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INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO CRIATIVO

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INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO CRIATIVO
Na primeira seção, você verá que а criatividade é uma característica que pode ser desenvolvida, desde que devidamente treinada. Conhecera também, algumas das principais teorias formuladas para explica-la - desde as mais antigas, centradas no indivíduo, até as mais modernas, que entendem a criatividade como um fenômeno sistêmico envolvendo quatro dimensões: pessoa, produto, processo e ambiente.
criatividade é algo que pode ser aprendido.
Nas décadas de 1970 e 1980, os psicólogos norte-americanos Ellis Paul Torrance e Jack Presbury examinaram 384 pesquisas sobre a eficiência dos programas de treinamento em criatividade. A maioria delas concluía que a criatividade pode, sim, ser aprimorada por meio de um treinamento formal.
CRIATIVADE E CIÊNCIA
Desde o início do século XX, os psicólogos - sobretudo os da área cognitiva, aquela que investiga os processos mentais - vêm estudando a criatividade. Um dos pioneiros nesse sentido foi o inglês Graham Wallas, que em 1926 elaborou aquele que é tido como o primeiro modelo do pensamento criativo. No modelo de Wallas, a criação de uma nova ideia é um processo de quatro etapas:
1. Preparação: coleta das informações necessárias sobre o problema em questão.
2. Incubação: período de "descanso" mental, em que a pessoa se afasta temporariamente do problema.
3. Iluminação: momento em que a pessoa tem um "clique' e, finalmente, chega à solução criativa.
4. Verificação: ajuste e implementação da solução
Como se percebe, no modelo de Wallas a geração da ideia criativa depende de um "clique". E, portanto, um processo subconsciente, incontrolável. Além disso, o "clique" pode acontecer ou não. Nota-se, porém, que Wallas já previa um momento de preparação anterior ao "passe de mágica".
Outro aspecto que chama a atenção naquele modelo pioneiro de Wallas é a ênfase no indivíduo. Parece que a criatividade depende exclusivamente do talento pessoal, e não de um ambiente estimulante ou da colaboração de colegas, por exemplo. Com o passar do tempo, teorias como essa, centradas no indivíduo, passaram a ser substituídas por teorias sistêmicas, que atribuem as soluções criativas não a uma pessoa ou processo isolado, mas a uma série de fatores inter-relacionados
As quatro dimensões da criatividade também são chamadas de quatro Ps da criatividade. Isso porque palavras escolhidas por Rhodes em inglês foram: person, process, product epress (pressão do ambiente)
Um dos primeiros especialistas a perceber essa interrelação foi o psicólogo Mel Rhodes. Rhodes estabeleceu que criatividade é um fenômeno em que uma pessoa comunica um novo conceito - o produto. A pessoa chega até esse produto por meio de um processo mental. Como nenhum ser humano vive ou opera num vácuo, precisamos considerar também o ambiente. Surgia assim, em 1961, o modelo das quatro dimensões da criatividade: pessoa, produto, processo e ambiente (pressão).
As quatro dimensões da criatividade, segundo Mel Rhodes
PESSSOA CRIATIVA
Desde sempre, essa foi a dimensão que mais atraiu o interesse de leigos e pesquisadores. Por que certas pessoas são mais criativas do que outras? Como saber se alguém é criativo ou não?
A partir da década de 1950, portanto, começou a surgir uma série de testes e teorias que tentavam medir, classificar e explicar a criatividade e seus processos. Nos próximos tópicos veremos alguns desses testes e teorias, especificamente:
• as teorias de Joy Paul Guilford e Edward de Bono sobre pensamento divergente, pensamento convergente e pensamento lateral;
• o Teste Torrance do Pensamento Criativo, criado por Ellis Paul Torrance nos anos 1960 e até hoje o mais usado para medir a criatividade;
Pensamento divergente
Guilford percebeu que não havia uma correlação necessária entre nível de inteligência e de criatividade. Os testes de inteligência mediam se a pessoa era capaz de chegar à única resposta correta para determinado problema lógico. Mas a pessoa criativa muitas vezes chegava a várias soluções para um único problema; ou a soluções que não representavam necessariamente uma saída lógica.
Com base nessa comparação, Guilford criou um conceito decisivo para o estudo da criatividade: a diferenciação entre pensamento convergente e pensamento divergente. Pensamento convergente é aquele que, por meio de um raciocínio analítico, leva a uma única solução lógica para determinado problema. Já pensamento divergente é aquele que apresenta várias alternativas de solução para mesmo problema.
Pensamento convergente versus pensamento divergente
Pensamento lateral
Os conceitos de pensamento convergente e divergente elaborados por Guilford nos anos 1950 foram retomados e desenvolvidos por Edward de Bono nos anos 1970 e 1980. Bono, considerado hoje a maior autoridade mundial em criatividade e inovação, criou o conceito de pensamento lateral, em oposição ao pensamento vertical.
Pensamento vertical é o pensamento lógico, matemático e seletivo que caminha numa única direção predefinida. Já o pensamento lateral não se move de modo previsível; ele busca novas possibilidades e pode até dar "saltos". Enquanto o pensamento vertical leva em conta apenas informações relacionadas ao problema em análise, o lateral considera elementos que pouco ou nada têm a ver com a questão.
O pensamento lateral está relacionado à abdução, um dos três tipos de raciocínio lógico - os outros dois são a dedução e a indução. Esses dois últimos são bastante conhecidos: a indução consiste em partir de casos particulares para chegar a princípios universais, enquanto a dedução consiste em partir de princípios universais para explicar casos particulares.
Já o conceito de abdução, ou inferência hipotética, foi criado pelo norte-americano Charles Sander Peirce para denominar um terceiro tipo de "manobra" mental, do qual os dois anteriores não dão conta. A abdução consiste em dar um salto intuitivo dos dados para a hipótese. Com pouco ou nada em que se basear, a pessoa elabora uma hipótese que parece correta. Depois, essa hipótese ou inferência deve ser testada.
TÉCNICA DOS CHÁPEUS
A pessoa deve se imaginar "colocando" um desses chapéus e enxergando o mundo por um ângulo diferente a cada chapéu usado. A técnica também ajuda a considerar os diferentes aspectos de um problema, um de cada vez, tornando o pensamento mais claro
Cada pessoa escolhe qual chapéu quer colocar e assume o papel designado por ele. Ao trocar de chapéu, troca também de papel.
Os seis chapéus são os seguintes:
• Branco: esse é o chapéu da neutralidade. Quem o usa só pode expor informações com objetividade.
Exemplo: "Nossa equipe de vendas não vai receber o bônus de produtividade este mês porque não alcançou as metas. Nossas vendas caíram 10% em relação ao mês anterior e 25% em relação ao mesmo mês no ano passado. As outras equipes não sofreram a mesma queda."
• Vermelho: esse é o chapéu dos sentimentos, das emoções e da intuição. Esses elementos teoricamente não intervêm nos ambientes de negócios; contudo, Bono afirma que muitas vezes as emoções estão presentes, sim mas disfarçadas sob razões "lógicas".
Quem usa esse chapéu deve dar vazão aos aspectos irracionais do pensamento, sem necessidade de justifica-los. 
Exemplos: "Não vamos receber o bônus por sua causa, Marta! Você só pensa em si mesma, não colabora com a equipe. Já disse o que queria, agora vou tirar meu chapéu vermelho." "Tenho a intuição de que devíamos tentar vender outros produtos. Não fiz nenhuma pesquisa a respeito, mas meu chapéu vermelho me diz isso.” "Minhas vendas foram péssimas porque não gosto de atender o Sr. Batista. Não gosto e pronto!"
• Preto: esse é o chapéu da precaução, da avaliação do risco e do juízo crítico. Quem o usa torna-se pessimista e racional. Esse chapéu é muito importante, pois evita que atitudes precipitadas sejam tomadas, mas não pode ser usado em excesso porque poda a criatividade.
Exemplos: "Colocando o chapéu preto, acho que sua proposta de vender novos produtos não é uma boa deia. Nosso mix acabou de ser redefinido com base em sólidas pesquisas de mercado." "Gustavo,por favor tire o chapéu preto para poder ver a situação de outra forma.
• Amarelo: esse é o chapéu da positividade. Ser positivo significa procurar vantagens, ver o lado bom das coisas. O chapéu amarelo não e o chapéu da criatividade, quem o usa necessariamente dá ideias novas, mas sim vê aspectos positivos de ideias que já estão em curso, ou ajuda dar forma concreta para ideias novas.
Exemplo: "Trabalhar com novos produtos pode ser uma boa ideia, sim. A equipe B-5 começou a oferecer ferramentas portáteis e se saiu muito bem. Vamos examinar os catálogos da empresa e dos concorrentes para ver quais novidades podem interessar aos nossos clientes."
Verde: esse é o chapéu do crescimento, da energia e da criatividade, por isso todos precisam usá-lo. Quem o coloca deve buscar novas possibilidades.
Exemplo: "Coloquei o chapéu verde e estou em busca de soluções para reerguer nossas vendas. Já sei: vamos fazer uma lista das dificuldades que enfrentamos com cada cliente. Depois, cada um vai dizer quais soluções propõe para essas dificuldades."
• Azul: o último chapéu é o do processo, da visão global. Como o maestro de uma orquestra, quem usa chapéu azul não vai tocar nenhum instrumento específico, mas supervisionará a harmonia do todo. Normalmente, é o líder da reunião quem o coloca, mas isso não significa que outros participantes não possam usá-lo.
Quem coloca o chapéu azul organiza o pensamento, evita que o debate saia do foco e, geralmente, prepara um resumo ou relatório final.
Exemplo: "Estou usando o chapéu azul para dizer que estamos nos afastando muito do propósito inicial da reunião." "Bem, a Marta usou o chapéu amarelo para ver os pontos positivos na ideia do Raul, enquanto a Bernadete usou o chapéu preto e viu os problemas. Agora vamos colocar o chapéu azul e fazer um balanço disso.”
Além de permitir que cada um assuma um papel imaginário e, assim, possa se expressar livremente, a técnica dos seis chapéus apresenta as seguintes vantagens:
1. atenção dirigida: o foco recai sobre cada um dos seis pontos de cada vez;
2. conveniência: é uma maneira prática e rápida de levar alguém a mudar seu ponto de vista ou seu modo habitual de pensar; por exemplo, uma pessoa exageradamente negativa pode ser convidada a colocar o chapéu amarelo e ver os pontos positivos de um tema;
3. regras do jogo: apesar de permitir a livre expressão de ideias e, assim, correr o risco de gerar atritos, a dinâmica dos seis chapéus apresenta regras bem definidas, o que tranquiliza os participantes.
Embora seja comumente utilizada para dinâmicas de grupo, a técnica também pode ser usada individualmente. Sozinha, a pessoa pode ir trocando de chapéu para ver os diferentes lados de uma questão.
Teste Torrance de Pensamento Criativo
Especializado na área educacional, Torrance queria elaborar um teste que ajudasse os professores a identificar mais facilmente alunos superdotados.
O TTCT compõe-se de duas partes: uma verbal e outra figurativa. A parte verbal tem por objetivo avaliar como pessoa se expressa criativamente por meio da palavra oral ou escrita, formulando hipóteses e perguntas. Mensura a capacidade de pensar em termos metafóricos, conceituais e de fazer associações.
A parte figurativa envolve o pensamento visual e espacial. Exige um esforço deliberado para descobrir uma solução criativa para um problema e para finalizar o oque está incompleto - no caso, imagens.
A princípio, os resultados do TTCT eram avaliados segundo quatro componentes, os mesmos utilizados por Guilford:
Fluência: refere-se à quantidade de respostas. Quanto mais possibilidades a pessoa levantar, mais fluente é. Por exemplo, alguém que sugere 30 usos diferentes para um lápis é mais fluente do que alguém que sugere apenas 15.
Flexibilidade: refere-se ao número de categorias em que as respostas se encaixam. Por exemplo, alguém pode sugerir poucos usos para um lápis, mas em categorias bem diferentes (ferramenta de desenho, eixo carrinho de brinquedo, prendedor de cabelo etc.).
• Originalidade: refere-se à raridade da resposta. Os resultados do participante são comparados com os de outros, e as respostas mais raras são consideradas as mais originais.
Elaboração: refere-se ao detalhamento da resposta. Quanto mais pormenorizada e precisa, mais elaborada ela é.
A partir dos anos 1980, Torrance ampliou o número de componentes de avaliação. Segundo ele, esses quatro mensuravam apenas os aspectos cognitivos, mas deixavam de lado os traços emocionais. Ao longo do tempo, o TTCT passou a incluir, então, fatores como emotividade e senso de humor.
Além dos quatro indicadores que acabamos de ver, podemos considerar também as seguintes habilidades como características da pessoa criativa:
Análise: capacidade de decompor um elemento em fragmentos menores. Está ligada à habilidade de isolar problemas.
Síntese: capacidade de compilar fragmentos e formar um todo. Essa característica também está relacionada à habilidade de extrair os elementos mais importantes de diferentes ideias, fazendo um resumo dos "principais pontos"
• Abertura: capacidade de se desvincular de esquemas mentais rígidos e preconcebidos.
• Comunicação: capacidade de verbalizar seus pensamentos e emoções e de explicar aos outros suas ideias.
• Sensibilidade para problemas: capacidade de perceber pontos que podem ser melhorados.
• Redefinição: capacidade de encontrar novas aplicações para um objeto.
• Nível de inventividade: capacidade de criar elementos novos e, ao mesmo tempo, valiosos, úteis.
Vimos as maneiras mais comuns de medir a criatividade, em especial o Teste Torrance (TTCT). Em geral, essas mensurações quantificam o desempenho da pessoa numa série de aspectos, conforme acabamos de ver. Seu objetivo é nos dizer em que medida uma pessoa é criativa.
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