Buscar

Evolução da Linguística Textual

Prévia do material em texto

visto que grande parte dos textos sequer apresentam elementos correferenciais. A partir dai, 
percebeu-se que todo falante de uma língua possui a capacidade de produzir textos novos, além 
de poderem parafrasear aqueles já existentes. Além disso, o falante consegue reconhecer os 
vários tipos textuais, a saber: narrativo, descritivo, dissertativo. Uma vez que todos os falantes 
teriam essas capacidades, a gramática textual, segundo Fávero e Koch (1988, p. 14), deveria se 
voltar para as seguintes tarefas básicas: 
1. Verificar o que faz com que um texto seja um texto, isto é, determinar os seus princípios de constituição, os 
fatores responsáveis pela sua coerência, as condições em que se manifesta a textualidade. 
2. Levantar critérios para a delimitação de texto, já que a completude é uma das características essenciais do 
texto.
3. Diferenciar as várias espécies de texto.
Apesar do esforço dispensado à criação de uma gramática textual que abordasse a 
competência textual do falante, tornou-se mais viável a análise do funcionamento dos elementos 
do texto, assim como a sua compreensão por parte do interlocutor. Assim, surge a 3ª FASE da 
Linguística Textual: a das teorias de texto.
3ª FASE - TEORIAS DE TEXTO 
Nessa fase além do texto, entra em cena o contexto. As teorias que, neste momento, foram 
desenvolvidas giram em torno da pragmática, do cognitivismo e do sociocognitivismo-
interacionista. 
Na visão pragmática, o texto é visto como um instrumento de realização de intenções 
comunicativas e sociais do falante. No cognitivismo, o texto é originado de uma multiplicidade de 
operações cognitivas interligadas. No processamento textual, concorrem quatro grandes 
sistemas de conhecimento: o linguístico; o enciclopédico; o interacional e o referente a modelos 
textuais globais. A visão sociocognitivista-interacionista privilegia os sujeitos e seus 
conhecimentos em processos de interação
Como você observou até o momento, a Linguística Textual, ao longo de sua existência, 
passou por diversas modificações teóricas, como: a) o texto como uma unidade da dicotomia 
saussuriana langue e parole; b) a noção de gramática de texto em que se acreditava ser possível 
identificar um conjunto de regras para a produção de um bom texto e c) a noção de texto que, 
segundo Beaugrande (1997, p. 10) “é um evento comunicativo em que convergem ações 
lingüísticas, sociais e cognitivas”. Visão esta, sociointerativa, que vigora no ensino e 
aprendizagem de Língua Portuguesa.
3