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CÁLCULO NUMÉRICO AULA 2 Profª Fernanda Fonseca 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, buscaremos compreender métodos para realizar a integração de funções contínuas em intervalos bem definidos que não podem ser determinadas pelos métodos do cálculo diferencial e integral. A facilidade ao acesso e uso de recursos computacionais permite a ampla aplicação dos métodos de integração numérica na solução de problemas da engenharia, possibilitando que processos complexos sejam resolvidos de forma eficiente e cada vez mais rápida. Estudaremos três métodos para integração numérica: método dos retângulos, método dos trapézios e regras de Simpson. E discutiremos, ao final, como a escolha do método pode gerar uma maior precisão na estimativa do resultado da integral calculada. TEMA 1 – INTEGRAÇÃO NUMÉRICA Quando falamos sobre o processo de integração de uma função 𝑓𝑓(𝑥𝑥), buscamos por uma função primitiva 𝐹𝐹(𝑥𝑥), cuja derivada reconstitui a função inicial 𝑓𝑓(𝑥𝑥) (Thomas, 2002). 𝐹𝐹′(𝑥𝑥) = 𝑓𝑓(𝑥𝑥) A integração permite a determinação de distâncias, áreas, volumes e valores médios por somas em intervalos finitos. Da mesma forma, quando os métodos do cálculo diferencial e integral não possibilitam a determinação de uma integração, ou tornam-se muito complexos, podemos determiná-las por meio de métodos numéricos nesse intervalo. Segundo o teorema fundamental do cálculo (Equação 1): � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = [𝐹𝐹(𝑥𝑥)]𝑎𝑎𝑏𝑏 = 𝐹𝐹(𝑏𝑏) − 𝐹𝐹(𝑎𝑎) (1) Em que 𝐹𝐹(𝑥𝑥) representa a função primitiva de uma função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) contínua no intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] (Jarletti, 2018). Os métodos numéricos buscam aproximar a função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) de uma função polinomial, o que torna mais fácil o processo de integração. Para isso, dividiremos o intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] em n subintervalos com comprimento ℎ dado pela Equação 2. A esse valor de h, denominamos passo. 3 ℎ = 𝑏𝑏 − 𝑎𝑎 𝑛𝑛 (2) Aplicaremos essa análise pelas fórmulas de Newton-Cotes fechadas (para as quais os extremos do intervalo são incluídos no cálculo). São denominadas fórmulas de Newton-Cotes abertas aquelas que não incluem os extremos do intervalo (Jarletti, 2018), mas essas não serão abordadas em nossos estudos. TEMA 2 – MÉTODO DOS RETÂNGULOS Método dos retângulos consiste em dividir o intervalo [a; b] em “fatias” retangulares cuja altura pode ser tomada pelo vértice superior esquerdo, vértice superior direito ou pelo ponto central da aresta superior que compõe cada “fatia” retangular. Veja o exemplo da Figura 1, que mostra essa subdivisão em quatro (𝑛𝑛 = 4) “fatias” retangulares com a altura tomada pela esquerda do intervalo [a; b]. A altura de cada retângulo equivale ao valor da função 𝑦𝑦 = 𝑓𝑓(𝑥𝑥) no respectivo valor de 𝑥𝑥. Figura 1 – Método dos retângulos com altura tomada pela esquerda Fonte: Fonseca, 2020. 4 Veja que, nesse caso, adotamos um passo ℎ constante, entretanto, esse valor não precisa ser constante nesse método, podendo assumir diferentes valores para cada subintervalo. No método dos retângulos, a integral ∫ 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥𝑏𝑏 𝑎𝑎 é aproximada à soma das áreas dos retângulos. 2.1 Método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda Conforme vimos anteriormente, o método dos retângulos permite determinar o valor aproximada da integração ∫ 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥𝑏𝑏 𝑎𝑎 pela soma das áreas das “fatias” retangulares, cuja área abaixo da função foi subdividida no intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏]. No caso do método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda, a altura de cada subintervalo retangular é dada pelo valor da função 𝑦𝑦 = 𝑓𝑓(𝑥𝑥) para cada 𝑥𝑥 que indica a posição da aresta esquerda desse retângulo. Veja na Figura 1, por exemplo. Podemos definir que: � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = [ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥0)] + [ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥1)] + [ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥2)] + [ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥3)] = Á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑎𝑎 Sendo ℎ o valor do comprimento da base do retângulo multiplicado pela sua altura dada por 𝑓𝑓(𝑥𝑥). Generalizando, podemos definir que a integral de 𝑓𝑓(𝑥𝑥) no intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] é dada pela Equação 3 para o método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda. � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = ℎ ∙ [𝑓𝑓(𝑥𝑥0) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥1) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥2) + ⋯+ 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛−1)] (3) Sendo 𝑛𝑛 o número de subintervalos adotados. Exemplo 1: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 1 1+𝑥𝑥 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [0; 2], podemos aplicar o método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda. Adotaremos quatro subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 4). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 2 − 0 4 ⇒ ℎ = 0,5 5 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x4 x 0 0,5 1 1,5 2 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝟏𝟏 𝟏𝟏 + 𝒙𝒙 1 0,666667 0,5 0,4 0,333333 Pela Equação 3, que descreve o método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda, � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 0,5 ∙ [1 + 0,666667 + 0,5 + 0,4] � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 1,283333 Exemplo 2: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 𝑒𝑒2𝑥𝑥 5 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [1; 4], podemos aplicar o método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda. Adotaremos três subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 3). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 4 − 1 3 ⇒ ℎ = 1 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x 1 2 3 4 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝒆𝒆𝟐𝟐𝒙𝒙 𝟓𝟓 1,477811 10,919630 80,685759 596,191597 Pela Equação 3, que descreve o método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda, � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 1 ∙ [1,477811 + 10,919630 + 80,685759] 6 � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 93,083200 2.2 Método dos retângulos com a altura tomada pela direita No caso do método dos retângulos com a altura tomada pela direita, a altura de cada subintervalo retangular é dada pelo valor da função 𝑦𝑦 = 𝑓𝑓(𝑥𝑥) para cada 𝑥𝑥 que indica a posição da aresta direita desse retângulo (veja na Figura 2). Figura 2 – Método dos retângulos com altura tomada pela direita Fonte: Fonseca, 2020. Na Figura 2, podemos definir que: � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = [ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥1)] + [ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥2)] + [ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥3)] + [ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥4)] = Á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑎𝑎 Sendo ℎ o valor do comprimento da base do retângulo multiplicado pela sua altura dada por 𝑓𝑓(𝑥𝑥). Generalizando, podemos definir que a integral de 𝑓𝑓(𝑥𝑥) no intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] é dada pela Equação 4 para o método dos retângulos com a altura tomada pela direita. � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = ℎ ∙ [𝑓𝑓(𝑥𝑥1) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥2) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥3) + ⋯+ 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛)] (4) 7 Sendo 𝑛𝑛 o número de subintervalos adotados. Exemplo 3: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 1 1+𝑥𝑥 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [0; 2], podemos aplicar o método dos retângulos com a altura tomada pela direita. Adotaremos quatro subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 4). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 2 − 0 4 ⇒ ℎ = 0,5 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x4 x 0 0,5 1 1,5 2 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝟏𝟏 𝟏𝟏 + 𝒙𝒙 1 0,666667 0,5 0,4 0,333333 Pela Equação 4, que descreve o método dos retângulos com a altura tomada pela direita, � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 0,5 ∙ [0,666667 + 0,5 + 0,4 + 0,333333] � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 0,95 Exemplo 4: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 𝑒𝑒2𝑥𝑥 5 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [1; 4], podemos aplicar o método dos retângulos com a altura tomada pela direita. Adotaremos três subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 3). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 4 − 1 3 ⇒ ℎ = 1 8 Assim, os valoresde 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x 1 2 3 4 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝒆𝒆𝟐𝟐𝒙𝒙 𝟓𝟓 1,477811 10,919630 80,685759 596,191597 Pela Equação 4, que descreve o método dos retângulos com a altura tomada pela direita, � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 1 ∙ [10,919630 + 80,685759 + 596,191597] � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 687,796986 2.3 Método dos retângulos com a altura centrada No caso do método dos retângulos com a altura centrada, a altura de cada subintervalo retangular é dada pelo valor da função 𝑦𝑦 = 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑚𝑚) para cada 𝑥𝑥𝑚𝑚 que indica que a posição da linha passa pelo centro desse retângulo (veja na Figura 3). Figura 3 – Método dos retângulos com altura centrada Fonte: Fonseca ,2020. 9 O valor de 𝑥𝑥𝑚𝑚 pode ser determinado pela Equação 5. 𝑥𝑥𝑚𝑚𝑖𝑖 = 𝑥𝑥𝑖𝑖−1 + 𝑥𝑥𝑖𝑖 2 (5) Na Figura 3, podemos definir que: � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = �ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑚𝑚1)� + �ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑚𝑚2)� + �ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑚𝑚3)� + �ℎ ∙ 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑚𝑚4)� = Á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑎𝑎 Sendo ℎ o valor do comprimento da base do retângulo multiplicado pela sua altura dada por 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑚𝑚). Generalizando, podemos definir que a integral de 𝑓𝑓(𝑥𝑥) no intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] é dada pela Equação 6 para o método dos retângulos com a altura centrada. � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = ℎ ∙ �𝑓𝑓�𝑥𝑥𝑚𝑚1� + 𝑓𝑓�𝑥𝑥𝑚𝑚2� + 𝑓𝑓�𝑥𝑥𝑚𝑚3� + ⋯+ 𝑓𝑓�𝑥𝑥𝑚𝑚𝑛𝑛�� (6) Sendo 𝑛𝑛 o número de subintervalos adotados. Exemplo 5: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 1 1+𝑥𝑥 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [0; 2], podemos aplicar o método dos retângulos com a altura centrada. Adotaremos quatro subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 4). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 2 − 0 4 ⇒ ℎ = 0,5 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x4 x 0 0,5 1 1,5 2 Com esses valores, podemos determinar os valores médios 𝑥𝑥𝑚𝑚 dos quatro intervalos pela Equação 5. Por exemplo, para determinar 𝑥𝑥𝑚𝑚1, 𝑥𝑥𝑚𝑚1 = 𝑥𝑥0 + 𝑥𝑥1 2 𝑥𝑥𝑚𝑚1 = 0 + 0,5 2 ⇒ 𝑥𝑥𝑚𝑚1 = 0,25 10 Para determinar 𝑥𝑥𝑚𝑚2, 𝑥𝑥𝑚𝑚2 = 𝑥𝑥1 + 𝑥𝑥2 2 𝑥𝑥𝑚𝑚2 = 0,5 + 1 2 ⇒ 𝑥𝑥𝑚𝑚2 = 0,75 Da mesma forma, calcula-se 𝑥𝑥𝑚𝑚3 e 𝑥𝑥𝑚𝑚4. 𝑥𝑥𝑚𝑚3 = 𝑥𝑥2 + 𝑥𝑥3 2 𝑥𝑥𝑚𝑚3 = 1 + 1,5 2 ⇒ 𝑥𝑥𝑚𝑚3 = 1,25 𝑥𝑥𝑚𝑚4 = 𝑥𝑥3 + 𝑥𝑥4 2 𝑥𝑥𝑚𝑚4 = 1,5 + 2 2 ⇒ 𝑥𝑥𝑚𝑚4 = 1,75 Podemos, então, definir o seguinte quadro: xm1 xm2 xm3 xm4 xm 0,25 0,75 1,25 1,75 𝒇𝒇(𝒙𝒙𝒎𝒎) = 𝟏𝟏 𝟏𝟏 + 𝒙𝒙𝒎𝒎 0,8 0,571429 0,444444 0,363636 Pela Equação 6, que descreve o método dos retângulos com a altura centrada, � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 0,5 ∙ [0,8 + 0,571429 + 0,444444 + 0,363636] � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 1,089755 11 Exemplo 6: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 𝑒𝑒2𝑥𝑥 5 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [1; 4], podemos aplicar o método dos retângulos com a altura centrada. Adotaremos três subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 3). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 4 − 1 3 ⇒ ℎ = 1 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x 1 2 3 4 Com esses valores, podemos determinar os valores médios 𝑥𝑥𝑚𝑚 dos quatro intervalos pela Equação 5. Por exemplo, para determinar 𝑥𝑥𝑚𝑚1, 𝑥𝑥𝑚𝑚1 = 𝑥𝑥0 + 𝑥𝑥1 2 𝑥𝑥𝑚𝑚1 = 1 + 2 2 ⇒ 𝑥𝑥𝑚𝑚1 = 1,5 Para determinar 𝑥𝑥𝑚𝑚2, 𝑥𝑥𝑚𝑚2 = 𝑥𝑥1 + 𝑥𝑥2 2 𝑥𝑥𝑚𝑚2 = 2 + 3 2 ⇒ 𝑥𝑥𝑚𝑚2 = 2,5 Da mesma forma, calcula-se 𝑥𝑥𝑚𝑚3. 𝑥𝑥𝑚𝑚3 = 𝑥𝑥2 + 𝑥𝑥3 2 𝑥𝑥𝑚𝑚3 = 3 + 4 2 ⇒ 𝑥𝑥𝑚𝑚3 = 3,5 12 Podemos, então, definir o seguinte quadro: xm1 xm2 xm3 xm 1,5 2,5 3,5 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝒆𝒆𝟐𝟐𝒙𝒙 𝟓𝟓 4,017107 29,682632 219,326632 Pela Equação 6, que descreve o método dos retângulos com a altura centrada, � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 1 ∙ [4,017107 + 29,682632 + 219,326632] � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 253, 026371 TEMA 3 – MÉTODO DOS TRAPÉZIOS O método do trapézio consiste na aproximação da área do gráfico abaixo da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) com um trapézio para determinação da integral ∫ 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥𝑏𝑏 𝑎𝑎 . Entretanto, essa aproximação em apenas um trapézio pode resultar em um desvio grande em relação ao valor real da integral (Chapra; Canale, 2002). Por isso, podemos utilizar essa aproximação em múltiplos subintervalos de forma a aproximar melhor a área sob a curva com uma série de áreas trapezoidais, conforme mostra a Figura 4. Figura 4 – Método dos trapézios para integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) Fonte: Fonseca, 2020. 13 Veja que, no segundo caso da Figura 4, o intervalor [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] foi dividido em quatro subintervalos (𝑛𝑛 = 4). O método dos trapézios determina o passo ℎ pela Equação 2, de acordo com o número 𝑛𝑛 de subintervalos. Entretanto, esse passo ℎ não precisa ser constante. Pode-se adotar diferentes valores de ℎ para cada subintervalo. No segundo caso da Figura 4, podemos aproximar a integral ∫ 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥𝑏𝑏 𝑎𝑎 da soma da área dos trapézios, � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = � ℎ ∙ �𝑓𝑓(𝑥𝑥0) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥1)� 2 � + � ℎ ∙ �𝑓𝑓(𝑥𝑥1) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥2)� 2 � + � ℎ ∙ �𝑓𝑓(𝑥𝑥2) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥3)� 2 � + � ℎ ∙ �𝑓𝑓(𝑥𝑥3) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥4)� 2 � = Á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑎𝑎 � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = ℎ 2 �𝑓𝑓(𝑥𝑥0) + 2�𝑓𝑓(𝑥𝑥1) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥2) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥3)� + 𝑓𝑓(𝑥𝑥4)� Sendo ℎ o valor do comprimento da altura do trapézio multiplicado pela soma das bases cujos comprimentos são dados por 𝑓𝑓(𝑥𝑥) nos respectivos valores de 𝑥𝑥. Generalizando, podemos definir que a integral de 𝑓𝑓(𝑥𝑥) no intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] é dada pela Equação 7 para o método dos trapézios. � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = ℎ 2 �𝑓𝑓(𝑥𝑥0) + 2�𝑓𝑓(𝑥𝑥1) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥2) + ⋯+ 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛−1)� + 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛)� (7) Sendo 𝑛𝑛 o número de subintervalos adotados. Exemplo 7: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 1 1+𝑥𝑥 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [0; 2], podemos aplicar o método dos trapézios. Adotaremos quatro subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 4). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 2 − 0 4 ⇒ ℎ = 0,5 14 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x4 x 0 0,5 1 1,5 2 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝟏𝟏 𝟏𝟏 + 𝒙𝒙 1 0,666667 0,5 0,4 0,333333 Pela Equação 7, que descreve o método dos trapézios, � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 0,5 2 ∙ [1 + 2 ∙ (0,666667 + 0,5 + 0,4) + 0,333333] � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 1,116667 Exemplo 8: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 𝑒𝑒2𝑥𝑥 5 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [1; 4], podemos aplicar o método dos trapézios. Adotaremos quatro subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 3). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 1 − 4 3 ⇒ ℎ = 1 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: xm1 xm2 xm3 xm4 xm 0,25 0,75 1,25 1,75 𝒇𝒇(𝒙𝒙𝒎𝒎) = 𝟏𝟏 𝟏𝟏 + 𝒙𝒙𝒎𝒎 0,8 0,571429 0,444444 0,363636 Pela Equação 7, que descreve o método dos trapézios: � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 1 2 ∙ [0,8 + 2 ∙ (0,571429 + 0,444444) + 0,363636] � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 390, 440093 15 TEMA 4 – REGRA DE SIMPSON Buscando melhor precisão nas estimativas, outra forma de determinar a integral de uma função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) em função de 𝑥𝑥, limitada em um intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] é aproximando a área sob a função 𝑓𝑓(𝑥𝑥), mais complexa, de polinômios com alto grau (conforme Figura 5). Esse método de aproximação é denominado regra de Simpson (Chapra; Canale, 2002). Figura 5 – Regra de Simpson Fonte: Fonseca, 2020. Na Figura 5, a aproximação a partir dos pontos é feita para uma única função polinomial. Entretanto, podemos aplicar esse método em intervalos de 𝑥𝑥, de forma a aproximar um conjunto de pontosa uma função polinomial (Chapra; Canale, 2002), conforme veremos na regra 1/3 de Simpson e na regra 3/8 de Simpson. 4.1 Regra 1/3 de Simpson Essa regra consiste na aproximação da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) a função polinomial quadrática (Figura 6). Contudo, para esse método ser utilizado, é necessário atender algumas condições (Jarletti, 2018): • É preciso a definição de um passo ℎ constante. • É preciso a definição de um número 𝑛𝑛 de subintervalos par. 16 Veja na Figura 6 que essas condições são necessárias para que seja possível trabalhar com pares de subintervalos para as aproximações polinomiais, uma vez que a aproximação para uma função quadrática faz uso de três pontos. Figura 6 – Regra 1/3 de Simpson Fonte: Fonseca, 2020. Para determinar a integral da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) em função de 𝑥𝑥 no intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] pela regra 1/3 de Simpson, utilizaremos a Equação 8. � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = 1 3 ℎ ∙ � 𝑓𝑓 (𝑥𝑥0) + 4 ∙ (𝑓𝑓(𝑥𝑥1) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥3) + ⋯ ) +2 ∙ (𝑓𝑓(𝑥𝑥2) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥4) + ⋯ ) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛)� (8) Sendo 𝑛𝑛 o número de subintervalos adotado. Exemplo 9: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 1 1+𝑥𝑥 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [0; 2], podemos aplicar a regra 1/3 de Simpson. Adotaremos seis subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 6). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 2 − 0 6 ⇒ ℎ = 0,333333 17 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x4 x5 x6 x 0 0,333333 0,666667 1 1,333333 1,666667 2 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝟏𝟏 𝟏𝟏 + 𝒙𝒙 1 0,750000 0,6 0,5 0,428571 0,375 0,333333 Pela Equação 8, que descreve a regra 1/3 de Simpson, � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 1 3 (0,333333) ∙ � 1 + 4 ∙ (0,750000 + 0,5 + 0,375) +2 ∙ (0,6 + 0,428571) + 0,333333� � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 1,098942 Exemplo 10: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 𝑒𝑒2𝑥𝑥 5 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [1; 4], podemos aplicar a regra 1/3 de Simpson. Adotaremos três subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 3). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 4 − 1 3 ⇒ ℎ = 1 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x 1 2 3 4 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝒆𝒆𝟐𝟐𝒙𝒙 𝟓𝟓 1,477811 10,919630 80,685759 596,191597 Pela Equação 8, que descreve a regra 1/3 de Simpson, � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 1 3 (1) ∙ � 1,477811 + 4 ∙ (10,919630) +2 ∙ (80,685759) + 596,191597� 18 � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 267, 573149 4.2 Regra 3/8 de Simpson Essa regra consiste na aproximação da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) a função polinomial de terceiro grau. Contudo, para esse método ser utilizado, é necessário atender algumas condições (Jarletti, 2018): • É necessária a definição de um passo ℎ constante. • É necessária a definição de um número 𝑛𝑛 de subintervalos múltiplo de três. Veja na Figura 7 que essas condições são necessárias para que seja possível trabalhar com subintervalos triplos para as aproximações polinomiais, uma vez que a aproximação para uma função polinomial de grau três faz uso de quatro pontos. Figura 7 – Regra 3/8 de Simpson Fonte: Fonseca, 2020. De forma semelhante ao método anterior, para determinar a integral da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) em função de 𝑥𝑥 no intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏] pela regra 3/8 de Simpson, utilizaremos a Equação 9. � 𝑓𝑓(𝑥𝑥) 𝑑𝑑𝑥𝑥 𝑏𝑏 𝑎𝑎 = 3 8 ℎ ∙ �𝑓𝑓 (𝑥𝑥0) + 3 ∙ (𝑓𝑓(𝑥𝑥1) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥2) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥4) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥5) + ⋯ ) +2 ∙ (𝑓𝑓(𝑥𝑥3) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥6) + ⋯ ) + 𝑓𝑓(𝑥𝑥𝑛𝑛) � (9) 19 Sendo 𝑛𝑛 o número de subintervalos adotado. Exemplo 11: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 1 1+𝑥𝑥 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [0; 2], podemos aplicar a regra 3/8 de Simpson. Adotaremos seis subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 6). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 2 − 0 6 ⇒ ℎ = 0,333333 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x4 x5 x6 x 0 0,333333 0,666667 1 1,333333 1,666667 2 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝟏𝟏 𝟏𝟏 + 𝒙𝒙 1 0,750000 0,6 0,5 0,428571 0,375 0,333333 Pela Equação 9, que descreve a regra 3/8 de Simpson, � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 3 8 (0,333333) ∙ �1 + 4 ∙ (0,750000 + 0,6 + 0,428571 + 0,375) +2 ∙ (0,5) + 0,333333 � � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 1,099256 Exemplo 12: Para determinar a integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 𝑒𝑒2𝑥𝑥 5 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [1; 4], podemos aplicar a regra 3/8 de Simpson. Adotaremos três subintervalos nesse exemplo (𝑛𝑛 = 3). Veja que o passo ℎ, determinado pela Equação 2, será de: ℎ = 4 − 1 3 ⇒ ℎ = 1 20 Assim, os valores de 𝑥𝑥 que limitam os subintervalos são: x0 x1 x2 x3 x 1 2 3 4 𝒇𝒇(𝒙𝒙) = 𝒆𝒆𝟐𝟐𝒙𝒙 𝟓𝟓 1,477811 10,919630 80,685759 596,191597 Pela Equação 9, que descreve a regra 3/8 de Simpson, � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 3 8 (1) ∙ [1,477811 + 3 ∙ (10,919630 + 80,685759) + 596,191597] � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 327,182091 TEMA 5 – COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS Da mesma forma que o número de subintervalos afeta a precisão do resultado estimado para as integrais, os métodos adotados também interferem nessa precisão. Veja o caso da integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 1 1+𝑥𝑥 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [0; 2] nos diferentes métodos. Pelos métodos do cálculo diferencial e integral: � 1 1 + 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥 2 0 = 1,098612 Vamos analisar o erro relativo encontrado em casa um dos exemplos de integração dessa função: MÉTODO NÚMERO DE SUBINTERVALOS RESULTADO ERRO RELATIVO (%) Retângulos com a altura tomada pela esquerda 4 1,283333 16,81 Retângulos com a altura tomada pela direita 4 0,95 13,53 21 Retângulos com a altura centrada 4 1,089755 0,81 Trapézios 4 1,116667 1,64 1/3 de Simpson 6 1,098942 0,03 3/8 de Simpson 6 1,099256 0,06 Veja que, entre os métodos dos retângulos, o método que adota a altura tomada pelo centro foi o que apresentou menor erro relativo no valor estimado para integração. No caso do método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda, houve um excesso, e no método dos retângulos com a altura tomada pela direita, houve uma falta. Isso acontece devido ao fato de f(x) ser uma função decrescente no intervalo de integração. No caso de funções f(x) crescentes, o método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda gera faltas, e o método dos retângulos com a altura tomada pela direita, geram excesso, de forma contrária ao que observamos nesse caso. Entretanto, os erros relativos podem ser semelhantes (Jarletti, 2018). Podemos observar também que a mudança de métodos pode influenciar na precisão da estimativa. Veja que o método dos retângulos e o método dos trapézios foram todos calculados com quatro subintervalos. Ainda assim, o método dos trapézios apresentou um erro relativamente pequeno em relação ao método dos retângulos com a altura tomada pela esquerda e pela direita. Nesse caso, o método dos retângulos com a altura centrada ainda apresentou desvio menor que o método dos trapézios. Para uma melhor análise de como o número de subintervalos interfere na exatidão, vamos recalcular a integral pelo método dos trapézios adotando um maior número de subintervalos. Vamos adotar 10 subintervalos. Com 𝑛𝑛 = 10, teremos um passo de ℎ = 0,2. k xk f(xk) 0 0 1,000000 1 0,2 0,833333 2 0,4 0,714286 3 0,6 0,625000 4 0,8 0,555556 22 5 1 0,500000 6 1,2 0,454545 7 1,4 0,416667 8 1,6 0,384615 9 1,8 0,357143 10 2 0,333333 Pelo método do trapézio, a integral é estimada em ∫ 1 1+𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑥𝑥2 0 = 1,101562. Esse valor apresenta um erro relativo de 0,27% em relação ao valor real obtido pelo método do cálculo diferencial e integral. Veja que o aumento do número de subintervalos reduzir de 4 para 10 reduziu de 0,81% para 0,27% esse desvio. O problema douso de muitos subintervalos é o aumento do número de operações matemáticas necessárias para a resolução da integração. Podemos observar também o aumento na precisão com o uso das regras de Simpson. Veja que ambas as implementações dessa regra (1/3 de Simpson e 3/8 de Simpson) apresentam erros relativos menores que o caso do uso do método dos trapézios com dez subintervalos. Mas a limitação no número de subintervalos nem sempre permite a implementação dessas regras. Vejamos agora a comparação dos métodos para integração da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 𝑒𝑒2𝑥𝑥 5 em função de 𝑥𝑥 no intervalo [1; 4] nos diferentes métodos. Pelos métodos do cálculo diferencial e integral, � 𝑟𝑟2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥 4 1 = 297,356893 Vamos analisar o erro relativo encontrado em casa um dos exemplos de integração dessa função: MÉTODO NÚMERO DE SUBINTERVALOS RESULTADO ERRO RELATIVO (%) Retângulos com a altura tomada pela esquerda 3 93,083200 68,70 Retângulos com a altura tomada pela direita 3 687,796986 131,10 Retângulos com a altura centrada 3 253,026371 14,91 23 Trapézios 3 390,440093 31,30 1/3 de Simpson 3 267,573149 10,02 3/8 de Simpson 3 327,182091 10,03 Veja que essa função foi calculada com o mesmo número de subintervalos para todos os métodos estudados. Nesse caso, a regra de Simpson foi a que apresentou uma melhor precisão na estimativa do resultado da integração. Entre elas, a regra 1/3 de Simpson foi a que apresentou melhor certeza. De modo semelhante que a comparação da integração da função anterior, o método dos trapézios também se mostrou mais preciso que os métodos dos retângulos com a altura tomada pela esquerda e com a altura pela direita. Ao ampliarmos o número de subdivisões do intervalo de integração, observamos também uma melhora na precisão da estimativa. Veja o caso de adotarmos 10 subintervalos no método dos trapézios. Com 𝑛𝑛 = 10, teremos um passo de ℎ = 0,2. k xk f(xk) 0 1 1,477811 1 1,3 2,692748 2 1,6 4,906506 3 1,9 8,940237 4 2,2 16,290174 5 2,5 29,682632 6 2,8 54,085281 7 3,1 98,549808 8 3,4 179,569458 9 3,7 327,196886 10 4 596,191597 Pelo método do trapézio, a integral é estimada em ∫ 𝑒𝑒2𝑥𝑥 5 𝑑𝑑𝑥𝑥4 1 = 297,356893. Esse valor apresenta um erro relativo de 2,98% em relação ao valor real obtido pelo método do cálculo diferencial e integral. Veja que o aumento do número de subintervalos reduzir de 3 para 10 reduziu de 31,3% para 2,98% esse desvio. Mas, novamente, a ampliação dos números de subintervalos acarreta no aumento do número de operações matemáticas necessárias para a resolução da integração. 24 FINALIZANDO Nesta aula, compreendemos que a integração de uma função contínua 𝑓𝑓(𝑥𝑥) em função de 𝑥𝑥 e limitada no intervalo [𝑎𝑎; 𝑏𝑏], que não pode ser determinado por meio dos recursos algébricos do Cálculo diferencial e integral, pode ser estimada por meio de métodos numéricos aplicados. No entanto, essas estimativas podem ser aprimoradas com uso de recursos computacionais que possibilitam determinar melhores aproximações para a integração com a divisão desse intervalo em maior número de subintervalos. Existem diversos métodos numéricos para o cálculo de integrais de uma função. Alguns métodos, como as regras de Simpson, permitem uma melhor aproximação, mas acarretam limitações no número de subintervalos. Por esse motivo, o método dos trapézios é comumente empregado nas implementações computacionais, por utilizar operações simples e não apresentar limitações no número de subdivisões adotado. Uma limitação de todos os métodos estudados para integração numérica é que exigem que a função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) a ser integrada seja conhecida, impossibilitando a integração apenas a partir de pontos conhecidos sobre a função. 25 REFERÊNCIAS CHAPRA, S. C.; CANALE, R. P. Numerical methods for engineers: with softwares and programming applications. 4th. ed. New York: The McGraw-Hill, 2002. JARLETTI, C. Cálculo numérico. Curitiba: InterSaberes, 2018. THOMAS, G. B. Cálculo. 10. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2002. v. 1. Conversa inicial FINALIZANDO REFERÊNCIAS
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