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WBA0839_v1.0 Construções de aterros sobre solos moles Investigações geotécnicas em solos moles Investigações complementares: ensaio de palheta Bloco 1 Bianca Lopes de Oliveira Solos Moles Figura 1 – Torre de Pisa Fonte: Phooey/iStock.com. • Nspt < 2. • Argilas moles ou areias argilosas fofas. • Características coesiva e compressível. • Propriedades variáveis. Programação da investigação geotécnica Reconhecimento inicial do solo Mapas geológicos. Fotografias aéreas. Levantamento dos dados de áreas próximas ao local. Investigações preliminares Sondagens à percussão (SPT). Investigações complementares Ensaios de campo: palheta, piezocone etc. Ensaios de laboratório: caracterização completa do solo, adensamento, ensaios triaxiais etc. Figura 2 – Etapas de um programa de investigação geotécnica Fonte: elaborado pelo autor. Ensaios complementares • Ensaios de campo. • Ensaio de palheta – NBR 10905:1989. • Ensaio de piezocone. • Ensaios de laboratório. • Caracterização completa do solo. • Ensaio de adensamento. • Ensaios triaxiais. Ensaios de campo Figura 3 – Vantagens e desvantagens dos ensaios de campo Fonte: elaborado pelo autor. • Solo ensaiado em seu ambiente natural. • Medidas contínuas com a profundidade. • Maior volume de solo ensaiado. • Em geral, é mais rápido que ensaios de laboratório. • Condições de contorno mal definidas. • Condições de drenagem desconhecidas. • Grau de amolgamento desconhecido. • Natureza do solo não identificada, exceto em ensaios de sondagem de reconhecimento. Ensaio de campo: palheta Figura 4 – Palheta cruciforme Fonte: Ohututk/Dreamstime.com (ID 175535476) • NBR 10905:1989. • Rotação constante para medição da resistência do solo ao Torque. • Parâmetro obtido: resistência ao cisalhamento não drenada Su. Procedimento – ensaio de palheta A palheta é empurrada para dentro do solo. Um torque é aplicado ao topo da haste de torque girando a palheta com velocidade uniforme. Determina-se o torque máximo aplicado na cabeça da haste de torque para provocar a ruptura. Com o valor do torque e as dimensões da palheta e possível calcular o valor do momento resistente do solo. Resultado do ensaio Gráfico 1 – Torque versus rotação da palheta para ensaios de argila natural e amolgada Fonte: elaborado pelo autor. Resistência amolgada: medida que consiste, depois de atingido o torque máximo, girar a palheta 10 evoluções completas amolgando o solo e, daí, medir a resistência amolgada. Considerando condição não drenada do solo, solo isotrópico, resistência constante no entorno da palheta e razão altura H x D igual a 2. Resultado do ensaio • Determinação da resistência não drenada (Su). • Interferências: atrito mecânico, características da palheta, velocidade de rotação, amolgamento, plasticidade da argila. • Onde T é o torque máximo medido em kN.m e D é o diâmetro da palheta, em m. 3 0,86T Su D = Resultado do ensaio • Fator de correção: • Depende do índice de plasticidade da argila. • Anisotropia da argila. • Diferença entre a velocidade de carregamento da obra no campo e velocidade do ensaio de palheta. 𝑆𝑢 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 = 𝜇. 𝑆𝑢 𝑝𝑎𝑙ℎ𝑒𝑡𝑎 Investigações geotécnicas em solos moles Investigação complementar: ensaio de piezocone e caracterizações do solo em laboratório Bloco 2 Bianca Lopes de Oliveira Ensaio de campo: penetração com piezocone Figura 5 – Ensaio de penetração Fonte: Hailshadow/iStock.com. • Cravação contínua de um elemento cilíndrico com ponta cônica. • Velocidade constante. • Medição da resistência de ponta, lateral e poropressão. • Determinação de Su. Detalhe piezocone Figura 6 – Características da sonda Fonte: elaborado pelo autor. 𝐴𝑛 = 𝜋𝑑𝑖² 4 𝐴𝑡 = 𝜋𝑑𝑒² 4 Resultados do ensaio Figura 7 – Exemplo de um resultado de ensaio de piezocone Fonte: Baroni apud Almeida e Marques, 2014, p. 64. Resultados do ensaio • Resistência de ponta corrigida: Onde qc é a resistência de ponta medida no cone, u2 é a poropressão medida na base do cone e ɑ é a relação das área An x At. • Resistência não drenada: 2(1 )t cq q a u= + + t vo kt q Su N − = Onde σvo é a tensão vertical total e Nkt é um fator de cone obtido a partir da correlação entre ensaios de piezocone e resistência não drenada. Razão de sobreadensamento (OCR) • Histórico de tensões do solo. O valor de k recomendado é da ordem de 0,30. . tOCR kQ= ' t vo t vo q Q − = Ensaios de laboratório Figura 8 – Vantagens e desvantagens dos ensaios de laboratório Fonte: elaborado pelo autor. • Condições de contorno bem definidas • Condições de drenagem controlada • Trajetórias de tensões conhecidas durante o ensaio. • Amolgamento em solos argilosos durante amostragem e confecção de moldes • Pouca representatividade do volume de solo ensaiado • Em geral, mais caro que a realização de ensaios de campo. Ensaios de laboratório - Amostras • Para bons resultados: amostras indeformadas de qualidade. • Uso de amostrador com paredes finas (Shelby). • Uso de amostrador de pistão. • Cuidados: • Membrana de parafina. • Transporte. • Extrusão. Ensaios de laboratório Figura 9 – Análise laboratorial do solo Fonte: megaflopp/iStock.com. • Análise granulométrica. • Umidade natural in situ. • Limite de liquidez. • Limite de plasticidade. • Densidade real dos grãos. Investigações geotécnicas em solos moles Investigações complementares: ensaios de adensamento e triaxiais Bloco 3 Bianca Lopes de Oliveira Ensaio de Adensamento Figura 10 – Ensaio de adensamento Fonte: Skinfaxi/iStock.com. • Aplicação de uma tensão vertical comprimindo o solo de forma crescente. • Incrementos de carga. • Leituras da deformação vertical da amostra. Ensaio de adensamento • No caso de solos moles: iniciar com tensões verticais baixas de 1,5 ou 3 kPa, dobrando-se a carga em sequência até atingir a tensão vertical necessária. • Ensaios usuais tem duração de cerca de duas semanas. • Resultado depende da qualidade da amostra. Argila pré-adensada X Argila normalmente adensada Resultado de um Ensaio de Adensamento Gráfico 2 – Curva índice de vazios x tensão vertical efetiva Fonte: elaborada pelo autor. Ensaios triaxiais • Utilizados para a determinação da resistência de cisalhamento do solo. • Podem ser realizados como: • Ensaio adensado drenado ou ensaio drenado (ensaio CD): assegura-se a drenagem plena do corpo de prova e aguarda-se o adensamento. Pode durar dias para terminar. • Ensaio adensado não-drenado (ensaio CU): permite-se a drenagem apenas na etapa da aplicação da tensão confinante. Diferente do ensaio adensado drenado, as tensões principais efetiva e total não são as mesmas, devido a poropressão. • Ensaio não-adensado não-drenado (ensaio UU): ensaio pode ser realizado rapidamente. Procedimento – ensaio triaxial Corpo de prova é envolvido por uma fina membrana de borracha e colocado dentro de uma câmara cilíndrica preenchida normalmente com água ou glicerina. Dentro da câmara, o corpo de prova é submetido a uma pressão de confinamento por compressão do fluido. Aplica-se uma tensão axial por meio de uma haste de carregamento vertical para provocar a ruptura por cisalhamento. São obtidos os valores da tensão axial no momento da ruptura e da deformação axial que o corpo de prova apresentou. Ensaio triaxial Figura 11 – Equipamento de ensaio triaxial Fonte: elaborada pelo autor Ensaio triaxial UU • A drenagem do corpo de prova não é permitida durante a aplicação da pressão confinante (σ’3). • O corpo de prova é cisalhado até a ruptura pela aplicação da tensão desviadora (σ’1 –σ’3 ). • σ’1 é a tensão efetiva principal maior na ruptura. • σ’3 é a tensão efetiva principal menor na ruptura. Ensaio triaxial UU - Resultado Gráfico 3 – Envoltória de ruptura Fonte: Elaborado pelo autor. Teoria em Prática Bloco 4 BiancaLopes de Oliveira Reflita sobre a seguinte situação A fim de elaborar o projeto de um aterro, você solicitou que fossem realizados ensaios de adensamento que vieram com resultados discrepantes entre diferentes amostras do mesmo solo →Motivo: amolgamento do solo. O que é este amolgamento? Qual deveria ser sua decisão nesse caso? Retirar novas amostras? Se for retirar novas amostras, que tipos de amostras você escolheria para os ensaios de laboratório? O amolgamento do solo poderia ocorrer em quais etapas do ensaio? Norte para a resolução... • Amolgamento do solo representa a perturbação do solo sofrida durante a retirada da amostra. • As amostras de solo amolgadas, porém representativas, podem ser utilizadas para ensaios de caracterização do solo. • Para ensaios de adensamento e triaxiais é necessário a utilização de amostras inderfomada. • Decisão → como a amostra é para ensaio de adensamento, é necessário novas amostras do tipo indeformadas para obter resultados coerentes. Norte para a resolução... • O amolgamento do solo pode acontecer em todas as etapas. • Na retirada da amostra: o uso de um amostrador incorreto, ângulo de cravação inadequado podem gerar perturbações na amostra. Uso de membrana de borracha para manter a umidade do solo. • Transporte: deve ser feito em caixas apropriadas de madeira protegidas para não ocorrer danos na amostra retirada. • Armazenamento: em câmara úmida parcialmente controlada. • Preparação da amostra: cuidados na extrusão e moldagem do corpo de prova. Dica do(a) Professor(a) Bloco 5 Bianca Lopes de Oliveira Dica da Professora • Assista a palestra do Prof. Dr. Alberto Sayão de 02 de abril de 2020. • Comportamento de Solos Moles: campo e laboratório. • Acesse canal da Geotecnia Brasil no Youtube. Palestra: Comportamento de Solos Moles: campo e laboratório. Referências ALMEIDA, M. S. S.; MARQUES, M. E. S. Aterro sobre solos moles. 2.ed. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2014. 256p DAS, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. São Paulo: Cengage Learning, 2011. MASSAD, F. Obras de Terra – curso básico de geotecnia. 2.ed. São Paulo: Editora Oficina de Textos. 2010, 216 p. Bons estudos!