Buscar

TCC MOBILIDADE URBANA 03_12 Comentado

Prévia do material em texto

AS CONSEQUÊNCIAS DO SISTEMA PÚBLICO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO 
NA MOBILIDADE URBANA E NA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO DE 
BELÉM-PA: ESTUDO DE CASO NA AUGUSTO MONTENEGRO 
 
Gabriel Augusto Barboza Pereira 
Silvana Lima da Costa 
 
 
RESUMO 
O presente estudo teve como objetivo analisar as consequências do sistema público 
de transporte rodoviário na mobilidade urbana de Belém-PA e seu impacto na 
qualidade de vida da população na Avenida Montenegro, por meio de entrevistas com 
os usuários do transporte público. O estudo evidenciou que, a mobilidade urbana em 
Belém, especialmente ao longo da Avenida Augusto Montenegro, apresenta desafios 
significativos, conforme revelado por uma pesquisa com 273 entrevistados. O perfil 
diversificado dos participantes, majoritariamente mulheres (56%) e jovens adultos 
(45%), reflete a complexidade das experiências na cidade. A pesquisa destaca que 
90% dos entrevistados utilizam o transporte público, enfrentando obstáculos como 
superlotação (64%), atrasos frequentes (67%), má qualidade de veículos e 
infraestrutura precária das paradas (76%), além de insegurança (63%). Esses 
desafios impactam diretamente na qualidade de vida, gerando estresse, cansaço e 
ansiedade, além de riscos de contágio por vetores virais. A pesquisa sugere a 
necessidade urgente de melhorias, destacando a expansão e melhoria da 
infraestrutura, políticas para redução da superlotação e investimentos em alternativas 
sustentáveis, como calçadas e ciclovias. 
 
Palavras-Chave: Mobilidade urbana. Transporte público. Qualidade de vida. 
Desafios. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Desde início da civilização até os dias atuais, a necessidade de deslocamento 
tem sido fundamental para os indivíduos, transformando os meios de locomoção em 
importantes atividades econômicas. No passado, os deslocamentos ocorriam 
principalmente entre vilarejos e aldeias, porém atualmente ocorrem entre grandes 
centros urbanos. Com o advento da segunda revolução industrial, iniciou-se a 
modernização desses deslocamentos. 
De acordo com Faria (1985), em 1888 nos Estados Unidos, na cidade de 
Richmond, foi estabelecida a primeira linha de bonde impulsionada por motor elétrico, 
 
 
 
 
2 
 
economicamente viável. Nessa mesma época, Ford Motor Company lançou seu 
primeiro veículo comercializável no ramo automobilístico. 
A partir de 1920, com a introdução de ônibus movidos a óleo diesel, esses 
veículos começaram a substituir os bondes. Com a produção em massa de 
automóveis por Henry Ford, em 1950, conforme mencionado por Canteiro (2006), 
ocorreu um aumento significativo da motorização, acompanhado por um processo 
acelerado de urbanização e industrialização. É importante entender que esses fatores 
contribuíram para o desenvolvimento da mobilidade urbana no Brasil, transformando-
a ao longo do tempo. 
No entanto, para abordar os desafios atuais da mobilidade urbana e as 
soluções em curso do transporte urbano na cidade de Belém, é essencial considerar 
a introdução dos planos de desenvolvimento urbano, como os Planos de 
Desenvolvimento de Transporte Urbano (PDTU) e os Planos de Desenvolvimento 
Urbano Integrado (PDUI). 
O PDTU desenvolvido para região metropolitana de Belém, desempenhou um 
papel fundamental na gestão da cidade e na melhoria da mobilidade urbana, uma vez 
que, estabeleceu diretrizes estratégicas para o desenvolvimento do sistema de 
transporte urbano em Belém, proporcionando definições de políticas de transporte e 
que seriam desenvolvidas a longo prazo e a direção que o sistema de transporte deve 
seguir para atender às necessidades da população. 
O acúmulo de veículos ocorrido nas cidades também se deve à crença de que 
os automóveis particulares são mais seguros e confortáveis do que o transporte 
público. O aumento no número de automóveis nas cidades começou a ter impactos 
negativos na vida das pessoas, incluindo tráfego intenso, acidentes e superlotação 
nos transportes públicos. 
As principais consequências da precária mobilidade urbana são sentidas pelas 
pessoas que residem nas periferias da cidade. Com a concentração de habitantes 
com maior poder aquisitivo nas áreas centrais e de pessoas com menos recursos nas 
áreas periféricas, há a necessidade de percorrer maiores distâncias para chegar ao 
centro, onde a maior parte das atividades econômicas e empregos está concentrada 
(BRITO, 2011). 
Essa disparidade na distribuição geográfica das oportunidades 
socioeconômicas resulta em desigualdades no acesso aos serviços básicos, como 
educação, saúde e lazer. Além disso, os moradores das periferias enfrentam um 
 
 
 
 
3 
 
aumento significativo nos tempos de deslocamento, o que gera cansaço físico e 
emocional, reduzindo sua qualidade de vida. 
No caso de Belém, uma cidade em constante crescimento populacional, a 
situação se agrava devido ao aumento expressivo no número de habitantes e 
veículos. Conforme mencionado anteriormente, o número de automóveis nas ruas 
aumentou consideravelmente, enquanto a infraestrutura viária não acompanhou esse 
crescimento de forma adequada. 
Belém, capital do estado do Pará, com uma população de mais de 1.506.420 
habitantes, enfrenta inúmeros problemas relacionados à mobilidade urbana, como 
acidentes de trânsito frequentes, demora nas locomoções e baixa qualidade dos 
veículos de transporte público. 
Para abordar essas questões e melhorar a mobilidade na cidade, o Plano 
Diretor de Transporte Urbano (PDTU) de Belém foi desenvolvido, servindo como um 
guia estratégico para orientar as decisões relacionadas com o transporte público em 
Belém. Oferecendo um conjunto de diretrizes, o PDTU é um instrumento importante 
que visa orientar o planejamento e a gestão do sistema de transporte urbano na 
cidade, buscando soluções para os desafios enfrentados. 
O PDTU é projetado para garantir uma circulação mais eficaz e acessível nos 
espaços urbanos, bem como para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. E a 
partir disso, o BRT, um serviço de transporte rápido, implementado para facilitar a 
locomoção da população e conectar as periferias ao centro, no entanto, ainda há 
debates sobre sua viabilidade e eficiência. 
A situação da mobilidade urbana em Belém também tem trazido impactos 
ambientais significativos. O aumento no uso de veículos particulares contribui para a 
poluição do ar, emissões de gases de efeito estufa e degradação da qualidade do 
ambiente urbano. Além disso, a falta de infraestrutura adequada para pedestres e 
ciclistas dificulta a adoção de modos de transporte mais sustentáveis, como caminhar 
ou andar de bicicleta. 
Nesse contexto, é crucial identificar as falhas no sistema de transporte público 
e compreender seu impacto nos diferentes aspectos da vida dos moradores de Belém, 
além de compreender os aspectos da mobilidade urbana na Av. Augusto Montenegro, 
que é uma via urbana que está situada na Região Metropolitana de Belém, servindo 
como uma das principais ligações entre as áreas periféricas da cidade e o centro 
urbano. Ela conecta várias áreas residenciais, comerciais e industriais da cidade. 
rodri
Comentário do texto
Faltou no final da introdução um parágrafo decorrendo sobre as seções do artigo e o que é abordado em cada uma.
 
 
 
 
4 
 
2 PROBLEMA DA PESQUISA 
 
Nesse contexto, a mobilidade urbana e o sistema de transporte público 
rodoviário em Belém enfrentam desafios que impactam diretamente a qualidade de 
vida da população. Segundo Silva et al. (2020), o aumento da frota de veículos 
particulares, aliado à precariedade do transporte público, gera consequências 
negativas como congestionamentos, maior tempo de deslocamento, insegurança e 
falta de acesso a serviços essenciais. 
A falta de infraestrutura adequada e a deficiência no planejamento urbano são 
apontadas como causas da precariedade do sistema de transporte público rodoviário 
em Belém. Conforme Rocha (2018), a concentração de habitantes de baixa renda nasáreas periféricas da cidade resulta em longas distâncias a serem percorridas para 
acessar o centro, onde estão concentradas as atividades econômicas e empregos. 
Além disso, a falta de investimentos na modernização do transporte público e 
a inadequação dos horários e rotas dos ônibus contribuem para a insatisfação da 
população. Ferreira (2019) destaca que a ineficiência do sistema de transporte público 
em Belém afeta especialmente os indivíduos de baixa renda, que dependem desse 
meio de locomoção para realizar suas atividades diárias. 
Diante desse contexto, a problemática central desta pesquisa consiste em 
compreender as consequências do sistema público de transporte rodoviário e a 
mobilidade urbana de Belém e qual o impacto na qualidade de vida da população. A 
questão problema que norteia a pesquisa é: Quais são as principais consequências 
da precariedade do sistema público de transporte rodoviário em Belém e quais 
soluções podem ser propostas para melhorar a mobilidade urbana e a qualidade de 
vida dos cidadãos? A partir disso, busca-se investigar a opinião da população em 
relação à mobilidade urbana, identificar os principais problemas enfrentados, no 
trecho do BRT. 
 
 
3 JUSTIFICATIVA 
 
A mobilidade urbana e o sistema de transporte público são questões de 
extrema relevância para a sociedade contemporânea. O acesso eficiente e seguro 
aos deslocamentos urbanos é fundamental para o desenvolvimento das cidades e 
 
 
 
 
5 
 
para a qualidade de vida da população. Nesse contexto, a cidade de Belém enfrenta 
desafios significativos em relação à mobilidade urbana, especialmente no que diz 
respeito ao sistema público de transporte rodoviário. 
Em relação à justificativa pessoal, este estudo tem como base a preocupação 
com o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos de Belém. Vivendo na cidade e 
testemunhando diariamente os problemas de mobilidade, compreendemos a 
importância de investigar e analisar as consequências desse sistema de transporte 
para a população. 
De acordo com Ferreira (2019), a precariedade do sistema de transporte 
público rodoviário em Belém afeta diretamente a vida dos cidadãos, resultando em 
deslocamentos demorados, superlotação de veículos e falta de infraestrutura 
adequada. Esses problemas têm um impacto negativo na qualidade de vida, gerando 
estresse, perda de tempo e limitações de acesso aos serviços básicos. 
Em termos de justificativa social, o estudo é relevante para entender as 
implicações da precária mobilidade urbana em Belém sobre os diversos aspectos da 
vida dos cidadãos. De acordo com Rocha (2018), a má qualidade do transporte público 
rodoviário prejudica especialmente a população de baixa renda, que depende desse 
sistema para acessar empregos, serviços de saúde, educação e outras atividades 
essenciais. Compreender as consequências sociais dessa situação é fundamental 
para a promoção de políticas públicas mais eficientes e inclusivas. 
Academicamente, este estudo de caso contribuirá para o avanço do 
conhecimento na área de mobilidade urbana e transporte público. Ao analisar as 
consequências do sistema público de transporte rodoviário em Belém, com base em 
entrevistas, o estudo, buscará fornecer subsídios para a formulação de estratégias de 
melhorias e soluções para os problemas identificados. 
Portanto, a importância deste estudo reside na necessidade de compreender 
as implicações da precária mobilidade urbana causada pelo sistema público de 
transporte rodoviário em Belém, tanto em termos pessoais, sociais e acadêmicos. O 
conhecimento gerado a partir dessa pesquisa poderá subsidiar a tomada de decisões 
e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e para o 
desenvolvimento sustentável da cidade. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
4 OBJETIVOS 
 
4.1 OBJETIVO GERAL. 
 
Analisar as consequências do sistema público de transporte rodoviário e seu 
impacto na mobilidade urbana de Belém-PA quanto a qualidade de vida da população 
na Augusto Montenegro, por meio de entrevistas com os usuários do transporte 
público. 
 
 
4.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 
 
- Avaliar a precariedade do sistema de transporte público rodoviário em Belém, 
considerando fatores como infraestrutura, disponibilidade, confiabilidade e qualidade 
dos serviços de transporte baseado na pesquisa; 
- Investigar a opinião da população de Belém em relação à mobilidade urbana, 
por meio da realização de pesquisas e entrevistas. 
 
 
5 REFERENCIAL TEORICO 
 
5.1 MODELOS DE TRANSPORTES PÚBLICOS RODOVIÁRIOS E BRT 
 
Os sistemas de transporte público rodoviário desempenham um papel 
fundamental na mobilidade urbana das cidades. Dentre os diferentes modelos 
existentes, destaca-se o Bus Rapid Transit (BRT), que tem sido adotado em diversas 
cidades brasileiras como uma alternativa para melhorar a eficiência e a qualidade do 
transporte público. 
Segundo Hidalgo (2017), o BRT é caracterizado pela segregação do espaço 
viário para o uso exclusivo dos ônibus, priorização do transporte coletivo, estações de 
embarque modernas e tecnologias avançadas de bilhetagem. Em Belém, a 
implementação do sistema BRT tem sido discutida como uma possível solução para 
a melhoria da mobilidade urbana (FERREIRA, 2019). 
 
 
 
 
7 
 
O transporte público rodoviário consiste no uso de ônibus como principal meio 
de locomoção coletiva nas áreas urbanas. Ainda segundo Hidalgo (2017), o modelo 
BRT tem a vantagem de ser flexível, podendo atender a diferentes demandas e se 
adaptar às necessidades de cada cidade. Além disso, é um meio de transporte mais 
acessível em termos de custo, comparado a outros modos como o metrô. 
No entanto, os sistemas de transporte público rodoviário também enfrentam 
desafios, como a saturação das vias e os congestionamentos, que impactam a 
velocidade e a eficiência dos ônibus. Nesse sentido, o modelo de Bus Rapid Transit 
(BRT) surge como uma solução que busca melhorar a qualidade do transporte público. 
O BRT é caracterizado pela segregação do espaço viário para o uso exclusivo 
dos ônibus, a priorização do transporte coletivo, a presença de estações de embarque 
modernas e tecnologias avançadas de bilhetagem. Essas características visam 
oferecer um transporte mais rápido, seguro e eficiente para os usuários (HIDALGO, 
2017). 
A implementação do sistema BRT tem sido discutida como uma possível 
solução para a melhoria da mobilidade urbana. Ferreira (2019) destaca que a 
ineficiência do sistema de transporte público impacta especialmente os indivíduos de 
baixa renda, que dependem desse meio de locomoção para realizar suas atividades 
diárias. Nesse sentido, o BRT pode contribuir para reduzir o tempo de deslocamento 
e melhorar o acesso aos serviços e empregos. 
É importante ressaltar que a adoção do modelo BRT demanda um 
planejamento adequado e a adaptação da infraestrutura urbana. Estudos como o de 
Hidalgo (2017) sobre a implementação do BRT em Pereira, na Colômbia, podem 
fornecer informações importantes sobre os desafios e as oportunidades desse tipo de 
sistema. 
Além disso, é necessário considerar as características específicas da cidade 
em que BRT será implementado, como a topografia, o padrão de ocupação urbana e 
as demandas de deslocamento da população, para garantir que o sistema seja 
eficiente e atenda às necessidades locais (Ferreira, 2019). 
A viabilidade econômica e a sustentabilidade do sistema BRT também são 
aspectos importantes a serem considerados. Segundo Hidalgo (2017), o investimento 
inicial na implantação do BRT pode ser alto, mas os benefícios a longo prazo, como a 
redução dos congestionamentos e a diminuição das emissões de poluentes, podem 
compensar esses custos. 
rodri
Comentário do texto
O transporte público rodoviário no Brasil consiste...
 
 
 
 
8 
 
Além do BRT, outros modelos de transporte público rodoviário têm sido 
adotados em diferentes cidades brasileiras. É interessante analisar essasexperiências para identificar as boas práticas e os desafios enfrentados. Estudos 
como o de Rocha (2018), que analisa a mobilidade urbana e o acesso aos serviços 
em bairros periféricos de Belém, podem fornecer insights sobre a eficácia de 
diferentes modelos de transporte público rodoviário. 
Um exemplo de modelo de transporte público rodoviário utilizado em algumas 
cidades brasileiras é o sistema de ônibus convencional. Esse modelo consiste no uso 
de ônibus comuns, que circulam compartilhando o espaço viário com os demais 
veículos. Embora seja amplamente utilizado, esse modelo enfrenta desafios como a 
lentidão devido ao trânsito e a falta de prioridade para o transporte coletivo. 
Outro modelo que tem sido adotado é o sistema de ônibus seletivo ou 
executivo, que oferece um serviço de maior qualidade e conforto em relação aos 
ônibus convencionais. Geralmente, esses ônibus operam em linhas expressas, com 
menos paradas, e cobram uma tarifa mais alta. No entanto, é importante considerar a 
acessibilidade desse modelo para a população de baixa renda, que pode ter 
dificuldades em arcar com os custos. 
Além dos modelos tradicionais de transporte público rodoviário, algumas 
cidades brasileiras têm investido em sistemas de ônibus híbridos ou elétricos, visando 
a redução das emissões de poluentes e a sustentabilidade. Essas tecnologias mais 
limpas são importantes para mitigar os impactos ambientais do transporte público e 
contribuir para a melhoria da qualidade do ar nas cidades. 
Ao analisar os diferentes modelos de transporte público rodoviário, é 
necessário considerar não apenas as características técnicas e operacionais, mas 
também a capacidade de atender às demandas da população e promover a inclusão 
social. A acessibilidade, a integração com outros modos de transporte e a adequação 
às necessidades locais são aspectos fundamentais a serem considerados na escolha 
do modelo mais adequado. 
O estudo de caso realizado por Ferreira (2019) sobre os impactos da 
precariedade do transporte público na qualidade de vida em Belém destaca a 
necessidade de investimentos na modernização e adequação do sistema de 
transporte público. 
Para a efetiva implementação do sistema BRT, é fundamental considerar as 
peculiaridades da cidade e a participação ativa da população no processo de 
 
 
 
 
9 
 
planejamento e tomada de decisões. Em suma, os modelos de transporte público 
rodoviário, incluindo o BRT, desempenham um papel fundamental na mobilidade 
urbana e na qualidade de vida da população. 
A escolha do modelo adequado deve considerar as características e demandas 
locais, buscando oferecer um serviço eficiente, sustentável e acessível. A análise de 
experiências de outras cidades e estudos acadêmicos pode fornecer subsídios para a 
tomada de decisões e aprimoramento dos sistemas de transporte público rodoviário. 
Nesse sentido, é importante considerar a integração do sistema BRT com 
outras modalidades de transporte, como bicicletas e sistemas de compartilhamento 
de veículos, para oferecer opções de deslocamento mais sustentáveis e abrangentes. 
Assim, a discussão sobre os modelos de transporte público rodoviário e a 
aplicabilidade do BRT deve levar em consideração a participação ativa da comunidade 
e a inclusão de diferentes grupos sociais. 
Ações de planejamento participativo e diálogo com os moradores das áreas 
periféricas podem ajudar a identificar as necessidades específicas dessas regiões e 
garantir que o sistema de transporte atenda a todos os cidadãos de forma equitativa. 
Além disso, é importante mencionar que a avaliação contínua do sistema de 
transporte público é fundamental para identificar oportunidades de melhorias e 
ajustes. 
Monitorar a satisfação dos usuários, analisar o impacto do sistema na redução 
das desigualdades sociais e acompanhar indicadores de desempenho, como tempo 
de deslocamento e qualidade do serviço de transporte público das cidades. É válido 
dizer que, os modelos de transporte público rodoviário, como o BRT, desempenham 
um papel crucial na melhoria da mobilidade urbana e no acesso aos serviços públicos. 
Sendo assim, a análise de experiências de outras cidades, bem como estudos 
acadêmicos e a avaliação constante do sistema, são ferramentas importantes para o 
desenvolvimento de um sistema de transporte público eficiente e de qualidade para a 
população. 
 
 
5.2 PLANO DIRETOR E MOBILIDADE URBANA 
 
 O Plano Diretor desempenha um papel fundamental no planejamento urbano e 
na definição de políticas de mobilidade, visando orientar o desenvolvimento das 
rodri
Comentário do texto
Físico, operacional ou ambos? É bom especificar.
 
 
 
 
10 
 
cidades de forma sustentável e equilibrada. Segundo Oliveira, Lima e Pereira (2016), 
o Plano Diretor é um instrumento legal que estabelece diretrizes para o uso do solo, a 
ocupação urbana, a infraestrutura e a mobilidade urbana. Ele tem o objetivo de 
promover uma cidade mais acessível, inclusiva e com qualidade de vida para os seus 
habitantes. 
 No contexto da cidade de Belém, é importante avaliar o Plano Diretor e suas 
diretrizes relacionadas à mobilidade urbana. De acordo com Oliveira, Lima e Pereira 
(2016), o Plano Diretor de Belém estabelece metas e ações para melhorar a 
mobilidade urbana, como a criação de corredores exclusivos para transporte coletivo 
e a ampliação da infraestrutura cicloviária. Essas diretrizes refletem a preocupação 
em promover um sistema de transporte mais eficiente e sustentável, que atenda às 
necessidades da população e contribua para a redução dos problemas de mobilidade 
na cidade. 
 Uma análise das ações e metas propostas no Plano Diretor de Belém revela a 
importância dada à melhoria da mobilidade urbana. Segundo Oliveira, Lima e Pereira 
(2016), o Plano Diretor prevê a implantação de corredores exclusivos para ônibus, 
com prioridade ao transporte coletivo, a fim de promover a integração e o acesso 
facilitado aos diferentes pontos da cidade. 
 Autores como Silva (2013) destacam a importância de uma abordagem 
integrada no Plano Diretor, considerando a interação entre a mobilidade urbana e 
outros aspectos, como o uso do solo, a acessibilidade e a qualidade ambiental. Nesse 
sentido, o Plano Diretor busca promover uma integração entre os diferentes modos 
de transporte, com o objetivo de oferecer opções de deslocamento mais eficientes e 
sustentáveis para a população. 
 No entanto, é importante avaliar a efetividade e a implementação das diretrizes 
propostas no Plano Diretor. Ferreira (2019) ressalta a necessidade de monitoramento 
e fiscalização para garantir que as metas sejam alcançadas e que as ações propostas 
sejam devidamente executadas. A falta de implementação efetiva das diretrizes pode 
comprometer os avanços na mobilidade urbana e dificultar a conquista de uma cidade 
mais inclusiva e acessível. 
 É fundamental envolver a população e os diferentes atores sociais no processo 
de elaboração, implementação e monitoramento do Plano Diretor. A participação 
cidadã contribui para uma maior representatividade das necessidades da população 
e para o fortalecimento das políticas de mobilidade urbana. 
 
 
 
 
11 
 
 Autores como Oliveira, Lima e Pereira (2016) destacam a importância do 
diálogo com a comunidade, a realização de audiências públicas e a criação de canais 
de comunicação que possibilitem a troca de informações e a construção coletiva de 
soluções. Além disso, é relevante destacar a necessidade de integração entre o Plano 
Diretor e outros instrumentos de planejamento urbano, como o Plano de Mobilidade 
Urbana. 
 Essa integração permite alinhar as diretrizes e metas relacionadas à mobilidade 
urbana com as demais políticas setoriais, como o uso do solo, o transporte público e 
a infraestrutura viária. Conforme ressaltado por Silva (2013), a coordenação entre 
esses instrumentos é essencial para garantir a efetividade das açõespropostas e 
evitar conflitos e sobreposições no desenvolvimento urbano.  
 A avaliação do Plano Diretor no que diz respeito à mobilidade urbana também 
deve considerar a capacidade de adaptação e atualização do documento. Com o 
passar do tempo, as demandas e necessidades da população em relação à 
mobilidade podem mudar, assim como as políticas e tecnologias disponíveis. Nesse 
sentido, é necessário que o Plano Diretor seja um instrumento flexível e passível de 
revisões periódicas, de forma a acompanhar as transformações urbanas e atender às 
demandas emergentes. 
 Outro ponto relevante é a necessidade de investimentos adequados para a 
implementação das ações propostas no Plano Diretor. Conforme discutido por Ferreira 
(2019), a falta de recursos financeiros pode ser um obstáculo para a realização das 
melhorias na mobilidade urbana. É fundamental que haja planejamento e articulação 
entre os diferentes níveis de governo e setores da sociedade para viabilizar os 
investimentos necessários, garantindo a efetivação das diretrizes estabelecidas. 
 A análise das diretrizes e ações propostas no Plano Diretor também pode ser 
enriquecida com a comparação e o estudo de experiências de outras cidades. Estudos 
de casos, como o de Rocha (2018) sobre mobilidade urbana em bairros periféricos de 
Belém, podem fornecer exemplos de boas práticas e desafios enfrentados em 
contextos semelhantes. A troca de conhecimentos entre municípios e a discussão de 
casos bem-sucedidos podem contribuir para aprimorar o planejamento e a 
implementação das políticas de mobilidade urbana. 
 Para Carvalho et al. (2020) essencial destacar que o Plano Diretor não deve 
ser encarado como um documento estático, mas sim como um processo contínuo de 
reflexão, avaliação e atualização. As dinâmicas urbanas e as demandas da população 
 
 
 
 
12 
 
estão em constante transformação, e é necessário acompanhar e adaptar as políticas 
de mobilidade urbana para melhor atendê-las. 
 De acordo com Farias (2019) o diálogo entre os diferentes atores envolvidos, a 
participação cidadã e a utilização de instrumentos de monitoramento e avaliação são 
fundamentais para garantir a efetividade e a sustentabilidade das ações propostas 
pelo Plano Diretor. 
 Em suma, o Plano Diretor desempenha um papel crucial no planejamento 
urbano e na definição de políticas de mobilidade, proporcionando diretrizes e metas 
para promover uma cidade mais acessível, inclusiva e com qualidade de vida. No 
entanto, é importante ressaltar que a efetividade do Plano Diretor depende da 
implementação adequada das diretrizes propostas. 
 O monitoramento e a fiscalização são fundamentais para garantir que as metas 
sejam alcançadas e que as ações sejam devidamente executadas. Além disso, a 
participação cidadã desempenha um papel essencial no processo de elaboração, 
implementação e monitoramento do Plano Diretor, pois permite a inclusão das 
necessidades e demandas da população no planejamento urbano. 
 A integração entre o Plano Diretor e outros instrumentos de planejamento 
urbano, como o Plano de Mobilidade Urbana, é um fator chave para o sucesso das 
políticas de mobilidade (CARVALHO et al., 2019). Essa integração possibilita a 
coordenação entre as diferentes áreas e setores envolvidos, evitando conflitos e 
garantindo a efetividade das ações propostas. 
 Segundo Ribeiro et al. (2020), a articulação entre esses instrumentos de 
planejamento é essencial para que as ações voltadas à mobilidade urbana estejam 
alinhadas com a visão de desenvolvimento da cidade estabelecida pelo Plano Diretor. 
A falta de integração entre esses planos pode levar a ações fragmentadas e 
incoerentes, comprometendo a eficácia das políticas de mobilidade urbana. 
 Ademais, a capacidade de adaptação e atualização do Plano Diretor é 
fundamental para acompanhar as transformações urbanas e atender às demandas 
emergentes da sociedade. Entretanto, é importante reconhecer os desafios 
enfrentados na implementação das políticas de mobilidade urbana. 
 De acordo com Moura et al. (2019) a falta de recursos financeiros é um 
obstáculo que precisa ser superado, exigindo planejamento e articulação entre os 
diferentes atores envolvidos, como os governos municipais, estaduais e federal, assim 
como a participação do setor privado. 
 
 
 
 
13 
 
 A busca por parcerias público-privadas (PPPs) e a captação de recursos 
externos são alternativas que podem viabilizar os investimentos necessários para 
melhorar a mobilidade urbana. De acordo com Silva et al. (2020), as PPPs podem 
proporcionar acesso a recursos adicionais, expertise técnica e agilidade na 
implementação de projetos, contribuindo para a superação das limitações financeiras 
e para a realização de investimentos em infraestrutura de transporte. 
 Assim, é essencial destacar a importância de considerar o Plano Diretor como 
um processo dinâmico, sujeito a revisões e atualizações periódicas. A cidade e suas 
demandas evoluem ao longo do tempo, assim como as políticas e tecnologias 
disponíveis (SOUZA, 2017). Portanto, o Plano Diretor deve ser flexível e capaz de se 
adaptar às mudanças, garantindo a sustentabilidade e efetividade das ações 
propostas. 
 
 
6 METODOLOGIA 
 
 Neste estudo O estudo de caso será conduzido por meio de entrevistas com a 
população, a fim de analisar a mobilidade urbana e o sistema de transporte público 
rodoviário. A pesquisa adotará uma abordagem qualitativa, buscando compreender a 
percepção dos entrevistados e identificar os principais problemas e soluções 
relacionados à mobilidade urbana. 
 
 
6.1 COLETA DE DADOS 
 
 A coleta de dados será realizada por meio de entrevistas semiestruturadas, que 
permitirão uma abordagem mais flexível e aprofundada do tema abordado. As 
entrevistas serão gravadas com o consentimento dos participantes e posteriormente 
transcritas para análise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
6.2 AMOSTRA 
 
 A seleção dos participantes será feita por meio de uma amostragem estatística, 
considerando o grupo de interesse relacionados à mobilidade urbana, 
especificamente, o público que usa o BRT na Avenida Augusto Montenegro. A 
amostra será definida a partir do cálculo estatístico: 
Tamanho da amostra = 
𝑍2 . 𝑝 . 𝑞 . 𝑁
𝑒2 . (𝑁−1) + 𝑍2 . 𝑝 . 𝑞
 
 Sendo, 
 Erro desejada (e):5%; 
 A porcentagem em que o fenômeno se verifica (p e q): 50%; 
A população de Belém segundo o último censo do IBGE (N): 1.303.403; 
 O desvio padrão (90%); 
 Onde, Z é o valor crítico para o nível de confiança de 90%, que é 
aproximadamente 1,65 e é a margem de erro, que é ±5% ou 0.05. Assim: 
Tamanho da amostra = 
1,652. 0,5 . 0,5 . 1303403
0,052 . (1303403 − 1)+ 1,652 . 0,5 . 0,5
 
 
Tamanho da amostra ≅ 273 pessoas 
 
 Assim, a amostra pode ser composta por 273 pessoas. 
 
 
6.3 PROCEDIMENTOS 
 
• Definição dos critérios de seleção dos participantes, levando em consideração 
sua relação com a mobilidade urbana e o transporte público em Belém. 
• Abordagem e convite aos participantes selecionados para a realização das 
entrevistas, explicando os objetivos da pesquisa e garantindo o consentimento 
informado. 
• Agendamento das entrevistas de acordo com a disponibilidade dos 
participantes, que poderão ser realizadas presencialmente ou por videoconferência. 
• Aplicação do roteiro de entrevistas semiestruturadas, que abordará questões 
relacionadas à percepção dos participantes sobre a mobilidade urbana, os problemas 
rodri
Comentário do texto
Qual a fonte/autoria desta metodologia?
rodri
Comentário do texto
Faltou um parágrafo inicial introduzindo os procedimentos a serem seguidos.
rodri
Comentário do texto
Faltou apresentar o formato e a fonte do modelo deste roteiro.
 
 
 
 
15 
 
enfrentados no sistema de transporte público, as consequências para a qualidade de 
vida e possíveis soluções. 
• Entrevistas semiestruturadas com a população na Augusto Montenegro por 
meiode um formulário de entrevista no Google Forms. 
• Análise dos dados coletados, identificando temas, categorias e padrões 
emergentes. 
• Apresentação dos resultados obtidos a partir das entrevistas, com destaque 
para os principais problemas identificados e as possíveis soluções propostas pelos 
participantes. 
• Discussão dos resultados à luz da literatura especializada sobre mobilidade 
urbana e transporte público. 
 
 
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 É possível dizer então que os principais fatores que interferem na mobilidade 
das pessoas envolvem a distribuição de renda, a ocupação laboral, o gênero, a idade, 
e o tipo de modal de transporte que existe em cada lugar. Esses são fatores 
socioeconômicos que diferenciam e que determinam as condições que cada indivíduo 
ou grupo social possui para se movimentar no espaço urbano (KLEIMAN, 2011, p. 5). 
 Nesse sentido, a Avenida Augusto Montenegro, sendo uma via vital da 
comunidade, serve como uma artéria essencial para a movimentação de pessoas. A 
qualidade do transporte público ao longo dessa rota desempenha um papel 
significativo na vida dos residentes. 
 Diante disso, buscou-se compreender as percepções e experiências dos 
usuários para identificar áreas de melhoria e contribuir para a otimização desse 
serviço. Foram entrevistadas 273 pessoas, e o primeiro dado levantado foi relacionado 
com a orientação de gênero, os resultados estão apresentados abaixo: 
rodri
Comentário do texto
Qual é a semiesrtutura da entrevista?
rodri
Comentário do texto
Faltou um mapa de localização da Avenida Augusto Montenegro ajudando o leitor a compreender visualmente a extensão do espaço estudado.
rodri
Comentário do texto
Faltou comentar como foi feita a seleção da população na Augusto Montenegro.
 
 
 
 
16 
 
 
Figura 1 - Gênero 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
 
 O Gráfico apresentado, mostra que, a maioria das pessoas entrevistadas 
identifica-se com o gênero feminino (56%), seguido do gênero masculino (41%) e de 
outras designações de gênero (3%). 
Figura 2 – Faixa etária 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
 
O Gráfico mostra que, a grande maioria dos entrevistados são representados 
por jovens adultos na faixa etária entre 18 e 34 anos (123). Essa faixa etária é 
frequentemente mais ativa nas áreas urbanas. Na faixa da meia-idade, ou seja, dos 
35 aos 55 anos foram entrevistadas 107 pessoas, e, foram ainda entrevistados 37 
idosos, na faixa etária acima de 54 anos. E, uma amostra menos expressiva (6) foram 
os jovens abaixo de 18 anos. 
56%
41%
3%
Gênero
Femino Msculino Outro
23%
22%
21%
18%
8%
6%
2%
Faixa etária
18-24 anos 25-34 anos
35-44 anos 45-54 anos
55-64 anos 65 anos ou mais
rodri
Comentário do texto
Faltou a explicação do porquê a faixa etária de 0 a 17 anos não participou da entrevista.
 
 
 
 
17 
 
 Em relação à escolaridade dos entrevistados, obteve-se os seguintes 
resultados: 
 
Figura 3 - Escolaridade 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
 
 
 A maioria dos entrevistados (142) possui algum nível de ensino superior, seja 
incompleto (81) ou completo (61). 57 entrevistados têm o ensino médio completo, 
representando uma parte significativa da amostra. 44 entrevistados possuem pós-
graduação, indicando uma parcela considerável com um alto nível de qualificação 
educacional. 16 entrevistados têm o ensino médio incompleto, e 11 têm o ensino 
fundamental incompleto. 
 Em relação ao uso do transporte público rodoviário, obteve-se os seguintes 
resultados: 
Figura 4 – Uso do transporte público 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
81; 30%
61; 23%
57; 21%
44; 16%
16; 6%11; 4%
Escolaridade
Ensino superior
incompleto
Ensino superior completo
Ensino médio completo
90%
10%
Usa o sistema de transporte público rodoviário
Sim Não
 
 
 
 
18 
 
 A maioria dos entrevistados (245) utiliza o sistema de transporte público 
rodoviário em Belém, enquanto uma minoria (28) não utiliza, indicando uma amostra 
em grande parte composta por usuários desse serviço. Assim, precisou-se saber com 
que frequência o usavam o transporte público na Augusto Montenegro, e, obteve-se 
os seguintes resultados: 
 
Figura 5 – Uso do transporte público na Avenida Augusto Montenegro 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
 
 A maioria expressiva dos entrevistados (132) utiliza o transporte público 
diariamente na Avenida Augusto Montenegro. Entretanto, a superlotação é uma 
realidade dos transportes públicos, e buscou-se saber com que frequência os 
entrevistados vivenciavam a superlotação, e obteve-se os seguintes resultados: 
 
Figura 6 – Superlotação do transporte público 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
48%
27%
14%
7%4%
Utiliza o sistema de transporte público na 
Avenida Augusto Montenegro
Dirariamente Raramente Semanalmente
63%
21%
7%
6% 3%
Enfrenta superlotação
Muito frequente Frequentemente Raramente
Eventualmente Nunca
 
 
 
 
19 
 
 A superlotação é um problema significativo, com a maioria expressiva dos 
entrevistados (173) enfrentando-a muito frequentemente. Os números indicam um 
desafio sério em termos de capacidade do sistema de transporte público na Avenida 
Augusto Montenegro. Sobre os atrasos, os entrevistados responderam: 
 
Figura 7 – Atrasos dos ônibus 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
 
 A maioria dos entrevistados (184) relata enfrentar atrasos nos ônibus muito 
frequentemente, indicando uma preocupação séria com a pontualidade do sistema de 
transporte público. Um número significativo também menciona enfrentar atrasos 
frequentemente (51). Sobre a má qualidade dos veículos e a precariedade de 
infraestrutura das paradas, os entrevistados afirmaram que vivenciam: 
 
Figura 8 – Má qualidade do transporte público 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
 
67%
19%
6%
5%3%
Atrasos
Muito frequente Frequentemente Eventualmente
Raramente Nunca
76%
16%
2%3%
3%
Má qualidade dos veículos e precariedade das 
infraestrutura das paradas
Muito frequente Frequentemente Eventualmente
Nunca Raramente
 
 
 
 
20 
 
 A grande maioria dos entrevistados (208) enfrenta a má qualidade dos veículos 
e a precariedade das infraestruturas das paradas muito frequentemente. Há um 
número significativo (44) que relata enfrentar esses problemas frequentemente. 
Conforme Alves (2014) a falta da mobilidade urbana representa um contexto de 
aumento de custos e tempo para as viagens, aumentos na poluição do ar, de 
acidentes de trânsito de na diminuição da qualidade de vida das pessoas. 
 E por isso, é essencial que haja políticas públicas voltadas para o 
desenvolvimento da infraestrutura física, social e econômica das cidades, de modo 
que, o crescimento das mesmas não ocorra de modo concentrado gerando uma 
polarização social e o empobrecimento de parte da população (Ribeiro; Ribeiro, 2013). 
 Cardoso (2008) destaca que os setores de renda mais baixa concentram a 
maioria de suas viagens em atividades relacionadas ao trabalho, escola e compras. A 
qualidade do transporte público, portanto, não apenas afeta a mobilidade, mas 
também tem implicações diretas na participação econômica e no acesso a 
oportunidades educacionais. 
 Assim, quis-se também saber sobre a (in)segurança no transporte público, e os 
entrevistados responderam que: 
 
Figura 9 – Insegurança no transporte público 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
 
 A insegurança no transporte público é uma preocupação significativa para a 
maioria dos entrevistados, com 171 relatando enfrentá-la muito frequentemente. Além 
disso, há um número considerável deentrevistados (43) que enfrentam insegurança 
frequentemente. 
12%
16%
62%
4%6%
Insegurança no transporte público
Eventualmente Frequentemente Muito frequente
Nunca Raramente
rodri
Comentário do texto
Não recomendo o uso de expressões como essa. Passa a sensação de sarcasmo.
 
 
 
 
21 
 
 O transporte público, embora fundamental, enfrenta desafios consideráveis, 
especialmente no que diz respeito à segurança percebida pelos usuários. A questão 
da criminalidade nos transportes coletivos urbanos também é um fator crucial que 
contribui para a sensação de insegurança entre os passageiros. Apesar do papel 
essencial do transporte público na redução da exclusão social, o medo de violência 
durante o deslocamento é uma realidade enfrentada pelos usuários (Caldeira, 2001). 
A relação entre criminalidade e ambiente destaca a importância do planejamento 
adequado dos trajetos e paradas, buscando reduzir as oportunidades para crimes 
violentos (Kruger; Landman, 2007). 
 Os pontos de parada, terminais de integração e o trajeto completo do usuário 
também desempenham um papel crucial. Experiências negativas nesses ambientes 
podem influenciar significativamente a escolha dos passageiros no uso do transporte 
público, limitando ou até mesmo impedindo seu uso. Esta perspectiva ampliada, 
abordando não apenas o interior dos ônibus, mas toda a infraestrutura associada à 
mobilidade, destaca a complexidade do desafio e a necessidade de soluções 
abrangentes (Cardoso; Santos; Silva, 2021). 
 Quando perguntados se os entrevistados acreditam que a precariedade do 
sistema de transporte público afeta a sua qualidade de vida e a qualidade de vida da 
comunidade na Avenida Augusto Montenegro, eles responderam que: 
 
Figura 10 – Qualidade de vida da população 
 
Fonte: Elaborado pelo autor a partir da coleta de dados de entrevistas, 2023. 
 
 A maioria expressiva dos entrevistados (269) acredita que a precariedade do 
sistema de transporte público afeta a sua qualidade de vida e a qualidade de vida da 
1%
99%
Afeta a qualidade de vida da comunidade
não sim
 
 
 
 
22 
 
comunidade na Avenida Augusto Montenegro. Um número muito pequeno (4) não 
percebe esse impacto. Nesse sentido, Ribeiro e Ribeiro (2013) destacam que, par que 
se tenha de bem-estar com a mobilidade urbana, é essencial que haja entrosamento 
sobre o que a cidade pode proporcionar para os indivíduos em termos de qualidade 
de vida com o que pode ser usado de forma coletiva. E para isso, é essencial que seja 
construído um plano de bem-estar para a coletividade. 
 Com isso, entra em evidência o planejamento dos transportes, sendo assim, 
considerar a mobilidade urbana a partir de toda a sua dimensão, é o mesmo que 
admitir que, a qualidade de vida das pessoas toma forma em função dos meios de 
deslocamentos que a elas são disponibilizados nos espaços urbanos de seu cotidiano. 
 Nesse sentido, é possível dizer que, a lógica correta é que, conforme 
determinado espaço é ampliado e se desenvolve, é preciso que em paralelo haja 
infraestrutura adequadas para promover o deslocamento de bens e de pessoas, pois, 
como destacado pelo Ministério das Cidades (BRASIL, 2007) 
Quando perguntados qual as consequências do sistema de transporte público 
na vida dos entrevistados, estresse e cansaço foram as consequências mais citadas, 
seguidos por ansiedade, alergias/doenças de pele e risco de contágio por vetores 
virais. Isso destaca a complexidade das questões relacionadas ao transporte público. 
 Um dos maiores desafios das cidades é dar melhores condições para a 
mobilidade das pessoas de modo confortável e com qualidade, e uma das soluções 
que pode ser apontadas com esse fim é investir em infraestrutura, em transportes 
públicos de qualidade, e incentivar o uso de transportes não motorizados e também 
proporcionar um espaço público mais adequado e seguro, de forma que contribua com 
a qualidade de vida e com a saúde de todos. 
 As entrevistas realizadas revelaram uma clara insatisfação da população em 
relação à mobilidade urbana. Os usuários do transporte público destacaram a 
superlotação, a falta de pontualidade e a necessidade de melhorias na infraestrutura 
como questões cruciais. 
 É necessário investir na expansão da rede de transporte público, incluindo a 
construção de novas linhas de ônibus e BRTs. Também é importante investir na 
melhoria da infraestrutura existente, como a manutenção dos veículos e a construção 
de terminais de ônibus. 
 Deve-se criar políticas públicas para implementar ações para reduzir a 
superlotação dos veículos, como a ampliação da oferta de transporte público, o 
 
 
 
 
23 
 
aumento da fiscalização do cumprimento das regras de transporte e a conscientização 
da população sobre a importância de respeitar os assentos reservados para idosos, 
pessoas com deficiência e gestantes. 
 Também é importante investir na infraestrutura urbana, como a construção de 
calçadas e ciclovias, para melhorar o acesso ao transporte público, especialmente 
para pedestres e ciclistas. 
 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A mobilidade urbana em Belém é um desafio multifacetado que exige 
abordagens integradas e soluções inovadoras. O estudo buscou não apenas 
identificar os problemas, mas também compreender suas ramificações na vida dos 
cidadãos. As consequências da precariedade do sistema público de transporte 
rodoviário não são apenas questões de deslocamento; são questões de acesso, 
igualdade e qualidade de vida. 
 Ao analisar a mobilidade urbana na Avenida Augusto Montenegro, foi possível 
aprofundar nossa compreensão dos desafios específicos enfrentados pelos 
moradores dessa região. As soluções propostas visam não apenas mitigar os 
problemas imediatos, mas também criar um ambiente urbano mais sustentável, 
inclusivo e eficiente. 
 Uma vez que, a construção de uma cidade mais acessível e equitativa depende 
não apenas de infraestrutura adequada, mas também de uma abordagem holística 
que coloque as necessidades e experiências dos cidadãos no centro das decisões 
relacionadas à mobilidade urbana. 
 Neste cenário, a análise dos resultados e discussões revela a complexidade 
dos desafios enfrentados pela população de Belém em relação à mobilidade urbana, 
particularmente ao longo da Avenida Augusto Montenegro. A pesquisa, baseada em 
entrevistas com 273 pessoas, proporcionou informações valiosas sobre as 
percepções e experiências dos usuários em relação ao sistema público de transporte 
rodoviário. 
 O perfil dos entrevistados destaca uma diversidade significativa, com uma 
predominância de mulheres (56%) e uma maioria expressiva de jovens adultos na 
 
 
 
 
24 
 
faixa etária de 18 a 34 anos (45%). A maioria possui algum nível de ensino superior 
(52%), refletindo uma amostra educacionalmente diversificada. 
 A grande maioria dos entrevistados (90%) utiliza o transporte público rodoviário 
em Belém, com 48% utilizando-o diariamente na Avenida Augusto Montenegro. No 
entanto, a experiência desses usuários é marcada por desafios significativos. A 
superlotação (64%), atrasos frequentes (67%), má qualidade dos veículos e 
infraestrutura precária das paradas (76%), e a insegurança no transporte público 
(63%) são desafios críticos enfrentados pelos usuários. Esses problemas têm um 
impacto direto na qualidade de vida, contribuindo para estresse, cansaço e ansiedade, 
além de riscos de contágio por vetores virais. 
 Sendo assim, os resultados da pesquisa evidenciaram a interconexão entre a 
qualidade do sistema de transporte público rodoviário, a mobilidade urbana e a 
qualidade de vida da população. A precariedade desse sistema impacta 
negativamente diversos aspectos, desde o deslocamento diário até a saúde mental 
dos usuários. 
 Portando, para promover uma mobilidade urbana mais eficiente e melhorar a 
qualidade de vida, é crucial que as autoridades e planejadores adotem medidas 
abrangentes e integradas.A participação ativa da comunidade, aliada a investimentos 
em infraestrutura e políticas públicas eficazes, pode ser a chave para transformar a 
realidade da mobilidade urbana em Belém, proporcionando uma vida mais sustentável 
e satisfatória para todos os cidadãos. 
 
 
REFERÊNCIAS 
ARANTES, L. S. et al. Participação social na gestão da mobilidade urbana: a 
experiência da Câmara Temática de Mobilidade a Pé da cidade de São Paulo. 
Caderno CRH, Salvador, v. 32, n. 87, p. 265-280, set./dez. 2019. 
BRASIL. Lei Federal nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da 
Política Nacional de Mobilidade Urbana. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm. Acesso em: 
30 maio 2023. 
CALDEIRA, C. Assaltos à passageiros de ônibus no Rio de Janeiro: o problema da 
reparação de anos. A&C-Revista de Direito Administrativo & Constitucional, p. 
113-172, 2007. 
 
 
 
 
25 
 
CARDOSO, M. H. S.; SANTOS, T. F.; SILVA, M. A. V. da. Violence in public transport: 
an analysis of resilience and vulnerability in the city of rio de Janeiro. urbe. Revista 
Brasileira de Gestão Urbana, v. 13, 2021. 
CARVALHO, A. et al. O Plano Diretor em tempos de mobilidade inteligente: Desafios 
e perspectivas. Revista Gestão & Planejamento, Salvador, v. 21, n. 3, p. 585-601, 
set./dez. 2020. 
CARVALHO, I. G. S. et al. Plano Diretor: reflexões sobre a mobilidade urbana. Revista 
Brasileira de Gestão Urbana, Curitiba, v. 12, n. 1, p. 25-42, jan./abr. 2020. 
CARVALHO, P. F. et al. Planos de Mobilidade Urbana e sustentabilidade urbana: uma 
análise dos casos de Belo Horizonte e Curitiba. Anais do Encontro Nacional da 
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e 
Regional, [S.l.], 2019. 
FARIAS, R. Participação popular e o Plano Diretor Participativo: Uma análise da 
cidade de Natal. Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 21, n. 45, p. 635-655, 2019. 
FERREIRA, A. M. Impactos da precariedade do transporte público na qualidade 
de vida: Um estudo de caso em Belém-PA. Dissertação de Mestrado. Universidade 
Federal do Pará, 2019. 
FERREIRA, F. Implementação do Plano Diretor e a questão da mobilidade urbana: 
uma análise do caso de Belo Horizonte. Revista Brasileira de Planejamento 
Urbano, v. 5, n. 2, p. 111-125, 2019. 
HIDALGO, D. Bus Rapid Transit (BRT) implementation and its impact on the city: The 
case of Pereira, Colombia. Journal of Transport Geography, v. 59, p. 13-22, 2017. 
LIMA, L. C. et al. Participação social e mobilidade urbana: análise das conferências 
nacionais de transporte urbano no Brasil. Revista Transportes, v. 29, p. e2012022, 
2021. 
KLEIMAN, M. Transportes e mobilidade e seu contexto na America Latina. In: Estudos 
e Debates nº 61. Rio de Janeiro: IPPUR: UFRJ, 2011. 
KRUGER, T. P. J.; LANDMAN, Karina. Crime and public transport: Designing a safer 
journey. SATC 2007, 2007. 
MOURA, R. et al. Investimentos em mobilidade urbana e participação pública: O caso 
da região metropolitana de Belo Horizonte, Brasil. Journal of Transport Geography, 
v. 81, p. 102570, 2019. 
OLIVEIRA, T. J. M.; LIMA, M. C. C.; PEREIRA, F. C. Plano diretor como instrumento 
de promoção da mobilidade urbana sustentável: um estudo comparativo entre 
municípios paraenses. Anais do XV Encontro Nacional da Anppas, Belém, PA, 
2016. 
BRASIL. Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana. 
Disponível em: http://www.pac.gov.br/mobilidade-urbana. 
 
 
 
 
26 
 
BRASIL. Programa de Infraestrutura de Transporte e da Mobilidade Urbana 
(PRÓ-TRANSPORTE). Disponível em: http://www.pac.gov.br/pro-transporte. 
RIBEIRO, M. S. et al. Integração entre Plano Diretor e Plano de Mobilidade Urbana: o 
Caso de Cidades do Estado do Rio de Janeiro. Cadernos do PROURB, v. 23, n. 45, 
[S.l.], 2020. 
RIBEIRO, L. C. de .; RIBEIRO, M. G. (Org.). IBEU: Índice de Bem-Estar Urbano. 
Rio de Janeiro: Letra Capital, 2013. 
ROCHA, D. et al. Análise do transporte público na região metropolitana de Belém: uma 
proposta de integração multimodal. Revista Geografar, v. 15, n. 2, p. 153-171, 2020. 
ROCHA, G. L. Mobilidade urbana em bairros periféricos: um estudo de caso sobre a 
utilização de bicicletas em Belém-PA. Cadernos de Estudos Sociais, v. 34, n. 1, p. 
51-67, 2018. 
ROCHA, J. S. Mobilidade Urbana e Acesso aos Serviços: Estudo de caso em bairros 
periféricos de Belém-PA. Revista de Estudos Urbanos e Regionais, v. 20, n. 2, p. 
102-121, 2018. 
SANTOS, M. M. et al. Políticas públicas de mobilidade urbana: uma análise da relação 
entre atores governamentais e não governamentais. Revista Paranaense de 
Desenvolvimento, v. 39, n. 137, p. 123-144, 2018. 
SILVA, A. C. S. Política Nacional de Mobilidade Urbana: avanços e desafios na gestão 
municipal. In: Seminário Nacional de Mobilidade Urbana e Desenvolvimento 
Sustentável, 2016. Disponível em: http://www.transportes.gov.br/images/Arquivos-
sema/Seminarios/mobilidadeUrbana/ANCP-001AnaCarolinaSiva.pdf. 
SILVA, A. P. et al. Parcerias público-privadas na mobilidade urbana: um estudo 
comparativo entre municípios brasileiros. Revista Transportes, v. 28, n. 1, p. 99-108, 
2020. 
SILVA, A. et al. Impactos socioambientais do sistema de transporte rodoviário em 
grandes cidades. Revista Brasileira de Transportes, v. 28, n. 1, p. 123-140, 2020. 
SILVA, F. et al. Parcerias público-privadas em transporte urbano: Uma revisão 
sistemática da literatura. Transport Policy, v. 87, p. 1-12, 2020. 
SILVA, M. A. O Plano Diretor como instrumento de promoção da mobilidade urbana 
sustentável: o caso do município de Imperatriz/MA. Revista Brasileira de Gestão 
Urbana, v. 5, n. 1, p. 113-133, 2013. 
SOJA, E. W. Seeking spatial justice. University of Minnesota Press, 2010. 
SOUZA, A. F. A atualização do Plano Diretor como estratégia para a mobilidade 
urbana sustentável: o caso do município de Goiânia. Cadernos de Arquitetura e 
Urbanismo, v. 22, n. 1, p. 57-72, 2017. 
SOUZA, M. O. O Plano Diretor e a flexibilidade na gestão das cidades. Cadernos 
Metrópole, v. 19, n. 41, p. 243-263, 2017. 
 
 
 
 
27 
 
SOUZA, P. H. C. Transporte público e exclusão social: a mobilidade urbana como 
direito fundamental. Revista Brasileira de Mobilidade Urbana, v. 5, n. 1, p. 49-62, 
2017.

Continue navegando