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Aptidão Física e Saúde na Infância

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APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE NA 
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Luana Loss Cabral 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, iremos abordar a relação da aptidão física e da saúde com a 
educação física escolar. Primeiramente, vamos compreender qual é o papel da 
educação física no cotidiano das crianças e quais são os objetivos dessa área 
do conhecimento, nas escolas. Além disso, abordaremos como as avaliações da 
aptidão física devem ser feitas na escola e quais são as principais funções 
dessas avaliações para o professor de educação física. Vamos entender, ainda, 
como são feitas atividades para desenvolver a flexibilidade, assim como a 
especificidade dessas atividades segundo a faixa etária: para crianças de 3 a 6 
anos, por exemplo, com as brincadeiras e exercícios com música; para crianças 
dos 6 aos 10 anos, com brincadeiras como a chamada meu mestre mandou ou 
circuitos que gerem diversos desafios articulares; e, acima dos 10 anos de idade, 
para além do uso de brincadeiras, a aplicação de movimentos específicos de 
alongamentos ativos e passivos. 
Em relação ao desenvolvimento da aptidão cardiorrespiratória, vamos 
analisar o objetivo de realizar esse tipo de atividade e quais são as brincadeiras 
mais comuns que desenvolvem esse componente da aptidão física, por exemplo 
o pega-pega. Quanto à aptidão muscular, procuraremos saber por que é 
necessário treinar esse componente, quais são os critérios a serem 
considerados e quais são as atividades e brincadeiras que podem ser aplicadas. 
Por fim, para o trabalho com a agilidade e o equilíbrio, iremos considerar por que 
desenvolver esses componentes apresentando alguns exemplos de atividades 
que lidam com a aptidão física. 
TEMA 1 – ABORDAGEM DE APTIDÃO FÍSICA E VIDA SAUDÁVEL NA ESCOLA 
A educação física tem papel crucial na vida e no cotidiano de crianças e 
adolescentes. Essa área do conhecimento humano tem ganhado cada vez mais 
força e importância durante a infância devido ao impacto causado pela seus 
ensinamentos, quando analisado na vida adulta. Um estilo de vida saudável pode 
ser adquirido em qualquer período da vida; porém, uma criança que adquire 
hábitos saudáveis tende a ser um adulto mais saudável e com menor risco de 
desenvolver comorbidades. Além disso, “a saúde deve ser entendida não 
somente como ausência de doenças ou enfermidades, mas, sobretudo, como 
 
 
3 
estado de completo bem-estar físico, social e psicológico” (Guedes; Guedes 
1997; Fontoura; Formentin; Abech, 2013). 
A educação física escolar tem como objetivo acompanhar o crescimento, 
desenvolver o processo motor, auxiliar de forma integrativa nos aspectos sociais, 
psicológicos e afetivos das crianças (Fontoura; Formentin; Abech, 2013). Todos 
esses aspectos, quando trabalhados de forma conjunta, fazem com que a saúde 
e o bem-estar geral da criança sejam desenvolvidos com excelência. A educação 
física escolar abrange práticas recreativas, psicomotoras, esportivas, entre 
outras. De maneira geral, o desenvolvimento motor e da aptidão física ajuda a: 
• definir o perfil de cada aluno; 
• montar um histórico de cada aluno; 
• acompanhar a evolução das capacidades aprendidas pelos alunos; 
• auxiliar no planejamento das aulas; 
• corrigir defasagens ou atrasos; 
• acompanhar a maturação e o crescimento físico dos alunos. 
1.1 A avaliação na educação física escolar 
Como já abordado, a avaliação, no âmbito escolar, deve ser feita de forma 
periódica e constante, a fim de se obter a maior quantidade de informações 
possível para se fazer o correto acompanhamento e prescrição das atividades 
adequadas a cada aluno. Em uma avaliação física, podemos coletar dados de: 
• histórico familiar: fatores de genética, incidência de doenças, uso de 
medicações, entre outros aspectos; 
• estado nutricional básico: registro alimentar de pelo menos sete dias; 
• medidas de composição corporal: massa corporal geral, percentual de 
gordura, massa magra, peso ósseo, estatura, índice de massa corporal 
(IMC), perimetria, entre outras; 
• medidas de aptidão física: flexibilidade, aptidão cardiorrespiratória 
(volume de oxigênio máximo – VO2 máx, frequência cardíaca máxima – 
FC máx), força e resistência muscular, agilidade, equilíbrio, velocidade, 
coordenação. 
Todas essas informações podem fornecer parâmetros importantes para 
que o professor de educação física desenvolva as atividades corretas para cada 
 
 
4 
criança e que se identifique e corrija possíveis defasagens para cada faixa etária 
e gênero. Além disso, as informações adquiridas, ao longo do tempo, sobre o 
desenvolvimento da criança servem também para uso, em uma abordagem 
multidisciplinar, de outros profissionais como nutricionistas, médicos, psicólogos, 
assistentes sociais etc. 
A fim de sempre obter medidas precisas e fidedignas, é importante que 
um protocolo padrão seja aplicado sempre da mesma forma. Para avaliação de 
escolares, a bateria do Programa de Apoio à Educação Especial – Proesp (Gaya 
et al., 2021) é uma das mais indicadas por já possuir uma metodologia fixa, ter 
instruções bem claras e com parâmetros já estabelecidos na literatura. As 
medidas que compõem a bateria de testes do Proesp são: 
• composição corporal – IMC e razão cintura-quadril; 
• resistência aeróbia – teste de corrida e caminhada de 6 minutos; 
• força/resistência muscular – teste de abdominais; 
• flexibilidade – teste de sentar e alcançar; 
• velocidade – corrida de 20 metros; 
• potência – arremesso de medicine ball e salto horizontal; 
• agilidade e equilíbrio – teste do quadrado. 
TEMA 2 – ATIVIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DA FLEXIBILIDADE 
O objetivo de desenvolver a flexibilidade é aumentar a mobilidade articular 
da criança a ponto de evitar possíveis desvios posturais e promover um estilo de 
vida ativo que se mantenha na vida adulta. As atividades de flexibilidade 
contemplam alongamentos, exercícios que, por si só, podem ser monótonos e 
desinteressantes para crianças. Dessa forma, é recomendado utilizar atividades 
lúdicas que desenvolvam a flexibilidade em conjunto com a sociabilização e o 
desenvolvimento cognitivo-psicológico das crianças. 
2.1 Dos 3 aos 6 anos 
Na faixa etária dos 3 aos 6 anos, é importante trabalhar a flexibilidade em 
atividades que empreguem músicas infantis e brincadeiras, de forma sempre 
lúdica e atrativa para as crianças. Seguem alguns exemplos. 
 
 
5 
a. O indivíduo, sentado, deve apoiar os dois pés um no outro e fazer o 
movimento de borboletinha com as pernas, cantando a música infantil 
Borboletinha, e depois disso movimentar joelhos para cima e para baixo. 
Também pode-se incluir movimentos de inclinação de trono, movimentos 
de braços abertos e fechados, de encostar as mãos nos pés ou joelhos e 
a cabeça nos joelhos. Desafios são bem-vindos (Santos; Viana, 2012). 
b. Sentada, a criança, com as pernas fechadas e estendidas, tenta alcançar 
os pés com as mãos cantando a música infantil A barata diz que tem. O 
exercício pode ser feito com as pernas abertas, inclinando-se o tronco 
somente para uma perna, depois para a outra. As músicas auxiliam a 
manter a atenção das crianças. 
c. Brincadeira do morto-vivo adaptada, em que a posição de “morto” seria 
em pé, com as pernas estendidas, tronco e braços soltos e a posição 
“vivo” seria em pé, com os braços levantados para o alto. A criança deve 
alternar posições e a atividade pode, também, contar com músicas. 
d. Brincadeira de desatar o nó, na qual todas as crianças dão as mãos umas 
para as outras e a colegas aleatórios e devem tentar desmanchar o nó e 
formar um círculo sem soltar as mãos. Essa brincadeira pode ser difícil 
para as crianças mais novas. 
2.2 Dos 6 aos 10 anos 
Na fase dos 6 aos 10 anos, as crianças já têm maior noção corporal e a 
flexibilidade pode ser desenvolvida com emprego de tarefas mais difíceis. 
Seguem alguns exemplos. 
a. Desenvolve-se a brincadeirachamada de meu mestre mandou com 
alongamentos passivos como segurar um pé só, com a perna estendida, 
abrir as pernas ao máximo, segurar uma das pernas flexionadas, estender 
todo o corpo (Figura 1), entre outros. Lembre-se de que os desafios são 
essenciais nessa fase, portanto pode-se utilizar vários tipos de 
movimentos. 
b. Constroem-se circuitos nos quais a criança possa se esforçar física e 
mentalmente para superar passagens, obstáculos, fazendo com que 
atinja amplitude de movimento, durante a atividade. 
 
 
6 
c. A brincadeira de desatar o nó também pode ser feita nessa fase, assim 
como a brincadeira do morto-vivo, desde que adaptada. 
d. Brincadeiras com movimentos cíclicos de mobilidade articular também 
podem auxiliar na melhora da flexibilidade, nessa faixa etária. 
Figura 1 – Exemplo de movimentos para a brincadeira do meu mestre mandou, 
com o objetivo de realizar alongamentos 
 
Créditos: BNP Design Studio/Shutterstock. 
2.3 Acima dos 10 anos 
Acima da faixa etária dos 10 anos, é possível utilizar brincadeiras, porém 
a inclusão tanto de alongamentos passivos como ativos pode auxiliar na melhora 
da flexibilidade. Fazer movimento rotatório dos braços para trás e para frente, 
rotação de quadril, elevar e flexionar quadril, flexionar e estender joelho/quadril 
são exemplos de alongamentos ativos que podem ser feitos previamente a uma 
atividade. 
 
 
 
 
 
7 
TEMA 3 – ATIVIDADES PARA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA 
A aptidão cardiorrespiratória é uma das capacidades incluídas no rol das 
que devem ser desenvolvidas no cotidiano das crianças. Ela tem que ser 
incentivada de diversas maneiras, para aumentar o seu trabalho aeróbico. 
Primeiramente, é importante estimular as crianças e adolescentes a praticarem 
qualquer atividade de endurance para aumentar o trabalho cardiorrespiratório, 
como ciclismo ou caminhada como forma de locomoção e lazer, natação, danças 
e outros esportes como futebol e basquete. 
Figura 2 – Diferentes tipos de alongamento corporal estáticos ou dinâmicos 
 
Créditos: BigMouse/Shutterstock. 
3.1 Atividades e brincadeiras para desenvolver a aptidão 
cardiorrespiratória 
Existem muitas atividades e brincadeiras que podem auxiliar no trabalho 
cardiorrespiratório das crianças. É importante sempre lembrar que atividades 
lúdicas são mais atrativas e despertam mais interesse nas crianças. Entretanto, 
nunca desenvolva uma mesma atividade por um período muito longo, pois as 
crianças podem perder o interesse. 
São exemplos de atividades cardiorrespiratórias que podem ser 
desenvolvidas: 
 
 
8 
a. Pega-pega: basicamente, existe um pegador e as outras crianças têm que 
fugir desse pegador e, se alguma for pega, passa a ser o pegador (Figura 
3). A brincadeira de pega-pega tem muitas variações e pode ser usada de 
diversas formas. É extremamente útil para trabalhar a capacidade 
cardiorrespiratória das crianças. 
b. Pique-corrente: essa brincadeira é uma variação do pega-pega, na qual o 
pegador, quando encosta em alguma outra criança, passa a segurar a 
mão dessa e assim por diante, até pegar todas as crianças. 
c. Gato e rato: forma-se uma roda das crianças com as mãos dadas e se 
escolhe o “rato” que fica dentro da roda e o “gato” que fica fora da roda. É 
uma brincadeira de pega-pega adaptada para as supostas figuras do gato 
e do rato, na qual as crianças da roda ajudam o “rato” a se esconder e o 
“gato” tem que pegar o “rato”. 
Figura 3 – Exemplo de crianças brincando de pega-pega para treinar a 
capacidade cardiorrespiratória 
 
Créditos: Syda Productions/Shutterstock. 
d. Toca do coelho: as crianças formam trios nos quais duas ficam de mãos 
dadas, representando a toca, e a outra fica no meio dessas, 
representando o coelho. Duas ou mais crianças devem ser os coelhos 
sem toca. Ao comando do professor, os coelhos devem trocar de toca. 
 
 
9 
Assim que algumas ficarem sem toca, a brincadeira recomeça. Essa 
atividade é bem interessante para todas as idades, inclusive para as 
crianças acima de 10 anos, como forma de aquecimento. 
e. Polícia-ladrão: as crianças são divididas entre a equipe da polícia ou 
pegadores e a equipe dos ladrões ou fugitivos. O objetivo da brincadeira 
é que a polícia capture os ladrões e leve-os até um lugar previamente 
definido e que os ladrões soltem seus companheiros dessa prisão, 
tocando-lhes as mãos. 
f. Pedra-papel-tesoura na corrida: divididos em duplas, os alunos brincam 
de pedra-papel-tesoura, e o ganhador deve sair correndo e o perdedor, 
tentar pegá-lo. Na brincadeira tradicional, a pedra ganha da tesoura, a 
tesoura ganha do papel e o papel ganha da pedra. 
g. Cabeça pega rabo: as crianças devem formar colunas, nas quais uma 
criança segura no ombro da criança da frente. O objetivo da atividade é 
que o primeiro jogador, que é a cabeça da coluna, pegue o último jogador, 
que é o rabo da coluna. Se o último jogador for pego, ele se torna o 
primeiro da fila e a brincadeira recomeça. 
TEMA 4 – ATIVIDADES PARA APTIDÃO MUSCULAR 
Atividades para desenvolver a aptidão muscular de força e resistência têm 
diversas formas e vertentes. Antigamente, acreditava-se que o treinamento de 
força muscular era prejudicial ao crescimento e desenvolvimento, na infância. 
Entretanto, atualmente, já se sabe que os componentes da aptidão muscular 
devem e podem ser treinados e praticados na infância, com algumas ressalvas: 
• Não é indicada a adição de cargas maiores do que as equivalentes a 10% 
do peso corporal da criança. 
• É indicada a utilização do próprio peso do corpo para desenvolver 
atividades focadas na aptidão muscular (Figura 4). 
• Movimentos básicos como agachar, levantar, flexionar, puxar são 
indicadores para a prática de exercícios de força e resistência muscular e 
podem ser feitos por meio de brincadeiras e atividades lúdicas. 
• Pode ser utilizado circuito de atividades que são cronometradas, a fim de 
a criança desenvolver movimentos de diversos músculos corporais e 
trabalhar a sua aptidão muscular. 
 
 
10 
• Podem ser usados equipamentos como bolas, cordas ou medicine balls. 
• É indicado trabalhar sempre com, pelo menos, um exercício para cada 
grande musculatura corporal, a fim de não se fadigar um músculo só e de 
se manter a simetria de membros. 
• Exercícios pliométricos podem ser bastante utilizados para trabalhar com 
a aptidão muscular. Esses tipos de métodos operam com saltos e saltitos, 
mesclando força e velocidade, gerando, assim, potência muscular. 
Apesar de serem muito empregados na população adulta, se forem 
tratados de forma recreativa e lúdica, podem ser vantajosos em crianças 
e adolescentes. 
Figura 4 – Exemplo da utilização do próprio peso corporal para desenvolver a 
aptidão muscular de crianças 
 
Créditos: Nomad_Soul/Shutterstock. 
4.1 Atividades e brincadeiras para desenvolver a força e a resistência 
muscular 
Podemos aplicar alguns exercícios por meio de brincadeiras e atividades 
lúdicas com o mesmo intuito de atrair as crianças para a prática do exercício 
físico. Citaremos alguns exemplos disso a seguir. 
 
 
11 
a. A brincadeira do morto-vivo pode ser realizada, mas se fazendo um 
agachamento quando a posição for do “morto” e se ficando em pé, com 
as pernas estendidas, quando a posição for do “vivo”. 
b. Cabo de guerra é uma das brincadeiras infantis que pode ser aplicada em 
diferentes faixas etárias; inclusive, muitas competições, na fase adulta, 
utilizam essa brincadeira. Essa atividade trabalha a força muscular, além 
do espírito de equipe. 
c. Corrida de carrinho de mão também é uma brincadeira bastante popular, 
que trabalha a força de membros superiores e do core, para quem está 
no carrinho de mão, e também a força muscular de quem está guiando o 
carrinho. 
d. A queda de braço é uma atividade competitiva que trabalha bastante com 
a força de membros superiores. Só é importante cuidar para se igualar o 
nível das crianças, quandofor desenvolver essa brincadeira. 
e. Puxa-puxa é uma brincadeira feita em duplas, na qual um aluno se senta 
de frente para o outro, com os pés apoiados na sua dupla e pernas 
estendidas. Um bastão é segurado alternadamente pelos participantes e 
o objetivo da brincadeira é puxar o bastão para um dado lado, para que a 
criança da frente se levante do chão flexionando os joelhos ou desistindo 
da brincadeira. 
f. A brincadeira do meu mestre mandou também pode ser utilizada para 
trabalhar com o componente muscular em idades menores, com 
indicações de se treinar força com o peso do próprio corpo, por exemplo, 
o indivíduo agachar fazendo caretas, saltar várias vezes como um sapo 
etc. Use sua criatividade para fornecer a melhor atividade para as 
crianças. 
TEMA 5 – ATIVIDADES PARA AGILIDADE E EQUILÍBRIO 
Apesar de a agilidade e o equilíbrio serem aptidões físicas voltadas para 
o desempenho esportivo, essas são facilmente trabalhadas, de diversas 
maneiras. Em um circuito de atividades, podem ser incluídos exercícios para o 
indivíduo equilibrar-se num pé só, atravessar um espaço equilibrando-se numa 
barra fixa, rastejar embaixo de várias cordas, caminhar sobre trilho único, correr 
com uma colher e um ovo na boca etc. Atividades que fazem alteração de 
 
 
12 
movimento trabalham bastante com a agilidade, como no pega-pega. Algumas 
atividades que podem trabalhar com esses componentes motores são: 
a. Pega-pega: o pega-pega tradicional e suas variações sempre trabalham 
a agilidade, necessária para o jogador desviar do pegador. 
b. Queimada: a queimada é feita entre duas equipes e uma bola. O seu 
objetivo é que uma equipe jogue a bola em todos os participantes do 
grupo adversário, “queimando” cada um e fazendo com que não sobre 
ninguém no time adversário. A mudança de posição para desviar da bola 
trabalha a agilidade e a coordenação das crianças. Essa brincadeira 
possui diferentes variações e pode ser aplicada em várias faixas etárias. 
c. Estátua: é uma brincadeira para crianças mais novas, mas é bastante 
eficiente para trabalhar a coordenação e o equilíbrio, por causa dos 
movimentos estáticos que ela proporciona. 
d. Amarelinha: uma das brincadeiras de rua mais tradicionais, a amarelinha 
auxilia no desenvolvimento do equilíbrio, por propor movimentos com um 
pé só e também desenvolver a agilidade, por causa da velocidade com 
que ocorrem as mudanças de movimento. A coordenação motora também 
é estimulada, nessa brincadeira. 
e. O mestre mandou: também pode ser aplicado para desenvolver a 
agilidade e o equilíbrio, devido à quantidade infinita de possibilidades de 
movimentos que podem ser feitos durante essa atividade. Também é mais 
atrativa para crianças mais novas. 
f. Corrida de sacos: usualmente aplicada em competições, a corrida de saco 
nada mais é do que correr de um ponto a outro dentro de um saco, 
saltitando e se equilibrando para não cair. 
g. A dança das cadeiras: feita com execução de uma música e um círculo 
de cadeiras, sempre com uma pessoa a mais do que o número de 
cadeiras disponíveis, quando a música para de tocar, todos devem sentar 
nas cadeiras e a criança que sobrar sem cadeira onde sentar é eliminada. 
h. Batatinha frita 1, 2, 3: essa brincadeira é bastante tradicional na infância 
e auxilia muito no desenvolvimento da agilidade e do equilíbrio das 
crianças. É feita uma linha no chão na qual uma criança fica e todas as 
outras se mantêm afastadas. Essa criança-chefe da linha permanece de 
costas para as outras e começa a falar batatinha frita 1, 2, 3 e depois disso 
as crianças podem se mover para perto da linha. Assim que a fala termina, 
 
 
13 
a criança-chefe vira-se e todas as demais têm que se “transformar” em 
estátuas. Vence a brincadeira quem conseguir atravessar a linha sem que 
a criança-chefe o veja. 
i. Pular elástico: essa brincadeira de rua também trabalha a agilidade e a 
coordenação das crianças. São necessárias duas crianças e um elástico 
fechado em torno do tornozelo e outra criança para cumprir as etapas do 
pular elástico, como pular para após onde o elástico está com os dois pés, 
pular para fora etc. 
NA PRÁTICA 
Na educação física escolar, muitos fatores devem ser considerados para 
se conseguir acompanhar o desenvolvimento e o crescimento das crianças. Ao 
lidar com o desenvolvimento de uma turma por cinco anos, por exemplo, você 
poderá fazer uma avaliação inicial e outras avaliações periódicas, ao longo desse 
período. Para a avaliação inicial, podemos incluir uma anamnese sobre o 
histórico de doenças coronarianas e metabólicas na família, o uso de 
medicamentos contínuos, o histórico de cirurgias e fraturas e também do nível 
de atividades físicas praticadas no último ano. Além disso, você deverá avaliar o 
estado nutricional da criança, com base em um registro alimentar de sete dias, 
informado pelos seus pais ou responsáveis. Após isso, você irá avaliar as 
medidas de composição corporal e de aptidão física da criança, que serão 
reavaliadas em todo início de ano letivo. Outro ponto a ser avaliado é a 
composição corporal, por meio das medidas de massa corporal, estatura, 
perimetria e aferição de dobras cutâneas para posterior cálculo do IMC, relação 
cintura-quadril e percentual de massa magra e massa gorda da criança. 
Com relação às medidas de aptidão física, você poderá analisar a sua 
flexibilidade com base no teste de sentar e alcançar; a sua aptidão 
cardiorrespiratória, com o teste de corrida e caminhada de 6 minutos; a sua força 
e resistência muscular, mediante o teste abdominal de 1 minuto, a flexão de 
braço de 1 minuto e o agachamento de 1 minuto; a sua agilidade e equilíbrio, 
com base no teste do quadrado; a velocidade, por intermédio de corrida de 20 
metros; e a potência, com base em arremesso de medicine ball e de salto 
horizontal. 
As avaliações servirão para definir o perfil de cada aluno e montar um 
histórico para acompanhar a evolução das capacidades, a maturação e o 
 
 
14 
crescimento dos alunos, além de auxiliarem no planejamento das aulas, a fim de 
se corrigirem defasagens ou atrasos diagnosticados. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, aprendemos noções sobre a relação entre a aptidão física e 
a saúde e a educação física escolar. Compreendemos que a educação física 
auxilia a criança a desenvolver um estilo de vida mais saudável, menor risco de 
comorbidades e melhorar seu bem-estar físico, social e psicológico. Além disso, 
a educação física escolar tem como objetivo acompanhar o crescimento e o 
desenvolvimento das crianças. Para isso, são necessárias avaliações 
periódicas, por meio de coleta de dados sobre o estado nutricional, de medidas 
de composição corporal e de medidas de aptidão física das crianças. Uma forma 
de se avaliar padronizadamente os componentes da aptidão física é por meio da 
bateria de Proesp. 
Algumas atividades desenvolvem a flexibilidade das crianças. Por 
exemplo, para crianças de 3 a 6 anos são indicadas atividades com música e 
bem lúdicas, para atraí-las, como alongamento com a música da borboletinha ou 
da barata. Para crianças de 6 a 10 anos, os desafios são bastante indicados e 
as brincadeiras podem, indiretamente, fazer com que seja trabalhada a 
amplitude articular, em atividades como meu mestre mandou, desatar o nó, entre 
outras. Já para crianças acima de 10 anos de idade, brincadeiras e atividades 
são indicadas, mas nessa faixa já é possível desenvolver alongamentos ativos e 
passivos, de forma dinâmica. 
Com relação à aptidão cardiorrespiratória, diversas atividades externas 
são indicadas, como andar de bicicleta ou caminhar. Porém, também 
aprendemos que brincadeiras são uma das formas mais fáceis e didáticas de 
desenvolver essa capacidade física, em atividades como pega-pega, pique-
corrente, gato e rato etc. Em face da aptidão muscular, primeiro compreendemos 
que esse componente tem que ser treinado de acordo com o peso do próprio 
corpoou com cargas de até no máximo 10% do peso corporal da criança e que 
movimentos básicos devem ser estimulados, assim como exercícios 
pliométricos, em atividades como cabo de guerra, carrinho de mão, puxa-puxa 
etc. Por fim, para as atividades de equilíbrio e agilidade, consideramos a hipótese 
dos circuitos de desafios, em atividades básicas como pega-pega e amarelinha; 
ou em atividades mais complexas como a queimada. 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Crescimento, composição corporal e 
desempenho motor de crianças e adolescentes. Londrina: CLR Balieiro 
Editores, 1997. 
FONTOURA, A. S.; FORMENTIN, C. M.; ABECH, E. A. Guia prático de 
avaliação física: uma abordagem didática, abrangente e atualizada. 1. ed. São 
Paulo: Phorte Editora, 2011. 
SANTOS, E. G. C.; VIANA, H. B. Flexibilidade na educação física escolar. 
EFDeportes.com, Buenos Aires, v. 17, n. 175, dez. 2012.

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