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INTRODUÇÃO
O assédio moral é caracterizado pela humilhação e/ou constrangimentos repetitivos dentro de uma empresa por gestos, palavras, comportamentos ou atitudes. Esse ato pode ter como intenção desestabilizar a pessoa perseguida, pressioná-la a pedir demissão evitando custos para a empresa/instituição ou provocar sua remoção para outro setor de trabalho. Essas práticas ocorrem de forma ascendente ou descendente e até mistas. (chefe/subordinado; subordinados/superiores; e colegas entre si).
O assédio pode ser direto ou indireto. Ele é direto quando ocorrem insultos, acusações, gritos, humilhações públicas. É indireto quando acontecem fofocas, exclusão social, boatos, recusa de comunicação. Para ser considerado assédio é preciso que essas ações sejam frequentes e prolongadas contra a dignidade ou integridade física ou psíquica de uma pessoa gerando medo e ameaças. Caso contrário pode estar caracterizado como danos morais.
A vítima do assédio moral não representa necessariamente uma pessoa frágil, submissa, mas sim uma ameaça ao cargo ascendente. Ha também aquela que faz parte de uma minoria como os PNE, homossexuais, mulheres entre outros que sofrem por discriminação, condutas antissocial e antiética. Sofrer assédio implica em queda da autoestima, reduzindo a confiança no seu próprio potencial. Deve-se trabalhar com a prevenção do assédio moral nas empresas para que não seja preciso tratá-lo posteriormente.
Os casos são muitos e nem todos registrados. O ser humano sofrendo como se estivesse na “era” da escravidão submetendo-se a ações contra a sua própria vontade, contra os seus direitos, implicando em sua dignidade.
 Segue uma pesquisa realizada no Rio de Janeiro em 2002 que revela o sofrimento dos trabalhadores na área da saúde. 
No âmbito do programa "Violência no Trabalho no Setor Saúde", empreendido pela Organização Internacional do Trabalho, pelo Conselho Internacional de Enfermagem, pela Organização Mundial da Saúde e pela Internacional de Serviços Públicos, foi realizada uma pesquisa no Rio de Janeiro em 2002. Essa pesquisa apontou que, do total de trabalhadores de saúde analisados, 46,7% informaram ter sofrido pelo menos uma agressão no último ano. Tomando todos os trabalhadores, 6,4% informaram ter sofrido agressão física, 39,5% agressão verbal, 15,2% assédio moral, 5,7% assédio sexual e 5,3% discriminação racial no último ano (PALÁCIOS et al., 2002). Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572008000100003/>. Acesso em: 30 de abril de 2016.
De acordo com a pesquisa a cima, quase a metade dos entrevistados sofreu algum tipo de agressão e praticamente 1/3 dessas pessoas passaram por assédio moral. 
No campo da psicologia podem ser feitas muitas pesquisas baseadas na estatística, assim como verificar se existe correlação entre o turno de trabalho com a presença de estresse nos funcionários de uma empresa. Ou ainda usar a estatística para calcular o tempo proximal para a cura ou equilíbrio de um paciente no caso X.
A estatística é uma ferramenta muito eficaz e significativa para o psicólogo, Pois pode através dela adquirir dados quantitativos sobre os sintomas adquiridos nos funcionários de uma empresa que sofreram assédio moral. É importante verificar a correlação dos dados da pesquisa para compreender o resultado. Uma maneira de saber se os dados encontrados estão correlacionados ou não com o objeto da pesquisa.
Segue abaixo uma entrevista realizada com um delegado que falará sobre assédio no trabalho.
Entrevista sobre Assédio no Ambiente de Trabalho com o Delegado Edson Moreira.
1) O que é considerado assédio no ambiente de trabalho? 
Qualquer conduta abusiva, seja ela moral ou sexual, pode ser considerada assédio. O Assédio Sexual é crime previsto no art. 216-A do Código Penal e pode resultar em pena de um a dois anos. Já o assédio sexual, não é considerado crime, mas alguns comportamentos isolados são considerados, como xingar (crime de injúria), ameaçar de causar algum mal (crime de ameaça) e espalhar boatos maldosos (crime de difamação), por exemplo. A abordagem, não desejada pelo outro, com intenção sexual ou insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada que usa dessa vantagem para obter favores sexuais é assédio moral. Comportamentos intencionais prolongados e ofensivos à dignidade do trabalhador são considerados como assédio moral (gesto, palavra, escritos, comportamento, atitude, etc.). É assédio aquela atitude que fere a dignidade e a integridade física ou psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho. Alguns exemplos: desprezar, ironizar, espalhar boatos, fazer piadas, pôr apelidos ofensivos, fazer usar roupas ou acessórios como forma de punição, conversar somente aos gritos, criticar sempre o trabalho, por melhor que ele esteja e dar instruções confusas. Também é assédio proibir o colaborador de utilizar o banheiro ou limitar seu tempo de utilização, estabelecer metas e prazos impossíveis, dar tarefas muito abaixo de sua capacidade, ameaçar constantemente de demissão. Outra forma muito comum é isolar a pessoa, ignorá-la, não convidá-la para reuniões ou eventos da empresa, retirar seus equipamentos e atribuições e obrigá-la a ficar sem trabalhar. 
2) Como o senhor vê o assédio no ambiente de trabalho tão explícito hoje em dia? 
Na verdade, não creio que tenham aumentado os casos de assédio no ambiente de trabalho. O que ocorre é que com a ascensão dos meios de comunicação social e a informação mais facilitada para o cidadão, as pessoas estão mais esclarecidas e possuem mais maneiras de denunciar. As denúncias ocorrem com mais frequência, mas as situações de assédio sempre ocorreram, infelizmente.
3) Quais são as causas de assédio no ambiente de trabalho?
 Com relação ao assédio sexual, quanto maior o contato humano, maior a possibilidade de haver interesse de relacionamento. Como as pessoas passam muitas horas de seu dia no trabalho, alguns gestores e funcionários não sabem se portar exclusivamente profissionalmente nos ambientes e acabam cometendo este crime. Quanto ao assédio moral, muitos a praticam na tentativa de aumentar a produtividade a qualquer custo, para obrigar o assediado a pedir demissão ou provocá-lo até que ele dê motivo para ser demitido, ou mesmo por puro sadismo do agressor. Há empresas nas quais o assédio é estimulado e utilizado como forma de gestão de pessoas, ao que se dão os nomes de assédio moral coletivo, institucional, organizacional ou “straining”.
4) Normalmente são gestores que mais assediam. O senhor pode dizer o por que? 
Embora não concorde com a afirmação de que normalmente são os gestores, pois muitos colegas de mesmo nível hierárquico também são assediados e assediam, entendo que é comum que o “patrão”, estando em posição privilegiada, use dessa vantagem para obter favores sexuais ou para denegrir a imagem de subalternos ou dependentes sem temer alguma punição. Porém, os funcionários precisam estar esclarecidos de que a denúncia deve ser feita para que o assédio se torne algo menos comum.
5) Quais as providências a serem tomadas em uma situação de assédio no ambiente de trabalho? 
Em primeiro lugar, a pessoa que assedia deve ser colocada em seu devido lugar. Resistindo, denuncie o comportamento ao departamento de Recursos Humanos da empresa ou ao posterior. Tente conversar com o agressor somente na presença de testemunhas e reúna provas (como anotações de data e hora dos assédios) para comprovar a veracidade das informações. Se o assédio persistir, procure seu sindicato e denuncie. Ele deve estar apto a destacar um representante para te acompanhar em reuniões da empresa para discutir o assunto. Você também pode fazer a denúncia pela internet ou pessoalmente no Ministério Público do Trabalho.
6) A justiça considera assédio no ambiente de trabalho baseado em que? 
A justiça considera assédio no ambiente de trabalho baseado em denúncias e/ou crimes mais graves como injúria, estupro, ameaça. 
7) Qual a sua opinião sobre o assunto?
 Para evitaro assédio no ambiente de trabalho, as pessoas devem se valorizar, saber das capacidades que possuem, procurar usar roupas adequadas e não “dar liberdade” para que o outro se sinta no direito de agir ou falar qualquer coisa que possa ofendê-las. É importante que as empresas mantenham um ambiente de trabalho saudável, a lei obriga que isto ocorra. Portanto, ela deve estabelecer políticas de identificação, prevenção e combate ao assédio e deve deixar bem claro a todos que os atos de violência não serão admitidos. É muito importante criar maneiras que permitam a denúncia das vítimas e que garantam a apuração dos fatos e a punição dos assediadores.
8) Quais os tipos de assédio aos quais estamos sujeitos no ambiente de trabalho? 
No ambiente de trabalho estamos sujeitos ao assédio moral (ou psicológico) e ao assédio sexual.
 Entrevista realizada por Simone Cappai e Deisy Aparecida de Jesus e Silva 
Currículum 
Edson Moreira da Silva, nasceu no dia 16 de Abril de 1959, em São Paulo/SP. Seu pai saiu do Nordeste, com destino à capital paulista, para atuar na Força Nacional. Na adolescência, Edson trabalhou em uma gráfica; aos 21 anos ingressou na Polícia Militar do Estado de São Paulo e continuou estudando com o intuito de trabalhar na Polícia Civil. Graduou-se em direito na Faculdade de Direito de Guarulhos, em 1988. Dois anos depois, passou no concurso da Polícia Civil de Minas Gerais, onde veio morar e especializar-se em Estudos de Criminalidade e Segurança Pública pela UFMG. Recebeu o Título de Cidadão Honorário de Belo Horizonte e seu último trabalho na Polícia foi como chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa - DHPP, onde esteve à frente de investigações de repercussão nacional (como o caso do goleiro Bruno/Eliza Samudio e o caso do "Maníaco de Contagem". 
Experiência Profissional
 Deputado Federal 2015/2019 Vereador de Belo Horizonte 2013/2015 Chefe do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP Professor de Direito Penal e Processo Penal da UNIFENAS – Universidade José do Rosário Vellano Professor de Investigações Policiais Professor de Técnica e Prática de Inquérito Polícial/TPI/Acadepol Coordenador dos Cursos de Formação da Academia de Polícia/Acadepol Delegado Regional de Uberaba/MG Coordenador de Polícia Civil/SGPC Chefe da Divisão de Operações Especiais/Antissequestro/DEOESP Coordenador de Operações Policiais do Departamento de Trânsito Chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida DCCV-MG Sargento da PMESP Cabo da PMESP Soldado da PMESP Disponível em:< http://www.fumec.br/anexos/servicos/professor/cipa/Entrevista-Delegado-Edson-Moreira.pdf/>. Acesso em: 30 de abril de 2016.
Ao passar por assédio moral o indivíduo tende a desenvolver alguns sintomas. Esses sintomas são diversos e podem variar de intensidade de acordo com o sexo. Para saber se existe correlação ou não desses sintomas entre homens e mulheres, foi desenvolvida uma tabela de correlação com alguns dados utilizando o Excel.
Segue abaixo:
	SINTOMAS
	MULHERES
	HOMENS
	X.Y
	XI **2
	YI**2
	Crises de choro
	100
	0
	100
	10000
	0
	Dores generalizadas
	80
	80
	6400
	6400
	6400
	Palpitações, tremores
	80
	40
	3200
	6400
	1600
	Sentimento de inutilidade
	72
	40
	2800
	5184
	1600
	Insônia ou sonolência excessiva
	69,6
	63,6
	4426,56
	4844,16
	4044,96
	Depressão
	60
	70
	4200
	3600
	4900
	Diminuição da libido
	60
	15
	900
	3600
	225
	Sede de vingança
	50
	100
	5000
	2500
	10000
	Aumento da pressão arterial
	40
	51,6
	2064
	1600
	2662,56
	Dor de cabeça
	40
	33,2
	2064
	1600
	1102,24
	Distúrbios digestivos
	40
	15
	600
	1600
	225
	Tonturas
	22,3
	3,2
	71,36
	497,29
	10,24
	Ideia de suicídio
	16,2
	100
	1620
	262,44
	10000
	Falta de apetite
	13,6
	2,1
	28,56
	184,96
	4,41
	Falta de ar
	10
	30
	300
	100
	900
	Passar a beber
	5
	63
	315
	25
	3969
	Tentativa de suicídio
	0
	18,3
	18,3
	0
	334,89
	 
	758,7
	725
	34107,78
	48397,85
	47978,3
R= 6%
Vale lembrar que esses valores são fictícios e não oriundos da entrevista acima, pois se trata de um trabalho com objetivo de desenvolver a correlação de fatos. Estes números foram calculados com base nas informações obtidas a seguir: 
Por Fellipe Siqueira.
Disponível em: < http://pt.slideshare.net/fellipesiqueira1/o-assdio-moral-nas-relaes-do-trabalho/>. Acesso em: 30 de abril de 2016.
CONCLUSÃO
Com base no resultado da tabela não existe correlação entre os sexos, pois 6% é uma correlação muito fraca. Nota-se que homens não choram enquanto 100% das mulheres choram, mas as mulheres não tiveram tentativa de suicídio enquanto em 18,3% dos homens sim. 
Alguns sintomas são pertinentes dos dois sexos com intensidades próximas como a dor de cabeça, insônia ou sonolência. Já as dores generalizadas ocorrem tanto nos homens como nas as mulheres.
Vale ressaltar que mesmo não havendo correlação entre os sexos, ambos sofrem terror psicológico atingindo a saúde física e psicológica podendo avançar o quadro para uma doença crônica.
A vida pessoal da vítima fica comprometida, perde-se o prazer pelo trabalho, torna-se incapaz de desenvolver a sua função podendo ficar desempregada e doente necessitando de cuidados médicos, compreensão da família e apoio psicológico.
REFERÊNCIAS:
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3261/Assedio-moral-Diagnosticando-as-consequencias
http://www.fumec.br/anexos/servicos/professor/cipa/Entrevista-Delegado-Edson-Moreira.pdf
http://pt.slideshare.net/fellipesiqueira1/o-assdio-moral-nas-relaes-do-trabalho
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572008000100003
SINTOMAS	0	0	0	0	0	0	0	0	0	0	0	0	0	0	0	0	0	MULHERES	100	80	80	72	69.599999999999994	60	60	50	40	40	40	22.3	16.2	13.6	10	5	0	758.7	HOMENS	0	80	40	40	63.6	70	15	100	51.6	33.200000000000003	15	3.2	100	2.1	30	63	18.3	725	X.Y	100	6400	3200	2800	4426.5600000000004	4200	900	5000	2064	2064	600	71.36	1620	28.56	300	315	18.3	34107.78	XI **2	10000	6400	6400	5184	4844.1599999999989	3600	3600	2500	1600	1600	1600	497.29	262.44	184.95999999999998	100	25	0	48397.85	YI**2	0	6400	1600	1600	4044.9	6	4900	225	10000	2662.56	1102.2400000000002	225	10.240000000000002	10000	4.41	900	3969	334.89000000000004	47978.3	image1.jpeg