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Aula atividade 04 - Direito Empresarial

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UNOPAR VIRTUAL 
Bacharelado em Administração 
 
 
AULA – ATIVIDADE 
 
Objetivo: 
Analisar uma decisão judicial que reverteu a justa causa aplicada pelo empregador. 
 
Orientações: 
Caro(a) Aluno(a), 
01. Reúna-se aos seus colegas e forme grupos de 03 a 05 alunos. 
02. Em seguida, leiam e discutam o texto abaixo, respondendo, de forma 
fundamentada, a seguinte questão: 
 
 
 Vocês concordam com a decisão do Tribunal Regional de Minas 
Gerais que invalidou/reverteu a justa causa aplicad a por seu 
empregador? Argumente. 
 
 
 
 
Observações: 
 
Ao término da atividade, peça ao seu tutor de sala que envie à professora, pelo Chat, 
as respostas elaboradas pelo grupo. Solicite também que envie as suas dúvidas 
referentes ao texto da aula-atividade e do conteúdo ministrado na aula. 
 
 
 
 
 
 
Tenham um ótimo trabalho! 
 
Profª. Janaina. 
 
 
 
Disciplina: Direito Empresarial e do Trabalho 
Prof.: Janaina Vargas Testa 
Aula 04: Direito do Trabalho II 
Semestre: 3°/ 4º 
 
 
 
UNOPAR VIRTUAL 
Bacharelado em Administração 
 
8ª Turma do TRT-MG invalida dispensa por justa causa 
de empregado alcoólatra 
 
O alcoolismo crônico, nos dias atuais, é formalmente reconhecido como doença pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS), que o classifica como síndrome de 
dependência do álcool. uma patologia que gera compulsão e leva o alcoolista a 
consumir descontroladamente a substância psicoativa, retirando dele a capacidade de 
discernimento sobre seus atos. 
 
Portanto, antes de punir um empregado alcoólatra, o empregador deve encaminhá-lo 
ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para tratamento. Se o órgão 
previdenciário entender pela irreversibilidade da situação, deverá tomar as providências 
necessárias à aposentadoria. 
 
Com essas considerações, a 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas 
Gerais (TRT-MG) julgou favoravelmente o recurso do reclamante para declarar nula a 
dispensa por justa causa aplicada pelo empregador, uma empresa do ramo têxtil. O 
ajudante de produção foi dispensado depois de ser advertido por algumas vezes em 
razão de faltas ao serviço ou comparecimento alcoolizado. 
 
Para o juiz que proferiu a sentença, a conduta do patrão foi correta, já que o reclamante 
é alcoólatra desde os 25 anos e a condição não o teria impedido de exercer de forma 
estável suas funções. Tanto que, quando foi dispensado, estava trabalhando e foi 
considerado apto. O magistrado sentenciante observou que não houve afastamento 
pela Previdência Social, nem tratamento de qualquer natureza. O reclamante apenas 
frequentou o grupo Alcoolicos Anônimos por algum tempo. 
 
Aspecto relevante - No entanto, o relator do recurso do reclamante, desembargador 
Sércio da Silva Peçanha, chegou a conclusão totalmente diversa. Uma perícia médica 
apurou que o trabalhador é portador de alcoolismo crônico, o que, para o 
desembargador, é o aspecto mais relevante no caso. Ele não considerou importante a 
informação da perícia de que o reclamante era pessoa capaz e consciente de suas 
atitudes. 
 
Conforme ponderou o relator, a própria dispensa por justa causa se deu em razão de 
um histórico de faltas, várias delas por motivo de embriaguez. E, apesar de o 
reclamante ter sido advertido em várias oportunidades, isso não o impediu de continuar 
comparecendo ao trabalho em estado de embriaguez. Foi o que revelou a prova 
documental apresentada pela própria empregadora. 
 
"É patente que o alcoolismo impediu o Reclamante do exercício de suas atividades 
cotidianas" destacou o relator, diante do contexto apurado nos autos. Para ele, ficou 
claro que a reclamada tinha ciência do estado de saúde do empregado. 
 
Laudo pericial - O magistrado se valeu do laudo pericial para registrar que o 
alcoolismo caracteriza-se pelo consumo compulsivo de álcool, em que o usuário torna-
 
 
 
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se, progressivamente, tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais 
e sintomas de abstinência quando ela é retirada. 
 
A síndrome de hiper-excitabilidade, característica da abstinência, tem como um de seus 
sintomas mais freqüentes as convulsões. No caso, o relator constatou que o reclamante 
teve uma crise de convulsão depois que foi dispensado pela reclamada. 
 
Na visão do desembargador, em casos como esse, a jurisprudência já firmou o 
entendimento de que a dispensa não se justifica. Cabe ao empregador encaminhar o 
empregado ao órgão previdenciário para tratamento. Como esse procedimento não foi 
adotado, o relator deu razão ao recurso do trabalhador e declarou nulo o ato de 
dispensa, restabelecendo o contrato de trabalho e determinando a recondução do 
reclamante ao quadro funcional da empresa, com o devido encaminhamento para 
tratamento junto ao órgão previdenciário. 
 
Foi fixada multa para o caso de descumprimento da decisão por parte da empresa. A 
turma de julgadores acompanhou o voto do relator. As informações são do Tribunal 
Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG). 
 
Notícia disponível em: 
http://diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=8_turma_do_trt-
mg_invalida_dispensa_por_justa_causa_de_empregado_alcoolatra&id=138155. 
Acesso em: 01 ago. 2014.