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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA INSTITUTO DE QUÍMICA QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II EXPERIMENTO I REAÇÕES ENVOLVENDO COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO ARTUR DE AQUINO OLIVEIRA JULIA ANDRADE LOPES LARISSA SILVA GLAVINA NATAL - RN 1 1. INTRODUÇÃO Os compostos de coordenação são uma classe de substâncias complexas que contém um átomo ou íon central rodeado por um grupo de moléculas, íons ou radicais ligados ao elemento central por forças que variam segundo as características e a estequiometria das espécies envolvidas. O estudo desses compostos se deu no final do século XIX e início do século XX, pelos seguintes cientistas: Sophus M. Jorgesen e Christian W. Blonstrand que propuseram a teoria das cadeias em 1871, como tentativa de explicação de como são formadas as ligações nos compostos de coordenação, porém essa teoria não teve grande relevância por não possuir sustentação experimental e pelo fato de ser fundamentada em suposições incorretas. Então, em 1893, Alfred Werner propôs a teoria de Werner que considerava que um composto de coordenação seria formado de um centro metálico cercado por grupos, que hoje são chamados de ligantes. Ademais, que a maior parte dos elementos possuiria duas valências, que Werner chamou de valência primária e valência secundária. A valência primária relacionava-se ao estado de oxidação e a segunda ao número de coordenação, que é o número de átomos doadores. Para desenvolver sua teoria, Werner estudou compostos que são relativamente lentos para reagir em solução. Ele sintetizou compostos que são cineticamente inertes como Co (III), Pt (II), Pt (IV) e Rh (III). 2 Co3+ (aq)+ 6NH3(aq) [Co(NH3)6]3+(aq) Pt4+(aq)+ 4Cl(aq) [PtCl4](aq) Com esses compostos, Werner foi capaz de perceber que havia uma ligação primária, na qual a carga positiva do íon metálico era equilibrada por íons negativos, e a ligação secundária na qual as moléculas ou íons ligantes estavam ligados ao íon metálico central, e essa segunda ligação foi chamada de esfera de coordenação ou íon complexo. E os íons que estavam fora da esfera de coordenação, foram chamados de contra-íons. Os contra-íons poderiam ser cátions ou ânions que posteriormente foram utilizados para neutralizar um íon complexo, formando assim sais complexos. Com a teoria e os postulados de Werner, os estudos dos compostos de coordenação foram aprofundados, pois a teoria de Werner não explicava de forma empírica como as ligações eram formadas nos compostos de coordenação. Então, foram desenvolvidas algumas explicações: a regra dos 18 elétrons por Irving Langmuir, a teoria de valência de Linus Pauling, a teoria do orbital molecular, a teoria do campo cristalino de Bethe e Van Vleck, e por fim a teoria do campo ligante de Griffith e Orgel. A motivação para o estudo desses compostos deveu-se ao fato de que naquela época pensava-se que esses compostos teriam características semelhantes aos sais duplos. Entretanto, ao serem analisadas algumas propriedades simples como solubilidade se viu que uma grande diferença entre as duas espécies, pelo fato de que os sais duplos se dissociam por completo em meio aquoso, e os compostos de coordenação não se dissociam completamente pois, não há quebra de ligação do átomo central com os grupos ligantes. Um exemplo de dissociação nos dois compostos: · Sal duplo: KAl(SO4)2(aq) K+ (aq) + Al3+(aq) + SO4 2- (aq) 3 · Composto de coordenação: CoCl3.6NH3(s) [Co(NH3)6]3+(aq) + 3Cl- Pode-se ver também que o sal duplo produz mais espécies em solução dos que os compostos complexos. Outrossim, algumas aplicações dos conceitos de compostos de coordenação são na área biológica, na qual há moléculas como a hemoglobina que é um composto fundamental para sobrevivência dos vertebrados, tem o Fe (II) como átomo central do grupo heme, a cianocobalamina ou vitamina B12 que é um micronutriente que atua no metabolismo dos aminoácidos e dos ácidos nucleicos tendo o cobalto como átomo central, e também a clorofila, na qual é o pigmento responsável pela fotossíntese, cujo elemento central de coordenação é o magnésio. 2. OBJETIVO Observar experimentalmente as reações que envolvem os compostos de coordenação, e distinguir os sais complexos dos sais duplos. 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1) MATERIAIS E REAGENTES Para a execução do experimento foram utilizados os seguintes reagentes e vidrarias listados abaixo: ● Tubos de ensaio; ● Pipetas graduadas; ● Conta gotas; ● Solução de NaOH; ● Solução de BaCl2; ● Solução de ácido tartárico; ● Solução de FeCl3; ● Solução de NH4OH; ● Solução de KSCN; ● Solução de K3[Fe(CN)6]; ● Solução de AgNO3; ● Solução de KI; ● Solução de CuSO4; ● Solução de H2O2; ● Solução de KOH; ● Solução de K4[Fe(CN)6]; ● Solução de FeSO4; 4 3.2) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para realizar o experimento de forma eficaz, foi necessário obedecer aos seguintes passos de forma sucinta: ➔ ETAPA I: ÍONS EM SOLUÇÃO DE UM SAL DUPLO Nessa etapa, foram numerados três tubos de ensaio e com o auxílio de uma pipeta graduada foi adicionado 2 mL de solução de KAl(SO4)2 em cada um dos tubos de ensaio. No tubo de ensaio 1, com o auxílio de um conta gotas, foram adicionadas algumas gotas de solução de NaOH. Em seguida, no tubo de ensaio 2, foi posto 0,5 mL de solução de BaCl2, por fim, ao tubo de ensaio 3, foi adicionado 2 mL de solução de ácido tartárico. Tubo 1: 2 𝐾𝐴𝑙(𝑆𝑂 4 ) 2 (𝑎𝑞) + 6 𝑁𝑎𝑂𝐻 (𝑎𝑞) → 3 𝑁𝑎 2 𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 2 𝐴𝑙(𝑂𝐻) 3 (𝑆) + 𝐾 2 𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) Tubo 2: 𝐾𝐴𝑙(𝑆𝑂 4 ) 2 (𝑎𝑞) + 2 𝐵𝑎𝐶𝑙 2 (𝑎𝑞) → 2 𝐵𝑎𝑆𝑂 4 (𝑠) + 𝐴𝑙𝐶𝑙 3 (𝑎𝑞) + 𝐾𝐶𝑙 (𝑎𝑞) Tubo 3: 𝐾𝐴𝑙(𝑆𝑂 4 ) 2 (𝑎𝑞) + 𝐶 4 𝐻 6 𝑂 6 (𝑎𝑞) → 𝐴𝑙(𝑆𝑂 4 ) 2 (𝑆) + 𝐶 4 𝐻 6 𝑂 6 𝐾 (𝑎𝑞) Todas as misturas foram levemente agitadas com o fito de observar se houve algum tipo de reação e formação de precipitado. ➔ - ETAPA II: ÍONS EM SOLUÇÃO DE SAL SIMPLES E DE SAL COMPLEXO Nessa etapa, foram enumerados dois tubos de ensaio e em cada um deles, com o auxílio de uma pipeta, foram adicionados 2 mL de solução de FeCl3. No tubo de ensaio 1 adicione um pouco da solução de NH4OH, e ao segundo, adicione uma solução de KSCN. Em seguida, será usado um sal complexo, foram numerados dois tubos de ensaio e novamente, com o auxílio de uma pipeta graduada, adicione 2 mL de K3[Fe(CN)6] e repita o mesmo procedimento que foi realizado no passo anterior, adicionando os mesmos reagentes. Todos os tubos devem ser agitados e observar se houve algum tipo de reação química. 5 Tubo 1: 𝐹𝑒𝐶𝑙 3 (𝑎𝑞) + 3 𝑁𝐻 4 𝑂𝐻 (𝑎𝑞) → 𝐹𝑒(𝑂𝐻) 3 (𝑎𝑞) + 3 𝑁𝐻 4 𝐶𝑙 (𝑎𝑞) Tubo 2: 𝐹𝑒𝐶𝑙 3 (𝑎𝑞) + 3 𝐾𝑆𝐶𝑁 (𝑎𝑞) → 𝐹𝑒(𝑆𝐶𝑁) 3 (𝑎𝑞) + 3 𝐾𝐶𝑙 (𝑎𝑞) Tubo 3: 𝐾 3 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] (𝑎𝑞) + 𝑁𝐻4𝑂𝐻 → 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 Tubo 4: 𝐾 3 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] (𝑎𝑞) + 3 𝐾𝑆𝐶𝑁 (𝑎𝑞) → 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 ➔ ETAPA III: ÍONS COMPLEXOS ANIÔNICOS Em um tubo de ensaio, com auxílio de um conta gotas, foram adicionadas quatro gotas de nitrato de prata (AgNO3) junto com uma solução concentrada de iodeto de potássio (KI) até o momento que o precipitado formado seja dissolvido. Tubo 1: 3 𝐴𝑔𝑁𝑂 3 (𝑎𝑞) + 3 𝐾𝐼 (𝑎𝑞) → 𝐾𝑁𝑂 3 + 3 𝐴𝑔𝐼 (𝑠) ⇒ + 2⇒ 𝐴𝑔 (𝑎𝑞) + 𝐼 (𝑎𝑞) − → 𝐴𝑔(𝐼) 2[ ] (𝑎𝑞) −1 ➔ - ETAPA IV: ÍONS COMPLEXOS CATIÔNICOS Nessa etapa, deve-se adicionar 0,5 mL de solução de sulfato de cobre (CuSO4) e 0,5 mL de solução de hidróxido de amônio (NH4OH) em um mesmo tubo de ensaio. Em seguida, é preciso deixar a mistura em repouso por um certo período e se possível, decantar a fase líquida, por fim, deve-se continuar adicionando a solução de NH4OH de concentração 1,0 Mol/L a fase sólida até observar algum tipo de mudança. Tubo 1: 𝐶𝑢𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) + 4 𝑁𝐻 4 𝑂𝐻 (𝑎𝑞) → 𝐶𝑢(𝑁𝐻 3 ) 4[ ]2+ (𝑎𝑞) + 𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) 2− + 4𝐻 2 𝑂 (𝑙) ➔ - ETAPA V: REAÇÕES DEOXIRREDUÇÃO ENVOLVENDO COMPLEXOS 6 Nessa etapa final, com o auxílio de uma pipeta graduada, serão adicionados 1,0 mL de peróxido de hidrogênio (H2O2) 1,0 mL de hidróxido de potássio (KOH) e 1,0 mL de ferrocianeto de potássio em um único tubo de ensaio e observar se houve algum tipo de reação química. Por fim, em um tubo de ensaio, adicione 1,0 mL de K3[Fe(CN)6] e 1,0 mL de K4[Fe(CN)6], por fim, em cada um dos tubos, ponha 0,5 mL de solução de sulfato de ferro (II) recém-preparada. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ➔ ETAPA I: ÍONS EM SOLUÇÃO DE UM SAL DUPLO Nessa etapa após colocarmos (Alúmen de potássio) em três tubos, 𝐾𝐴𝑙(𝑆𝑂 4 ) 2 observamos a reação do sal com NaOH (Hidróxido de sódio), (Cloreto de 𝐵𝑎𝐶𝑙 2 Bário) e (Ácido tartárico), contendo as seguintes reações: 𝐶 4 𝐻 6 𝑂 6 Tubo 1: 2 𝐾𝐴𝑙(𝑆𝑂 4 ) 2 (𝑎𝑞) + 6 𝑁𝑎𝑂𝐻 (𝑎𝑞) → 3 𝑁𝑎 2 𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 2 𝐴𝑙(𝑂𝐻) 3 (𝑆) + 𝐾 2 𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) Tubo 2: 𝐾𝐴𝑙(𝑆𝑂 4 ) 2 (𝑎𝑞) + 2 𝐵𝑎𝐶𝑙 2 (𝑎𝑞) → 2 𝐵𝑎𝑆𝑂 4 (𝑠) + 𝐴𝑙𝐶𝑙 3 (𝑎𝑞) + 𝐾𝐶𝑙 (𝑎𝑞) Tubo 3: 𝐾𝐴𝑙(𝑆𝑂 4 ) 2 (𝑎𝑞) + 𝐶 4 𝐻 6 𝑂 6 (𝑎𝑞) → 𝐴𝑙(𝑆𝑂 4 ) 2 (𝑆) + 𝐶 4 𝐻 6 𝑂 6 𝐾 (𝑎𝑞) + 𝐻 2 𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) 7 É perceptível a facilidade com que o sal duplo tem em se dissolver nos reagentes, essa propriedade é favorecida, já que o sal é iônico, e a força da ligação é menor, permitindo a formação dos produtos. ➔ ETAPA II: ÍONS EM SOLUÇÃO DE SAL SIMPLES E DE SAL COMPLEXO Nessa etapa iremos comparar reações de mesmo reagentes com um sal simples de ferro ( ) e um sal complexo de ferro , logo, teremos as seguintes𝐹𝑒𝐶𝑙 3 𝐾 3 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] reações: Tubo 1: 𝐹𝑒𝐶𝑙 3 (𝑎𝑞) + 3 𝑁𝐻 4 𝑂𝐻 (𝑎𝑞) → 𝐹𝑒(𝑂𝐻) 3 (𝑎𝑞) + 3 𝑁𝐻 4 𝐶𝑙 (𝑎𝑞) Tubo 2: 𝐹𝑒𝐶𝑙 3 (𝑎𝑞) + 3 𝐾𝑆𝐶𝑁 (𝑎𝑞) → 𝐹𝑒(𝑆𝐶𝑁) 3 (𝑎𝑞) + 3 𝐾𝐶𝑙 (𝑎𝑞) Tubo 3: 𝐾 3 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] (𝑎𝑞) + 𝑁𝐻4𝑂𝐻 → 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 Tubo 4: 𝐾 3 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] (𝑎𝑞) + 𝐾𝑆𝐶𝑁 (𝑎𝑞) → 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 Tubos 1 e 2 (sal simples) Tubos 3 e 4 (sal complexo) 8 Após a adição de ( Hidróxido de amônia) e (Tiocianato de Potássio)𝑁𝐻4𝑂𝐻 𝐾𝑆𝐶𝑁 no sal complexo, é notório que não há evidências de reação, se fazendo necessário ter ciência que comparado a um sal simples, o sal complexo é mais estável, possuindo ligações fortes o suficiente para não haver dissociação sem fontes de energias maiores, capazes de causar uma quebra, outro detalhe que chama atenção, é que, o mesmo não é iônico como o sal simples. Os íons são o principal motivo pelo qual os sais simples têm uma maior solubilidade e conseguem se dissolver completamente. ➔ ETAPA III: ÍONS COMPLEXOS ANIÔNICOS Nessa etapa observamos que após a reação de (Nitrato de prata) com o𝐴𝑔𝑁𝑂 3 𝐾𝐼 (Iodeto de potássio) um precipitado é formado, mas logo ele é dissolvido após agitação, representado na referida equação: Tubo 1: 3 𝐴𝑔𝑁𝑂 3 (𝑎𝑞) + 3 𝐾𝐼 (𝑎𝑞) → 𝐾𝑁𝑂 3 + 3 𝐴𝑔𝐼 (𝑠) ⇒ + 2⇒ 𝐴𝑔 (𝑎𝑞) + 𝐼 (𝑎𝑞) − → 𝐴𝑔(𝐼) 2[ ] (𝑎𝑞) −1 A solubilidade e formação do complexo se dá pelo íon de .𝐼− 9 ➔ - ETAPA IV: ÍONS COMPLEXOS CATIÔNICOS Nessa etapa é possível notar que após a reação do (Sulfato de cobre) com o𝐶𝑢𝑆𝑂 4 (Hidróxido de amônia), a solução toma uma cor azul intensa pela formação𝑁𝐻 4 𝑂𝐻 do complexo tetraminocuprato, representado na equação: Tubo 1: 𝐶𝑢𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) + 4 𝑁𝐻 4 𝑂𝐻 (𝑎𝑞) → 𝐶𝑢(𝑁𝐻 3 ) 4[ ]2+ (𝑎𝑞) + 𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) 2− + 4𝐻 2 𝑂 (𝑙) A formação do complexo ocorre porque o metal está com deficiência eletrônica, logo, o mesmo é um íon em solução. ➔ - ETAPA V: REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO ENVOLVENDO COMPLEXOS Nessa etapa observamos a oxirredução após as reações nos complexos de ferro, onde observamos os estados de oxidação 2+ e 3+, captando a diferença que um elétron a mais ou a menos pode causar,representado nas seguintes equações: 10 Tubo 1: 2𝐾𝑂𝐻 (𝑎𝑞) + 𝐻 2 𝑂 (𝑙) + 2𝐾 3 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] (𝑎𝑞) → 2𝐻 2 𝑂 (𝑙) + 𝑂 2 + 2𝐾 4 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ](𝑎𝑞) Tubo 2: 2𝐾 3 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] (𝑎𝑞) + 3𝐹𝑒𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) → 𝐹𝑒 3 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] 2 (𝑆) + 3𝐾 2 𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) Tubo 3: (2𝐹𝑒 2 𝑆𝑂 4 ) 3 (𝑎𝑞) + 3𝐾 4 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] (𝑎𝑞) → 𝐹𝑒 4 𝐹𝑒(𝐶𝑁) 6[ ] 3 (𝑆) + 6𝐾 2 𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) Tubo 1 Tubo 2 ( e 3 (𝐹𝑒2+ 𝐹𝑒2+) 𝐹𝑒3+) 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Por fim, em virtude dos experimentos realizados e dos dados obtidos, é possível afirmar que alguns ligantes dos compostos de coordenação não se dissociam em solução devido ao fato de alguns deles estarem ligados ao átomo metálico através da valência secundária, que fica dentro da esfera de coordenação, diferentemente dos sais duplos que tem todos os seus íons dissociados em solução. A mudança de cor e a formação de precipitados são ótimos parâmetros para realizar 11 esse estudo. Assim, conclui-se que os objetivos foram alcançados com sucesso e obtivemos êxito na realização dos experimentos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Química Inorgânica, G.L. Miessler; P. J. Fischer; D.A. Tarr; 5a Edição, 2014. [2] Química Inorgânica, Peter W. Atkins, D.F. Shriver, Editora Bookman. [3] Vogel, A.; Química Analítica qualitativa; Editora Mestre Jou, São Paulo – SP, 1981 [4] Introdução a Química Experimental – R.R. SILVA, N. BOCCHI e R.C. R. FILHO. 12 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA INSTITUTO DE QUÍMICA QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II EXPERIMENTO II INFLUÊNCIA DO CENTRO METÁLICO E DOS LIGANTES NAS REAÇÕES ENVOLVENDO METAIS DE TRANSIÇÃO ARTUR DE AQUINO OLIVEIRA JULIA ANDRADE LOPES LARISSA SILVA GLAVINA Natal - RN 13 1. INTRODUÇÃO Muitos metais de transição são utilizados nas indústrias modernas devido algumas propriedades específicas deles. A localização desses metais na tabela periódica está determinada pela ocupação do bloco d e do bloco f, os elementos que possuem o subnível d incompletos são chamados de metais de transição interna, enquanto aqueles com o subnível f incompletos são chamados de metais de transição interna (actinídeos e lantanídeos). Um exemplo de metal de transição interno é o ferro de número atômico 26 (Z=26) que possui a seguinte configuração eletrônica: 1s22s22p63s23p63d64s2. Ao ser oxidado, esse metal, assim como todos os de transição interna perderão elétrons de seu subnível mais externo, nesse caso o subnível “s”, ficando em forma de cátion Fe2+, para a formação do íon Fe3+, ele perderá os dois elétrons do orbital s assim como um elétron do orbital d, ficando com a seguinte configuração eletrônica 1s² 2s² 2p⁶ 3s² 3p⁶ 3d⁵. A grande maioria dos metais de transição possuem o orbital d parcialmente preenchido, podendo ter elétrons desemparelhados. Por conta disto, é possível observar algumas características em relação a esses elementos metálicos: ● Existência de mais de um estado de oxidação estável; ● A maioria dos complexos formados por esses metais são coloridos; ● Apresentam propriedades magnéticas. Devido à característica desses metais em apresentar cor, muitos deles são utilizados como componentes de pigmentos de tintas, ou contribuindo na coloração de vidros e pedras preciosas. A formação de um composto de coordenação é recorrente de uma reação ácido/base de Lewis, onde os ligantes funcionam como base de Lewis doando pares de elétrons para o átomo central, e este centro metálico atua como um ácido de Lewis, que são receptores desses elétrons doados pelos ligantes, ocorrendo uma ligação covalente coordenada. O parâmetro do desdobramento do campo cristalino varia sistematicamente de acordo com a identidade do ligante. A evidência empírica para esta tendência foi a observação, pelo químico japonês R.Tsuchida, que há certas regularidades no espectro de absorção à medida que os ligantes de um composto de coordenação 14 variam. Por exemplo, nas séries de complexos [CoX(NH3)5]n+ sendoX= I- , Br-, Cl-, H2O e NH3, as cores variam de púrpura intenso para rosa e para amarelo. Essa observação informa que há um aumento na energia de transição eletrônica à medida que os ligantes variam ao longo da série. Baseado nestas observações, Tsuchida propôs que os ligantes poderiam ser arranjados em uma série espectroquímica, onde esses ligantes estão organizados em ordem crescente de energia das transições que ocorrem quando eles estão presentes no complexo: I- < Br- < SCN - < Cl- < NO3 - < F-< OH- < Ox2- < H2O < NCS- < CH3CN < NH3 < en<bpy < phen < NO2 -< CN-< CO. Por meio dessa série espectroquímica é possível dissertar sobre a coloração de certos complexos de coordenação, a cor dos compostos diz respeito à força do ligante, ao estado de oxidação do metal assim como se o complexo é catiônico ou aniônico. Ligantes como a fenantrolina ligado ao Níquel por exemplo, como o complexo: [Ni(C12H8N2)3]SO4 apresentará uma cor lilás devido ao fato de que é um ligante básico e causará um maior desdobramento no campo cristalino. O cianeto por exemplo, é um ligante forte muito básico por ser proveniente de um ácido fraco. Em relação ao estado de oxidação do metal, também influencia na coloração do composto, os metais de transição por terem mais de um estado de oxidação estável podem apresentar mais um uma cor, por exemplo, o ferro 3+ apresentará uma coloração diferente do ferro 2+. 2. OBJETIVO Esse experimento tem o fito de observar a complexação de um mesmo metal de transição com vários ligantes e estudar as reações envolvendo compostos de coordenação, é possível realizar esses estudos tendo como base a identidade dos ligantes e o número de oxidação dos metais, que são mostrados mediante sua coloração 15 3. METODOLOGIA 3.1) MATERIAIS E REAGENTES: Nesse experimento foram utilizadas as seguintes vidrarias e reagentes: · Pipetas graduadas de 2 ml; · Perâ; · Tubos de ensaio; · Estante do tubo de ensaio; · Solução de NiSO4, (0,1 Mol/L); · Solução de NH4OH, (3,0 Mol/L); · Solução de etinodiamina (en), (0,3 Mol/L); · Solução de fenantrolina (phen), (0,1 Mol/L); · Solução de CoCl2, (0,1 Mol/L); · Solução de HCl, concentrado; · Solução de KMnO4, (0,1 Mol/L); · Solução de Na2C2O4, (0,1 Mol/L); · Solução de H2SO4, (3,0 Mol/L); 3.2) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Nesse experimento foram realizadas duas etapas: ➔ I – ETAPA: COMPLEXAÇÃO DO METAL DE TRANSIÇÃO COM VÁRIOS LIGANTES. Para realização da primeira etapa, foram preparados quatro tubos de ensaio com 1,0 mL de sulfato de níquel (II), NiSO4(aq). Em seguida, foi adicionado ao primeiro tubo 1,0 mL de hidróxido de amônio, NH4OH(aq). No segundo tubo, foi acrescentado 1,0 mL de etilenodiamina, C2H8N2(aq) e no terceiro tubo foi adicionado 1,0 mL de fenantrolina, C12H8N2(aq).O quarto tubo de ensaio, serviu de referencial da coloração inicial. Por fim, é necessário observar as modificações e organizar por ordem de cor, verde, azul, violeta e lilás. 1º TUBO: 𝑁𝑖𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝑁𝐻 4 𝑂𝐻 (𝑎𝑞) → [𝑁𝑖(𝑁𝐻 3 ) 6 ]𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) + 𝐻 2 𝑂 (𝑙) 2º TUBO: 𝑁𝑖𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 3𝐶 2 𝐻 8 𝑁 2 (𝑎𝑞) → [𝑁𝑖(𝐶 2 𝐻 8 𝑁 2 ) 3 ]𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) 16 3º TUBO: 𝑁𝑖𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) + 3𝐶 12 𝐻 8 𝑁 2 (𝑎𝑞) → [𝑁𝑖(𝐶 12 𝐻 8 𝑁 2 ) 3 ]𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) ➔ II – ETAPA: REATIVIDADE DOS METAIS DE TRANSIÇÃO - Parte 1: Na segunda etapa, foi colocado com o auxílio de uma pipeta 1,0 mL de uma solução de cloreto de cobalto (II), CoCl2(aq), e foram anotadas suas características. Em seguida, foi adicionada gota a gota 2,0 ml de uma solução de ácido clorídrico concentrado na capela por ser um ácido forte e volátil. Depois, foi colocado no mesmo tubo de ensaio 2,0 ml de água destilada e foram observadas as mudanças. 1º TUBO: [𝐶𝑜(𝐻 2 𝑂) 6 ] (𝑎𝑞) 2+ + 4 𝐶𝑙 (𝑎𝑞) − → [𝐶𝑜𝐶𝑙 4 ]2− (𝑎𝑞) + 6 𝐻 2 𝑂 (𝑙) - Parte 2: Em um tubo de ensaio foi colocado 1,0 mL de permanganato de potássio, KMnO4(aq), e foi observado sua coloração. Logo depois, adicionou-se 1,0 mL de oxalato de sódio, Na2C2O4(aq) e 1,0 mL de ácido sulfúrico, H2SO4(aq), e foram observadas as mudanças. 2º TUBO: 𝐾𝑀𝑛𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎 2 𝐶 2 𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝐻 2 𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) → 𝑁𝑎 2 𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝑀𝑛𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝐾 2 𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝐶𝑂 2(𝑔) + 𝐻 2 𝑂 (𝑎𝑞) 4. DISCUSSÕES E RESULTADOS ➔ I – ETAPA: COMPLEXAÇÃO DO METAL DE TRANSIÇÃO COM VÁRIOS LIGANTES. Nessa etapa iremos observar a influência dos ligantes acerca do centro metálico do composto complexo de acordo com a série espectroquímica. Para início colocamos em um tubo o (Sulfato de níquel), usando sua cor como comparativo. No tubo 1𝑁𝑖𝑆𝑂 4 temos (Sulfato de níquel) e NH4OH (Hidróxido de amônio) na seguinte reação:𝑁𝑖𝑆𝑂 4 Tubo 1 : 𝑁𝑖𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝑁𝐻 4 𝑂𝐻 (𝑎𝑞) → [𝑁𝑖(𝑁𝐻 3 ) 6 ]𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) + 𝐻 2 𝑂 (𝑙) 17 O complexo formado toma a cor de azul anil, porém, translúcido. Essa tonalidade se dá pela posição da amônia na série espectroquímica, há um desdobramento significativo do campo cristalino, mas, ainda sim, pequeno. No tubo 2 temos (Sulfato de níquel) e C2H8N2 (Etilenodiamina) na seguinte𝑁𝑖𝑆𝑂 4 reação: Tubo 2: 𝑁𝑖𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 3𝐶 2 𝐻 8 𝑁 2 (𝑎𝑞) → [𝑁𝑖(𝐶 2 𝐻 8 𝑁 2 ) 3 ]𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) O complexo formado toma a cor de violeta em um tom pastel. Essa tonalidade se dá pela posição da etilenodiamina na série espectroquímica, há um desdobramento significativo do campo cristalino, maior em relação ao desdobramento com a amônia. 18 No tubo 3 temos (Sulfato de níquel) e (Fenantrolina) na seguinte𝑁𝑖𝑆𝑂 4 𝐶 12 𝐻 8 𝑁 2 reação: Tubo 3: 𝑁𝑖𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) + 3𝐶 12 𝐻 8 𝑁 2 (𝑎𝑞) → [𝑁𝑖(𝐶 12 𝐻 8 𝑁 2 ) 3 ]𝑆𝑂 4 (𝑎𝑞) O complexo formado toma a cor de lilás em um tom pastel. Essa tonalidade se dá pela posição da fenantrolina, que está mais à esquerda na série espectroquímica, há um desdobramento significativo do campo cristalino, maior em relação ao desdobramento com a amônia e etilenodiamina. Tubos 1,2,3 e comparativo respectivamente 19 ➔ II – ETAPA: REATIVIDADE DOS METAIS DE TRANSIÇÃO Nessa etapa podemos observar a seletividade de reação dos compostos, onde no tubo 1 onde havia (Cloreto de cobalto), adicionamos concentrado, onde o𝐶𝑜𝐶𝑙 2 𝐻𝐶𝑙 mesmo formou um composto de cor azul intenso, em seguida, para deslocar o equilibrio sentido reagente, foi adicionado água, demonstrado na seguinte reação: Tubo 1: [𝐶𝑜(𝐻 2 𝑂) 6 ] (𝑎𝑞) 2+ + 4 𝐶𝑙 (𝑎𝑞) − → [𝐶𝑜𝐶𝑙 4 ]2− (𝑎𝑞) + 6 𝐻 2 𝑂 (𝑙) Sendo perceptível um degradê entre azul e uma solução avermelhada/rosada, derivada do cloreto de cobalto Tubo 1 com HCl Tubo 1 com HCl e água Tubo 1 homogênizado No tubo 2 foi adicionado, KMnO4 (permanganato de potássio), em seguida, Na2C2O4 (Oxalato de sódio) e H2SO4 (Ácido sulfúrico) posibilitando observar uma mudança de cores em poucos segundos, expresso na equação: Tubo 2: 𝐾𝑀𝑛𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎 2 𝐶 2 𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝐻 2 𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) → 𝑁𝑎 2 𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝑀𝑛𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝐾 2 𝑆𝑂 4(𝑎𝑞) + 𝐶𝑂 2(𝑔) + 𝐻 2 𝑂 (𝑎𝑞) 20 A primeira cor foi o roxo intenso do permanganato, após ela vieram o rosa, vermelho, laranja, amarelo, e por fim, a solução ficou incolor, indicativo esse que, o metal está ganhando elétrons. 5. CONCLUSÃO Dessarte, com os resultados obtidos na prática foi possível comprovar a relação das cores observadas com o estados de oxidação do centro metálico dos compostos de coordenação. Como foi visto no tubo dois da etapa II, onde o manganês reduziu do nox +7 para +2, e a evidência desta redução foi a mudança de cor de roxo, para vermelho, laranja, amarelo e por fim incolor. Ademais, foi possível relacionar as cores observadas com o ligante, que quanto mais forte o ligante, mais ele consegue desdobrar o campo cristalino, gerando uma maior energia e mostrando que a cora ser observada será aquela com menor comprimento de onda, como visto no caso do níquel, que com a amônia ficou azul, com o etilenodiamina ficou violeta e com a fenantrolina lilas, sendo a fenantrolina o ligante mais forte como visto na série espectroquímica de Tsuchida. Assim, os objetivos a prática foram alcançados e os resultados foram obtidos com êxito. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Lee, J. D., “Química Inorgânica”, Edgar Blucher, São Paulo, SP, 1980. 21 [2] Cotton, F. A e Wilkin Son, G., Química Inorgânica Concisa, Editora Livros Técnicos e Cientificos, São Paulo, 1996. [3] Huhey, J. E., “Inorganic Chemistry”, Harper & Row, New York, NY, Si Unite Edition, 1965.