Buscar

LLPT_LiteraturaPortuguesaI_impresso-67


Prévia do material em texto

Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo d'algum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
D'ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?
DICA
LEIA OS LUSÍADAS
Você pode acessar a obra completa, baixando-a no seu computador 
através do serviço oferecido pelo Domínio Público, biblioteca digital 
pública: 
Domínio Público [2]
Não há maior influência sobre a literatura portuguesa do que a exercida 
pela obra de Camões. A épica serviu de modelo a muitos poemas posteriores. 
Exemplo disso é CARAMURU, de Santa Rita Durão, que segue a métrica e a 
estrofação de OS LUSÍADAS. No século XIX, foi com o poema CAMÕES que 
Almeida Garrett introduziu o Romantismo em Portugal. No Modernismo, 
Fernando Pessoa recuperou a tradição lusíada em seu livro MENSAGEM, em 
que se lê o poema "Mar português", e, já no Pós-Modernismo, José 
Saramago também estabeleceu forte intertextualidade com a poesia 
camoniana, como comprova abaixo a admoestação do Velho do Restelo ao 
astronauta e a peça de teatro, baseada na vida de Camões, Que farei com este 
livro?
MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
64

Mais conteúdos dessa disciplina