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Podcast Disciplina: Fornecimento de tensão secundária de distribuição Título do tema: Definições Gerais e Terminologia Autoria: Renato Kazuo Miyamoto Leitura crítica: Charles William Polizelli Pereira Olá, ouvinte, tudo bem com você? Você sabe por que a tensão na distribuição secundária em algumas cidades é em 127V e em outras em 220V? Se você ficou curioso, então acompanhe esse podcast, que irei te contar mais sobre isso. O Brasil não possui um padrão para fornecimento de tensão secundária, e esse fato impacta em algumas normas técnicas, ligação de equipamentos e até na execução de projetos elétricos, além da infraestrutura das concessionárias de energia elétrica. Mas porque isso acontece? Para responder esse questionamento, devemos voltar no tempo, no início do século vinte. Quando Brasil começou a montar a infraestrutura do sistema elétrico de potência, a escolha pelo nível de tensão foi devida ao país de origem das primeiras empresas de distribuição que se estabeleceram em cada região do país. Assim, elas levaram em consideração uma análise de custos pela demanda de consumidores por metro quadrado, os gastos em transformadores, materiais elétricos, cabos e dispositivos de proteção, para justificar o padrão que já usavam em seus países de origem. De modo geral, o continente americano é adepto da tensão de 127V e a Europa, África e Ásia optam pelo sistema em 220V. Por exemplo, as empresas canadenses Tramway e Light&Power instalaram redes de distribuição com tensão de 127V nas principais cidades da região sudeste. Já na região nordeste, as empresas pioneiras europeias optaram pelo 220V. Nesses casos, os sistemas continuam até a atualidade, isso porque financeiramente, torna-se inviável a reformulação da rede. Além disso, não há justificativa fortemente pautada para fundamentar o valor que seria gasto. No entanto, existem algumas vantagens e desvantagens entre os sistemas. Me diz ai, qual tensão é mais segura? A de 127V. Isso porque sob a mesma condição do ambiente e do corpo, considerando que a relação corrente (I) é igual a razão entre a tensão (V) e a resistência (R), uma tensão de 220V propicia uma maior corrente de choque. E qual das tensões possui a manutenção mais barata? A de 220V. Para a concessionária de energia, considerando uma mesma potência, os condutores para a distribuição em 220V são de menor bitola. W B A 1 0 8 5 _ v1 .0 E por fim, uma última pergunta: qual tensão é mais econômica para o consumidor? A resposta é que o nível de tensão não reflete no consumo, portanto é indiferente. Isso porque o consumo de energia é medido em quilowatt-hora, ou seja, a relação entre a potência do equipamento pelo tempo de utilização. Por exemplo: se você possui um chuveiro de 5500W que funciona em tensão de 220V ou 127V, o valor pago na sua fatura ao final mês será o mesmo. Vale lembrar, que para o caso do fornecimento em menor tensão, há uma maior corrente circulando para que o equipamento opere em potência nominal. Assim, eleva-se o custo inicial em condutores de maior bitola e em dispositivos de proteção. Nesse sentido, há alguns casos de mal dimensionamento dos condutores, que promove dissipação de potência através de efeito Joule, e o aquecimento dos cabos, e gerando uma falsa impressão que em menor potência, o chuveiro “não esquenta” adequadamente. Portanto, em relação à economia de consumo, não há diferença. Bom, esse foi nosso podcast de hoje, gostaria de agradecer sua presença e espero ter contribuído com essas informações. Um forte abraço e até uma próxima!