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DPOC 1 1 🚦 DPOC 1 O que é a DPOC? Doença comum, prevenível e tratável, caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo, não reversível, devido a alterações nas vias aéreas e nos alvéolos, causadas pela exposição significativa a partículas e gases nocivos; como a DPOC é dividida normalmente? em componente bronquítico e enfisematoso; os fenótipos de bronquíticos e enfisematosos podem se sobrepor, ou seja a pessoa pode ter parte dos dois componentes ao mesmo tempo; DPOC 1 2 a partir de que idade temos o desenvolvimento da DPOC, e quais os principais sintomas? É uma doença pulmonar crônica, que se desenvolve a partir dos 50 anos, em indivíduos na maior parte fumantes, eventualmente expostos a outras substâncias inaladas, caracterizada pela presença de tosse, frequentemente produtiva, sibilos e dispneia aos esforços, podendo haver agudizações periódicas desses sintomas; como é a DPOC no Brasil? prevalência da doença no Brasil de 15,8% pacientes diagnosticados 12% pacientes tratados 25% é uma doença subnotificada como é a fisiopatologia da DPOC? principal causador é o cigarro (cada 10 pacientes com DPOC, 9 são devido ao cigarro) → ativa linfócitos CD8, neutrófilos e macrófagos; temos uma lesão das céls epiteliais brônquicas → ativação dos macrófagos e céls dendríticas das vias aéreas e do parênquima pulmonar recrutando macrófagos e neutrófilos, o que leva a ativação de proteases → destruição da elastina → levando ao enfisema (destruição das paredes alveolares) além do acúmulo de muco; DPOC 1 3 quais os fatores de risco para DPOC? tabaco responsável por 90% dos casos de DPOC no mundo 10% tabagismo passivo, exposição ocupacional à fumaça, fogão a lenha, infecções, idade, etc) pode ter susceptibilidade genética à doença → ex temos deficiência a-1 antitripsina; como o cigarro leva ao desenvolvimento da DPOC? O cigarro promove o desbalanço entre protease e antiprotease, ou seja, há um estimulo à liberação de elastase (peptídeo que destrói a elastina), inativando a alfa-1 antitripsina. A alfa-1 anti-tripsina é responsável por inativar a elastase, mas o tabaco a bloqueia, e ela não consegue mais inativar a elastase, gerando a destruição da elastina. Além do mecanismo inflamatório, já mencionado acima. quais os principais mecanismos de limitação do fluxo aéreo? temos a destruição do parênquima → perda de ‘ligaçõesʼ alveolares, diminuição do recolhimento elástico; doença de PVA (doença com estreitamento de via aérea) → inflamação da via aérea, fibrose em volta da via aérea, aumento da resistência para a passagem do ar; como funciona a limitação irreversível do fluxo aéreo? fibrose e estreitamento das vias aéreas (perde a capacidade de ‘ʼremodelamentoʼʼ) perda do recolhimento elástico devido a destruição dos alvéolos no enfisema; destruição do suporte alveolar que mantém as vias aéreas desobstruídas; como funciona a limitação reversível (com tratamento) do fluxo aéreo? acúmulo de células inflamatórias, muco e exsudato plasmático nos brônquios; contração da musculatura lisa das vias aéreas centrais e periféricas; hiperinsuflação dinâmica durante exercícios físicos; DPOC 1 4 quais os fenótipos da DPOC? bronquite crônica bronquite crônica → clinicamente temos tosse produtiva com mais de 3 meses em 2 anos consecutivos; outras causas da tosse crônica excluída, pode ter bronquite crônica sem DPOC, acometimento da luz das vias aéreas ; quais os fenótipos da DPOC? enfisema pulmonar destruição da membrana alveolar, com estiramento das vias aéreas distais e aumento dos ácinos alveolares; DPOC 1 5 como é o paciente com DPOC que apresenta ambos os fenótipos? padrão predominante de brônquite crônica → paciente mais baixo e gordo, tossidor crônico, muito secretivo; padrão predominante de enfisema → rosado longilíneo, emagrecido, sem muita secreção, mas com grande acometimento da estrutura parenquimatosa alveolar; quais os outros fenótipos presentes relacionados a DPOC? Exacerbador frequente - mortalidade alta; caquexia pulmonar respondedores a corticoide inalado (não é o padrão da DPOC em geral overclap com asma ou componente eosinófilo; declinadores rápidos do VEF1 relação com acometimento da via aérea; enfisema pulmonar; como é o diagnóstico de DPOC? baseado na história e espirometria; história crônica → 50 anos, tosse, dispneia, sibilos, tabagismo (acima de 20 maços/ano e ou exposição ocupacional; espirometria obrigatória para diagnóstico; DPOC 1 6 quais os sintomas da DPOC? podem variar no dia a dia = geralmente acontecem mais pela manhã; dispneia: progressiva, persistente e piora com esforço → o que normalmente leva o paciente a buscar um médico; tosse crônica → pode ser intermitente e seca → sintoma mais prevalente, principalmente produtiva → primeiro sintoma a surgir → tosse matinal do fumante; catarro → pode estar presente com variações chiado → pode variar durante um dia e com piora e melhora entre os dias; dor torácica muitas vezes associadas a exacerbações ou após esforço físico; como é a dispneia da DPOC? progressiva, persistente 1 ano) e piora com esforço. quais outros sintomas relacionados a DPOC? relacionados a formas mais graves - dor anginosa, palpitação, taquiarritmias, congestão sistêmica (cor pulmonale, edema de MMII, hepatomegalia), doenças psiquiátricas do sono, metabólicas; como é o exame físico da DPOC? Pode se apresentar normal; tórax em tonel = formas avançadas expansibilidade diminuída sibilos e roncos, principalmente nas exacerbações timpanismo aumentado estertores ausentes; o que podemos ter no exame físico nos casos mais graves de DPOC? emagrecimento, desnutrição (mais dispneia o paciente tiver, mais sem se movimentar ele vai ficar, gerando perda de massa muscular), cianose e dessaturação periférica, arritmias, desdobramento de B2 e hiperfonese DPOC 1 7 pulmonar; edema periférico, turgência jugular, hepatomegalia (acometimento VD; Radiografia no diagnóstico de DPOC? radiografia de tórax normal não exclui DPOC, vai mostrar hiperinsuflação somente em doença avançada → aumento do espaço reto-esternal, aumento dos diâmetros do tórax (tórax em barril), alargou os espaços intercostais, mediastino pequeno e alongado (muito ar em volta). vemos hipertransparênia pulmonar. conseguimos enxergar mais de 10 arcos posteriores e mais de 6 anteriores. o que temos na tomografia em casos de DPOC? Detecta ENFISEMA; Presença de áreas mais pretas e ‘ʼburaquinhosʼʼ quando vários enfisemas se confluem, formam os ácinos, inexistindo parênquima dentro desse espaço super aumentado; DPOC 1 8 como é a espirometria no caso de DPOC? sintomas, histórico de fatores de risco e espirometria contribuem para o diagnóstico de DPOC; VEF1/CVF pós BD 0,7; CVF pode estar preservado; temos uma curva normal de perda de função pulmonar com a idade, devido a DPOC a queda é + rápida, os sintomas podem ser tardios por muito tempo (apenas tosse e escarro matinal, sem dispneia); a parada do tabagismo não cura a doença → melhora a qualidade de vida, mas não regride e não deixa de perder VEF1, não deixa de ser DPOC; Quais os principais marcadores na espirometria para analisar a DPOC? VEF1 Marcador principal → avaliar e acompanhar; nós vemos a relação do VEF1/CVF pra ver se é obstrutivo e o VEF1 pra quantificar o grau de obstrução; se a relação do VEF1/CVF 0,7 no pós-BD faz diagnóstico; como funciona a história natural do VEF1? pulmão aumenta sua capacidade de trabalho progressivamente até os 20 anos, quando atinge seu pico, depois essa capacidade diminui, e o tabagismo acelera esse declínio, ao parar de fumar faz com que a redução do VEF1 retorne a velocidade dos não fumantes, e não que haja uma melhora na capacidade pulmonar; DPOC 1 9 como é o diagnóstico da DPOC segundo o gold? presença de sintomas, histórico de fatores de risco e espirometria contribuem para o diagnóstico de DPOC; confirmar o diagnósticopor meio de uma espirometria VEF1/CVF pós broncodilatador 0,7; quais os diagnósticos diferenciais pulmonares e extrapulmonares em vez de DPOC? Pulmonares → asma, bronquiectasias, tuberculose, TEP crônico, fibrose pulmonar; Extrapulmonares → insuficiência cardíaca diastólica, insuficiência cardíaca sistólica, disfunção corda vocal; quais as principais características da DPOC? Início após 40 anos; antecedentes de atopias ausente; história familiar de asma ausente tabagismo 20 maços/ano melhora variável com tratamento obstrução parcialmente reversível; quais as características da asma? DPOC 1 10 início na infância, antecedentes de atopias presente, história familiar de asma presente, tabagismo ausente, melhora acentuada com tratamento, obstrução reversível VEF1 com variação 12% e 200ml); quais as características da ICC esquerda? hipertensão arterial ou doença coronariana, dispneia e crepitações, aumento da área cardíaca e congestão pulmonar, ecocardiograma, BNP alterado, espirometria normal; quais as características da fibrose pulmonar? tosse seca persistente, crepitações, baqueteamento digital, imagens reticulares em bases, espirometria normal ou padrão restritivo TCAR TC de alta resolução); quais as características da tuberculose? temos febre, emagrecimento e adinamia, crepitações ou sopro cavitário, imagem cavitário, exame de escarro; quais as características do câncer de pulmão? emagrecimento e adinamia, ausculta normal, imagem nodular ou tumoral, broncoscopia ou toracotomia com biópsia; como avaliamos a gravidade dos sintomas como por exemplo na DPOC? ESCALA DE mMRC DPOC 1 11 Quais as características de um dos estereótipos da dispneia → Pink puffers? sopradores rosados = enfisematoso; tórax em tonel; magros dispneia expiratória = ‘ʼsopradoresʼʼ sem sinais de cor pulmonale (insuficiência de VD por aumento da pressão pulmonar → gera edema periférico, veia ingurgitadas, hepatomegalia, impulso paraesternal ou hipoxia significativa; ausculta → diminuição dos MV, sem ruídos adventícios; Quais as características de um dos estereótipos da dispneia → Blue bloaters? inchados azuis = bronquite grave; distúrbio + grave hipoxemia significativa → cianose → leva ao cor pulmonale → congestão sistêmica; obesos com síndrome da apneia obstrutiva do sono ausculta: sibilos/roncos/ estertores; DPOC 1 12 por que o paciente em tórax em tonel tem expansibilidade reduzida e timpanismo aumentado? tórax em tonel pela obstrução → hiperinsuflação pulmonar → timpanismo; expansibilidade reduzida → retificação do diafragma e aumento da complacência → aumento do volume residual; inflamação/muco e broncoespasmo → resistência de VA; quando que a carga tabágica é um risco para desenvolver DPOC? acima de 1520 anos maço, tabagismo é risco a partir de 1 ano-maço; quais as possíveis causas de edema periférico no paciente com DPOC? Cor pulmonale, mecanismos extra-cardíacos; DPOC é a principal responsável pelo cor pulmonale crônico; edema de MMII Destruição do parênquima pulmonar → dificuldade de trocas → hipóxia → vasoconstrição pulmonar nos alvéolos sem boa troca gasosa → hipertensão pulmonar → cor pulmonale → falência de VD EDEMA (jugular ingurgitada, hepatomegalia, edema periférico); na DPOC podemos ter um pós BD positivo? sim, porém a relação continua negativa, não normaliza; gasometria só se abaixo de 90%;