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É necessário gerenciar a capacidade produtiva? A função de uma unidade produtiva é atender adequadamente a sua demanda, ou seja, é função do gerente de produção e operações garantir que a operação tenha capacidade suficiente para que o atendimento dessa demanda ocorra Posto 1 Posto 2 Posto 3 Operador 2 Operador 1 Operador 3 Qual é o impacto das Decisões sobre Capacidade Produtiva? • Em geral envolvem grandes somas de capital; • Requerem uma grande antecedência (inércia da decisão); • Elevado custo para reverter o processo; • Uma decisão equivocada trará impacto direto no desempenho operacional das unidades: Excesso de capacidade → capital excessivo, subutilização de equipamentos; Falta de capacidade → demanda não atendida, perda de receita, baixo nível de serviço. Portanto decisões sobre Capacidade Produtiva tem impacto estratégico importante Conceituação de Capacidade Produtiva Capacidade é a quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos numa unidade produtiva, num dado intervalo de tempo. Por unidade produtiva entendemos tanto uma fábrica, como um departamento, um armazém, uma loja, um posto de atendimento médico, uma simples máquina ou posto de trabalho. (Moreira) Medida da capacidade em empresas industriais e de serviços EMPRESA INSUMOS MEDIDA DA CAPACIDADE DE VOLUME DE PRODUÇÃO Siderúrgica Horas máquinas disponíveis Toneladas de aço/ano Hotel Número de quartos Número de hóspedes/dia Cinema Número de assentos Número de espectadores/ semana Fábrica de cimento Volume do forno de clinquer Toneladas/dia Empresa de transportes Número de poltronas Número de passageiros/ano Usina hidroelétrica Tamanho das turbinas Potência gerada (MW) Loja Área da loja Vendas/mês Em organizações de serviços, frequentemente a maneira mais viável de se medir a capacidade é por meio de insumos utilizados, já que existe dificuldade desse identificar o que seja produção (Ex.: Hospital) Níveis diferentes de decisões sobre capacidade produtiva Decisões sobre capacidade normalmente incluem as seguintes atividades • Avaliação da capacidade existente • Previsões de necessidades futuras de capacidade • identificação de diferentes formas de alterar a capacidade a curto médio e longo prazos • Identificação de diferentes formas de alterar a demanda • Avaliação do impacto da decisão a respeito de capacidade sobre o desempenho da operação • Avaliação econômica, operacional e tecnológica de alternativas de incrementar capacidade • Seleção de alternativas para obtenção de capacidade adicional Tipos de Capacidade • Capacidade Instalada • Capacidade Disponível • Capacidade Efetiva • ,Capacidade Real Capacidade Instalada (Teórica) A capacidade instalada é a capacidade de produção de uma máquina ou equipamento de produzir sem interrupções, ou seja, o máximo que ela pode produzir sem ajustes, manutenção ou trocas de turnos Forma de cálculo: C = Q x T Onde: C = capacidade Q = quantidade T = tempo Exemplo: Uma empresa que fabrica parafusos possui uma máquina que faz 200 parafusos por minuto, qual é capacidade diária instalada? C = 200 parafusos x 24 horas x 60 minutos = 288.000 parafusos por dia Capacidade Disponível É o estudo de capacidade da produção sobre o tempo disponível do funcionamento da empresa ou do equipamento Forma de cálculo: CD = Q x TD Onde: CD = Capacidade Disponível Q = Quantidade TD = Tempo disponível A empresa tem a Capacidade Disponível de 120.000/dia. Ainda considerando a fábrica de parafusos, esta trabalha apenas em horário comercial, ou seja, das 8:00 até as 18:00. Qual seria a CD? CD = 200 parafusos x 10 horas de atividade da empresa x 60 minutos CD = 120.000 parafusos/dia. Capacidade Efetiva É a capacidade de produção no tempo disponível considerando as paradas programadas da operação. Paradas programadas: manutenções programadas, aquecimento, preparação, troca de turno, horários de almoço, intervalos para o café e ginástica laboral. Forma de cálculo: CE = Q x (TD - PP) Onde: CE = Capacidade Efetiva Q = Quantidade TD =Tempo disponível PP = Tempo das Paradas Programadas Voltando à fábrica de parafusos: • 200 parafusos por minuto; • Empresa trabalha das 8:00 até às 18:00h; • Intervalo de 1 hora para o almoço; • Intervalo de 30 minutos para preparação das máquinas; CE = 200 parafusos x (10 - 1 - 0,5) horas x 60 minutos CE = Capacidade Efetiva = 102.000 parafusos/dia Capacidade Real Diferentemente da capacidade efetiva é calculada através da função do tempo disponível considerando as paradas não programadas. Capacidade comprovada. Forma de cálculo: CR = Q x (TD - (PP + PNP)) Onde: CR = Capacidade Real Q = Quantidade por hora TD = Tempo disponível PP = Paradas Programadas PNP = Paradas Não Programadas Continuando o exemplo dos parafusos: A capacidade é de 200 parafusos por minuto. A empresa funciona das 8:00 até as 18:00 horas. Estavam programadas 1 hora de almoço e mais 30 minutos para preparação. Mas, além disso, faltou energia elétrica por 60 minutos e quanto voltou a energia elétrica a máquina ficou em manutenção corretiva por 1 hora. Qual seria a capacidade real? CR = 200 parafusos x (10 - 1 - 0,5 - 1 - 1) horas x 60 minutos CR = 200 x 60 x 6,5 Capacidade Real = CR = 78.000 parafusos CI = 288.000 parafusos/dia CD = 120.000 parafusos/dia CE = 102.000 parafusos/dia CR = 78.000 parafusos/dia Comparando os resultados, temos: Instalada Disponível Efetiva Real Custo x Volume x Lucro SISTEMA DE PRODUÇÃO Adotando uma abordagem sistêmica para nosso curso, podemos considerar que todo processo ou procedimento cujo objetivo é transformar um conjunto de Entradas em um conjunto específico de Saídas é um Sistema de Produção. Como todos os sistemas, o de produção é dividido em três partes fundamentais: Entradas, Processo e Saídas Entradas Processo Saídas Mão de Obra Matéria Prima Energia Fábrica ou Instalações Produtos Serviços Custos Variáveis Custos Fixos Receita Entradas Exemplos típicos seriam os custos de materiais diretos, da mão de obra direta, energia que variam linearmente com a quantidade produzida. Constituem os chamados Custos Variáveis. Processo Esses custos são aqueles que não variam com o volume de produção. Constituídos basicamente pela fábrica e as instalações, que irão constituir os Custos Fixos. Ocorrem, em função do tempo e são medidos por períodos. Por exemplo, o aluguel, os impostos municipais, os juros sobre financiamentos, a depreciação (quando é feita em função da vida do equipamento), a remuneração do capital investido, a Mão de Obra Indireta (Administração, Engenharia, Compras, Vendas, PCP, Segurança, etc.) Saídas Os produtos ou serviços desejados são considerados as saídas do nosso sistema e que irão proporcionar a Receita, a qual é proporcional ao volume de produção, com referência a um determinado período. Considerando um determinado período de tempo, uma empresa que produzisse e vendesse uma quantidade Q de produtos incorreria nos seguintes custos: Custos Fixos Custos Variáveis Receitas$ Q $ Q CF CV = CVu x Q R = PV x Q CT = CF + CVu x QCusto Total Lucro = Receita – Custo Total L = PV x Q – (CF + CVu x Q) L + CF = Q x (PV – CVu ) Q = L + CF PV – CVu No Ponto de Equilíbrio => Lucro = 0 => QPE = CF PV – CVu QPE => Lucro 2 – PONTO DE EQUILÍBRIO (BREAK EVEN POINT) Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros. A informação do ponto de equilíbrio da empresa, tanto do total global, como por produto individual, é importante porque identifica o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar.90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 11.000 12.000 2 - Custo Variável = CVu x Q 3 - Custos Total = CF + CVu x Q 4 – Receita = PV x Q F+ 1 - Custo Fixo = CF Determinação Gráfica Para uma Empresa que apresente: - Custos Fixos = $ 20.000,00 - Custo Variável Unitário = $ 5,50 - Preço de Venda = $ 8,00 - Capacidade Máx. Produção = 12.000 unid. Qpe = = 8.000 Qpe = Um processo produtivo A tem custo fixo de $ 120.000,00 por mês e custo variável unitário de $60,00 por unidade produzida. Estuda-se sua substituição por um processo B que apresenta custo fixo de $ 300.000,00 por mês e custo variável unitário de $ 40,00 por unidade produzida. Independentemente do processo escolhido, o Preço de Venda é de $ 140,00/unidade. CTA = 120.000 + 60xQ CTB = 300.000 + 40 x Q QpeA = ? QpeB = ? Lembrar que: Qpe = CF PV – CVu Como a receita é a mesma utilizando qualquer um dos Processos (o Preço de Venda é de $ 140,00/unidade), a melhor alternativa será aquela que propiciar um menor Custo Total. Para pequenas quantidades, a alternativa A - Pretaé a melhor. Para grandes quantidades a alternativa B - Vermelha é a melhor. Qual é a quantidade Q na qual o custo das duas alternativas são iguais? CTA = CTB 120.000 + 60 x Q = 300.000 + 40 x Q QpeA = 120.000 140 −60 =1.500 QpeB = 300.000 140 −40 =3.000 CTA = CTB 120.000 + 60 x Q = 300.000 + 40 x Q 20 x Q = 180.000 Q = 9.000 Resposta: De 0 a 1.500 => nenhum De 1.500 até 9.000 => A - Preto De 9.000 até 15.000 => B - Vermelho Um processo produtivo tem custo fixo de $ 120.000,00 por mês e custo variável unitário de $60,00 por unidade produzida. Estuda-se sua substituição por um processo automático que tem custo fixo de $ 300.000,00 por mês e custo variável unitário de $ 40,00 por unidade produzida. Independentemente do processo escolhido, o Preço de Venda é de $ 140,00/unidade. A B EXERCÍCIO 1 A Empresa Bandeirantes Ltda., que produz somente um tipo de produto, possui uma capacidade máxima de produção de 10.000 unidades mensais do mesmo, acarretando com isso, as despesas abaixo mencionadas: Mão de obra indireta - R$ 100.000,00 –mensais Mão de obra direta - R$ 20,00 – por peça Aluguel - R$ 50.000,00 – mensais Depreciação - R$ 200.000,00 – mensais Energia elétrica - R$ 10,00 – por peça Outros custos - R$ 50.000,00 - mensais Matéria Prima - R$ 10,00 – por peça a) Qual seria o Custo Total para se produzir 10.000 unidades mensais? b) Qual seria o Custo Total para se produzir 5.000 unidades mensais? c) Ao preço unitário de venda de R$ 80,00, quantas unidades precisam ser vendidas para que não haja nem lucro nem prejuízo? d) Qual seria o Ponto de Equilíbrio, se considerássemos o preço unitário de vendas igual a R$ 120,00? EXERCÍCIO 2 A Empresa Virgem S/A , quando vende 10.000 unidades de seu produto C apresenta um lucro líquido anual de R$ 1.000,00. Sabe-se que para produzir 7.000 unidades desse produto, seu custo total anual é de R$ 23.000,00 e, para produzir 5.000 unidades seu custo variável é de R$ 10.000,00. Essa empresa, pensando em se modernizar, tem em mente alugar equipamentos que aumentariam seus custos fixos em R$ 3.000,00 por ano. Esses equipamentos reduziriam seus custos variáveis em 10%. Pede-se: a) Calcular o Ponto de Equilíbrio para as duas situações ( atual e com aluguel ) b) Para que demanda de mercado Você aconselharia a empresa alugar o equipamento? 1 => Q=10.000 => L = 1.000 2 => Q= 7.000 => CT = 23.000 3 => Q= 5.000 => CV =10.000 a) Qpe = = ? Três processos de produção (A, B, e C) apresentam a seguinte estrutura de custos: Processo Custo Fixo Anual Custo Variável Unitário A $ 800.000 $ 6,00 B $ 1.000.000 $ 4,00 C $ 1.750.000 $ 1,00 O Preço de Venda a ser cobrado de cada unidade é de $22,00 e independe do processo a ser utilizado. A quantidade máxima da demanda está estimada em 300.000 unidades/ano. Qual é o processo mais econômico em função das quantidades a serem produzidas no ano? EXERCÍCIO 3 - Custos de Alternativas de Processamento EXERCÍCIO 4 A Companhia Aquarius possui duas fábricas para a confecção de um mesmo produto, embora os processos de fabricação sejam diferentes, os produtos são idênticos. A primeira fábrica produz 100 toneladas a um custo total de R$ 600.000,00. Sabe-se ainda, que quando produz 250 toneladas, seu custo total é de R$ 900.000,00. A segunda fábrica produz 90 toneladas a um custo total médio de R$ 4.500,00 e com custos fixos de R$ 90.000,00 por mês. Considerando o preço de venda a R$ 7.000,00 por tonelada e, sabendo-se que a capacidade máxima da primeira fábrica é de 300 toneladas mensais e da segunda é de 200 toneladas por mês. Pergunta-se: a) Quais os Pontos de Equilíbrio das fábricas? b) Se existir mercado para 340 toneladas, qual a melhor composição de produção que deve ser feita para MAXIMIZAR o lucro? c) Qual o valor desse lucro?