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1 Inspeção de produtos de origem animal ❖ Controle de qualidade • O controle de qualidade é um sistema de proteção ao produtor e ao consumidor. • A qualidade higiênico sanitária do alimento é um fator de segurança alimentar, portanto para conferi-la, faz necessário adotar medidas de controle a fim de prevenir, reduzir a um nível aceitável ou eliminar um agente físico (unha, cabelo, parafuso), químico (sabão, soda caustica) ou biológico (vírus, bactéria, fungos). • O prestígio do produto alimentício se firma pelas qualidades que apresenta, por seu aspecto, pela idoneidade de seu fabricante e, sobretudo pela uniformidade de seu padrão. → Qualidade » Legislação – padrão de identidade e qualidade » Consumidor – grau de aceitabilidade → Controle de qualidade » É responsável por verificar se o produto está nos padrões de qualidade, detecta problemas e sugere modificações para a correção das folhas. » O que determina a qualidade do produto? - higiene; tecnologia; capacitação dos funcionários; etc - rigidez no controle ❖ Atributos de qualidade • Todo produto possui uma série de atributos característicos, é a chamada de qualidade, cuja existência irá definir o sucesso ou insucesso em sua comercialização. • Esta qualidade é observada principalmente por dois aspectos fundamentais. → O consumidor que busca características desejáveis, seja do ponto de vista econômico, nutricional, estético etc. → A legalidade, onde o produto passa por uma série de análises laboratoriais e é classificado dentro de padrões pré-estabelecidos e a sua qualidade final é testada. ❖ Riscos dos Alimentos • Alergias alimentares • Intoxicação alimentar (toxina do alimento) • Infecção alimentar (bactéria do alimento) • Zoonoses → São transmitidas tanto por aves de produção quanto por aves silvestres, podendo ser divididas em: » Zoonoses bacterianas, causadas por bactérias; » Zoonoses víricas, causadas por vírus; » Zoonoses fúngicas, causadas por fungos; » Zoonoses parasitárias, causadas por parasitas. → Entre as principais zoonoses bacterianas aviárias, pode se destacar a Campylobacter, a Salmonella e a Micotoxicose. • Aditivos incidentais → Ex.: agentes químicos utilizados sobre a pele da vaca (antiparasitários) ❖ Legislação • Lei 1283 - decreto n°30.691, 29 de março de 1952 – Aprova o regulamento da inspeção industrial de produtos de origem animal (RIISPOA) → Atualizado em 2017, onde teve a inclusão das novas normas voltadas para garantir segurança, novidade alimentar e combater a fraude econômica. Temas ligados ao respeito ao meio ambiente, a sustentabilidade, ao bem- estar animal e programas de autocontrole (PAC) → Atualizado novamente em 2020 → Os produtos não comestíveis, como resíduos da produção industrial e as partes animais não consumíveis obtidas no processo de abate ou processamento de carnes, foram retirados do escopo de obrigação prevista pelo RIISPOA. (se tornou obrigação da indústria) ❖ Atuação da inspeção na indústria Comércio interestadual Nacional internacional Comércio intermunicipal SIE SIF SIM 2 • S.I.F. → no âmbito federal os estabelecimentos devem obedecer às normativas do MAPA, os produtos são identificados pelo selo SIF e podem ser comercializados em todo país e ou serem exportados. É realizado pelo MAPA. • S.I.E. → atua nos estabelecimentos que comercializam dentro do Estado, realizado pelas secretarias Estaduais da Agricultura. Ex.: SEAPEC (secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento). No estado de São Paulo a fiscalização estadual é feita pelo Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo (SISP), sendo que os estabelecimentos devem estar registrados no Centro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (CIPOA), da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, que aprova os seus produtos e neste caso, podem ser comercializados em todo o estado de São Paulo. • S.I.M. → o município é quem faz as normas e regulamentos para a produção de POA e esses produtos só podem ser comercializados dentro do município. É realizado pelas secretarias municipais da agricultura. • SISB-POA: Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal → Originou-se a partir da publicação da lei federal n° 1283 de 1950 determinando que todos os Produtos de Origem Animal (POA), para serem oferecidos ao consumo, devem passar por uma inspeção prévia industrial e sanitária e ser executada pelo poder público. → Visando padronizar essas atividades para que sejam iguais em todos os estabelecimentos, independentemente da esfera de inspeção, foi constituído, como parte do sistema unificado de atenção á sanidade agropecuária (SUASA), o SISBI-POA. → Essa inspeção de POA pode ser atribuída ao município, estado, distrito federal ou união. → O SISBI-POA padroniza os conceitos, princípios e procedimentos de inspeção, para que as inspeção e fiscalizações de todas as esferas se tornarem equivalentes e com isso possam alcançar os mesmos objetivos de inspeção, fiscalização, inocuidade e qualidade dos produtos permitindo-se assim que eles sejam comercializados em todo território nacional. → Tem adesão voluntária e o serviço de inspeção é coordenado pelo MAPA e o DIPOA (departamento de inspeção). • Objetivos gerais do SISBI-SUASA → Integrar as ações dos serviços de inspeção oficiais → Padronizar e harmonizar procedimentos de inspeção e fiscalização visando a garantia da inocuidade dos alimentos. → Compartilhar responsabilidades de Saúde Pública no país. • Estrutura e Atribuições do Sistema Brasileiro de Inspeção MAPA quem fiscaliza Serviço de inspeção DISPOA coordenador Serviço de Inspeção dos Adesão Voluntária Estados, Distrito Federal e Municípios • Requisitos para obtenção da equivalência → Infraestrutura administrada (os setores precisam estar em acordo) → Inocuidade dos alimentos (POA) → Qualidade dos alimentos (POA) → Prevenção e combate à fraude econômica → Controle ambiental (controle dos resíduos) → Combate a clandestinidade (todos os alimentos envolvidos devem estar documentados, para garantir a rastreabilidade. ❖ Vantagens da melhoria dos Serviços de Inspeção • Melhoria na prestação de serviço a população; • Garantia de alimentos seguros; • Respeito ao código de defesa do consumidor; • Estímulo à formalização das agroindústrias; • Ampliação do mercado consumidor para as agroindústrias inspecionadas; • Incremento da geração de empregos e renda, com função de mão-de-obra no campo; • Atração de mais agroindústria para a região. ❖ Como realiza a Inspeção e a fiscalização • Inspeção: ato de verificar (olhar) • Fiscalização: verificação e registros → C (conforme) → NC (não conforme) ❖ Onde é realizada a inspeção? • Qualquer estabelecimento de P.O.A.; • Casas atacadistas que recebem, armazenam P.O.A.; • Estabelecimento de abate, de diferentes espécies de animais; • Portos, aeroportos, postos de fronteira e aduanas. Qualidade higiênica, sanitária e tecnológica → Higiênica: pessoal, instalações e equipamentos; → Sanitária: agentes físicos, químicos e biológicos; → Tecnológica: valor nutritivo e inocuidade 3 ❖ Classificação dos estabelecimentos • Carne e derivados; → Abatedouro frigorífico; → Unidade de beneficiamento de carne e produtos cárneos. • Pescado e derivados; → Barco fábrica; → Abatedouro frigorífico de pescado; → Unidade de beneficiamento de pescado e produtos de pesca; → Estação depuradora de molusco bivalves. • Ovos e derivados; → Granja avícola; → Unidades de beneficiamentode ovos e derivados. • Leite e derivados; • Produtos de abelhas e derivados; → Unidade de extração e beneficiamento de produtos de abelhas; → Entreposto de beneficiamento de produtos de abelhas e derivados. • Armazenagem; → Entreposto de produtos de origem animal; → Casa atacadista. ❖ Como é realizada a Inspeção x Fiscalização • Modelo de Inspeção → Controle de processo • Inspeção contínua e sistemática: fatores que interfiram na qualidade higiênica e sanitária. • Inspeção oficial: → Verificação, implantação e manutenção dos programas de autocontrole (EI e AI) » EI: elementos de inspeção: 4 categorias de macroprocesso - matéria prima; - instalações e equipamentos; - pessoal; - metodologia de produção; » AI: área de inspeção - grupo 1: permanente (todos os dias) - grupo 2: periódica (de 15 em 15 dias, mês em mês) ❖ Programas de segurança alimentar • Boas práticas de fabricação (BPF) • Procedimento padrão de higiene operacional (PPHO) • Análises de perigo e pontos críticos de controle (APPCC) ❖ Risco estimado • Não se aplicam aos estabelecimentos: casas atacadistas, curtumes, estábulos leiteiros e queijarias. • O risco estimado será obtido pela caracterização dos riscos associados ao: → Volume de produção; (100 animais ao dia) → Produto; (carcaça bovina) → Desempenho do estabelecimento quanto ao atendimento à legislação aplicável a fiscalização. • O risco associado ao volume de produção (RV) será caracterizado pela classificação do estabelecimento quanto ao volume produzido. • O risco associado ao produto (RP) será caracterizado pelas categorias às quais os produtos estão associados. • O risco associado ao desempenho do estabelecimento quanto ao atendimento à legislação aplicável a fiscalização (RD). • Cálculo do risco estimado associado ao estabelecimento: Volume de produção (RV) Produto (RP) Legislação (RD) Risco estimado (RE) RE = (RV + RP + 2 RD) 4