SETORES DAS AGÊNCIAS MARÍTIMAS

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 Saiba mais
As navegações que fazem parte do setor de transporte aquaviário requerem atenção e policiamento
constante para que haja harmonia e tranquilidade. Seguindo este pensamento, você imagina a
responsabilidade que a autoridade e a polícia marítima ao lidarem com situações de irregularidade e
infrações na lei? Para isso, é preciso se aprofundar mais no assunto.
No site Portos e costas você, estudante, pode encontrar mais informações e entender melhor sobre as
atividades exercidas. Visite, estude e adquira ainda mais conhecimento.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
A atuação das agências marítimas abrange grande parte da rotina dos portos, incluindo a negociação para
contratação do frete, consolidação de carga a ser transportada, despacho burocrático mediante
documentação pertinente, formalização dos contratos, que são importantes para manter a ordem, a
segurança e a legalidade das cargas que são transportadas, entre outras etapas que veremos neste capítulo.
Por sua vez, o agenciador marítimo auxilia e representa o armador perante as autoridades portuárias,
realizando as intermediações de embarcações, prestar serviços visando tanto a importação quanto a
exportação de mercadorias ou bens. O Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) é uma importante
plataforma de serviços do setor portuário, em que tramitam os contratos que são necessários durante os
processos de transporte. Estes conceitos e estas explicações são apresentados nesta aula a seguir.
O COMÉRCIO EXTERIOR NO SETOR PORTUÁRIO
As atividades de compra e venda internacional são denominadas de Comércio Exterior, atividades estas que
englobam os produtos e serviços, a importação e a exportação. O comércio exterior é instigado pelo
relacionamento entre nações, as quais necessitam trocar mercadorias por motivos diversos, sendo alguns: a
abundância ou, até mesmo, a falta de recursos, clima, capital e trabalho (KEEDI, 2004). É possível compreender
que no comércio exterior,
Aula 2
SETORES DAS AGÊNCIAS MARÍTIMAS
A atuação das agências marítimas abrange grande parte da rotina dos portos.
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Os relacionamentos internacionais têm grande importância quando se trata de garantir o fornecimento de
mercadorias e bens de consumo, as mercadorias intermediárias e matérias-primas que são essenciais para
fabricar bens de grande valor agregado, além disso, também gera escala de comércio e o aumento do �uxo de
capitais e investimentos diante das nações desenvolvidas. O comércio exterior é indispensável para as nações
em desenvolvimento, pois age como um instrumento de crescimento econômico, assegurando a colocação de
produtos em mercado internacional, e acaba por signi�car a entrada de receita extra necessária para atender
sua balança comercial, equilibrando suas necessidades de bens, mercadorias, capital e tecnologia (MARINHO;
PIRES, 2002).
O Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior) é um mecanismo administrativo que complementa as
atividades de registro, o acompanhamento e o controle de operações dentro do comércio exterior. Dentro
desse sistema de comércio exterior existe o agenciador marítimo, o qual se constitui em mandatário do
armador e que se porta dentro dos limites deste mandato, não se confundindo com a �gura do transportador
marítimo, que seria a empresa de navegação marítima, ou armador, nem mesmo a ele ser comparado para
�ns de responsabilidade por cada ato originário de seu principal (SILVA, 2015).
A realização ou, até mesmo, a contratação de serviços em relação ao navio agenciado não é promovida pelo
agente marítimo, este busca a celeridade de operações e não contrata com terceiros, administrando somente
os interesses passados pelo armador. A visibilidade de prestação de serviços, faz com que o agente marítimo
atenda à embarcação agenciada sem qualquer participação nos lucros que foram obtidos pelo mandante,
tendo sua remuneração de�nida por meio de valores �xados antes acordados entre as partes em que se
levam em consideração o atributo do navio agenciado e o tempo desse agenciamento (SILVA, 2015).
Figura 1 | Agente marítimo
A importância dos relacionamentos transcende os motivos materiais, podendo estar
relacionada a incentivos comerciais em que a compra e venda de mercadorias pode fazer
parte de um conjunto mais abrangente de contatos e ações entre os países.
— (KEEDI, 2004, p. 19)
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Fonte: Shutterstock.
Portanto, diante da impossibilidade de se manter presente simultaneamente em todos os portos, de conhecer
as particularidades de cada um e ter a capacidade de atender às necessidades do navio com uma maior
rapidez e e�ciência possíveis, se faz necessário que o armador constitua o agente marítimo para exercer tais
funções que necessitam de mais atenção e real presença (CASTRO, 2019).
O AGENCIAMENTO MARÍTIMO NO SISCOMEX
Com base na de�nição já feita sobre o agente marítimo, é possível compreender as duas funções prioritárias
que estão sob sua responsabilidade. A primeira compreende atuar como auxiliar de armação, que, de forma
básica, consiste na realização de serviços diretamente ligados ao navio. A outra função é a de auxiliar de
transporte, responsável pela contratação dos transportes de cargas, o que inclui a manipulação de suas
operações e a resolução de todos os tramites burocráticos exigidos para o trânsito de mercadorias (ULIANA
JÚNIOR; WUICIK, 2013).
O contrato celebrado entre as partes tem atribuições que podem variar conforme as cláusulas estabelecidas,
as quais se referem às descrições que são exigidas pelo transportador. Caso a agência marítima seja
contratada para realizar as duas funções, ambas são especi�cadas como:
•  Preparar a embarcação para a entrada; Noti�car as autoridades e importadores da chegada; Apresentar
documentos que foram exigidos.
•  Contratar praticagem, rebocadores e outros prestadores de serviços que são envolvidos.
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•  Tramitação de inspeções que serão realizadas por órgãos �scalizadores referente ao navio e com o Terminal
Marítimo.
•  Acompanhar a supervisão de carregamento e, também, descarregamento de bens e mercadorias que serão
ou que já foram transportadas.
•  Gerenciar o tempo em que o contêiner se encontra em posse do importador.
•  Controlar e �scalizar documentos exigidos.
•  Atender e solucionar as demandas do capitão.
•  Coordenar atendimentos aos fornecedores, técnicos, entre outros;
•  Coordenar e dar assistência às operações do navio e ao embarque, entre outras funções (JUNIOR, WUICIK,
2013).
Figura 2 | Navio atracado
Fonte: Shutterstock.
A agência marítima tem o conhecimento necessário sobre quem �ca responsável por toda a liberação e o que
deve ser feito de acordo com determinadas necessidades. O agente marítimo presta auxílio para o afretador
durante a análise de disponibilidade de origem e do tempo de espera previsto para a atracação. Os
afretadores são empresas que precisam contratar o transporte. São empresas de grande porte e que
possuem muitos ativos. O processo de afretamento envolve negociações nas quaissão discutidos os termos e
as condições comerciais de contrato; o desenvolvimento do contrato em si e sua execução; a fase decorrente
à celebração do contrato, a qual envolve os pagamentos de frete e a sobrestadia; a discussão de eventuais
danos contratuais, como a arbitragem, que se refere a alguma disputa entres as partes. Exemplos de
afretadores: Petrobras, Vale do Rio Doce, Fiat e CSN (WAKAMATSU, 2008).
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Já os fretadores compõem as empresas com capacidade de transportar e que querem disponibilizar seus
espaços vagos por meio de compensação �nanceira. Em outras palavras, o fretador é aquela empresa que
cede a embarcação para o processo de afretamento, sendo então a parte contratada nos afretamentos,
porém, não se deve confundir este papel com o armador. Exemplos de fretadores: Maersk, Olympic, Livanos,
Global e Navegação Guarita (WAKAMATSU, 2008).
CONTRATOS DO SETOR MARÍTIMO
No comércio exterior são desenvolvidos conceitos, códigos e nomenclaturas que tornam possíveis a adoção
de um �uxo único de informações, que são tratados por via informatizada, a qual permite a eliminação de
vários documentos utilizados nos processos de operações. Quanto ao contrato referente ao transporte
marítimo, ele é �rmado entre o transportador e o embarcador, consagrando em grande parte dos
ordenamentos jurídicos, um negócio jurídico consensual, oneroso, bilateral, típico, de duração, cumulativo e
não formal (OTERO; MARTINS, 2010).
Existem algumas modalidades de contrato quando se trata de afretamento. Essas modalidades podem ser
divididas em dois signi�cativos grupos, sendo estas:
Liners: nesta modalidade os navios seguem itinerários que foram prede�nidos, em que os afretadores
contratam espaços desses navios para que transportem suas cargas, na maioria das vezes de porte pequeno.
Como exemplo se tem o navio Ro-Ro.
Tramp: são para cargas que ocupam uma grande parte do navio, deixando-o dedicado para a carga que será
transportada. Um grande exemplo deste tipo de contrato é a carga a granel, como o petróleo, graneleiros, etc.
(WAKAMATSU, 2008).
Agora se tratando dos tipos de contratos:
Contrato VCP (Voyage Charter Party): este contrato se refere ao navio que é contratado para apenas uma
viagem, com a origem e o destino de�nidos, transportando uma determinada quantidade de carga na data
estipulada.
Contrato COA (Contract of A�reightment): este contrato se refere a carregamentos que ocorrem repetidas
vezes. Para este contrato é preferível a contratação de uma capacidade de transporte, que é providenciada
pelo fretador.
Contrato TCP (Time Charter Party): é um contrato de aluguel, o qual o fretador fornece ao afretador a
embarcação durante um determinado período de tempo. Neste contrato o armador permanece com a gestão
náutica, enquanto o afretador �ca responsável pela gestão comercial, em que terá que abastecer e pagar o
combustível e as despesas portuárias.
Contrato BCP (Bareboat Charter Party): também corresponde a um contrato de aluguel, mas diferente do
TCP, é por períodos mais longos (acima de sete anos). Neste contrato, tanto a gestão náutica quanto a gestão
comercial �cam por responsabilidade do afretador, o qual recebe o casco do navio, e tem o dever de tripula-
lo, providenciar os mantimentos, pagar seguros (não todos), abastecer, etc. (WAKAMATSU, 2008).
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Figura 3 | Modelo de contrato no tablet
Fonte: Shutterstock.
O sistema de comércio exterior ainda abrange as classi�cações dos contratos marítimos. A Hipoteca Naval é
um contrato do tipo convencional regido pela Lei nº 5.056/66, o qual está sujeita à jurisdição civil, estabelece o
real direito de garantia e pode ser organizada em benefício do construtor ou �nanciador. O Contrato de
Praticagem consiste em um dos serviços auxiliares da própria navegação, tendo como objetivo a garantia de
segurança da mesma em trechos perigosos ou que sejam de difícil acesso. Já o Contrato de Trabalho da
Tripulação e do Capitão é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, em que os tripulantes, o capitão e
o armador garantem entre si uma ligação de emprego, sendo que aqueles são pessoas físicas que prestam
seus serviços de natureza não contingente sob remuneração a este, assumindo os riscos de atividade
econômica (CORDEIRO, 2011).
VÍDEO RESUMO
O vídeo a seguir traz os conceitos dos setores das Agências Marítima que atuam diariamente nos portos pelo
Brasil, sendo possível compreender o papel do agente marítimo e entender suas funções exercidas, e os
contratos feitos a partir do comércio exterior. Os três temas se unem e se complementam para um melhor
entendimento.
Vídeo resumo
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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