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Conteudista: Prof. Me. Júlio Jorge Costa Revisão Textual: Esp. Vinicius Oliveira Objetivos da Unidade: Conhecer e caracterizar as lentes, através de suas receitas; Reconhecer a importância das medidas e como são tomadas. ˨ Material Teórico ˨ Material Complementar ˨ Referências Óptica Oftálmica Receita e Visualização da Lente As lentes utilizadas para a correção das ametropias possuem características distintas em função de seus objetivos e necessidades. No caso do astigmatismo são classificadas como combinadas, cilíndricas ou tóricas. E para esses tipos de lentes temos duas formas de identificá-las: com a parte cilíndrica negativa ou positiva. Vamos buscar essa compreensão por meio da classificação das lentes e de suas prescrições, inicialmente, analisando e exemplificando cada tipo. Lentes Segundo sua etimologia, óptica tem origem no termo grego optike, que significa “visão”. Vimos, anteriormente, as propriedades e os elementos dos variados tipos de lentes. Inicialmente, representaremos cada lente e suas diferenças e recursos em função de sua tipologia. Lentes Esféricas As lentes esféricas possuem a mesma dioptria em todos os meridianos ou eixos, ou seja, a mesma força de correção em toda a sua extensão. E, consequentemente, a mesma curvatura. Assim, todos os raios luminosos, ao entrarem na lente, sofrem o mesmo desvio. 1 / 3 ˨ Material Teórico Figura 1 – Representação de lentes #ParaTodosVerem: Ilustração com dois desenhos. O da esquerda é um círculo azulado com o título: “Representação da lente”. Em cada um dos quatro limites do círculo, ou seja, superior, inferior, esquerdo e direito, há um valor expresso na cor preta: + 1,50. No desenho da direita há uma cruz de retas finas, na cor azul e perpendiculares entre si, e está escrito em suas bordas, em azul, o valor + 1,50. Na extremidade superior da reta vertical está escrito, na cor preta, 90° e em sua extremidade inferior 270°. Nas extremidades da reta horizontal temos, na cor preta, à esquerda o valor de 180° e, à direita, 0°. Fim da descrição. Lentes Combinadas, Cilíndricas e Tóricas Quando os meridianos deixam de apresentar a mesma força dióptrica, as lentes não são mais esféricas, e assim as superfícies apresentarão diferentes desvios de luz para cada superfície. Isso significa que, para uma mesma lente, teremos duas distâncias focais em função de seus eixos ou meridianos. Essas lentes são classificadas como combinadas, cilíndricas ou tóricas, e existem dois tipos: Plano-Cilíndricas Esse tipo de lente é identificado por dispor de um meridiano neutro (plano), ou seja, sem qualquer valor dióptrico (0,00 di). E o outro meridiano com algum valor dióptrico (diferente de zero) positivo ou negativo. Essas lentes são utilizadas para corrigir astigmatismos simples. Figura 2 – Representação de uma lente pelos meridianos #ParaTodosVerem: Ilustração com o desenho de uma cruz de retas finas, na cor azul e perpendiculares entre si. Na reta vertical, em suas bordas superior e inferior, está escrito, em azul, o valor 0,00. Na extremidade superior dessa reta está escrito, na cor preta, 90° e em sua extremidade inferior 270°. Na reta horizontal, em suas bordas esquerda e direita, está escrito, em azul, o valor −1,00. E na extremidade esquerda dessa reta está escrito, na cor preta, 180° e em sua extremidade direita o valor de 0°. Fim da descrição. Todos os raios luminosos que passarem por essa lente, por meio do meridiano horizontal (0°), sofrerão desvio. De acordo com o valor apresentado nesse meridiano (−1,00 di), os raios paralelos ao eixo principal, provenientes do infinito, terão o desvio equivalente a tal força dióptrica. Já na direção vertical (90°), os raios não sofrerão nenhum desvio. No Brasil, para descrever uma lente, costuma-se utilizar o valor do cilindro negativo. No exemplo apresentado, a descrição da lente então será: ESF CIL EIXO 0,00 −1,00 90° Vamos analisar mais um exemplo de lente plano-cilíndrica: Figura 3 – Representação de uma lente pelos meridianos #ParaTodosVerem: Ilustração com o desenho de uma cruz de retas finas, na cor azul e perpendiculares entre si. Na reta vertical, em suas bordas superior e inferior, está escrito, em azul, o valor + 2,00. Na extremidade superior dessa reta está escrito, na cor preta, 90° e em sua extremidade inferior 270°. Na reta horizontal, em suas bordas esquerda e direita, está escrito, em azul, o valor 0,00. E na extremidade esquerda dessa reta está escrito, na cor preta, 180° e em sua extremidade direita o valor de 0°. Fim da descrição. Receita: ESF CIL EIXO + 2,00 −2,00 90° Repare que o valor esférico sempre está relacionado ao eixo. E o valor do cilindro é a diferença entre os dois meridianos, ou seja, para irmos de um meridiano + 2,00 di até o outro meridiano (0,00), precisamos diminuir (− 2,00 di), o que nos dá o valor do cilindro. Esférico-Cilíndricas Nas lentes esférico-cilíndricas os dois meridianos principais apresentam forças dióptricas diferentes, o que resulta em dois focos em posições distintas. Essas lentes são utilizadas para corrigir os astigmatismos compostos e o misto. Figura 4 – Representação de uma lente pelos meridianos #ParaTodosVerem. Ilustração com o desenho de uma cruz de retas finas, na cor azul e perpendiculares entre si. Na reta vertical, em suas bordas superior e inferior, está escrito, em azul, o valor + 2,50. Na extremidade superior dessa reta está escrito, na cor preta, 90° e em sua extremidade inferior 270°. Na reta horizontal, em suas bordas esquerda e direita, está escrito, em azul, o valor + 2,00. E na extremidade esquerda dessa reta está escrito, na cor preta, 180° e em sua extremidade direita o valor de 0°. Fim da descrição. Receita: ESF CIL EIXO + 2,50 − 0,50 90° Em qualquer lente combinada, o valor esférico descrito na receita está sempre relacionado ao eixo, da mesma forma que acontece com as lentes plano-cilíndricas. Na lente exemplificada anteriormente, os raios luminosos que passarem por ela, na mesma direção do meridiano horizontal (0°), sofrerão um desvio relativo a sua força dióptrica de 2,00 di positivas, ou seja, um desvio de distância focal de 50 cm (0,50 m). Os raios que atravessarem a lente na direção do meridiano vertical (90°) sofrerão o desvio equivalente a 2,50 di positivas, o que denota uma variação em função de uma distância focal de 40 cm (0,40 m). Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Leitura Compreenda de Forma Simples uma Receita Oftálmica https://opticanet.com.br/secao/colunaseartigos/12006/compreenda-de-forma-simples-uma-receita-oftalmica Seguem abaixo as principais siglas e abreviações constantes em uma receita optométrica: Transposição Já vimos como é realizada a prescrição de uma lente. Sabendo-se que as lentes combinadas, cilíndricas ou tóricas possuem duas formas de serem prescritas, uma com o cilíndrico negativo OD: olho direito; OE: olho esquerdo; AO: ambos os olhos; ESF: dioptria esférica; CIL: dioptria cilíndrica; EIXO: meridiano de correção do esférico; PL: plano ou sem dioptria (o valor é zero); DP: distância pupilar; DNP: distância nasopupilar; AD: adição; Δ: prisma aplicado. e a outra com o cilíndrico positivo, vamos procurar entender como podemos descobrir cada valor específico da receita. Os valores dióptricos dos eixos das lentes serão o nosso leme de orientação para a avaliação de cada elemento da receita. Acompanhe a representação das lentes em função dos valores de seus meridianos. Receita: ESF CIL EIXO + 3,50 − 1,50 90° + 2,00 + 1,50 180° Exemplo 1: Figura 5 – Representação de uma lente pelos meridianos #ParaTodosVerem. Ilustração com o desenho de uma cruz de retas finas, na cor azul e perpendiculares entre si. Na reta vertical, em suas bordas superior e inferior, está escrito, em azul, o valor + 3,50. Na extremidade superior dessa reta está escrito, na cor preta, 90° e em sua extremidade inferior 270°. Na reta horizontal, em suas bordas esquerda e direita, está escrito, em azul, o valor + 2,00. E na extremidade esquerda dessa reta está escrito, na cor preta, 180° e em sua extremidade direita o valor de 0°. Fim da descrição. Veja que o valor esférico está sempre relacionado ao eixo ao qual a força esférica se refere. Figura 6 O valor cilíndrico é a diferença entre um meridiano e outro, ou seja, a soma do valor esférico com o valor cilíndrico tem como resultado a força dióptrica do outro meridiano. Figura 7 Receita: ESF CIL EIXO + 1,25 − 4,00 90° − 2,75 + 4,00 0° Exemplo 2: Figura 8 – Representação de uma lente pelos meridianos #ParaTodosVerem. Ilustração com o desenho de uma cruz de retas finas, na cor azul e perpendiculares entre si. Na reta vertical, em suas bordas superior e inferior, está escrito, em azul, o valor + 1,25. Na extremidade superior dessa reta está escrito, na cor preta, 90° e em sua extremidade inferior 270°. Na reta horizontal, em suas bordas esquerda e direita, está escrito, em azul, o valor - 2,75. E na extremidade esquerda dessa reta está escrito, na cor preta, 180° e em sua extremidade direita o valor de 0°. Fim da descrição. Receita: ESF CIL EIXO − 0,75 − 2,75 160° − 3,50 + 2,75 70° Exemplo 3: Figura 9 – Representação de uma lente pelos meridianos #ParaTodosVerem. Ilustração com o desenho de uma cruz de retas finas, na cor azul e perpendiculares entre si. A cruz está inclinada na direção do ângulo de 70°. Na reta mais próxima da vertical, em suas bordas superior e inferior, está escrito, em azul, o valor − 3,50. Na extremidade superior dessa reta está escrito, na cor preta, 70°. Na reta mais próxima da horizontal, em suas bordas esquerda e direita, está escrito, em azul, o valor − 0,75. E na extremidade esquerda dessa reta está escrito, na cor preta, 160°. Fim da descrição. Entenda sua Receita Oftalmológica Vídeos Entenda sua Receita Oftalmológica https://www.youtube.com/watch?v=-Pn_9Pj1vgE Classificação das Dioptrias A classificação das dioptrias está diretamente relacionada a suas forças dióptricas. Normalmente, as dioptrias são classificadas em baixa, moderada e alta. E tanto para miopia quanto para hipermetropia, os valores, em módulo, determinam tal classificação: Tomando como exemplo uma lente cuja receita é: ESF − 2,00 CIL − 4,50 x 180° Baixa: de 0 a 3 dioptrias; Moderada: de 3 a 6 dioptrias; Alta: acima de 6 dioptrias. Figura 10 – Representação de uma lente pelos meridianos #ParaTodosVerem. Ilustração com o desenho de uma cruz de retas finas, na cor azul e perpendiculares entre si. Na reta vertical, em sua borda superior está escrito, em azul, o valor − 6,50. Na extremidade superior dessa reta está escrito, na cor preta, 90°. Na reta horizontal, em sua borda esquerda está escrito, em azul, o valor − 2,00. E na extremidade esquerda dessa reta está escrito, na cor preta, 160°. Fim da descrição. Podemos reparar, na lente anterior, que no eixo vertical teremos uma espessura de borda muito mais acentuada que no eixo horizontal devido ao seu maior poder dióptrico negativo (− 6,50 di). Assim, ao escolhermos uma armação que suportará essa lente, será importante salientar que ela deverá ter uma altura pequena, minimizando a grande espessura de borda devido ao seu poder dióptrico. Cabe lembrar as características de cada tipo de lente: Lente negativa: borda grossa e centro mais fino; Lente positiva: borda fina e centro mais grosso. Medidas O mundo da óptica está baseado em algumas unidades físicas de medida. As mais usadas são: Grau É a unidade de medida utilizada para indicar o eixo ou o meridiano ao qual determinada dioptria está associada. Serve ainda para orientar a localização da base de um prisma a ser aplicado na lente. Tem como símbolo o sinal °, variando, no caso de lentes de correção, de 0° a 180°. A medida dos graus em um semicírculo é orientada pelo sistema Tabo, no qual o 0° começa no lado direito e segue através de um semicírculo até 180°, no sentido anti-horário. Figura 11 – Sistema Tabo #ParaTodosVerem. Ilustração com um semicírculo desenhado na cor preta, que segue o padrão do círculo trigonométrico. Mas apenas cinco ângulos estão representados, juntamente com suas retas que saem do centro até a borda do círculo, e são eles, começando pela direita e no sentido anti-horário: 0°, 45°, 90°, 135° e 180°. Fim da descrição. Milímetro No sistema internacional de medidas (SI) o metro é a medida padrão de distância. O milímetro é mil vezes menor que o metro e o mais utilizado no ramo da óptica devido a sua característica principal, que é a de medir pequenas distâncias. É a unidade adotada em medidas como: DNP, altura (ALT), medidas de armações (ponte e aro), entre outras. Para tais medidas, recorremos a uma escala milimétrica, observada a seguir. Figura 12 – Escala milimétrica Fonte: Adapatada de DIAS, 2015 #ParaTodosVerem. Foto de uma régua milimetrada azulada em um fundo branco. Ela possui um sulco no centro, onde se apoia o nariz. Ela faz um semicírculo em sua extremidade direita, onde apresenta uma escala milimetrada de distância relacionada ao sulco central. E possui um corte angular em sua extremidade esquerda. Há, ainda, uma área vazada perto da extremidade esquerda com uma numeração milimetrada cuja distância está referenciada com o centro do sulco central. Fim da descrição. Número Abbe O número Abbe ou valor Abbe é um valor calculado para determinar o índice de dispersão cromática (separação das cores) da luz. Esse valor está diretamente relacionado à qualidade do material. Em resumo, quanto maior o número Abbe, melhor a qualidade da lente, em função da “aberração cromática”. O número é adimensional e varia, normalmente, entre 30 e 60. Em que: Nanômetro Unidade de comprimento equivalente à bilionésima parte do metro (10-9 m), representada pela sigla “nm”. É comumente utilizada para medir comprimentos de onda do espectro. Também amplamente adotada para medir a quantidade de absorção dos raios ultravioleta (UV). Luz Visível O espectro visível, ou luz visível, é uma pequena fração do espectro eletromagnético, cujos comprimentos de onda variam de 380 nm a 780 nm. V → número Abbe; nd → índice de refração no comprimento de onda do amarelo; nf → índice de refração no comprimento de onda do verde; nc → índice de refração no comprimento de onda do vermelho. Figura 11 – Espectro eletromagnético #ParaTodosVerem. Ilustração do espectro eletromagnético. Na parte superior há uma linha preta representando uma onda, que começa com um comprimento de onda bem curto e vai aumentando, gradativamente, até atingir a outra extremidade. Na linha de baixo, um retângulo cinza está dividido em partes. Na primeira parte, a partir da esquerda, está escrito “Raios gama” e abaixo o valor 0,0001 nm. Na segunda parte, que começa com uma linha divisória e abaixo da qual está o valor de 0,01 nm, está escrito “Raios X”. A parte vai até uma nova linha divisória, com a marcação de 10 nm. Nessa nova parte, que é mais curta que as duas anteriores, está escrito “Ultravioleta”. A divisória desta para a próxima parte é feita por duas linhas verticais vermelhas. E abaixo dessas duas linhas está escrito “Luz visível” e se projeta um retângulo preenchido com as cores do arco-íris em degradê, variando do violeta ao vermelho. Na próxima parte está escrito “Infravermelho” e abaixo há duas marcações: 1000 nm e 0,01 cm. Com uma nova divisória aparece a última parte, onde está escrito “Ondas de rádio”. Ainda dentro do retângulo e abaixo de “Ondas de rádio”, está escrito, da esquerda para a direita: Radar, TV, FM e AM. E fora do retângulo, mas ainda nessa parte, há três medidas: 1 cm, 1 m e 100 m. Fim da descrição. A sensação de cor é uma propriedade realizada pelo cérebro ao receber os impulsos provenientes da retina. O cérebro associa cada comprimento de onda a determinada cor. Raios Ultravioleta A radiação solar é composta por inúmeras ondas eletromagnéticas, de diferentes comprimentos de onda. A maior parte da radiação solar é absorvida pela atmosfera. Parte dos raios ultravioleta ultrapassa essa proteção atmosférica e chega à superfície da Terra. A radiação ultravioleta (UV) está dividida em três tipos, em função de seus comprimentos de onda: Tomadas de Medidas A tomada de medidas é um dos pontos cruciais no processo de correção visual. É de extrema importância realizar o procedimento com calma e dedicação, pois em óptica estamos lidando o tempo todo com pequenas margens de erro. As tomadas de medida envolvem inúmeros parâmetros que devem ser analisados por meio de diferentes procedimentos adotados para tais medições. Cada pessoa possui um universo próprio (estrutura física, óptica, fisiológica etc.) a ser respeitado e englobado na hora desses exames e, ainda, na escolha do melhor material para a sua correção. Vamos analisar todas as medidas a serem realizadas, passo a passo. UVA (de 315 nm a 400 nm): responsáveis pelo efeito bronzeador da pele; UVB (de 280 nm a 315 nm): provocam distúrbios oculares (ex.: catarata), queimaduras na pele e podem ainda induzir o aparecimento de câncer; UVC (de 200 nm a 280 nm): é a mais energética e mais perigosa, normalmente bloqueada pela camada de ozônio. Capaz de destruir germes e bactérias, normalmente é utilizada para esterilizar alimentos e equipamentos médicos. Ajuste de Armação O primeiro ponto para medir com precisão os principais elementos de uma lente envolve um bom ajuste de armação. Não se trata apenas de combinar a armação com a estética do rosto. Devemos levar em conta: o tipo de lente, o tamanho mínimo ou máximo da lente, as espessuras de borda e central, o formato da armação etc. Os ajustes da armação passam pelas seguintes etapas: Figura 14 – Ajuste da armação – haste #ParaTodosVerem. Ilustração de fundo branco, com dois desenhos de uma armação de óculos, feitos com contorno na cor preta e sem preenchimento. O desenho da esquerda é uma ilustração frontal de uma armação inteiriça de acetato, de formato retangular. E o da direita é a mesma armação vista lateralmente, onde aparece toda a extensão da haste. Na curvatura final da sua haste, que é a ponteira, há uma representação em pontilhado de como ficaria se ela fosse reta, sem sua curvatura final, que prende atrás da orelha. Fim da descrição. Ajuste preliminar: a armação deve ser conferida em cada aspecto. Um bom ajuste preliminar envolve: o aperto dos parafusos, o apoio correto nas orelhas e a utilização de ferramentas corretas. Horizontalidade: devemos nos orientar pela posição das sobrancelhas e garantir um bom ajuste da armação no rosto para uma perfeita tomada de altura. Figura 15 – Ajuste da armação – curvatura facial Fonte: FORNÉS et al., 2018 #ParaTodosVerem. Ilustração de fundo branco com a representação de uma armação em cinza, vista de cima. Uma linha horizontal vermelha está d]esenhada na parte inferior da ilustração e tem um ponto (P) localizado em seu centro. Coincide com ele o ponto central da ponte da armação. E, a partir desse ponto, partem várias retas azuis, com ângulos que variam a cada grau, intercalando retas mais finas para os ângulos ímpares e retas mais grossas para ângulos pares, e estes últimos, ao final das retas, estão com os respectivos valores. As retas têm inclinações que variam de 0° até 25°, que é o limite, e, assim como o zero, está representado por uma linha vermelha. Como um lado da armação está alinhado com a parte à esquerda ao ponto P, o outro lado da armação, devido a sua inclinação, ficou alinhado com a reta de 12°, e sua numeração está envolta por um círculo cinza. Fim da descrição. Curvatura facial: a armação deve acompanhar a curvatura do rosto, e pode ser ajustada por meio de sua ponte. O objetivo dessa curvatura é garantir uma boa visão periférica; Ângulo pantoscópico: o ângulo pantoscópico padrão utilizado nas armações varia entre 10º e 12º. O ângulo atesta amplitude de visão nos campos intermediário e Figura 16 – Ajuste da armação – ângulo pantoscópico #ParaTodosVerem. Ilustração de fundo branco, com a representação de uma armação em preto, vista lateralmente. A parte frontal da armação forma um ângulo agudo com relação à haste. Vemos uma linha pontilhada representando uma reta perpendicular à haste e uma reta contínua acompanhando a frente da haste, e na parte inferior, devido ao ângulo entre elas, há uma inclinação, representada pelo valor de 10°. Fim da descrição. perto. Ângulos acima desse valor induzem alterações no aspecto cilíndrico das lentes. Distância vértice: a distância normalmente varia entre 12 e 14 mm. Cada armação possui um valor próprio de distância vértice, em função de seu encaixe no nariz do cliente. É crucial respeitar a mesma distância utilizada no momento do exame de vista. Figura X – Distância vértice Fonte: Adaptado de COOPESP, 2012 #ParaTodosVerem. Ilustração colorida e de visão lateral de um rosto com óculos. A imagem enquadra um pouco acima da sobrancelha e um pouco antes da parte inferior do nariz, sem mostrar a ponta. Os óculos são de armação branca, com a lente cinza e levemente transparente. Aparecem ainda a plaqueta e parte da haste. A haste é branca até a metade e tem em sua parte final a cor preta. Uma linha laranja colocada por cima acompanha o aro da armação. E uma seta, também laranja, parte dessa linha até a frente da córnea, representando a distância. Fim da descrição. Plaquetas: utilizadas com o intuito não só de garantir conforto, mas regular, principalmente, a altura da armação e, consequentemente, das lentes. Finalmente, após revisarmos cada um dos itens anteriores, podemos começar a medir todos os parâmetros das lentes, iniciando pela medida da distância nasopupilar (DNP). Figura 18 – DP e DNP – Medidas pupilares #ParaTodosVerem. Ilustração com dois desenhos idênticos com o fundo branco, onde aparece, em perspectiva frontal, um par de olhos, com as pálpebras, os cílios e os globos oculares. À frente deles há uma armação de óculos, representada apenas pelos aros redondos e pela ponte. Na imagem da esquerda há duas retas vermelhas, verticais e pontilhadas, que partem de um pequeno ponto branco localizado no centro da pupila de cada olho, para cima, para fora da armação. Entre essas retas há uma seta horizontal vermelha, de pontas duplas, e acima dela está escrito “DP”. Na imagem da direita também há duas retas vermelhas, verticais e pontilhadas; uma delas parte de um ponto branco no centro da pupila do olho esquerdo, enquanto a outra parte do centro da ponte da armação. Ambas se projetam para cima, para fora da armação. Entre elas há uma seta horizontal vermelha, de pontas duplas, e acima dela está escrito “DNP”. Fim da descrição. Pupilometria A medida nasopupilar (DNP) talvez seja a mais importante a ser tomada em um exame depois do valor dióptrico da lente. Sua importância está ligada ao conforto e à adaptação das lentes, não só progressivas, mas de todos os tipos. A precisão dessa medida é fundamental para que o caminho dos raios luminosos, ao passarem pela lente, atinja o ponto correto na retina, formando a imagem com qualidade. Figura 19 – Pupilômetro Fonte: Divulgação #ParaTodosVerem. Foto de um Pupilômetro com sua parte inferior em destaque. É um aparelho branco em sua lateral e cinza na parte superior, em que há ainda um seletor redondo, duas chaves de ajuste, que correm lateralmente e três visores onde aparecem as medidas. Há um orifício onde se coloca o olho de quem fará a medição e do outro lado um sulco anatômico, que encaixa no nariz do paciente, juntamente com uma haste preta para limitar a distância entre os olhos do paciente e os dois visores por onde ele irá olhar. Fim da descrição. O pupilômetro fornece de forma rápida e precisa as medidas de DP e DNP tanto para longe quanto para perto. A medida é realizada através do reflexo corneano de um feixe de luz emitido pelo aparelho. A posição desse reflexo deve coincidir com a barra de marcação, conforme é mostrado abaixo. O procedimento para essa medida será realizado em sala de aula, respeitando algumas premissas: Figura 20 – Barras do pupilômetro sobre o reflexo corneano Fonte: Adaptado de Freepik #ParaTodosVerem. Ilustração de dois olhos em um fundo branco, onde aparece, em perspectiva frontal, um par de olhos, com as pálpebras, os cílios e os globos oculares. No meio de cada pupila está um ponto branco, que representa seu centro. À frente do olho direito há um feixe longo, maior que o próprio olho, na cor cinza, exatamente sobre o ponto branco na pupila. No limite superior do feixe há duas setas pretas, uma de cada lado do feixe. As setas são perpendiculares ao feixe, estão em sentido oposto e apontam para o feixe. Na imagem do olho esquerdo, um feixe idêntico ao anterior está localizado perto da borda da íris, mais próximo ao seu lado temporal. No limite superior do feixe há Determinar, previamente, a distância pela qual será feita a medida; O cliente deverá segurar o aparelho em uma posição confortável e bem ajustada em seu rosto; O profissional deve estar alinhado com o cliente, e o aparelho deve estar nivelado horizontalmente; O cliente deve acompanhar o ponto luminoso que aparece dentro do aparelho; A medida é determinada ao mover as barras de marcação até que coincidam com o reflexo corneano de cada olho, separadamente. uma seta, perpendicular ao feixe e em sua parte nasal, apontando para a direção do nariz. Fim da descrição. Para medir a DNP sem o pupilômetro, é necessário o auxílio da escala milimétrica. Trata-se de uma medida realizada frente a frente, optometrista e cliente. O profissional deve estar em posição nivelada, horizontalmente em relação aos olhos do cliente e verticalmente em relação ao nariz. Após essa preparação, o profissional oclui o OE do cliente e pede que este olhe para seu olho direito. Nesse momento, com a escala milimétrica apoiada no nariz do cliente, o profissional realiza a medida da DNP do OD. Analogamente, inverte o procedimento, ou seja, oclui o OD e, ao pedir ao cliente que olhe para seu olho esquerdo, mede a DNP do OE. Para as medidas de DP e DNP para lentes progressivas, deve-se privilegiar a DNP de perto, pois é uma área com uma margem de erro muito reduzida. Nessa situação, qualquer discrepância na visão de longe, em casos de alterações na convergência, não prejudicará tanto a visão, uma vez que é o campo mais amplo para essa distância. Altura Pode-se fazer a marcação da altura de uma lente com o auxílio de uma armação já ajustada e nivelada no rosto do cliente. Cabe lembrar que o procedimento a ser adotado também serve para medir a DNP. O processo, assim como na medida de DNP, requer extremo cuidado. O erro de medida na marcação da altura, assim como foi dito no erro de DNP, induz um prisma na correção visual. E a determinação da altura está diretamente ligada à correção dos campos visuais, que possuem relação direta com a distância dos objetos a serem focalizados. E antes de fazer a medida, o primeiro ponto a ser observado é a postura do cliente, pois influencia, principalmente pela posição da cabeça, na variação de altura do centro óptico da lente. A medida da altura é a mesma com a qual se pode medir a DNP utilizando a escala milimétrica. Mas, nesse caso, o uso da armação dispensa a utilização da escala, uma vez que a marcação do centro da pupila é feita diretamente na lente da armação, com um pequeno ponto feito a caneta. O cliente, nessa situação, está com a armação ajustada em seu rosto, e pede-se que, com o OD, focalize o centro da pupila do OE do optometrista (o OE do cliente deve estar ocluído). Nesse momento, marca-se na lente da armação, com a caneta branca, a posição do centro da pupila do cliente. Da mesma forma, repete-se o procedimento, invertendo-se os olhos, ou seja, OD ocluído e OE observando o olho direito do profissional. Para conferirmos a medida, pedimos que o cliente se levante, caminhe por um tempo, e observa-se, a uma distância de mais de três metros, a posição da marcação branca na lente, conferindo se ela se encontra no centro da pupila. Após o procedimento, a armação é retirada e não só a altura mas também a DP e a DNP podem ser calculadas. De acordo com o tipo de lente a ser utilizado, algumas técnicas devem ser realizadas de maneira diferente para a medida da altura: Lentes esféricas: requerem maior rigor ao montar esse tipo de lente. O eixo óptico dessa lente deve passar pelo eixo de rotação do olho, ou seja, para cada grau de inclinação deve-se descentrar 0,5 mm. Para uma inclinação padrão de 10°, a lente deve ser descentrada em 5 mm para baixo; Lentes bifocais: esta medida é feita em função da borda da íris. A altura deve ser marcada 1 mm abaixo da borda inferior da íris, até a borda inferior interna do aro da armação, na direção vertical da pupila; Lentes trifocais: possuem três campos de visão. A altura é determinada em função do campo intermediário. O topo da visão intermediária deve alinhar tangencialmente a borda inferior da pupila em qualquer tipo de compensação. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Variação do Poder Dióptrico das Lentes em Função da Variação da Distância Vértice Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Por que Calcular Diâmetro? Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE 2 / 3 ˨ Material Complementar https://opticanet.com.br/secao/colunaseartigos/12809/variacao-do-poder-dioptrico-das-lentes-em-funcao-da-variacao-da-distancia-vertice http://indiolab.com/calculo_de_diametro/ Conversão ou Transposição de Grau de Óculos para Lentes de Contato Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Entenda a Receita dos seus Óculos de Grau Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE https://www.newlentes.com.br/conversao-de-grau https://www.mdsaude.com/oftalmologia/receita-oculos ATACADÃO DA ÓPTICA. Pupilômetro. 2019. Disponível em: <https://www.atacadaodaotica.com.br/pupilometro-digital-pd90>. Acesso em: 2/12/2022. CARVALHO, T. Espectro eletromagnético. InfoEscola, 2006. Disponível em: <https://www.infoescola.com/fisica/espectro-eletromagnetico/>. Acesso em: 2/12/2022. COOPESP. Capaz: projeto de capacitação profissional. 2012. Disponível em: <http://coopesp.com.br/capaz/c_b_05.03.pdf>. Acesso em: 2/12/2022. DIAS, N. Armações. Ney Dias - Óptica Oftálmica, 2015. Disponível em: <https://sites.google.com/site/neydiasopticaoftalmica/dicasdoneydias/armacoe>. Acesso em: 2/12/2022. ________. Óptica geométrica: noções. Ney Dias - Óptica Oftálmica, 2015. 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