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Saussure, assim nos parece, não estava interessado em explicar a natureza dessa imagem e nem em descrevé-la, pois o assunto remete à Psicologia. Sendo assim, melhor seria separar o imagismo ingênuo citado acima, do conceptualismo de Saussure, conforme a célebre passagem do curso: “o signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica” (1977, p. 80). Sendo assim, Saussure tem o signo linguístico como entidade de duas faces, ambas de natureza psíquica, mas explicadas no âmbito de uma Psicologia Social. Em outros termos, a natureza arbitrária do signo, garantida pela indissociabilidade entre significante e significado permite que o conceito (significado) seja explicado sob uma perspectiva puramente relacional, dentro de um sistema, que é a língua, sem que se recorra a uma explicação extralinguística. A doutrina de Ferdinand de Saussure sobre o signo linguístico nos parece mais ambiciosa do que pode parecer à primeira vista. A ideia desta entidade persiste ao longo do Curso, sinal de sua importância. Não é o caso aqui de avaliarmos a amplitude desta noção. Hjelmslev (1975) refina a proposta de Saussure conjugando as seguintes noções do Curso: significante/significado; forma/substância, as quais você deve ter estudado nas disciplinas de Introdução à Linguística e de Formalismo. O esquema hjelmsleviano para o signo, em que conjuga, de um lado, as noções de expressão e conteúdo e, de outro, as de forma e substância, é o exposto abaixo: PLANO DO CONTEÚDO Substância do conteúdo – (SC) O mundo extralinguístico Forma do Conteúdo – (FC) Gramática PLANO DA EXPRESSÃO Substância da Expressão – (SE) O som enquanto entidade física Forma da expressão – (FE) Fonologia Descrição da tabela: PLANO DO CONTEÚDO Substância do conteúdo – (SC) O mundo extralinguístico Forma do Conteúdo – (FC) Gramática PLANO DA EXPRESSÃO Substância da Expressão – (SE) O som enquanto entidade física Forma da expressão – (FE) Fonologia 4