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2a SÉRIE Aula 12 – 3º bimestre Sociologia Etapa Ensino Médio Modo de vida tradicional e sustentabilidade ambiental Modo de vida tradicional e a sustentabilidade ambiental nos territórios tradicionais e nas Unidades de Conservação. Compreender a dinâmica das relações entre os Povos e Comunidades Tradicionais e as políticas de preservação ambiental centrada na criação de Unidades de Conservação de proteção integral e de uso sustentável. Conteúdo Objetivo (EM13CHS302) Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise, considerando o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromisso com a sustentabilidade. Analise as imagens de satélite que mostram a área da “Amazônia Legal” (traçado verde) 3 MINUTOS As marcações em vermelho mostram áreas desflorestadas entre 2000 e 2020 Os traçados em laranja são Terras Indígenas (TI) homologadas na região Os traçados em amarelo e rosa são Unidades de Conservação (UC) AMAZÔNIA LEGAL TI’s UC’s Para começar A partir das imagens, compartilhe sua opinião com a turma acerca da seguinte indagação: é possível afirmar que a existência das Terras Indígenas contribui para a conservação do bioma amazônico, tanto quanto as Unidades de Conservação? 3 MINUTOS VIREM E CONVERSEM Para começar A disputa pelos recursos disponíveis tanto no subsolo (minérios, gás, petróleo etc.) quanto na superfície (madeira, água etc.) do território brasileiro, não só no bioma amazônico, mas também no Cerrado, na Mata Atlântica e no Pantanal, há tempos tem sido o cerne de conflitos envolvendo interesses diversos. Na imagem, campo natural de sempre-vivas, na Serra do Cabral (MG). O Cerrado é um bioma ameaçado e onde vivem diversas comunidades tradicionais, como os Apanhadores de flores e os Veredeiros Foco no conteúdo Por um lado, existe a pressão de parte da sociedade pelo desenvolvimento da economia, que, para alguns agentes econômicos e políticos, implica a construção de estradas e usinas hidrelétricas, a expansão das fronteiras agrícolas e pecuárias, a exploração mineral e madeireira, entre outras atividades de grande impacto ambiental. Área desmatada da floresta amazônica para atividades ligadas à agropecuária Foco no conteúdo Por outro lado, existe também a pressão de outros atores sociais pela preservação da biodiversidade e dos ecossistemas. Para isso, uma das principais políticas tem sido a criação de Unidades de Conservação (UC). Na imagem, observa-se o Parque Estadual Morro do Diabo (amarelo) e a Estação Ecológica Mico-leão-preto (rosa), em Teodoro Sampaio/SP. Essas UC constituem “ilhas” de preservação de remanescentes de Mata Atlântica em meio a áreas de agricultura e pecuária no oeste paulista Foco no conteúdo Em meio às disputas em torno dos usos da terra e do solo, estão os Povos e Comunidades Tradicionais (PCT), que reivindicam o reconhecimento por parte do poder público de que seus modos de vida e suas práticas agroextrativistas tradicionais contribuem para a conservação ambiental dos territórios que ocupam. Quilombo Cambury, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Território tradicional em meio à Serra do Mar Foco no conteúdo Assim, o reconhecimento e a demarcação dos territórios tradicionais dos PCT, combinados com a criação de Unidades de Conservação, tem se configurado como política estratégica para garantir a preservação das culturas, das identidades e dos modos de vida desses grupos e a conservação ambiental. Na imagem, destaca-se a Terra Indígena Piaçaguera (traçado laranja), localizada no município de Peruíbe, litoral sul de São Paulo, área de Mata Atlântica conservada contra o avanço imobiliário na região Foco no conteúdo No entanto, há casos de UC de proteção integral, nos quais admite-se apenas o uso indireto dos recursos naturais, sobrepostas a territórios de comunidades, impondo restrições a práticas tradicionais como pesca, caça, roça e extrativismo, o que tem causado inúmeros conflitos. Na imagem, caiçara empurra seu barco na Estação Ecológica Jureia-Itatins, município de Iguape-SP. Criada em 1986, a UC de proteção integral se sobrepôs aos territórios tradicionais de comunidades caiçaras que vivem ali desde meados de 1850. Desde então, essas comunidades vivenciam conflitos que tensionam sua saída da área protegida Foco no conteúdo Segundo Antônio Carlos Diegues (2019), “esses conflitos entre comunidades tradicionais e Unidades de Conservação ocorrem porque, no Brasil, a questão dos territórios tradicionais e a apropriação social de seus recursos, somente há pouco tempo, vêm recebendo atenção (...). Uma das razões é que muitos deles são tratados como espaços vazios ainda que sejam habitados por comunidades tradicionais, socialmente invisíveis até recentemente. Somente há pouco tempo esses grupos sociais tornaram-se socialmente mais visíveis, quando começaram a se organizar e resistir às expulsões de seus territórios”. (DIEGUES, 2019, p. 125) Foco no conteúdo Mediante as reivindicações dos PCTs, existem também UCs de uso sustentável, nas quais os saberes e as práticas tradicionais são determinantes para o manejo e a conservação do meio ambiente. É o caso das Reservas Extrativistas (Resex), espaços territoriais destinados à exploração autossustentável e à conservação dos recursos naturais renováveis, por população extrativista. (BRASIL, 1990, art. 1º) Áreas das Resex Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio (rosa), em Altamira-PA. No plano superior, manchas vermelhas indicam desmatamento Foco no conteúdo As Resex são o resultado de muitas lutas das populações que vivem das florestas contra processos de expropriação gerados por projetos de desenvolvimento ou pela criação de UC, bem como contra a grilagem e o desmatamento. Esses movimentos contam com o apoio de atores como o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública, ONGs e institutos de pesquisa e ensino. O vídeo apresenta relatos de ribeirinhos, indígenas, seringueiros e agricultores familiares que vivem dos recursos da Resex Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio Foco no conteúdo Para Jaqueline Andrade, da organização Terra de Direitos, e Claudia Sala Pinho, articuladora da Rede dos PCT do Brasil: "São os povos e comunidades tradicionais que protegem os biomas, as florestas, os rios, que possuem sabedoria para viver e conviver com a natureza. É através da sabedoria popular desses sujeitos, na compreensão das fases lunares, manejo das serras, das vazantes, da sabedoria medicinal sobre cascas, folhas, frutos, bulbos, raízes, do manejo adequado do solo e das pragas, do tempo certo e modo da limpa (como as roças-de-toco), plantio, colheita, da pesca e caça, pelas músicas, danças, hábitos alimentares, cultivo e proteção das sementes crioulas que se mantém e perpetua os territórios tradicionais e, logo, a preservação e conservação da biodiversidade.” (ANDRADE; PINHO, 2022) Foco no conteúdo 2 MINUTOS Sobre os Territórios Tradicionais e as Unidades de Conservação, é correto afirmar que: Somente as Unidades de Conservação têm o potencial para proteger a biodiversidade dos ecossistemas a partir dos conhecimentos científicos; A sobreposição de territórios tradicionais nas Unidades de Conservação facilita a exploração ilegal dos recursos naturais que deveriam ser protegidos; A sobreposição de Unidades de Conservação sobre territórios de comunidades caiçaras e quilombolas não têm nenhuma relação com conflitos socioambientais que afligem esses grupos; A sobreposição de Unidades de Conservação sobre territórios tradicionais é ambientalmente estratégica, desde que garanta os modos de vida dos povos e das comunidades que neles vivem. Na prática Correção Sobre os Territórios Tradicionais e as Unidades de Conservação, é correto afirmar que: Somente as Unidadesde Conservação têm o potencial para proteger a biodiversidade dos ecossistemas a partir dos conhecimentos científicos; A sobreposição de territórios tradicionais nas Unidades de Conservação facilita a exploração ilegal dos recursos naturais que deveriam ser protegidos; A sobreposição de Unidades de Conservação sobre territórios de comunidades caiçaras e quilombolas não têm nenhuma relação com conflitos socioambientais que afligem esses grupos; A sobreposição de Unidades de Conservação sobre territórios tradicionais é ambientalmente estratégica desde que garanta os modos de vida dos povos e das comunidades que neles vivem. Na prática Elabore um texto dissertativo-argumentativo a partir da seguinte questão: qual a importância dos Povos e Comunidades Tradicionais para a biodiversidade? Aplicando Os territórios dos PCT são importantes para a conservação ambiental, juntamente com as Unidades de Conservação (UC), que são áreas naturais relevantes para o Brasil e protegidas por lei com o objetivo de garantir a preservação da biodiversidade; Existem UC de proteção integral que se sobrepõem aos territórios tradicionais, dificultando a reprodução sociocultural dos grupos que neles vivem. Ao mesmo tempo, existem outros modelos de UC de uso sustentável que viabilizam os modos de vida tradicionais; A luta dos PCT é pelo reconhecimento de que seus saberes e fazeres contribuem para a sustentabilidade e a preservação da biodiversidade. O que aprendemos hoje? Tarefa SP Localizador: 99174 Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”. Copie o localizador acima e cole no campo de busca. Clique em “Procurar”. Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/ 19 Slide 4 – LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2011. p. 355-367. Slide 11 – DIEGUES, Antônio Carlos. Conhecimentos, práticas tradicionais e a etnoconservação da natureza. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 50, p. 116-126, abr. de 2019. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/335318275_Conhecimentos_praticas_tradicionais_e_a_etnoconservacao_da_natureza. Acesso em: 6 jul. 2023. Slide 14 – ANDRADE, Jaqueline; PINHO, Claudia Sala. A luta segue: povos e comunidades tradicionais devem ser contemplados por uma política nacional. Terra de Direitos, 2022. Disponível em: https://terradedireitos.org.br/acervo/artigos/a-luta-segue-povos-e-comunidades-tradicionais-devem-ser-contemplados-por-uma-politica-nacional/23816. Acesso em: 6 jun. 2023. Referências Lista de imagens e vídeos Slides 3, 4, 7, 9 e 12 – https://terrasindigenas.org.br/. Instituto Socioambiental. Slide 5 – https://abre.ai/gpH6. Pesquisa Fapesp. Slide 6 – https://abre.ai/gpH8. Observatório Terceiro Setor. Slide 8 – https://abre.ai/gpIa. Marcos Santos/USP Imagens. Slide 10 – https://abre.ai/gpIb. Fernanda Seavon/Folhapress. Slide 13 – https://youtu.be/7rcmU7Lq-mw. Instituto Socioambiental. Referências Material Digital
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