricamente, mas para isso é
necessário identi�car os tipos de veículos e suas características. Dessa forma, os
veículos podem ser classi�cados em:
Leves
Automóvel (Passeio)
Turismo pequenos (4 a 9 pessoas) até 2 toneladas
Pesados
Caminhões
Ônibus
Especiais
Tratores
Máquinas de Obras Públicas
As dimensões para veículos pesados e especiais autorizados para rodagem em
rodovias brasileiras, com ou sem carga, são:
largura máxima: 2,60m;
altura máxima: 4,40m;
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
comprimento total:
-   veículos simples: 14,00m;
-   veículos articulados: 18,15m;
-   veículos com reboques: 19,80m.
Necessidades Geométricas
As necessidades geométricas das vias são consideradas nas dimensões autorizadas
e a contagem é baseada em informações de veículos de projeto para a composição
do tráfego, que podem ser divididos em quatro grupos, como descrevemos a seguir:
VP: veículos de passeio leve (automóveis, utilitários, pickups , furgões e etc.);
CO: veículos comerciais rígidos, compostos de unidade tratora simples
(caminhões e ônibus convencional com 02 eixos e 06 rodas);
O: veículos comerciais rígidos de maiores dimensões que o CO básico
(ônibus de longo percurso e caminhões longos);
SR: veículo comercial articulado, composto normalmente de unidade
tratora simples e semirreboque.
Assim, podem-se dimensionar os veículos conforme tabela a seguir:
Tabela 1.2 - Dimensionamento de veículos
Fonte: Adaptado de Brasil (2006).
Características dos Veículos
Veículos de Projeto (m)
VP CO O SR
Largura Total 2,1 2,6 2,6 2,6
Comprimento Total 5,8 9,1 12,2 16,8
Raio mínimo da Roda externa
dianteira
7,3 12,8 12,8 13,7
Raio mínimo da roda interna
traseira
4,7 8,7 7,1 6,0
Capacidade da Via
As rodovias com características geométricas parecidas podem retratar diferentes
capacidades, pois são in�uenciadas pelos polos geradores de tráfego que as
utilizam. Nos estudos de capacidade, os veículos são contados como unidades de
carro de passeio – UCP (BRASIL, 2006) –, nesse tipo de avaliação as bicicletas e as
motocicletas não são contabilizadas, pois não exercem carga na via e não geram
congestionamento, porém podem ocasionar incidentes ou até mesmo acidentes nas
vias.
Para �ns de contabilização de veículos, estabeleceram uma equivalência de unidade
de carro de passeio para os demais veículos. Podemos veri�car essa equivalência na
Tabela 1.3:
Tipo de Veículo VP CO O SR
Fator de Equivalência 1 1,5 2 2
Tabela 1.3 - Fator de Equivalência
Fonte: Adaptado de Brasil (2006).
reflita
Re�ita
Re�ita sobre o caso apresentado a seguir:
Com a capacidade de vias saturadas na cidade de São Paulo, a CCJ
havia aprovado o desmonte do Minhocão, via principal que liga a
zona leste com a oeste da cidade. No mesmo dia, o Tribunal de
Justiça de São Paulo derrubou liminar que suspendia a Lei
municipal nº 16.833/18, que prevê a criação do Parque do
Minhocão, proposta que diverge do desmonte.
Fonte: Abreu (2019, on-line ).
Agora que conhecemos algumas das características dos elementos da engenharia
de tráfego, podemos prosseguir com a determinação do volume de tráfego que
necessita dessas informações.
praticar
Vamos Praticar
As Rodovias são classi�cadas segundo sua: jurisdição e administração, características
físicas e função. Dentre essas classi�cações está o controle de velocidade, o qual é
caracterizado pelo tipo de via. Sendo assim, avaliando o contexto, assinale a alternativa
que indica corretamente o tipo de classe, com condições de via plana, que oferece a
velocidade de 120 km/h.
a) Classe II (dois), Pista Dupla com controle parcial de acesso.
b) Classe 0, Via Expressa com controle total de acesso.
c) Classe I (um), Pista Simples.
d) Classe III (três), Pista Simples com controle parcial de acesso.
e) Classe IV (quatro) Via Expressa com controle total de acesso.
wilisap15@gmail.com
A determinação do Volume de Tráfego, ou Fluxo de Tráfego, é de�nida por meio da
quantidade de veículos que passam por um trecho da rodovia, quando há mais de
uma faixa nesta via, pode-se realizar o levantamento por uma faixa ou pelo total das
faixas excedentes, durante um dia, divididos em 24 horas e essas horas em frações
de 15 minutos.
Composição do Tráfego
A composição do tráfego é de�nida em relação aos veículos que trafegam na via,
como: comprimento, largura, peso ou velocidade. Por meiodessas informações, é
possível determinar as características geométricas e estruturais que de�nirão a
capacidade e os recursos necessários para os usuários da rodovia.
Tipos de Contagem
A contagem dos veículos que trafegam em uma via pode ser realizada de duas
formas: a contagem manual ou a contagem automática.
Contagem Manual
Determinação do Volume deDeterminação do Volume de
TráfegoTráfego
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
A contagem manual é realizada por meio de um dispositivo mecânico que pode �car
�xado em uma prancheta ou diretamente na mão do agente, conforme a Figura 1.3,
para contabilizar os veículos que passam naquela seção, ao clicar no botão é
registrado o valor, que pode ser uma contagem genérica que contabiliza carro de
passeio, ônibus e caminhão, ou mais apurada, em que será de�nido que tipo de
veículo cada pesquisador irá contar.
O dispositivo de contagem manual (mecanismo de contagem numérica)
apresentado na Figura 1.3, é utilizado pelos pesquisadores de campo, os quais �cam
em um trecho ou seção da via para contar a quantidade de veículos que passam
num período estipulado.
Além desse dispositivo, existe também o contador manual eletrônico que dispõe de
uma base de dados que contabiliza a contagem realizada pelo pesquisador.
Contagem Automática
A contagem automática é realizada por equipamentos como: sensores, radares,
células fotoelétricas e outros dispositivos magnéticos, que são computados e
armazenados em computadores, e com isso podemos contabilizar o volume de
tráfego por dia, semana, mês ou ano. Além disso, existe o contador portátil que
utiliza tubos com sensores para realizar a contagem durante 24h, porém este tipo
de dispositivo pode ser furtado devido seu tamanho.
Figura 1.3 - Contador numérico manual
Fonte: Iconicbestiary / Freepik.
saiba mais
Saiba mais
O DNIT (Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transporte) realiza,
constantemente, a contagem de veículos nas
rodovias do país, assim é possível avaliar as
condições do volume de tráfego no local. Nesse
sentido, assista ao vídeo disponível no link a
seguir, em que o DNIT coloca tubos com sensores
na pista para realizar a contagem de veículos.
ACESSAR
Outro tipo de contagem é a automática permanente, em que as empresas privadas,
que têm concessão das rodovias, implantam como sistema de monitoramento e
controle, também são utilizadas para �ns estatísticos da região. A contagem
também pode ser realizada por meio de câmeras que as próprias empresas
instalam ao longo da via para �scalizar e manter a segurança da rodovia.
Como Escolher os Postos de Contagem de Tráfego
Os postos de contagem, normalmente, são instalados em interseções de vias onde
há maior �uxo de veículos, seja em vias urbanas ou rurais, o Quadro 1.3 mostra os
tempos que devem ser coletados os dados dos veículos. Nos casos de concessão de
via, a concessionária terá que realizar constantemente a avaliação do volume de
tráfego em toda sua extensão.
No caso de vias Arteriais, são necessários levantamentos manuais para aferição dos
equipamentos, pois eles têm uma precisão aceitável e os dados são obtidos nos
sistemas automáticos, dessa forma, eles servem como base e são realizados
sazonalmente.
https://globoplay.globo.com/v/2181351/
Quadro 1.3 - Períodos e tempos de contagem
Fonte: Adaptado de Brasil (2006).
praticar
Vamos Praticar
A contagem é uma das etapas mais importantes na determinação do estudo do volume de
tráfego; entretanto, esse levantamento é realizado de forma manual e automática, porém,
independentemente dos tipos de coleta, ambas se complementam e de�nem o volume de
tráfego da rodovia. Nesse sentido, assinale a alternativa que indica o tipo de equipamento
é utilizado para situações automáticas.
Tipo de via horas dias semanas Período
Urbana (DER)
Arteriais
24h manual e
automático
7 dias 2 semana
Sazonal e
mensal
Urbana (DER)
Maior
Importância
8h manual 3 dias 2 semanas Sazonal
Urbana (DER)
Menor
Importância
6h às 10h e
16h às 20h
1 dia 1 semana Sazonal
Urbana (Privada) 24h 7 dias 2 semanas Mensal
Rural (DER)
6h às 10h e
16h às 20h
3 dias 1 semana Sazonal
I.     Contador numérico de prancheta.
II.    Sensores.
III.   Radares.
IV.   Tubos com sensores.
Está correto o que se a�rma em:
a) I e II.
b) I e III.
c) I, III e IV.
d) I e IV.
e) I, II, III e IV.
wilisap15@gmail.com
O estudo de tráfego está atrelado a três elementos principais: o �uxo, a velocidade e
a densidade. As características básicas desses elementos possibilitam a análise e
avaliação da mobilidade dinâmica da �uidez dos veículos em uma via (BRASIL, 2006).
Características Básicas do Tráfego
As características básicas do tráfego são identi�cadas pelo volume ou �uxo,
velocidade e densidade da via; assim podemos relacioná-las pela quantidade de
veículos em um determinado trecho (espaço) da via, normalmente em um
quilômetro e num determinado tempo. Veremos como cada elemento pode se
comportar e quais são os métodos utilizados para contabilizar e avaliar as
condições, iniciando com o volume.
Volume
O volume pode ser avaliado de algumas formas, dentre elas está o volume médio
diário (VMD) que é considerado por meio da contagem de veículos em um trecho da
via durante 24 horas. Esse Volume Médio Diário pode ser realizado: diariamente,
semanalmente, mensalmente e anualmente.
Segundo Brasil (2006), o volume médio diário pode ser avaliado da seguinte forma:
Estudo de TráfegoEstudo de Tráfego
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
Volume Médio Diário Anual (VMDa): número total de veículos trafegando
em um ano dividido por 365.
Volume Médio Diário Mensal (VMDm): número total de veículos trafegando
em um mês dividido pelo número de dias do mês.
Volume Médio Diário Semanal (VMDs): número total de veículos trafegando
em uma semana dividido por 7.
Volume Médio Diário em um Dia de Semana (VMDd): número total de
veículos trafegando em um dia de semana.
A unidade utilizada para os volumes ou �uxos são veículos por dia (v/d). O volume
em campo é realizado de hora em hora nas 24 horas do dia, e cada hora deve ser
fracionada em 15 minutos, e com os dados dos volumes e horas desenvolve-se um
grá�co com todos os dias do ano para se de�nir o fator K em relação às 30
primeiras horas, veremos este método posteriormente.
Para maior precisão da contagem dos veículos são realizados diferentes
levantamentos, como o caso de um pesquisador contar veículos de passeio, outra
pesquisa para veículos pesados, pois os veículos pesados são contabilizados para
análise da estrutura e geometria da via. Quando a contagem é genérica, utiliza-se
como visto anteriormente o fator de equivalência (BRASIL, 2006).
Na contagem horária durante o dia, inevitavelmente, existirá variação, e a partir
destas variações podemos de�nir o horário de pico, em grandes metrópoles é
possível identi�car os horários de pico da manhã e noite, ou manhã, tarde e noite.
Como o horário de pico é de�nido com o maior valor de volume hora pico (vhp) do
dia e desse volume utiliza-se a fração de 15 minutos que teve a maior quantidade de
veículos, de�ne-se o fator de horário de pico (fhp) dividindo o volume de hora pico
pela maior quantidade de veículos da fração de 15 minutos do (vhp) vezes 4, como
segue na equação 1.
fhp = vhp / (15min/4)   (Equação 1)
Um exemplo disso, é que no horário de pico podemos avaliá-lo com os dados
apresentados na Tabela 1.4:
Tabela 1.4 - Contagem de veículos por hora
Fonte: Elaborado pelo autor.
Como o maior �uxo ou volume hora foi de 60 veículos, no horário das 7h00 às 8h00,
utilizaremos esse número como volume de horário de pico, e a maior fração de 15
minutos desse mesmo horário foi de 18 veículos. Então, o fator de horário de pico
�cará da seguinte forma: fhp = 60 / (4 . 18) -> fhp = 0,833 ou 83,33%.
Entretanto, existe também uma variação entre os dias dasemana, entre os dias do
mês e entre os dias do ano, e essas variações são avaliadas gerando um grá�co para
cada situação destas porcentagens e com as variações anuais pode-se obter o valor
k anual em relação a 30ª hora ou a 50ª hora do ano.
Após a de�nição do horário de pico e o fator de horário de pico, é possível planejar
as futuras intervenções que serão necessárias na via devido ao aumento de veículos
ou congestionamento nesta rodovia.
Volume do Horário de Projeto
Para planejar implementações ou a necessidade de duplicação da via utilizamos o
volume de horário de projeto que normalmente deve ser avaliado após 10 anos da
rodovia em funcionamento utilizando-se do fator k para essa veri�cação.
Hora do
dia
Hora do dia com frações de 15 minutos
Volume
hora1º - 15
min
2º - 15
min
3º - 15
min
4º - 15
min
6h00 -
7h00
9 veíc. 11 veíc. 10 veíc, 10 veíc. 40 veíc.
7h00 -
8h00
12 veíc. 18 veíc. 16 veíc, 14 veíc. 60 veíc.
8h00 -
9h00
11 12 14 14 51 veíc.
9h00 -
10h00
10 11 12 12 43 veíc.
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
O volume do horário de projeto é de�nido por meio do volume total de horas pelo
fator k, ou para análise do dia é o volume total dos horários pelo fator de horário de
pico, para a semana o volume médio total da semana pelo fator médio de pico da
semana.
Velocidade
Outro elemento importante no estudo do tráfego é a velocidade, ela é considerada
uma característica complexa, pois quando se está congestionado e o tempo que se
leva para se movimentar é menor que a velocidade de projeto, velocidade da via, e
quando existem veículos que passam da velocidade diretriz (velocidade de projeto,
velocidade de�nida para via) di�culta o estabelecimento das informações, isso
porque o espaço não será contabilizado como padrão, seja de tempo ou espaço, o
mesmo ocorrer para aqueles que trafegam abaixo da velocidade da via.
As velocidades podem ser classi�cadas da seguinte maneira, segundo Brasil (2006).
Velocidade: é a relação entre a distância percorrida pelo veículo (d) e o
tempo gasto para percorrê-lo (t), conforme equação 2.
•    v = d/t          (Equação 2)
Em que:
v = velocidade;
d = distância ou espaço;
t = tempo percorrido.
Velocidade Instantânea: é a velocidade de um veículo em um instante
determinado;
Velocidade Pontual: é a velocidade instantânea de um veículo quando
passa por um determinado ponto ou seção da via.
Velocidade Média no Tempo: é a média das velocidades pontuais de todos
os veículos que passam por um determinado ponto ou seção da via;
Velocidade Média de Viagem: é a velocidade média percorrida em um
trecho de uma via, contabilizando as paradas;
Velocidade Média de Percurso: é a velocidade em um trecho de uma via,
determinada pela razão do comprimento do trecho pelo tempo médio
gasto em percorrê-lo.
Velocidade Percentual N% (VPN%): é a velocidade abaixo da qual trafegam
N% dos veículos. É comum utilizar VP 85% como valor razoável para �ns de
determinação da “velocidade máxima permitida” a ser regulamentada pela
sinalização;
Velocidade de Fluxo Livre: é a velocidade média dos veículos de uma
determinada via, quando apresenta volumes baixos de tráfego e não há
imposição de restrições quanto às suas velocidades, nem por interação
veicular nem por regulamentação do trânsito;
Velocidade Diretriz ou Velocidade de Projeto: é a velocidade selecionada
para �ns de projeto, da qual se derivam os valores mínimos de
determinadas características físicas diretamente vinculadas à operação e
ao movimento dos veículos;
Velocidade de Operação: é a mais alta velocidade com que o veículo pode
percorrer uma dada via atendendo às limitações impostas pelo tráfego, sob
condições favoráveis de tempo. Não pode exceder a velocidade de projeto.
Densidade
A densidade pode ser analisada pelo número de veículos por unidade de
comprimento da via, normalmente, ela é calculada para um trecho de um
quilômetro. Esse tipo de medida pode ser avaliado em campo pelos pesquisadores
como também por meio do cálculo da Equação 3.
D = F / v            (Equação 3).
Em que:
D = Densidade
F = Fluxo (ou volume)
V = velocidade
Espaçamento e Intervalo
Os espaços entre veículos são denominados de GAP, e o intervalo de tempo ou
frente a frente dos veículos que passam em uma seção é de�nido como Headway,
como exempli�cado na Figura 1.4:
Figura 1.4 - Espaçamento (GAP) e Intervalo (Headway)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Ao se deparar com um volume muito grande de veículos ou com um
congestionamento é possível realizar alguns cálculos para determinar a situação da
via, como segue nas Equações 4, 5, e 6 (BRASIL, 2006).
D = 1000 / e                 (Equação 4)
h = e / v                 (Equação 5)
F = 3600 / h              (Equação 6)
Em que:
v = velocidade média (m/s)
F = Fluxo médio (veic./h)
D = Densidade (veíc./km)
e = espaçamento médio (m/veíc.)
h = Headway médio (s/veíc.)
Podemos perceber que a engenharia de tráfego avalia diversas características dos
principais elementos, seja a via, o veículo, a velocidade, o volume ou a densidade,
para planejar, gerenciar e controlar o tráfego urbano ou rural.
ti
m
m m m
m m
m
m
m
m
praticar
Vamos Praticar
Nos estudos que devem ser realizados para a análise e avaliação das rodovias são
necessários o conhecimentos dos principais elementos, são eles: o volume (�uxo), a
velocidade e a densidade. Com essas informações, é possível tomar decisões importantes
como a duplicação da pista, redução de velocidades, inserção de novas sinalizações. Sendo
assim, assinale a alternativa que indica para que seja analisada a densidade utiliza-se de
qual(is) unidade(s) de medida.
a) Sinalização e Veículos.
b) Veículos e Pessoas.
c) Pessoas e Sinalização.
d) Veículos e Segurança.
e) Veículos e Comprimento.
wilisap15@gmail.com
wilisap15@gmail.com
indicações
Material
Complementar
LIVRO
Cidades Inteligentes e Sustentáveis
Autores : Tatiana Tucunduva P. Cortese, Claudia Terezinha
Kniess e Emerson Antônio Maccari
Editora : Manole
ISBN : 9788520455760
Comentário : o livro indicado aborda as principais
informações para criação de cidades inteligentes e
sustentáveis, além da mobilidade urbana e a e�ciência
energética e novos parâmetros organizacionais.
FILME
Duro de matar 4.0
Ano : 2007
Comentário : nesse �lme, o hacker controla o tráfego dos
modais de transporte e para o país e acontece toda a trama
do �lme em relação ao suborno. Entretanto, também retrata
a importância da engenharia de tráfego.
TRA ILER
conclusão
Conclusão
Em sistemas de tráfego foi possível apresentar os principais modais de transporte e
a importância desses na logística de produtos e pessoas no país, além de como
diagnosticar os modos de movimentação, seja em questão de tempo, distância e/ou
frequência. No tráfego urbano a importância dos elementos como: via, veículo,
pessoas, meio ambiente e condutor e como são realizadas a determinação do
volume de tráfego, capacidade e os veículos que de�nem as características da via.
Nos estudos de tráfego também foram apresentados os elementos que os
caracterizam no volume de tráfego, como: velocidade, que pode ser complexa para
ser de�nida ou monitorada se houver um congestionamento ou excessos de
velocidades; a densidade, como medidas de veículos em um trecho da via, e seu
volume de tráfego.
referências
Referências
Bibliográ�cas
ABREU, J. Desmonte do Minhocão passa pela Comissão de Constituição e Justiça.
Câmara Municipal de São Paulo , São Paulo, out. 2019. Disponível em:
http://www.saopaulo.sp.leg.br/blog/desmonte-do-minhocao-passa-pela-comissao-
de-constituicao-e-justica/ . Acesso em: 4 nov. 2019.
http://www.saopaulo.sp.leg.br/blog/desmonte-do-minhocao-passa-pela-comissao-de-constituicao-e-justica/
BRASIL. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT). Diretoria Executiva. Manual de implantação
básica de rodovia . 3. ed. Rio de Janeiro: DNIT, 2010. Disponível em:
http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/manuais/documentos/742_manual_de_implantacao_basica.pdf/view .
Acesso em: 31 out. 2019.
_______. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT). Diretoria Executiva. Manual de estudo de
tráfego . Rio de Janeiro: DNIT, 2006. Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-
manuais/manuais/documentos/723_manual_estudos_trafego.pdf/view . Acesso em:
31 out. 2019.
_______. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política
Nacional de Mobilidade Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Leis nºs 3.326, de
3 de junho de 1941, e 5.405, de 13 de abril de 1943, da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e das
Leis nºs 5.917, de 10 de setembro de 1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e
dá outras providências. Diário O�cial da União . Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm . Acesso
em: 2 dez. 2019.
PONTES FILHO, G. Projeto geométrico de rodovias . 2. ed. Uberaba: Universidade
de Uberaba, 2013.
http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/manuais/documentos/742_manual_de_implantacao_basica.pdf/view
http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/manuais/documentos/723_manual_estudos_trafego.pdf/view
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm

Continue navegando