PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO DE SUPRIMENTOS

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INTRODUÇÃO
O planejamento de operações nos portos é importante quando se refere à organização e direção de
atividades, aos serviços, operadores e servidores portuários. O planejamento propõe a veri�cação da situação
atual dos portos, os processos em andamento e a iniciação de outros processos necessários, assim como o
transporte e a movimentação das cargas em terminais portuários.
O descarregamento de cargas também faz parte do planejamento portuário, em que é possível ter o controle
do processo, da documentação e da periculosidade das mercadorias. As cargas a granel são descarregadas
nos portos com auxílio de tubos de sucção. Após desembarcadas são armazenadas e organizadas nos
armazéns portuários. As cargas gerais são desembarcadas com auxílio de guindastes e transportadas até os
armazéns por veículos portuários. Estes conceitos e estas explicações são apresentados nesta aula a seguir.
PLANEJAMENTO DOS PORTOS E TIPOS DE CARGAS A GRANEL
O processo que de�ne o número de portos, suas especializações (cada tipo de carga) e suas localizações é
nomeado de planejamento portuário. Durante esse processo são determinados e veri�cados qual a situação
atual dos portos, o processo de tráfego, a averiguação do mercado e a análise de conformidade de
capacidade. Outros pontos envolvidos nesse processo são os planos mestres, de planos de investimento, de
planos de �nanciamento e evidência de atribuições do transporte marítimo (CUTRIM, 2017).
O conceito de planejamento portuário visa uma realidade no qual o porto não é visto apenas como um
terminal marítimo contingente que realiza o transbordo de carga, mas como uma estrutura complexa que
estabelece uma comunicação com a comunidade local, atuando como uma plataforma logística com
interfaces relacionando eixos de consumidores e produtores, mitigando a interrupção entre o transporte
marítimo e o terrestre. Nesta ação o planejamento necessita de especialistas em áreas como o meio
ambiente, administração, engenheiros, consultores �nanceiros, economistas, usuários e clientes dos serviços,
além dos especialistas em infraestrutura (CUTRIM, 2017). O processo de planejamento portuário, segundo a
Associação Americana de Autoridades Portuárias (AAPA), pode ser de�nido como um processo sistemático e
Aula 1
PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO DE SUPRIMENTOS
O planejamento de operações nos portos é importante quando se refere à organização e direção de
atividades, aos serviços, operadores e servidores portuários.
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contínuo o qual concede aos gestores determinar de forma clara a missão, sua direção e atividades. O
planejamento estratégico explora os ambientes, internos e externos, tendo como alvo a identi�cação de
pontos fortes e pontos fracos, além de designar qual futuro pode ter o sistema portuário (AAPA, 1988).
Nos portos, a atracação das embarcações é feita em locais mais próximos do local de descarga e
armazenamento das cargas transportadas. O desembarque de mercadoria envolve equipamentos de bordo,
empilhadeiras, de transporte dentro do porto e armazenagem, podendo ser em pátio ou um depósito
coberto. Os navios graneleiros são aqueles destinados ao transporte de cargas homogêneas, a granel (não
unitizada), com embarque/desembarque vertical por meio de escotilhas de grandes extensões. O tipo de
navio graneleiro que transporta granéis sólidos e líquidos é chamado de Navio OBO - Ore/Bulk/Oil (VENTURA,
2006).
A carga geral necessita de um processo de arrumação, que é conhecida como estivagem, para ser
transportada no porão de um navio, com ou sem refrigeração. Este processo é feito por trabalhadores
denominados “estivadores” e consiste em organizar as cargas para o embarque ou desembarque. Há vários
tipos de navios e cada um deles realiza transporte de uma determinada mercadoria ou produtos, como o
navio Ro-Ro que realiza o transporte de veículos. São embarcações especializadas, com dois ou três conveses,
e o descarregamento desses veículos é feito através de rampas, localizadas na proa ou na popa. Após serem
desembarcados, os veículos são organizados no pátio do porto que serve como um armazém, até que sejam
liberados para que carretas �nalizem o transporte até o destino da carga (TSL, 2021).
NAVIOS DE CARGA GERAL E A GRANEL
As cargas que serão armazenadas e transportadas pelos portos e terminais portuários também fazem parte
do planejamento portuário. Tendo em vista o embarque e desembarque de carga geral e carga a granel, é
importante entender o que diferencia uma para a outra. A carga geral é o tipo de mercadoria ou produto
devidamente embalado e identi�cado, que pode ser transportado conteinerizado ou solto, em outras
palavras, as mercadorias podem ser embaladas separadamente e em diversos tamanhos, possibilitando a
movimentação de forma unitária. Enquanto isso, a carga a granel não dispõe de embalagem própria e
unitária: esta é transportada em seu estado bruto e em quantidades maiores (SOARES, 2022).
Em tese, existem a carga sólida a granel e a carga líquida a granel. Os produtos que podem ser mensurados
em quilogramas são a carga sólida a granel, isto é, arroz, milho, café, soja, trigo, minerais, entre outros.
Produtos como óleo, petróleo e combustível são cargas líquidas a granel. Os navios graneleiros são os que
transportam esse tipo de carga. Durante o transporte, é preciso acomodar a carga líquida em tanques como
sistema de aquecimento e resfriamento objetivando manter puro e conservado o líquido transportado. É
possível transportar mais de 40 mil toneladas de carga líquida a granel em navios tanques, por exemplo
(SOARES, 2022).
Figura 1 | Carga de carvão
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Fonte: Dreamstime.
Os navios de carga geral são equipados com um guindaste usado para carregar e descarregar o navio nos
portos. Este navio realiza o transporte de sacarias, caixas, veículos encaixotados ou sobre rodas, bobinas de
papel imprensa e aço, barricas, e outros tipos de carga. Alguns descarregamentos são mais demorados que
outros, como é o caso de bobinas de aço que exigem cuidado e paciência: dependendo do tamanho da carga
são necessários mais de dois dias para descarregar o navio por completo, além de condições climáticas
adequadas. As bobinas são descarregadas com auxílio do Spreader ou mesmo o guindaste automatizado
tradicional, são içadas com cuidado para fora do navio e depositadas no chão do porto. O veículo portuário
movimenta a carga até o local de armazenamento, onde será organizada, conferida e bem condicionada para,
posteriormente, ser carregada em caminhões ou carretas a �m de �nalizar o percurso (PRETTO, 2018).
Figura 2 | Navio de carga geral
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Fonte: Dreamstime.
O terminal portuário de cargas é uma vinculação que integra a cadeia logística para recepção, a armazenagem
e o despacho de cargas. Nos terminais, as atividades e os serviços prestados são variados de acordo com as
necessidades de cada cliente, e a produtividade é medida por aspectos como: a velocidade de operação de
embarque e desembarque de navios, as condições físicas e geográ�cas do mar, a localizaçãode centros
consumidores e fornecedores de carga, a segurança nas operações, a taxa de ocupação do porto e as �las.
Para isso, a atuação do planejamento portuário deve ser estratégica e bem articulada, mantendo os portos
como um grande sistema composto por vários outros subsistemas (CARNEIRO, 2014).
PLANEJAMENTOS DE CARGAS
Quando se trata do transporte a granel, é necessário entender que a carga sólida ou líquida está sendo
transportada diretamente nos porões ou tanques da embarcação, isto é, as cargas líquidas ou sólidas não são
encaixotadas, embaladas ou armazenadas em barris antes do granel líquido ser armazenado nos tanques e o
granel sólido nos porões do navio. Em navios de carga a granel líquida o desembarque é feito com o auxílio de
um sistema agrupado por bombas, tubos, válvulas, mangotes (mangueira curta), que está ligado com o
terminal do porto. Essas tubulações vão direto para os armazéns, local em que a carga será armazenada,
conferida e classi�cada, até que sejam transportados ao seu destino �nal (MILHEIRO, 2020).
As cargas a granel sólido têm processos semelhantes aos líquidos. Os grãos, por exemplo, são descarregados
com o auxílio de bombas e tubulações até o armazém ou de um equipamento denominado Grab. Esse
equipamento detém duas ou mais garras e funciona com ajuda do guindaste, suas garras se unem de forma
automática ou semiautomática após recolher uma certa quantidade de granéis. Quando retirada do porão do
navio, a carga de grãos é despejada em um funil, caindo na caçamba de um caminhão, que realiza o
transporte até o armazém. Já no armazém, a carga normalmente é retirada pelas laterais do veículo e
organizada com auxílio de máquinas de construção, como pás carregadeiras. Após serem organizados, são
realizadas as classi�cações e a separação dos grãos, com o intuito de evitar que se misturem enquanto
armazenados nos terminais (iCARROS, 2013).
Figura 3 | Terminal de minério de ferro da China
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Fonte: Dreamstime.
Na administração de descarregamento nos portos, o planejamento passa a ser uma atividade complexa,
independente e interdisciplinar por demandar também o planejamento referente aos demais transportes
utilizados neste processo, os quais não são de responsabilidade portuária. As estratégias de uma estrutura
organizacional estão relacionadas com as essências de seus negócios e suas teorias que os envolvem, com
base no que é apontado por Drucker:
Todos estes processos e estas operações são dependentes do planejamento portuário, e este planejamento
prossegue em paralelo com o modelo de governança. No setor portuário, a governança se apresenta como
um sistema de gestão que envolve estruturas e processo em que são organizados grupos de indivíduos e
instituições em um único propósito comum, ligados às regras, aos regulamentos, à política portuária e ao
marco regulatório, do setor público e privado. Há três condições que se referem ao modelo de governança
portuária: meio ambiente; estratégia e estrutura. O meio ambiente é dividido em três categorias: Ambiente
Toda organização opera em uma teoria do negócio, que é a de�nição de qual é o negócio,
quais são os objetivos, como se de�ne os resultados, quem são os clientes, quais são os
valores que os clientes reconhecem e como pagarão por eles. A estratégia converte essa
teoria do negócio em desempenho. Sua �nalidade é permitir que uma organização possa
atingir os seus resultados desejados em um ambiente imprevisível.
—  (DRUCKER, 1999, p. 4)
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externo que inclui a política, tecnologia e economia; Ambiente industrial que inclui indústrias produtoras de
bens e serviços; e o Ambiente operacional, que são fatores especí�cos, como compradores, fornecedores,
competidores e produtos substitutos (CUTRIM, 2017).
VÍDEO RESUMO
O vídeo a seguir traz os conceitos de Planejamento da Operação Portuária, que engloba também o
desembarque de cargas gerais e cargas a granel. Estes processos exigem muito cuidado e atenção dos
operadores portuários, sendo necessário planejamento para organizar e administrar de forma correta e
coerente os terminais de cargas portuárias. Os três temas se unem e se complementam para um melhor
entendimento.
 Saiba mais
No comércio exterior, o planejamento da operação portuária desenvolve processos e organiza inúmeras
operações, algumas são o desembarque de cargas a granel e cargas gerais. Você já imaginou as etapas e
os números que este processo gera dentro dos portos? Para isso, é preciso se aprofundar mais no
assunto.
No site do Planejamento Portuário, estudante, pode encontrar mais informações e entender melhor
sobre as atividades exercidas. Visite, estude e adquira ainda mais conhecimento.
Bons estudos!
Vídeo resumo
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Aula 2
CARGA CONTEINERIZADA
Os processos de importação e exportação do comércio exterior têm uma importante e notável parcela
na economia mundial, e não poderia ser diferente na economia brasileira.
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https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transporte-aquaviario/copy_of_planejamento-portuario