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Aula 2 - Gestão da Criatividade

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CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Elaine Cristina Hobmeir 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá, seja bem-vindo(a) à nossa segunda aula da disciplina de 
Criatividade e Inovação. 
Nesta aula, abordaremos diversos tópicos relacionados à criatividade, 
os quais fazem referência à atividade criativa, ao processo criativo e seus 
componentes. Vamos tratar das barreiras da criatividade e também dos 
estímulos à criatividade e à medição da criatividade. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
O que Leonardo da Vinci, Michelangelo, Isaac Newton e Albert Einstein 
têm em comum? Foram grandes gênios da nossa história, personagens que 
transbordaram criatividade. Cada ser humano pensa de maneira diferente, tem 
crenças e gostos distintos e durante a vida vivencia várias ideias originais, 
porém muitas delas não são colocadas em prática. 
A criatividade, assim como a inteligência, é algo que todos temos, em 
maior ou menor medida, ou seja, somos dotados dela. Quantas vezes não 
tivemos aquela ideia “louca” que não contamos a ninguém por medo de 
rejeição ou de nos acharem insanos? No entanto, são essas ideias que muitas 
vezes são nosso diferencial competitivo. 
Para exercitar a criatividade, pense em diferentes usos para objetos do 
cotidiano, por exemplo, um clipe. Além de prender papel o que mais ele pode 
fazer? 
 
 
 
 
Você deve ter respondido prender papéis, certo? Mas vamos pensar em 
outras utilidades desse objeto: unir cabos soltos, marcar páginas de um livro, 
fixar recados, proteger lâmina de barbear, organizar cabos, fechar pacotes de 
salgadinhos, prender dinheiro, organizar itens faltantes de uma geladeira, 
ordenar chaves. O clipe pode ainda ser suporte para fotografias, lista de 
 
 
3 
compras e celulares. Quantas utilidades para um simples clipe de papel, não é 
mesmo? Muitas delas surgem devido à necessidade. 
Todos nós temos redes neurais criativas. Essas redes são divididas em 
três tipos: a padrão, quando o cérebro está gerando ideias ou apenas 
imaginando, a de controle executivo, que é acionada na tomada de decisões, 
e de saliência em que o cérebro discerne se a ideia é relevante ou não. 
A ciência estuda o mecanismo de geração de ideias há anos e 
identificou que essas redes não funcionam simultaneamente; quando se ativa 
uma delas, as outras duas são desativadas. O cérebro criativo se conecta de 
um modo diferente, pois é capaz de ativar sistemas que normalmente não 
funcionam juntos. 
Nem todo pensamento será genial, mas alguma coisa boa poderá sair 
de uma imaginação criativa. Pode notar que quando você precisa criar algo, há 
metas, prazos e encomendas para cumprir a ideia não aparece. Porém, 
quando você não pensa em nada a ideia surge acidentalmente. 
 
É aquele instante de inspiração divina, um momento “eureka”. Mas isso 
não ocorre sempre. Portanto, não se engane achando que ao ficar ocioso as 
ideias de projetos ou produtos surgirão em sua cabeça. Para que a criatividade 
ocorra, é importante que a pessoa tenha uma vasta bagagem de referências e, 
por isso, é importante o conhecimento, ficar atento ao que está sendo utilizado, 
ler artigos, livros, assistir a filmes, ouvir músicas. Observar como as pessoas se 
comportam e reagem aos estímulos é fundamental para esse processo. 
Expandir horizontes é essencial para um processo criativo. Vamos tentar? 
 
 
 
 
4 
TEMA 1 – A ATIVIDADE CRIATIVA 
Um dos principais aspectos relativos aos processos de renovação das 
estruturas administrativas nas empresas, independentemente de seu porte, 
busca um estado de criatividade e inovação constantes. É esperado que ele 
seja inserido na cultura organizacional e absorvido pelos colaboradores, sem 
que qualquer distinção de hierarquia se faça presente. 
Neste contexto, entra em foco a necessidade de mudanças na 
aprendizagem organizacional, que pode facilitar maior integração e 
engajamento dos colaboradores voltando-se especificamente para a teoria da 
atividade criativa. A principal característica desta proposta e que lhe dá um 
diferencial em relação às “melhores práticas administrativas” é que ela é 
situada na análise das atividades humanas. 
Seu estudo teve início com as colocações de uma série de 
pesquisadores e recebeu o nome de teoria da atividade. Ela tem um viés 
teórico de sustentação extenso e dividido em escolas. Não é nosso propósito 
destrinchar as ideias complexas da teoria da atividade. Interessa-nos, nesse 
momento, saber como ela pode agir no que diz respeito ao incentivo ao 
desenvolvimento de um clima organizacional altamente favorável ao 
desenvolvimento da criatividade. 
Tal interesse nos leva a adjetivar a teoria da aprendizagem e dar a ela a 
designação de teoria da atividade criativa, sem que nada seja alterado nos 
estudos desenvolvidos sobre a teoria da atividade por si própria. Isso 
aconteceu quando os processos criativos organizacionais voltaram os olhos 
para a teoria da atividade e uma imbricação parece ter sido projetada, devido 
ao seu encaixe com as necessidades de aprendizagem organizacional. 
Esse encaixe se deve à forma de chamar a criatividade dos 
colaboradores com a utilização de uma situação multifacetada de interações 
interconectadas. O ovo de Colombo, por exemplo, surgiu quando a teoria da 
atividade passou a ser utilizada e permitiu explorar as interações de todos os 
colaboradores (algo similar a uma caixinha de melhorias em algum aspecto 
particular). 
A disrupção que se pode obter deriva da aplicação de um processo 
dialético desenvolvido sobre o que os colaboradores faziam que foi 
 
 
5 
desconstruído para, na sequência, haver um processo de criação inovador, 
aplicado aos mesmos temas tratados durante o processo de desconstrução. 
O processo de criatividade ganha grande impulso e tem um melhor 
aproveitamento quando sua aplicação altera os modelos de negócios criados e 
gera condições de inovação diferenciadas em relação ao que a concorrência 
desenvolve. Esta é a teoria do oceano azul (Kim; Mauborgne, 2015) que 
orienta as empresas a adotar a criatividade como a bússola que direciona suas 
ações para o ponto certo, um norte seguro. 
Esse processo de desconstrução e reconstrução mostra as contradições 
cometidas pelas pessoas ao aplicarem diretamente a teoria da atividade, 
permitindo que as tempestades cerebrais (brainstorming) aproximem os 
colaboradores de um conjunto de ideias centrais, focadas no processo de 
criatividade que a empresa deseja estabelecer. 
Uma das principais vantagens da aplicação da teoria da atividade em 
ambientes de trabalho é que ela considera o todo como um sistema holístico 
que inclui as equipes e a própria organização. Nesse caso, ela leva em 
consideração a cultura, os valores e as histórias pessoais, além do ambiente 
no qual o sujeito está inserido. Também considera a mediação que há entre os 
objetivos e os artefatos e compreende a consciência da atividade. O ponto 
central transita por momentos de estudos e análises teóricas e se volta para a 
prática durante a qual o colaborador se torna um protagonista e não apenas 
mais um “palpiteiro” sobre assuntos que nunca vivenciou. 
Aqui se revela o inelutável relacionamento entre a teoria e a prática. Os 
colaboradores trazem experiências de vida e o que aprenderam na fase 
acadêmica, sendo burilados em atividades de coaching. O resultado é uma 
empresa leve, transformada em uma organização aprendente que busca 
orientar seus colaboradores a tomar nas próprias mãos o destino da empresa. 
Cada um se comporta como se fosse o dono do negócio e apresenta um 
desempenho que pode superar o relacionamento tradicional entre patrão e 
empregado. 
Saiba mais 
Leia o artigo disponível no link < https://www.bbc.com/portuguese/geral-
43148020>. O texto encontra-se na página do Portal BBC e trata de como 
funciona o cérebro das pessoas criativas. 
 
 
6 
TEMA 2 – O PROCESSO CRIATIVO E SEUS COMPONENTESUm dos temas apresentados na primeira aula foi o modelo do processo 
criativo de Wallas, que é composto por quatro etapas: preparação, incubação, 
iluminação e verificação. Esse modelo é utilizado até os dias atuais e apresenta 
uma visão simplificada do processo criativo. 
Os professores Penteado, Mirshawka e Mirshawca Júnior afirmam que o 
modelo apresentado por Wallas apresenta o momento de criação de ideias em 
uma “caixa-preta”, criticando o passo fundamental para o processo criativo. 
Em oposição ao modelo de Wallas, Hiam, um norte-americano 
especialista em marketing e criatividade, desenvolveu um novo modelo de 
processo criativo, flexível e não linear, que não engessa a criatividade. Esse 
processo compõe-se de etapas. Vamos conhecer cada uma delas? 
• 1.ª etapa – Reconhecimento de insights: essa etapa está relacionada 
às características da pessoa criativa, tais como: habilidade de análise, 
abertura a novas ideias e sensibilidade para resolver problemas. É 
nessa fase que o indivíduo reconhece as oportunidades de inovar. 
• 2.ª etapa – Geração de alternativas: nessa fase é importante a criação 
de alternativas para a escolha efetiva da ideia, por meio da fluência e da 
flexibilidade. 
• 3.ª etapa – Seleção de alternativas: como o próprio nome diz é nesta 
fase que há a seleção e os pontos positivos e negativos devem ser 
avaliados. É importante que haja bom senso e as críticas sejam 
construtivas. Nessa etapa, caso você trabalhe sozinho, é interessante se 
afastar um pouco do projeto e voltar a revê-lo sob outros ângulos. 
• 4.ª etapa – Repetição das etapas 2 e 3: devemos lembrar que o 
processo criativo é lento e trabalhoso. Por isso, algumas vezes, não 
encontramos a resposta imediatamente. 
• 5.ª etapa – Transferência das ideias para o mundo real: é nessa 
etapa que nasce realmente o produto ou serviço ou ainda a criação de 
uma nova estratégia ou criação artística. 
• 6.ª etapa – Aprendizado obtido do processo criativo: todo projeto é 
cíclico, nunca há o fim do processo, pois ele está sempre sofrendo 
mudanças. Se o produto acabar, é porque não é mais interessante. 
Nesse caso, chega-se na sétima etapa: o fim. 
 
 
7 
Além das sete etapas apresentadas por Hiam, temos os três princípios 
do processo criativo, que são parcialmente inspirados no trabalho de Plsek: 
atenção, fuga e movimento. Vamos falar um pouquinho sobre a atenção? 
Quando precisamos ser criativos devemos ter um objetivo e estar 
focados em busca de um problema ou oportunidade. É necessário nos 
concentrar no que deve ser resolvido e nos abrir para as percepções e 
possibilidades que, normalmente, estão ao nosso lado e mesmo assim não as 
identificamos. 
O que podemos fazer para tornar as coisas mais fáceis? Como podemos 
agilizar os processos? O que podemos fazer para tornar o produto mais leve, 
portátil e mais confiável? Quais são as possibilidades possíveis para a 
utilização daquele produto ou serviço? 
Se estivermos diante de um problema precisamos compreender a 
situação da melhor maneira possível, muitas vezes utilizando situações já 
ocorridas, verificando sempre os paradigmas para a solução desse problema. 
O segundo princípio é a fuga. Temos o hábito de concentrar nossa 
atenção no que está sendo desenvolvido ou no que já foi feito, mas, às vezes, 
precisamos escapar de nossos modelos mentais. Nessa hora é necessário 
identificar os bloqueios mentais que podem ocorrer e, principalmente, “sair da 
caixinha”. Se toda vez que você for a algum lugar fizer sempre o mesmo 
caminho, nunca saberá o que pode encontrar nas outras possibilidades, e às 
vezes pode ser a oportunidade de sua vida. 
O terceiro e último princípio é o movimento. Já falamos da atenção e da 
fuga e esse é o princípio que deve ser levado em consideração de maneira 
efetiva. O ser humano é condicionado a evitar mudanças e, por isso, escapar 
do seu modelo mental não é fácil. Esse é o princípio em que você deve dar 
asas à sua imaginação, gerar novas opções, fazer reflexões, criar as relações 
plausíveis sobre as ideias e os objetos propriamente ditos. 
 
 
 
8 
Figura 1 – Os princípios criativos 
Atenção Fuga Movimento 
A que? De que? Em que sentido? 
• Elementos da 
situação atual. 
• Características, 
atributos e 
categorias. 
• Diferenças e 
similaridades. 
• Suposições, padrões 
e paradigmas. 
• O que funciona e o 
que não funciona. 
• Coisas em que 
normalmente não 
prestamos atenção. 
• Ideias dominantes. 
• Pensamento 
convencional. 
• Restrições mentais 
atuais. 
• Julgamentos 
prematuros. 
• Barreiras e regras. 
• Suposições. 
• Experiências 
passadas. 
• Tempo e lugar. 
• No tempo e no 
espaço. 
• A outro ponto de 
vista. 
• Do geral para o 
particular e 
vice-versa. 
• Livre associação de 
ideias. 
• Explorar conexões 
entre conceitos, 
tecnologias e 
objetos. 
 
 
Fonte: www.criatividadeaplicada.com 
O conhecimento e a utilização desses três princípios nos faz abrir 
caminho para a utilização de diversas técnicas ou métodos criativos que nos 
auxiliam de maneira direta. 
Saiba mais 
 Leia o texto disponível no link 
<https://criatividadeaplicada.com/2007/02/10/o-processo-criativo/> que 
apresenta informações sobre o processo criativo. 
TEMA 3 – BARREIRAS/ BLOQUEIOS DA CRIATIVIDADE 
Ao longo dos anos ouvimos falar sobre criatividade e pessoas criativas, 
mas devemos lembrar que na maioria das vezes isso é influência do meio no 
qual estamos inseridos. Fomos ou não preparados para sermos criativos? Com 
o passar dos anos tivemos nosso poder criativo boicotado pela educação, 
pelos nossos pais ou pela sociedade. Esses bloqueadores devem ser 
conhecidos e vencidos para que o processo criativo volte. 
A maneira como percebemos o mundo e o nosso modelo mental pode 
influenciar positiva ou negativamente nosso processo criativo e até o 
florescimento de nossa criatividade. No decorrer dos anos, as crianças, ao se 
 
 
9 
tornarem adultas, perdem seu poder criativo, causado pelo processo de 
socialização. Ao crescerem e serem educadas aprendem que devem seguir 
padrões que muitas vezes as bloqueiam. 
Dê a uma criança objetos quaisquer e veja que em poucos segundos ela 
já criou um brinquedo e interage com ele. Dois copos descartáveis e um 
barbante viram telefone, as nuvens têm os formatos mais diversos, as bonecas 
e os bichos de pelúcia ganham nome e já são parte integrante de uma família 
criada pelas próprias crianças. 
A escola, em raras exceções, é um dos principais agentes desse 
bloqueio da criatividade infantil. A instituição que menos teve evolução é a 
escola. Continuamos em salas fechadas, com professores à frente dos alunos, 
sentados em carteiras e filas. E se as escolas mudassem? Se a informação e 
os conhecimentos fossem disseminados de uma maneira revolucionária? Essa 
é uma questão que é muito debatida, mas pouco aplicada. A padronização dos 
pensamentos inibe de maneira direta a criatividade infantil. 
Para que o processo criativo obtenha sucesso precisamos que haja um 
equilíbrio entre estabilidade e ruptura. Mas por que esse equilíbrio é 
necessário? Muitas vezes apenas uma evolução daquele produto ou serviço já 
funciona, porém, muitas vezes, deve-se haver uma ruptura em tudo que já foi 
feito, uma reengenharia para criar tudo do zero. 
Em 1964, Alvin L. Simberg fez uma relação dos bloqueios criativos e sua 
teoria até hoje é válida. No entanto, algumas amarras impedem as pessoas de 
criarem. 
A ideia principal de Simberg era que as pessoas utilizassem a 
criatividade no ambiente de trabalho, aspecto que segue sendo empregado até 
hoje. Dentro do contexto citado pelo autor, esses obstáculos podem ser 
apresentados em três formas: perceptivos, culturais e emocionais. 
Os perceptivos podem ser encontrados na dificuldade em perceber e 
dimensionar o problema em si; como não se consegue identificar o problema 
não se acha uma solução plausível. Outro bloqueio é quando se isolao 
problema: se você o isola não quer dizer que ele desapareceu, apenas que ele 
foi ignorado. 
Muitas vezes conhecemos o problema, mas não conseguimos 
transformá-lo em palavras. Em diversos momentos sabemos o que estamos 
tentando resolver, mas não conseguimos expressar aos demais. Ficamos muito 
 
 
10 
presos em imagens e, no caso da criatividade, precisamos exercitar os demais 
sentidos, pois eles nos fazem perceber as coisas ao nosso redor. 
Às vezes, a resolução de um problema pode resolver os demais, mas 
nem sempre isso funciona. Quando estamos no status quo acabamos ficando 
insensíveis à realidade, permanecendo em um status confortável, não 
queremos mudar nada, procuramos a comodidade. Outro fator importante é a 
distinção entre a causa e o efeito. Por vezes nos preocupamos muito com o 
efeito de um problema, todavia temos que nos preocupar com o que está 
fazendo com que ele apareça. 
Outro tipo de bloqueio que pode ocorrer é o cultural, no qual iniciamos 
nossa criatividade nos primeiros anos de vida, porém quanto mais o tempo 
passa mais somos podados e diminuímos nosso poder criativo. Quando 
iniciamos na vida profissional, a pressão começa e somos cobrados a todo o 
momento para criar, resolver problemas, inovar. No entanto, como se faz isso 
se devemos cumprir regras e normas? As instituições nos pedem para 
estimularmos a criatividade. Contudo, na prática, isso não se aplica, pois não 
podemos desenvolver nossos projetos porque eles não se enquadram nos 
requisitos organizacionais. 
Notaram como a criatividade é bloqueada por fatores externos ao longo 
dos anos? Podemos citar aqui os bloqueios emocionais. As emoções, por 
exemplo, são muito importantes para o processo criativo. A paixão e a 
inquietude podem fazer com que a pessoa fique cega diante dos problemas. 
Medo é uma das palavras-chave: medo de errar, de ser contestado, de 
algo fugir do controle. O medo é importante, mas deve ser controlado. Vencer o 
medo pode ajudar no processo criativo. 
Saiba mais 
 Leia o texto disponível no link <https://procriatividade.com.br/tipos-
bloqueios-a-criatividade/> que descreve os cinco bloqueios da criatividade que 
fazem suas ideias desaparecerem. 
TEMA 4 – ATIVADORES CRIATIVOS 
No tema anterior, tratamos dos bloqueadores e de como eles funcionam. 
Agora vamos apresentar os ativadores criativos. 
 
 
11 
Vários são os institutos que estudam esses ativadores. Normalmente, 
são aplicadas entrevistas para a complementação das pesquisas. Podemos 
dizer que “os ativadores da criatividade são pequenos jogos que têm como 
objetivo colocar os participantes de uma sessão criativa no modo de 
pensamento do hemisfério direito e devem ser usados antes e durante a fase 
de gerar ideias para manter a energia criativa em alta” (Briga, 2012, p. 154). 
Nota-se, então, que os ativadores criativos são táticas para estimular a 
criatividade. Temos vários exemplos, mas vamos citar os mais conhecidos e 
utilizados (Pearson, 2012). 
 
 
• Brainstorm ou turbilhão de ideias: é o mais conhecido dos ativadores 
criativos. Nesse caso, os participantes dizem tudo o que vem à cabeça 
sobre o tema proposto. Mas por que isso funciona? Porque surgem as 
mais variadas alternativas referentes ao objetivo proposto. 
• Busca interrogatória: diz respeito à busca interrogatória em que são 
apresentadas perguntas sobre o tema. Nessa tática, é interessante 
descobrir a que se refere o assunto e instigar a criatividade no processo. 
• Analogia inusual: nesse outro exemplo de ativador criativo há a 
comparação de dois elementos diferentes em que ocorre a busca de 
semelhanças e diferenças para chegar-se a um terceiro denominador. 
Nesse caso existe a busca por relações que podem ser distantes, mas 
que no fim se complementam. 
• Solução criativa de problemas: é feita em partes e faz com que os 
participantes sejam sensibilizados. Com isso, buscam-se possíveis 
erros. Na segunda fase, o problema é delineador, as causas e 
consequências são apresentadas e as soluções propostas, planilhadas e 
avaliadas. 
 
 
12 
• Metamorfose total do objeto ou projeto: procura-se imaginar como seria 
se tivesse outra forma, estrutura ou utilidade. Também se pergunta 
como ficaria se existissem em outros tamanhos ou cores. A grande 
jogada aqui é pensar fora da caixa. E se fosse diferente? 
• Jogo linguístico: nesse exemplo de ativador criativo os participantes 
“brincam” com as palavras, tentando quebrar paradigmas, criando novas 
palavras ou expressões. Busca-se flexibilizar o vocabulário ou criar um 
idioma novo (a língua do p). 
• Desmanche de frases: nessa tática há uma decomposição da estrutura 
lógica de uma frase. Procura-se buscar sinônimos e antônimos. Muitas 
vezes, por meio dessa mudança, podem surgir novos textos. 
• Análise recriadora de textos: o indivíduo deve recriar textos seguindo o 
estilo original, modificando-os. Para que isso ocorra de maneira efetiva, 
é preciso ler o texto, sublinhar as palavras-chave e mudar a estrutura ou 
a expressão do texto. Mas como o indivíduo aplica a sua criatividade 
nesse contexto? Por meio do processo de leitura, ele torna-se crítico, 
reflexivo e criador de texto. 
• Leitura recriadora de imagens: nessa tática devem-se observar as 
imagens e descrevê-las da maneira como estão aparecendo. Há a 
interpretação individual. Cada pessoa vê o objeto de uma maneira e 
transforma a imagem em uma visão verbal. 
• Projeto vital: busca simular o planejamento de um projeto. Cada 
participante deve imaginar como é cada uma das etapas a cumprir. 
Nessa atividade a pessoa deve sonhar, imaginar como funciona o 
planejamento e a execução de um projeto. Simulações funcionam 
efetivamente aqui. 
Se você for procurar na internet e em livros há uma imensa gama de 
técnicas para se ativar a criatividade. Aqui vimos as mais aplicadas e nas quais 
a criatividade pode ser estimulada. Essas táticas funcionam como detonadores 
do pensamento criativo em que há a busca interrogatória, a analogia e, é claro, 
a solução. 
Saiba mais 
 Leia o artigo que se encontra no link 
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/brainstorming-tempestade-
 
 
13 
de-ideias,0f08000e96127410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Esse material 
trata do brainstorming: tempestade de ideias. 
TEMA 5 – MEDIÇÃO DA CRIATIVIDADE 
Podemos afirmar que a criatividade é uma das atividades mais 
marcantes do ser humano e que vem evoluindo ao longo dos anos. Sabemos 
que a criatividade não é completa e que também não é um dom divino, mas 
sim uma habilidade que pode ser aprimorada. 
Os mesmos fatores que podem maximizar os exercícios mentais 
também podem colaborar no desenvolvimento de capacidades criativas. A 
maioria dos métodos utilizados para medir a criatividade falhou, porém temos 
uma técnica de medição da criatividade chamada de teste de pensamento 
criativo de Torrance. É um teste subjetivo, pois depende do julgamento do 
avaliador. 
Alguns estudiosos em criatividade sugeriram certas características que 
as pessoas criativas podem ter. Conheça alguma delas. 
• Fluência: é medido o número de associações ou de ideias referentes a 
uma palavra, um conceito ou problema. 
• Variedade e flexibilidade: diversidade encontrada nas diferentes 
soluções que um indivíduo pode encontrar após explorar variadas 
soluções ou usos de algum objeto. 
• Habilidade de desenvolver soluções: o que outras pessoas não 
conseguem resolver pode se chamar de originalidade. 
• Elaboração: habilidade de ordenar uma ideia, expandi-la ou transformá-
la em uma solução concreta. 
• Sensibilidade aos problemas: habilidade em reconhecer desafios 
centrais em uma tarefa como também todos os problemas que elas 
podem causar. 
• Redefinição: capacidade de enxergar o problema com uma perspectiva 
totalmente diferente. 
• Tolerância à ambiguidade: habilidade em aceitar um desafio singular ou 
trabalhar ao mesmo tempo com váriosprojetos. 
 
 
14 
O Teste de Torrance apresenta às pessoas entrevistadas algumas 
formas básicas e solicita a elas que as usem de forma combinada para 
completar uma figura inacabada. 
Lembre-se: esse teste é subjetivo, não há uma medição fiel da 
criatividade. 
Figura 2 – Teste de Torrance 
 
Fonte: <https://criatividadeaplicada.com/2007/12/18/como-saber-se-somos-muito-criativos/>. 
No teste apresentado o entrevistado deve, com base em uma forma 
original, usar, combinar e completar uma figura inacabada. O teste mede o 
grau de criatividade do desenho, ou seja, não se espera algo muito básico. 
Por curiosidade, baseado nos desenhos apresentados, tente criar 
figuras diferentes. Depois de finalizar o desenho, veja as quatro primeiras 
características (fluência, variedade e flexibilidade, originalidade e elaboração) e 
em quais delas você se destacou. Quais características você deve aprimorar 
para ativar sua criatividade? Como está sua criatividade? 
Outra técnica que podemos aplicar é em relação à quantidade de 
ideias criativas que temos ao longo de um dia. Podem também ser medidas a 
densidade de ideias criativas, a quantidade, a intensidade e onde ocorrem. No 
entanto, não adianta a pessoa ter várias ideias e elas não terem um propósito, 
uma utilidade. 
 
 
15 
A produção do conhecimento não é algo simples, é uma busca 
constante pelo conhecimento em diversos ramos, a fim de chegar a um 
denominador comum. Não é necessário conhecer tudo, mas saber um pouco 
de cada informação é importante. Ter sensibilidade para fazer correlações 
lógicas é um grande diferencial no processo criativo. 
O fato de conhecer as disciplinas básicas não quer dizer que você é uma 
pessoa criativa. É preciso saber como utilizar as informações de maneira 
efetiva. A pessoa altamente criativa tem um conhecimento geral, com uma 
amplitude de criação maior que a dos demais. 
E você, considera-se altamente criativo? Tente descobrir! 
Saiba mais 
 Leia o artigo que se encontra disponível no link 
<http://psicologiaeeducacao.ubi.pt/Files/Other/Arquivo/VOL6/PE%20VOL6%20
N1/PE%20VOL6%20N1_index_5_.pdf>. O texto trata de como avaliar a 
criatividade: contributos para a validade de alguns subtestes do TPCT. 
Assista ao vídeo disponível no link 
<https://www.youtube.com/watch?v=6aWhZAal4LA> que mostra se você é ou 
não criativo. 
TROCANDO IDEIAS 
Para a obtenção ou aplicação das ideias em um processo criativo 
temos algumas ferramentas que se destacam, entre elas podemos citar: 
1. Funil de ideias 
2. Scamper 
3. Mapa mental 
4. Análise 360º 
5. Mapa da empatia 
6. Job to be done 
7. Business model canvas 
8. Plano de negócios em pirâmide 
9. Design de produtos 
10. Nomes para um novo negócio ou produto 
Saiba mais 
 
 
16 
Se você quiser conhecer mais sobre essas ferramentas acesse o link 
<https://endeavor.org.br/endeavor-recomenda/ferramentas-validar-executar-
novas-ideias/>. Esse texto da Endeavor trata das dez ferramentas para validar 
e executar novas ideias. Boa leitura! 
NA PRÁTICA 
O Teste de Torrance é um teste de criatividade, envolvendo testes 
simples de pensamento e outras habilidades de resolução de problemas. 
Dadas algumas formas simples, o entrevistado é desafiado a usar, combinar e 
completar uma figura inacabada. 
Figura 3 – Teste de Torrance 
 
Fonte: <http://hugocriativo.com/2016/12/o-teste-de-torrance.html#.XMCXdehKjIU>. 
Na primeira etapa do teste (Use) o entrevistado pode usar quantos 
círculos quiser para formar um desenho. Pode-se alterar o tamanho das 
formas: círculos pequenos, médios e grandes. 
Na segunda etapa (Combine) o entrevistado também pode alterar o 
tamanho das formas e repetir quantas vezes achar necessário, desde que o 
desenho tenha todas as figuras. 
Na terceira etapa (Complete) é necessário repetir o desenho e completar 
a cena. 
Agora coloque sua criatividade em prática! 
http://hugocriativo.com/2016/12/o-teste-de-torrance.html
 
 
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FINALIZANDO 
Nesta segunda aula tratamos do processo de criatividade. Afirmamos 
que ele ganha grande impulso e tem melhor aproveitamento quando sua 
aplicação altera os modelos de negócios criados e elabora condições de 
inovação diferenciadas em relação ao que é desenvolvido pela concorrência. 
Quando precisamos ser criativos devemos ter um objetivo e estar 
focados em busca de um problema ou oportunidade. É necessário nos 
concentrar no que deve ser resolvido e nos abrir para as percepções e 
possibilidades que, normalmente, estão ao nosso lado e mesmo assim não as 
identificamos. 
Ao longo dos anos ouvimos falar de criatividade e pessoas criativas, mas 
devemos lembrar que muitas vezes isso é influência do meio no qual estamos 
inseridos. Fomos ou não preparados para sermos criativos? 
Com o passar dos anos tivemos nosso poder criativo boicotado pela 
educação, pelos pais ou pela sociedade. Esses bloqueadores devem ser 
conhecidos e vencidos para que esse processo volte. 
Vários são os institutos que estudam esses ativadores. Normalmente, 
são aplicadas entrevistas para a complementação das pesquisas. Podemos 
dizer que “os ativadores da criatividade são pequenos jogos que têm como 
objetivo colocar os participantes de uma sessão criativa no modo de 
pensamento do hemisfério direito e devem ser usados antes e durante a fase 
de gerar ideias para manter a energia criativa em alta” (Briga, 2012, p. 154). 
Podemos afirmar que a criatividade é uma das atividades mais 
marcantes do ser humano e que vem evoluindo ao longo dos anos. Sabemos 
que a criatividade não é completa e que também não é um dom divino, mas 
sim uma habilidade que pode ser aprimorada. 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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	Conversa inicial
	Contextualizando
	REFERÊNCIAS

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