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COLETA DE GASES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE –PB 
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA 
CURSO: ENGENHARIA DE MATERIAIS 
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE QUÍMICA GERAL 
PROFESSORA: LUCIA MARIA GAUDENCIO DE ARAUJO LIMA 
NOME: JOSÉ VIEIRA NETO 
MATRÍCULA: 121111434 
 
 
 
 
 
 
 
EXPERIÊNCIA 2: 
COLETA DE GASES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPINA GRANDE - PB 
20 DE MARÇO DE 2024 
 
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Sumário 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................... 3 
2. OBJETIVOS .......................................................... 5 
3. METODOLOGIA ................................................... 5 
3.1. MATERIAIS ................................................ 5 
3.2. COLETA DE GASES ................................ 6 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................... 7 
4.1. Número de moles do magnésio utilizado ............ 7 
4.2. Pressão parcial do gás ................................................................. 7 
4.3. Volume de gás hidrogênio (H2) à pressão 
ambiente ............................................................................................................... 8 
4.4. Fonte de erro no experimento ................................................ 8 
5. CONCLUSÃO ....................................................... 9 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................... 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
O estado da matéria que não possui forma nem volume definidos é o gasoso. 
Ele ocupa todo o espaço e toma a forma do recipiente no qual está contido, ou 
seja, o seu volume será igual ao volume do recipiente. 
Existem duas formas da matéria no estado gasoso: vapor e gás. Vapor é aquele 
em que a matéria no estado gasoso pode ser liquefeita com um simples aumento 
da pressão. Já o gás é um fluído que é impossível de ser liquefeito com esse 
simples aumento de pressão. Basicamente a diferença entre vapor e gás é dada 
pela temperatura crítica. Será um gás se a matéria no estado gasoso for superior 
a temperatura crítica. Se for igual ou menor, será vapor. Mas nos 
concentraremos no gás, objetivo de estudo deste experimento. 
O gás é constituído de moléculas isoladas, separadas uma das outras por 
grandes espaços vazios em relação ao seu tamanho e possuem um movimento 
contínuo de rotação, translação e vibração. Essa definição é chamada de Teoria 
Cinética dos Gases. 
Há existência de uma teoria ou modelo teórico, que é a do gás ideal ou gás 
perfeito. Este tipo de gás é aquele que obedece, com precisão matemática, as 
equações abaixo: 
 
𝑃𝑥𝑉𝑇 = 𝑃0𝑥𝑉0𝑇0 e 𝑃𝑥𝑉 = 𝑛𝑥𝑅𝑥𝑇 
 
Onde: 
P = pressão 
P0 = pressão inicial 
V = volume 
V0 = volume inicial 
T = temperatura 
T0 = temperatura inicial 
n = número de mols 
R = constante universal dos gases 
 
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Mas, na prática, temos somente gases reais, sendo que um gás real tende a ser 
um gás ideal ou perfeito quando a pressão do mesmo tender a zero e a 
temperatura se elevar. 
A equação geral dos gases perfeitos, que já foi mencionada anteriormente, é: 
𝑃𝑥𝑉𝑇 = 𝑃0𝑥𝑉0𝑇0 
A partir desta equação, vários cientistas foram muito importantes e contribuíram 
para o estudo dos gases analisando e determinando os tipos de transformações, 
que são dadas como leis. Estas transformações são conhecidas como: 
• ISOBÁRICA – a pressão é constante, e o volume do gás é diretamente 
proporcional a sua temperatura. (Lei de Charles e Gay-Lussac). 
𝑉𝑇 = 𝑉0𝑇0 
• ISOCÓRICA – o volume é constante, e a pressão do gás é diretamente 
proporcional a sua temperatura. (Lei de Charles e Gay-Lussac). 
𝑃𝑥𝑇 = 𝑃0𝑥𝑇0 
• ISOTÉRMICA – a temperatura é constante, o volume ocupado por um gás 
é inversamente proporcional à sua pressão. (Lei de Boyle). 
𝑃𝑥𝑉 = 𝑃0𝑥𝑉0 
Tem-se ainda o volume molar de um gás, que é o volume ocupado por um mol 
de substância. O volume molar de um gás é constante para todos os gases a 
uma mesma pressão e temperatura. Nas Condições Normais de Temperatura e 
Pressão (CNTP), o valor é igual a 22,4 L/mol. 
Ainda nas CNTP, podemos determinar a densidade do gás através da relação: 
𝑑𝐶𝑁𝑇𝑃 = 𝑀𝑥22,4 𝑔/𝐿 
Já a uma pressão p e a uma temperatura T, determinamos a densidade de um 
gás através de: 
𝑑𝐶𝑁𝑇𝑃 = 𝑃𝑥𝑀𝑅𝑥𝑇 
 
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E por fim, podemos determinar a densidade de um gás A em relação a um gás 
B e de um gás A em relação ao ar através das seguintes fórmulas: 
𝑑𝐴,𝐵 = 𝑀𝐴𝑀𝐵 e 𝑑𝐴,𝐴𝑅 = 𝑀𝐴𝑥28,8 
Em laboratório, gases são coletados através do deslocamento de água. Tem-se 
uma reação que produz determinado gás, e tal gás é conduzido para um interior 
de uma coluna parcialmente submersa na água. À medida que o produto gasoso 
da reação é produzido, certa quantidade de água é deslocada. O gás se mistura 
com o vapor d’água já existente e passa a exercer uma determinada pressão. 
Com o auxílio de alguns cálculos, podemos encontrar o valor dessa pressão, 
como veremos mais adiante. 
2. OBJETIVO 
 
Determinar, utilizando as equações e métodos adequados de coleta de gases, o 
volume do gás hidrogênio produzido e sua pressão parcial quando o magnésio 
reage com uma solução de ácido clorídrico à temperatura e pressão ambientes, 
assim como observar algumas informações importantes no estudo dos gases. 
 
3. METODOLOGIA 
 
3.1. MATERIAIS 
▪ Balança Digital; 
▪ Fita de Magnésio; 
▪ Água; 
▪ Barômetro; 
▪ Termômetro; 
▪ Pipeta; 
▪ Pipetador; 
▪ Erlenmeyer; 
▪ Solução de HCl (2,0 M); 
▪ Proveta de 500 mL; 
▪ Cuba; 
▪ Mangueira; 
▪ Régua; 
▪ Rolha; 
▪ Bequer de 50 mL; 
▪ Suporte. 
 
 
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3.2. COLETA DE GASES 
 
Inicialmente, verificou-se a temperatura ambiente (24 °C) com o 
termômetro e a pressão com o barômetro (722 mmHg). Em seguida, 
pesou-se com a balança digital um pedaço da fita de magnésio, obtendo 
uma massa de 0,12 gramas e pipetou-se, com o auxílio de um pipetador, um 
volume de 10 mL de solução de ácido clorídico (HCl) 2,0 M em um bequer. 
Apos isso, inseriu nesse Erlenmeyer o pedaço da fita de magnésio para que 
reaja com o ácido clorídico e produza o gás hidrogênio e tampou-se 
rapidamente com a rolha para que nenhum gás seja perdido, ocorrendo a 
seguinte reação: 
 
2HCl + Mg MgCl2 + H2 
 
Nesse momento, observou-se o borbulhamento da solução devido a 
liberação do gás hidrogênio e o aquecimento do Erlenmeyer, pois a 
reação era do tipo exotérmica e que, portanto, libera calor. 
Em seguida, a proveta de 500 mL foi enchida com água por completo e 
tampou sua extremidade com a mão para que não vazasse qualquer 
quantidade do líquido, emborcando-a rapidamente para dentro da cuba 
com água e retirando a mão da extremidade da proveta cuidadosamente. 
Após esse procedimento, foi inserida a mangueira no Erlenmeyer, onde 
estava ocorrendo a reação, ligando-o à proveta que continha apenas 
água. Observou-se, nesse momento, que o volume de água começou a 
diminuir, pois o gás hidrogênio oriundo da reação por ser menos denso 
que a água ficou na parte de cima. 
Por fim, depois que a reação cessou mediu, utilizando uma régua, a leitura 
da altura da coluna da água e pela graduação da proveta leu-se o volume 
ocupado pelo gás, anotando os resultados. (Tabela 1). 
Tabela 1 – Dados do Experimento 
 
Massa de 
magnésio (g) 
Temperatura 
ambiente (°C) 
Pressão ambiente 
(mmHg) 
Volume de gás 
hidrogênio (mL) 
Altura da coluna 
d’água (cm) 
0,15 29 720 185 10,5 
 
Fonte: dados obtidos em laboratório pelo próprio autor 
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
4.1. Número de moles do magnésio utilizado 
 
Para determinar o número de moles do magnésio utilizado, ou seja, a 
quantidade de matéria, precisa apenas conhecer a massa molar do 
elemento e substituir os valores na fórmula: 
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎 (𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠) =
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠)
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 (
𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠
𝑚𝑜𝑙
)
 
Sabendo que a massa molar do magnésioé de 24,305 gramas/mol e que 
utilizou-se 0,15 gramas no experimento, tem-se: 
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎 (𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠) =
0,15𝑔
24,305 𝑔/𝑚𝑜𝑙
= 𝟎, 𝟎𝟎𝟔𝟏𝟕 𝒎𝒐𝒍𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒎𝒂𝒈𝒏é𝒔𝒊𝒐 
 
4.2. Pressão parcial do gás 
 
O somatório de todas as pressões no recipiente deve ser igual á pressão 
atmosférica, logo: 
𝑃𝑎𝑡𝑚 = 𝑃𝑔á𝑠 + 𝑃𝐻2𝑂 + 𝑃ℎ 
Como está sendo procurado a pressão do H2, utiliza-se a seguinte fórmula: 
𝑃𝐻2
= 𝑃𝑎𝑡𝑚 − (𝑃𝐻2𝑂(𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟) + 𝑃ℎ) 
A pressão da coluna com água (Ph) pode ser definida como: 
𝑃ℎ = 𝑑𝑔ℎ 
A densidade da água à 29°C é aproximadamente 1000 kg/m3; a gravidade g é 
aproximadamente 10 m/s²; a altura da coluna é de 10,5 cm ou 0,105 mm e a 
pressão do vapor de água a 29°C é 30,04 mmHg. Logo, 
𝑃ℎ = 1000
𝑘𝑔
𝑚3
𝑥 10
𝑚
𝑠2
𝑥 0,105 𝑚 ≅ 1050 𝑃𝑎 
Portanto, 
𝑃𝐻2
= 720 − (30,04 + 7,87) = 682,09 𝑚𝑚𝐻𝑔 
 
 
 
8 
 
4.3. Volume de gás hidrogênio (H2) à pressão 
ambiente 
 
Para determinar o volume de gás hidrogênio à pressão ambiente, utiliza-se a 
equação geral dos gases ideais: 
𝑃𝑥𝑉 = 𝑛𝑥𝑅𝑥𝑇 
Logo, 
𝑉𝑔á𝑠 =
𝑅𝑥𝑛𝑥𝑇
𝑃𝐻2
 
A temperatura que será utilizada é a temperatura ambiente, que tem o valor 
de 29ºC que em Kelvin 302 K. O valor de R depende da unidade de pressão 
utilizada e da unidade de temperatura, como irá se utilizar o valor da pressão 
do gás em mmHg e o valor da temperatura em Kelvins, o valor tabelado da 
constante geral dos gases para essa situação é de 62,3637 L.mmHg/K.mol. 
Também é necessário encontrar o número de mols formados na reação. Esse 
valor pode ser encontrado facilmente utilizando a proporção estequiométrica 
da reação: 
1 mol de Mg-------1 mol de H2 
0,00617 mols de Mg------ n mol de H2 
n = 0,00617 mols de H2 formados. 
Pode-se agora encontrar o volume de gás hidrogênio à pressão ambiente: 
𝑉𝑔á𝑠 =
62,3637 𝑚𝑚𝐻𝑔
𝐾. 𝑚𝑜𝑙
𝑥0,00617 𝑚𝑜𝑙𝑠𝑥302𝐾
682,09𝑚𝑚𝐻𝑔
 
𝑉𝑔á𝑠 =0,170 L=170 mL 
𝑉𝑒𝑥𝑝. =185 mL 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 = 185𝑚𝐿 − 170𝑚𝐿 = 15 𝑚𝐿 
 
4.4. Fonte de erro no experimento 
 
É comum a ocorrência de pequenos percentuais de erros. Alguns fatores que 
levam a tais erros nesse experimento podem estar na: 
• Medições realizadas a olho nu; 
• Falta de lixamento na tira de magnésio, fazendo com que a amostra não 
seja completamente pura; 
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• Aferição da temperatura e na pressão ambientes com valores 
aproximados; 
• Prováveis vazamentos do gás hidrogênio ao longo do experimento. 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Foi apresentado neste relatório o experimento de coleta de gases, que consistia 
coletar o gás produzido por uma reação de magnésio sólido com ácido clorídrico, 
e determinar o seu volume e sua pressão. Falamos que a matéria existe de duas 
maneiras no estado gasoso, o vapor e o gás, e o que os diferem é sua 
temperatura crítica. Se a matéria no estado gasoso for superior a temperatura 
crítica será um gás; se for igual ou menor, será vapor. Definimos o gás também 
através da Teoria Cinética dos Gases, que o definia como ser constituído de 
moléculas isoladas, separadas uma das outras por grandes espaços vazios em 
relação ao seu tamanho e possuem um movimento contínuo de rotação, 
translação e vibração. 
Falou-se também de um modelo teórico de gás ideal ou gás perfeito, que 
obedecia a risca, em números matemáticos, a Equação Geral dos Gases 
Perfeitos. 
Mencionamos também que a partir desta equação vários cientistas 
determinaram transformações que os gases sofriam. Tais transformações são: 
Isobárica, pressão constante com o volume diretamente proporcional à sua 
temperatura (Lei de Charles e Gay-Lussac); Isocórica, volume constante com a 
pressão diretamente proporcional à sua temperatura; e Isotérmica, temperatura 
constante com a pressão indiretamente proporcional ao volume. 
Mostramos ainda o volume molar do gás, que é o volume ocupado por um mol 
de substância, e que ele é constante para todos os gases a uma mesma pressão 
e temperatura, e que CNTP seu valor corresponde 22,4 L/mol. 
E vimos as diferentes maneiras de determinar a densidade de um gás. Tais 
maneiras foram: na CNTP; a uma pressão e temperatura dadas; a densidade do 
gás A em relação ao gás B; e por fim, a densidade do gás A em relação à 
densidade do ar. 
Por fim, mostramos como coletamos o gás no experimento, que foi o gás 
hidrogênio produzido da reação de Magnésio sólido com ácido clorídrico, através 
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do deslocamento de água. A reação produziu o gás hidrogênio e este foi 
conduzido pra um interior de uma coluna parcialmente submersa na água. À 
medida que o produto gasoso da reação é produzido certa quantidade de água 
é deslocada. O gás se mistura com o vapor d’água já existente e passa a exercer 
uma determinada pressão. A partir daí, com o auxílio de alguns cálculos, 
conseguimos determinar a pressão e o volume do gás estudado, que no caso é 
o gás hidrogênio, e assim conseguimos concluir o experimento de coletas de 
gases. 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
BROWN, T. L; LEMAY, H. E; BURSTEN, B. E; Gases. In: Química: a ciência 
central. 9. ed. São Paulo: Pretince Hall Brasil, 2005. cap. 10, p. 335-362. 
 
FELTRE, R; Estudo dos Gases. In: Química Geral. 6. ed. São Paulo: Moderna, 
2004. cap. 12, p. 278-320. 
 
Values of the Universal Gas Constant R in various units. Disponível em: 
<http://www.katmarsoftware.com/gconvals.htm> Acesso em: 19 de Março de 
2024. 
 
BRAGA, N. P; Densidade da água em diferentes temperaturas. Disponível 
em:<http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/almanaque-tecnologico/193-
d/421-densidade-da-agua-em-diversas-temperaturas> Acesso em: 19 de 
Março de 2024. 
 
 
 
 
 
%3chttp:/www.katmarsoftware.com/gconvals.htm%3e
http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/almanaque-tecnologico/193-d/421-densidade-
http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/almanaque-tecnologico/193-d/421-densidade-