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39 Apesar da comprovação do seu status linguístico, existem, no entanto, alguns mitos a respeito da Língua de Sinais que povoam as mentes humanas, como por exemplo: Dentre os que dizem acreditar na Língua de Sinais como uma língua, há pessoas que pensam ser um modo de exprimir somente ideias concretas, sem a capacidade de exprimir as abstratas. No entanto, pesquisadores como Stokoe (1960), Ferreira-Brito (1998), Quadros e Karnopp (2004) comprovam a legitimidade dessas línguas descrevendo sua estrutura gramatical, semântica, morfológica e pragmática – aspectos que serão resumidamente abordados logo adiante, no Tópico 3. A fala tem apenas uma dimensão – sua extensão no tempo; a escrita possui duas dimensões; os modelos, três; mas só as línguas de sinais têm à disposição quatro dimensões – as três dimensões espaciais acessíveis ao corpo da pessoa que faz os sinais e mais a dimensão temporal. E a língua de sinais explora plenamente as possibilidades sintáticas de seu canal de expressão tetradimensional. (...) cada usuário da língua de sinais situa-se de um modo muito parecido com o de uma câmera: o campo e o ângulo de visão são dirigidos, mas variáveis. Não só quem faz os sinais, mas também seu interlocutor têm consciência, o tempo todo, da orientação visual de quem está se comunicando com relação ao que ele está comunicando. (Stokoe, 1979 apud SACKS, 1998, p. 100-101). Mito 01 A forma de concebê-la apenas como linguagem, código ou conglomerado de gestos são um deles. Mito 02 Outro mito é que ela representa uma maneira de expressar a língua oral através das mãos – “português sinalizado”, no caso do Brasil. LÍNGUAS Considerando que a Língua de Sinais não é universal, no geral, os linguistas se ocupam essencialmente com a língua de sinais de seu país, utilizando-se das demais, orais ou de sinais, apenas para fazer analogia.
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