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Programa da Prática Médica Caso 1 Aula Prática 1 Imobilização Cervical O colar cervical é primordial em todos os aspectos de prevenção de agravos de lesão na coluna cervical, principalmente após traumas. No atendimento pré-hospitalar (APH) geralmente se usa o colar cervical rígido em vítimas de trauma, com os objetivos de imobilizar, limitar a movimentação da coluna cervical, dar sustentação e estabilidade à cabeça. O uso do colar causa um desconforto no paciente, por isso é importante a comunicação entre ele e o médico para melhorar essa condição. Em geral, se diz que o objetivo principal do uso do colar cervical é proteger a coluna cervical após traumas. Quanto mais próxima da cabeça for a lesão, mais grave será a condição do paciente e maiores serão os cuidados que se deve ter com ele. Em condições de trauma apenas das vértebras, o uso do colar protege a medula espinal de possíveis lesões que esse trauma pode provocar. Existem basicamente quatro tamanhos de colares cervicais, PP (infantil) que é roxo, P que é azul, M laranja e G verde. Recomendações Gerais O colar cervical deve possuir um tamanho adequado para cada paciente, não deve obstruir nem dificultar a ventilação, não deve impedir o paciente de abrir a boca e nem impedir que o socorrista abra a boca do paciente em caso de vômito. Vale lembrar que não se deve aplicar o colar cervical em pacientes com traumas penetrantes em cabeça, pescoço ou dorso. Uma alternativa para a utilização do colar é uma pessoa cumprir a função dele estabilizando a coluna cervical, evitando movimentações dela e mantendo ela imóvel após um trauma. A retirada do colar cervical depende do exame físico do médico. Geralmente a retirada só é feita após a realização de exames de imagem para evidenciar a ausência de traumas na coluna cervical. É essencial a análise da cinemática do trauma para supor as possíveis lesões que o paciente adquiriu e direcionar melhor os exames. *Não tem um momento certo para aplicar o colar. Cada caso exige determinados procedimentos e tem determinadas prioridades. Aplicação do Colar no Paciente Deitado Em pacientes deitados, deve-se aproximar dele pelo lado ao qual o rosto dele está virado. Assim que a aproximação for feita, o socorrista já deve apoiar a cabeça da vítima. Em seguida, realiza-se a estabilização manual da cabeça e o alinhamento da cabeça, pescoço e tronco. Após isso, outro socorrista realiza a mensuração do colar cervical por meio da observação de uma linha imaginária que vai da mandíbula até o m. trapézio, o que o permite escolher o colar de tamanho adequado para o paciente. Recomenda-se ter um afastamento entre os joelhos e os membros superiores do socorrista para que haja maior estabilidade dele. Tendo escolhido o colar adequado, a aplicação dele deve ser feita da direita para a esquerda do paciente, sendo que o socorrista que está aplicando deve estar do lado esquerdo do paciente. O socorrista que está estabilizando a cabeça deve permanecer nessa condição até que o paciente seja colocado na prancha longa. Aplicação do Colar no Paciente em Pé O paciente após um trauma, mesmo que esteja em pé, deve ter a coluna cervical imobilizada. Para a aplicação, o socorrista se aproxima pela frente do paciente, se posiciona atrás dele e realiza a estabilização da cabeça como na aplicação anterior. Outro socorrista se aproxima, realiza a mensuração do colar e, posicionado de frente, apoia o colar no peito do paciente, desliza ele até encontrar o mento (queixo) e então fecha o colar. Uma vez aplicado o colar, deve-se fixar o paciente à prancha longa e somente depois disso o socorrista que estava estabilizando a cabeça do paciente pode deixar de fazer isso. Aplicação do Colar no Paciente Sentado Os passos para a aplicação permanecem iguais aos anteriores. Um socorrista estabiliza a cabeça do paciente (neste caso a estabilização pode ser realizada com o socorrista de frente para o paciente) enquanto outro realiza a mensuração e aplicação do colar no paciente (podendo realizar esses passos por trás do paciente). Aula Prática 2 Introdução Como já foi visto, no ABCDE do trauma a avaliação das vias aéreas e o estabelecimento da ventilação ao paciente são a primeira prioridade no atendimento ao politraumatizado. As principais causas de morte no APH são a falha em identificar a necessidade de reestabelecer a permeabilidade das vias aéreas, a incapacidade de reestabelecer essa permeabilidade, um posicionamento incorreto ou deslocamento dos dispositivos de permeabilização das vias aéreas, falha em reconhecer a necessidade de ventilação ou aspiração de conteúdo gástrico. Identificação do comprometimento das vias aéreas Em traumas de crânio, a identificação pode ser feita pela queda do nível de consciência, já em traumas de laringe pode haver rouquidão, enfisema subcutâneo e fratura palpável. Traumas cervicais e faciais também podem comprometer as vias aéreas. Sinais objetivos de obstrução de vias aéreas Agitação causada por hipóxia, torpor por hipercarbia, rouquidão, disfonia, taquipneia, cianose nos leitos ungueais ou peri-oral, desvio da traqueia, tiragem intercostais, roncos e estridor na ausculta. Manutenção das Vias Aéreas Quando há queda da língua e obstrução da orofaringe causada por depressão no nível de consciência, pode-se realizar duas manobras (já descritas na aula teórica), Jaw Thrust que é a tração anterior da mandíbula, ou Chin Lift que é a elevação do mento. Além das duas manobras, pode-se abordar as vias aéreas com uma cânula orofaríngea, uma máscara facial, dispositivo supra-glótico (máscara laríngea) ou intubação orotraqueal. Cânula orofaríngea (de Guedel) Indicada para pacientes sem reflexo do vômito e contraindicada para aqueles que o tem. É um procedimento simples e fácil, porém existe o risco de empurrar a língua e aumentar a obstrução. Antes da passagem deve-se confirmar a ausência de corpos estranhos. Realiza a mensuração da cânula usando a medida entre o ângulo da mandíbula e o nível dos incisivos, depois insere a cânula voltada para o palato, rotaciona ela e posiciona como na imagem. Dispositivo Supra-glótico Na dificuldade de intubação, esse dispositivo pode ser usado como guia para a cânula usada na IOT, basta introduzi-la dentro do dispositivo. Intubação Orotraqueal É a colocação de um tubo dentro da traqueia do paciente por via oral quando se tem a incapacidade dos pulmões em manter uma oxigenação sanguínea adequada ou uma remoção de CO2 adequada. É indicada quando há falhas na ventilação, oxigenação ou em manter a via aérea protegida (como em pacientes com estado mental alterado, como Glasgow abaixo de 8, sob risco de aspiração de conteúdo gástrico). Existe também a intubação nasotraqueal, mas ela é contraindicada em pacientes com traumas, principalmente TCE *Se o paciente for vítima de acidente, não estiver em jejum, ou se não puder informar que está, ele deve ser manejado seguindo a sequência rápida. A intubação envolve basicamente 5 etapas, a preparação, posicionamento, sedação, laringoscopia e confirmação. 1. Preparação Logo ao chegar em um plantão, verifique a existência e o funcionamento do ambu, ventilador, laringoscópio (deve ter pilhas e a luz funcionando) e lâminas. Deve-se ter as cânulas traqueais de pelo menos 3 tamanhos, o Guedel, o aspirador, e o fio guia, que deve ser montado na sonda escolhida. Deve- se ter uma máscara facial adequada caso a ventilação com o ambu seja necessária. Por fim, deve-se ter um estetoscópio, um oxímetro e um capnógrafo (dispensável) além da monitorização da PA e da SpO2. Existem dois tipos de lâminas, as de Miller que são retas (mais usadas em RN e lactentes) e as de Macintosh que são curvas e mais usadas em adultos e crianças acima de 2 anos. A diferença entre as lâminas está na técnica pois enquanto a reta deve “pescar” a própria epiglote, a curva é colocada na valécula e, com isso, puxa a epiglote. Quanto acânula, para mulheres geralmente se usa a 7, 7,5 ou 8, já para homens a 7,5, 8 ou 8,5. As cânulas possuem o balonete (ou cuff) que vai impedir o vazamento de ar e a aspiração de conteúdo gástrico, ele é insuflado pela inserção de ar com uma seringa no piloto. Para crianças, o tamanho vai ser igual a 16+idade / 4 ou do tamanho do dedo mínimo, e não se deve usar o cuff em crianças. Uma observação importante é que o médico deve se assegurar da existência da paramentação/ EPIs adequada para realização da intubação antes dela ser necessária. 2. Posicionamento O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal horizontal, deve subir a cama até que a cabeça do paciente esteja em uma altura confortável para o médico. O paciente assume a sniffing position (posição de cheirar). Deve-se então colocar o paciente em extensão cervical e com um coxim no occipício (caso não haja trauma cervical) para que se obtenha um alinhamento dos eixos da via aérea. *Pacientes obesos devem ter coxins nas costas para que a posição de cheirar seja obtida. Os eixos da via aérea são três, oral, da faringe e da laringe. Para a visualiação direta da glote é necessário alinhar os 3 eixos pois a luz do laringoscópio não faz curva. Todo o posicionamento da intubação visa esse alinhamento. Enquanto se posiciona o paciente. deve-se realizar a pré- oxigenação, onde se fornece uma reserva de oxigênio ao paciente (denitrogenação), o que permite que ele fique em apneia sem dessaturar por um tempo mais longo (entre 3 e 5 minutos). 3. Sedação/ Anestesia Para a intubação ser feita o paciente deve estar inconsciente, sob efeito de anestesia geral. O termo sedação não é correto pois na sedação o paciente está consciente, mas com a consciência deprimida. As drogas a serem usadas são 3 tipos, hipnóticos para ofertar inconsciência, analgésicos opióides para evitar resposta adrenérgica (broncoespasmo) e um bloqueador neuromuscular para paralisar as cordas vocais. 4. Laringoscopia e Intubação Procedimento que termina de alinhar os eixos da via aérea pois desloca a língua anteriormente. A técnica depende to tipo da lâmina, porém em ambas se retira a epiglote da frente da laringe para se obter uma visão direta das cordas vocais e da traqueia, permitindo a introdução da cânula. O laringoscópio sempre é segurado com a mão esquerda e a cânula é introduzida com a mão direita. Deve-se observar a entrada da cânula até que o balonete desapareça dentro da traqueia Para facilitar a laringoscopia pode-se realizar a manobra BURP (já descrita na aula teórica) em que se mobiliza a cartilagem tireoide para facilitar a visualização das cordas vocais e traqueia. Não se pode confundir essa manobra com a manobra de Sellick, a qual evita aspiração de conteúdo gástrico por meio da compressão do esôfago, mas não em 100% dos casos, por isso não se faz cirurgia eletiva sem jejum apostando na efetividade da manobra. Outra coisa que pode ser feita na intubação difícil é a utilização do fio guia, o qual aumenta a curvatura da sonda e é útil quando a laringe é muito anterior. Deve-se ter cuidado para não lesar a traqueia com a ponta do fio guia, que NÃO deve atingir a abertura distal da cânula para isso não acontecer. 5. Confirmação da intubação Sendo o último passo da intubação, pode ser feito por 3 técnicas, pela ausculta do tórax e estômago, pela avaliação da saturação de oxigênio (pois a queda na saturação é revertida em segundos após o início da ventilação com O2 100%) e pelo uso do capnógrafo quando disponível, pois é o padrão ouro para a confirmação, o qual avalia a presença de CO2 na expiração. Uma vez confirmada a intubação, deve- se verificar a ventilação bilateral por meio da ausculta para consertar possíveis intubações seletivas. Resumo Primeiramente checar o equipamento, no posicionamento deve ter coxim no occipício e os eixos devem estar alinhados, deve-se colocar o fio guia, realizar BURP, realizar Sellick em emergências e na ausência de jejum. Caso a saturação de O2 caia, intubação esofágica é provável. Intubação COVID Durante a intubação, há o risco de aerosois, por isso é necessário o uso de EPIs adequados e a presença do mínimo de pessoas na sala. O paciente NÃO pode tossir e a ventilação com máscara facial não deve ser feita. O padrão ouro para a intubação COVID é o uso do videolaringoscópio pois permite um maior afastamento do médico da via aérea. Videolaringoscopia É a nova abordagem na intubação orotraqueal que não exige o alinhamento dos eixos da via aérea. Essa técnica dá uma facilidade maior na intubação de pacientes com anatomia desfavorável. Ela é difícil em pacientes com secreção em via aérea ou sangue. Aula Prática 3 Oxigenoterapia A oxigenoterapia é muito usada em pacientes com angústia respiratória, na incapacidade de obter oxigênio e de controlar a função respiratória, o que é essencial à vida. A respiração é vital, geralmente silenciosa e realizada sem esforço. A ansiedade decorrente da dificuldade respiratória pode por si mesma interferir na respiração e agravar a situação Intervenções para pacientes com desconforto respiratório Para pacientes acamados, pode-se elevar a cabeceira em torno de 30 a 45 graus e dispor os braços na altura do tórax com travesseiros (importante estabilizar a caixa torácica). Durante as crises o paciente pode sentar-se de frente para uma mesa, inclinando-se para frente apoiando os braços em travesseiros - evitar compressão de peito e abdome. Pode- se também orientar respiração programada pois inspirar e expirar junto ao paciente pode aliviar o sintoma e a ansiedade. Oxigênio É inodoro, insípido, incolor, mais pesado que o ar e alimenta a combustão, informação importante pois nas enfermarias deve-se: não permitir fumar no local, ter cuidado com aparelhos elétricos que podem emitir faíscas, não usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigênio e transportar o torpedo com cuidado (há risco de explosão) Quando em alta concentração comporta-se como uma droga potente cujos efeitos se fazem sentir no sistema neurológico e o paciente pode apresentar: Dor retroesternal, tosse seca, diminuição da expansão pulmonar, atelectasias, hipercapnia e síndrome da angústia respiratória. Na administração do oxigênio, não se deve administrá-lo sem o redutor de pressão e o fluxômetro (regula o fluxo de O2 em l/min), e o dispositivo de O2 deve estar bem adaptado ao paciente. O oxigênio precisa ser sempre administrado umidificado; a inalação por longos períodos com baixa umidade lesa o epitélio ciliar da mucosa respiratória, dificultando a eliminação do muco e provocando uma reação inflamatória sub epitelial; deve-se manter o umidificador sempre com água até a marca ou no mínimo 2/3 de sua capacidade; a água usada no umidificador deve ser estéril e trocada diariamente; ao verificar que o nível da água no umidificador está baixo, desprezar a água restante e recolocar nova água, para evitar que se torne meio de cultura. Oxigenoterapia É a administração de oxigênio medicinal em concentrações maiores que aquelas do ar ambiente, visando tratar ou prevenir os sintomas ou manifestações de hipóxia. Como para qualquer tipo de droga, existem especificações para o tratamento, níveis da dosagem e métodos adequados de fornecimento. A finalidade da oxigenoterapia é administrar oxigênio por meio de cateter nasal ou outro dispositivo. Geralmente, é recomendada quando o paciente apresenta: Respiração ruidosa, dificuldade/ impossibilidade de respiração em decúbito, satO2 menor que 90%, taquipneia, taquicardia, batimentos de asas de nariz, tiragem supra-clavicular e intercostal, uso de musculatura acessória, cansaço e/ou agitação, sinais de desorientação que antes não apresentava e cianose (sinal tardio de hipóxia) Dispositivos não invasivos para a oxigenoterapia: O cateter de O2 é um dispositivo semelhante a uma sonda gástrica curta, que oferece uma porcentagem pequena de oxigênio. Os procedimentosinvasivos para oxigenoterapia são a IOT e a traqueostomia, ambos sendo procedimentos realizados por médicos apenas Oxigenoterapia com cateter nasal de O2 ●Materiais Oxigênio canalizado ou em cilindro, manômetro para cilindro e fluxômetro, cateter nasal (nº 6, 8, 10 ou 12) conforme a idade do paciente e a quantidade de oxigênio desejada, umidificador, esparadrapo ou micropore, gaze, solução fisiológica, frasco de 100 mL de água destilada, saco para resíduos, luvas de procedimento e óculos de proteção, intermediário de látex ou plástico. ●Procedimento Higienizar as mãos, colocar o paciente em posição de Fowler (decúbito dorsal com inclinação de 45°), adaptar o copo umidificador contendo água destilada no fluxômetro; unir o cateter ao intermediário e este ao umidificador, calçar as luvas e colocar os óculos de proteção, medir o cateter (distância entre a base do nariz e o lóbulo da orelha), marcando com o adesivo para saber até onde introduzir o cateter. Abrir o fluxômetro e deixar fluir um pouco de oxigênio para evitar acidentes por saída intempestiva de oxigênio, umedecer a extremidade do cateter com solução fisiológica, segurando-o com gaze, hiperestender a cabeça do paciente. Introduzir o cateter pelo assoalho de uma das narinas, observar a posição do cateter através da boca do paciente (extremo do cateter atrás da úvula palatina pois se ultrapassá-la podem ocorrer náuseas). Fixar a cânula com fita adesiva, observando que não fique incômoda, manter o fluxo de oxigênio: 3 a 5 litros/min, ou conforme prescrição médica ●Observações Observar o paciente durante o tratamento. Se o oxigênio for contínuo, trocar o cateter no mínimo a cada 24 horas, alternando as narinas, a fim de evitar ferimento da mucosa nasal e obstrução do cateter por secreção. Oxigenoterapia com cânula nasal de O2 Usada quando não é necessária grande pressão na administração de oxigênio. A cânula possui duas ramificações, uma para cada narina. O material é o mesmo descrito anteriormente, apenas substituir o cateter pela cânula. ●Procedimento Converse com o paciente sobre o cuidado, higienize as mãos, coloque o paciente em posição de Fowler, calce as luvas de procedimento, coloque os óculos de proteção e adapte o copo umidificador contendo água destilada ao fluxômetro. Unir a cânula ao intermediário e este ao umidificador, abrir o fluxômetro, colocar a cânula no nariz do paciente, adaptar a extremidade da mesma atrás das orelhas, manter o fluxo de oxigênio (3 a 5 litros por minuto) ou conforme prescrição médica. Oxigenoterapia com máscara facial simples Essa técnica consiste no uso de uma máscara plástica que é adaptada a uma traqueia e a mesma em um frasco umidificador, fornece percentual mediano de oxigênio, pode ser recusada pelo paciente, pois dá a sensação de sufocação. Quanto aos materiais, basta acrescentar no material descrito anteriormente a máscara facial simples, traqueia, cadarço e frasco umidificador adequado para o dispositivo. ●Procedimento Explicar ao paciente sobre o cuidado, higienizar as mãos, colocar o paciente em posição de Fowler, abrir o fluxômetro e deixar sair um pouco de oxigênio, para evitar saída intempestiva, adaptar a máscara à face do paciente e fixar com cadarço, regular o fluxo de oxigênio até a quantidade prescrita (geralmente 5 a 8 litros/min). A cada duas horas deve-se fechar o fluxômetro, tirar a máscara, secar a máscara e a face do paciente, além de retirar toda a água parada na traqueia. Aspiração de Vias Aéreas É o método utilizado para remover secreções e/ou corpos estranhos da boca, faringe e fossas nasais, desobstruindo a entrada de ar nas vias aéreas superiores, bem como, da traqueia e brônquios. Existem dois tipos de aspiração de vias aéreas, a oronasofaríngea e a traqueal. É indicado para o paciente incapaz de limpar com eficiência a sua via respiratória por tosse e expectoração, paciente inconsciente ou gravemente debilitado, paciente entubado ou traqueostomizado (ambos geralmente aspirados a cada duas horas). A finalidade da aspiração é manter vias aéreas permeáveis, aumentar a eficácia ventilatória, assegurar ao paciente oxigenação adequada, diminuir a ansiedade do paciente, prevenir a pneumonia proveniente do acúmulo de secreções. Aspiração oronasofaríngea remove as secreções da faringe por meio de uma sonda de aspiração inserida através da narina e da boca. Aspiração traqueal é adequada para a remoção de secreções da traqueia ou dos brônquios por meio de uma sonda inserida através da sonda de traqueostomia ou tubo orotraqueal. Material Material para oxigenoterapia, aparelho de sucção fixo ou portátil (vácuo), recipiente de coleta (frasco de aspiração), sonda de aspiração 12 ou 14 para adultos e 06 à 10 para neonatos e crianças, extensão de silicone para aspirador (estéril), cúpula estéril, par de luvas de procedimento, par de luvas estéril (usar na mão dominante), água estéril ou soro fisiológico 0,9%, pacote de gazes estéril, recipiente para lixo, toalha para proteção do tórax do paciente, avental, óculos de proteção e máscara ou capacete. Procedimento da aspiração oronasofaríngea Lavar as mãos. Explicar ao paciente que a aspiração ajudará a desobstruir suas vias aéreas e aliviar em parte os seus problemas respiratórios, pois ele poderá estar apreensivo a respeito da asfixia e sobre incapacidade de se comunicar. Explicar que é normal tossir, espirrar e sentir o reflexo do vômito durante a manobra. A explicação é importante por diminuir a ansiedade do paciente. Colocar o paciente em posição adequada. Paciente consciente, cujo o reflexo do vômito estiver funcionando, em posição de Fowler. Paciente inconsciente, manter decúbito lateral com o rosto voltado para o profissional, esta posição impede que a língua do paciente obstrua suas vias aéreas, favorece a drenagem das secreções brônquicas e previne a aspiração do conteúdo gástrico. Colocar uma toalha sobre o tórax do paciente para prevenir que as secreções molhem sua roupa ou as roupas de cama. Escolher a pressão de aspiração e o tipo de aspirador. Aspiradores de parede a pressão: 110 a 150 mmHg no adulto, 95 a 110 mmHg na criança e 50 a 95 mmHg em RN. A pressão correta para aspiração garante a pressão negativa segura, de acordo com a idade do paciente. Manter o leito protegido com biombos. Colocar óculos, máscara, avental e luvas de procedimento. Conectar a extensão de silicone no frasco de aspiração e deixar a extremidade que será conectada na sonda protegida com o próprio invólucro estéril. Abrir o pacote que contém a cúpula estéril, abrir o pacote do cateter de aspiração e colocar a sonda no campo, junto a cúpula. Colocar água estéril ou soro fisiológico 0,9% na cúpula estéril. Calçar a mão dominante com luva estéril, assegurando desta forma a assepsia quando a sonda é introduzida na traqueia ou tubo endotraqueal, nariz ou boca do paciente. Usando a mão enluvada (estéril), ligar a sonda de aspiração na extensão de silicone que está ligada ao aspirador, avaliar a distância aproximada entre o lóbulo da orelha do paciente e a ponta do nariz, colocar o polegar e o indicador além deste ponto. Umedecer a ponta da sonda de 06 a 08 cm com a solução estéril. Ligar a aspiração estando a ponta da sonda dentro da solução estéril (umidificando a ponta da sonda diminui a fricção e facilita a sua introdução) ligando o aspirador com a sonda dentro da solução esterilizada, sabemos se o equipamento está funcionando, além de manter o frasco umidificado, evitando a aderência da secreção Para aspirar a nasofaringe, introduzir a sonda, fechada, delicadamente em uma das narinas (passar a sonda junto a linha mediana e próxima ao assoalho da cavidade nasal) não forçar a sonda, quando em processo de aspiração fazer movimento giratórios. Aspirar a orofaringe, introduzir a sonda fechada, delicadamente no ângulo da boca e fazê-la deslizar até a orofaringe, quando em processo de aspiração, fazer movimentogiratórios. Desconectar a sonda de aspiração da extensão de silicone, lavar o sistema de aspiração (extensão com SF 0,9%) e colocá-la no saco coletor. Fechar o vacuômetro. ●Observações A sonda de aspiração não deve ser introduzida aberta, pois poderá lesar a mucosa das fossas nasais e da cavidade oral, trazendo prejuízo ao paciente. Toda a manobra não deve durar mais que 10 segundos, pois este procedimento remove as secreções e também o ar. O fornecimento de oxigênio ao paciente pode diminuir seriamente quando a aspiração se prolonga por mais de 10 segundo existindo do risco de apneia, logo o material para oxigenoterapia deve estar preparado para qualquer emergência Procedimento da aspiração traqueal Quanto aos materiais, basta acrescentar ampola de SF (soro fisiológico) 0,9% e ambu conectado à rede de O2. Quanto ao procedimento, deve-se seguir os passos descritos anteriormente até o momento de iniciar a aspiração. Solicitar a um colega que desconecte o respirador do paciente. Introduzir a sonda de aspiração com a mão com luva esterilizada no tubo endotraqueal ou tubo transtraqueal na fase inspiratória mantendo o silicone clampado e em movimentos circulares com a outra mão. Introduzir a sonda o suficiente para percorrer o tubo. Para secreções espessas, introduzir na COT ou TQT SF 0,9% - 3 a 5 ml, antes de aspirar. Despressionar o silicone para criação de sucção; e simultaneamente, com a mão com luva estéril, fazer movimentos circulares lentos, trazendo-a para fora do tubo. Para aspiração do brônquio direito, voltar a cabeça do paciente para a esquerda; brônquio esquerdo cabeça para a direita. Não ultrapassar 10 segundos e suspender a aspiração se o paciente apresentar: cianose, sangramentos ou arritmias. Desconectar a sonda de aspiração da extensão de silicone, levar o sistema de aspiração (extensão com SF 0,9%) e colocá-la no saco coletor. Fechar o vacuômetro. ●Observações Pacientes que estão em ventilação espontânea e necessitam do procedimento de aspiração, esta deverá ser realizada em dupla. A ordem de aspiração deve ser: primeiro narinas em seguida a cavidade oral (quando em respiração espontânea). As narinas são o caminho mais próximo dos pulmões, portanto, de mais fácil risco de obstrução e infecção. Quando com COT (cânula orotraqueal) ou TQT (traqueostomia) deve-se iniciar pela COT ou TQT, narina e por última a cavidade oral. Paciente em estado crítico devem ter sinais (FR e Sat. O2) e o padrão respiratório verificado antes de iniciar o procedimento Importante observar as reações do paciente durante a aspiração. Em alguns casos a administração de oxigênio é necessária em virtude da ocorrência de cianose. Para a prevenção desse quadro é importante respeitar o tempo máximo de 10 segundos para aspiração a cada vez que introduzir a sonda. Manter observação constante dos parâmetros vitais que possam indicar a necessidade de oxigenação imediata durante o procedimento, como hipóxia e arritmias. *Em caso de aspiração de traqueostomia introduzir a sonda até 15cm. Se a velocidade e o ritmo cardíaco estiverem sendo monitorados, observar arritmias. Caso ocorra, interromper a aspiração e ventilar o paciente para permitir que ele receba de três a cinco ventilações antes reiniciar o procedimento. Secreções Quanto a cor: Cor branca ou translúcida é normal, cor amarela indica infecção ou pus, cor verde indica secreções retidas ou secreções por pseudômonas, cor marrom indica geralmente sangue envelhecido, cor vermelha indica presença de sangue fresco. Quanto ao odor, o normal é ele não estar presente. Quando presente é característico, desagradável ou muito acentuado. Quanto a consistência, o normal é ela ser fluída/ aquosa, mas ela pode ser densa/ espessa, o que indica desidratação. Quanto a quantidade, pode ser pequena, média ou grande.
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