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No Ceará, destaca-se Antônio Sales, com Aves de arribação (1914). Rodolfo Teófilo Fonte:ttp://www.enciclopedianordeste.com.br /imagens/biografias/nova425.jpg No Ceará também se destacou Rodolfo Teófilo, romancista, contista, farmacêutico, historiador, político. Há, entretanto, uma tendência a se considerar a produção ficcional desse período sob a ótica do que Afrânio Peixoto chamou "sorriso da sociedade". O escritor menciona a expressão ao falar de sua concepção de literatura, e o termo acabou-se identificando com um tipo de literatura fútil, superficial, destinada a divertir a burguesia. O texto de Afrânio Peixoto que cita a expressão é o seguinte: A literatura é o sorriso da sociedade. Quando ela é feliz, a sociedade, o espírito se lhe compraz nas artes e, na arte literária, com ficção e com poesia, as mais graciosas expressões da imaginação. Se há apreensão ou sofrimento o espírito se concentra, grave, preocupado, e, então, histórias, ensaios morais e científicos, sociológicos e políticos são-lhe a preferência imposta, pela atitude imediata. (PEIXOTO, Afrânio. Panorama da literatura brasileira. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1940. p. 258) Os autores-sorriso, segundo a crítica Lúcia Miguel-Pereira, são Coelho Neto, Afrânio Peixoto, Francisco Marques e João do Rio. As informações acima dão uma ideia do que aconteceu na república das letras do início do século XX. Mas o que importa realmente é o texto literário, ele é que desperta nosso interesse pela leitura, ele é o astro principal de qualquer curso de literatura. Trazemos aqui, para sua leitura, três contos dessa época: "O homem que sabia javanês", de Lima Barreto; "Colcha de retalhos", de Monteiro Lobato; e "O duplo", de Coelho Neto. Os textos em questão são representantes da prosa altamente diversificada do início do século XX. 7