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O termo linguística textual foi primeiramente empregado por Coseriu (1955). No entanto, como ressaltam Fávero e Koch (1988), devemos a Weinrich (1966, 1967) a promulgação da a acepção que hoje temos do termo dentro dos estudos do texto. Dentre os pesquisadores consagrados aos estudos acerca do texto, Fávero e Koch (1988) destacam autores como Heidolph, Hartung, Isenberg, Thummel, Hartmann, Harweg, Petöfi, Dressler, Van Dijk, Schmidt, Kummer, Wunderlich, entre outros. Além disso, tem-se uma diversidade considerável de terminologias para a conceituação de texto na Linguística Textual, tais como: Textologia (Harweg), Teoria do Texto (Schmidt), Translinguística (Barthes), Hipersintaxe (Palek), Teoria da Estrutura do Texto – Estrutura do Mundo (Petöfi) etc. No percurso da constituição da Linguística Textual, é possível distinguir três fases, que não devem ser vistas de maneira diacrônica, pois aconteceram simultaneamente, de forma independente. São elas: análise transfrástica, gramáticas textuais e teorias do texto. Três fases da linguística textual 1ª FASE - TRANSFRÁSTICA Na fase transfrástica, tem-se o primeiro passo rumo à criação de gramáticas textuais. De acordo com Fávero e Koch (1988, p. 13), o principal objetivo nesta fase era estudar “os tipos de relação [sic] que se podem estabelecer entre os diversos enunciados que compõem uma sequência significativa”, pois as relações só poderiam ser estabelecidas entre elementos do próprio texto. Entre essas relações podemos citar a correferência. Leia a seguinte frase: Francisco odeia tomar banho. Ele foge da mãe todos os dias. Nela observamos que há uma ligação entre o pronome ELE e o referente FRANCISCO. Esta ligação ocorre principalmente pela predicação dos dois elementos, e não somente por uma questão de concordância. Segundo Harweg (1968), a função de substituição, comumente atribuída aos pronomes, encontra lugar em expressões linguísticas que retomam toda e qualquer expressão correferencial. O autor define, assim, o texto como uma ligação entre pronomes sem interrupções. Bem, como podemos perceber, a concepção de texto como mera soma de frases não deu muito certo, né?! Viu-se assim a necessidade de reformulação da abordagem acerca do texto. Desse momento em diante, vários pesquisadores dedicaram-se à criação de gramáticas textuais. ATENÇÃO! Na fase transfrástica, o entorno verbal era denominado COTEXTO. Entendamos por entorno verbal os elementos que compõem o texto. 2ª FASE - AS GRAMÁTICAS TEXTUAIS A abertura que a fase transfrástica propiciou para a elaboração de gramáticas textuais deu- se principalmente ao se perceber o quanto é indispensável o conhecimento intuitivo do falante, 2