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SP 2.5 - TRAUMA RAQUIMEDULAR

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RENATA LIMA – MEDICINA – 7º SEMESTRE - TUTORIA 
 
SP 2.5 – PARADA SÚBITA 
LOCOMOÇÃO E PREENSÃO 
 
1. CARACTERIZAR ANATOMIA DA MEDULA 
ESPINHAL (SENTIDO LONGITUDINAL, 
TRANSVERSAL) 
 
A MEDULA ESPINAL é uma estrutura cilíndrica, longa, 
envolvida pelas meninges, do sistema nervoso central, 
e está localizada no interior do canal vertebral, se 
estendendo desde o forame magno até o nível da 
primeira ou da segunda vértebras lombares. 
Sua anatomia reflete a sua função: conduzir impulsos 
nervosos entre o encéfalo e os demais órgãos e tecidos 
do corpo, além de viabilizar os arcos reflexos. Ela possui 
dois espessamentos: cervical e lombar, associados à 
saída de raízes de nervos espinhais. 
A coluna vertebral é formada por 33 ou 34 vértebras (7 
cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais, e quatro 
ou cinco coccígeas). 
Assim como a coluna vertebral, a medula espinal é 
dividida em segmentos: cervical, torácico, lombar, 
sacral e coccígeo. Cada segmento da medula emite 
vários pares de nervos espinais, que saem do canal 
vertebral através dos forames intervertebrais. Existem 
8 pares de nervos espinais cervicais, 12 torácicos, 5 
lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo, totalizando 31 pares. 
Possui tratos orientados longitudinalmente 
(substância branca) circundando áreas centrais 
(substância cinzenta), onde a maioria dos corpos 
celulares dos neurônios espinais está localizada. Ao 
corte transversal, a substância cinzenta apresenta 
forma de H e pode ser subdividida em cornos anterior, 
lateral e posterior. 
LONGITUDINALMENTE, a medula espinal se estende 
desde o forame magno até o nível da vértebra L1 ou L2, 
ocupando apenas os dois terços superiores do canal 
vertebral. Isso ocorre porque há uma desproporção 
entre o crescimento da medula espinal e da coluna 
vertebral. A medula espinal para de crescer por volta 
dos quatro anos de idade, enquanto a coluna vertebral 
continua crescendo até os 14 a 18 anos de idade. Assim, 
nos adultos, a coluna vertebral (e consequentemente o 
canal vertebral) são maiores que a medula espinal. 
Sendo assim, a localização do 
segmento da medula espinal 
não está na mesma altura do 
segmento ósseo vertebral 
correspondente. Por exemplo, 
é observado que o segmento 
medular C8 está localizado no 
nível entre C6 e C7, e o 
segmento medular T12, no 
nível de T10. 
A porção terminal da medula 
espinal possui o formato de um 
cone com o ápice voltado para 
baixo, sendo por isso 
denominada cone medular. 
Um fino cordão de tecido 
conjuntivo se estende da 
extremidade do cone medular 
até a primeira vértebra 
coccígea (Co1). Esse cordão é 
conhecido como filum 
terminale, e ancora a medula 
espinal à coluna vertebral. 
O forame, ou conduto vertebral, é composto pela 
parede posterior do corpo vertebral e pela parede 
anterior do arco vertebral, e a superposição dos vários 
forames vertebrais forma o canal raquídeo, que aloja e 
protege a medula espinal. 
Essa medula, nos adultos, possui cerca de 45 cm e 
estende-se desde a altura do atlas (C1) até a primeira 
ou segunda vértebra lombar. Ela se afila para formar o 
cone medular, do qual se estende um filamento 
delicado, denominado filum terminale, que se insere 
próximo ao primeiro segmento coccígeo. 
Na parte baixa do canal vertebral, descendem as raízes 
dos nervos espinais caudais, que, junto com o filum 
terminale, formam a cauda equina, que inicia ao nível 
de T11 e termina caudalmente no nível do terceiro 
segmento sacral, ocupando, sozinha, o canal vertebral 
abaixo de L2. 
Somente a partir do primeiro segmento torácico, o 
nervo espinal emerge caudalmente à vértebra 
correspondente. Cada raiz nervosa recebe informações 
sensitivas de áreas da pele denominadas dermátomos, 
e, de maneira similar, cada raiz nervosa inerva um 
grupo de músculos denominados miótomos. 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 7º SEMESTRE - TUTORIA 
 
TRANSVERSALMENTE, a medula é dividida em corno 
anterior, onde estão situados os corpos celulares dos 
neurônios motores; corno posterior, onde se encontra 
os nervos sensitivos; e no corno lateral, onde estão os 
neurônios do sistema simpático. 
As fibras motoras oriundas do corno anterior juntam-
se às fibras sensitivas do corno posterior para formar o 
nervo espinal. 
 
A superfície externa da medula espinal pode ser 
dividida em quatro faces: uma anterior ou ventral, uma 
posterior ou dorsal e duas faces laterais (direita e 
esquerda). Em cada uma dessas faces é possível 
identificar sulcos ou fissuras, que servem como 
referência anatômica. 
Um sulco profundo cursa na face ventral da medula 
espinal ao longo de toda a sua extensão, chamado de 
fissura mediana anterior. 
Existe um correspondente na superfície dorsal da 
medula, conhecido como sulco mediano posterior, que 
entretanto é menos profundo. 
Há ainda os sulcos anterolaterais, que situam-se 
lateralmente à fissura mediana anterior, um à direita e 
outro à esquerda. Esses sulcos marcam o local de saída 
das raízes ventrais dos nervos espinais. 
Na face posterior da medula espinal há sulcos 
correspondentes, chamados de sulcos posterolaterais, 
que marcam a entrada das raízes dorsais dos nervos 
espinais. 
____________________________________________ 
SUBSTÂNCIA CINZENTA E BRANCA 
Assim como o restante do sistema nervoso central, a 
medula espinal possui dois componentes principais: a 
substância cinzenta, que contém principalmente os 
corpos dos neurônios, e a substância branca, que 
contêm principalmente os axônios. 
 
SUBSTÂNCIA CINZENTA 
Enquanto no encéfalo a substância cinzenta está 
distribuída principalmente na periferia, formando o 
córtex cerebral, na medula espinal é o contrário: a 
substância cinzenta encontra-se na parte mais central. 
Essa substância cinzenta central possui uma 
configuração peculiar, com um formato semelhante ao 
de uma letra “H”, referido por alguns autores também 
como semelhante ao de uma borboleta. 
A porção mais anterior, ou ventral, de cada uma das 
“asas da borboleta” representa o corno anterior, e 
contém os corpos dos neurônios motores. 
As fibras nervosas aferentes das raízes dorsais dos 
nervos espinais entram na medula espinal pelo sulco 
posterolateral e atingem o corno posterior, que 
portanto tem função primariamente sensitiva. 
Entre os níveis T1 e L3 há ainda um corno lateral (ou 
corno intermédio-lateral), situado entre os cornos 
anterior e posterior, contendo neurônios do sistema 
nervoso simpático. 
No centro da substância cinzenta medular há um canal 
central que contém liquor, se estendendo ao longo de 
toda a medula espinal e cranialmente se comunica com 
a cavidade do quarto ventrículo. 
 
 
SUBSTÂNCIA BRANCA 
A substância branca da medula espinal está disposta 
externamente à substância cinzenta, circunscrevendo-
a. 
Ela é dividida em três funículos: anterior, lateral e 
posterior. 
 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 7º SEMESTRE - TUTORIA 
 
 
Cada um dos funículos da medula espinal contém 
tratos ascendentes e/ou descendentes de substância 
branca, que são as vias de transmissão dos impulsos 
nervosos entre o cérebro e os demais órgãos e tecidos. 
→ VIAS AFERENTES: Recebem e conduzem as 
informações sensitivas. 
→ VIAS EFERENTES: Mediam as funções motoras 
e fibras autônomas viscerais. 
Os tratos mais importantes, do ponto de vista clínico, 
são: 
 
RESUMO 
A substância branca é constituída por funículos: 
→ Funículo posterior 
→ Funículo lateral 
→ Funículo anterior 
Dentro dos funículos se encontra: 
1. Tratos 
2. Fascículos 
3. Lemniscos 
VIAS AFERENTES: 
FUNÍCULO LATERAL E ANTERIOR 
 
Tratos espino-cerebelares: PROPRIOCEPÇÃO 
- anterior 
- posterior 
Relacionados à propriocepção, conduzem impulsos ao 
cerebelo pela medula espinal. 
 
Tratos espino-talamicos 
- anterior: TATO E PRESSÃO 
- lateral: DOR E TEMPERATURA 
Medeia os impulsos da sensibilidade dolorosa e datemperatura do lado contralateral. Também tem 
origem na coluna posterior, cruza para o lado oposto na 
comissura anterior e ascende pelo funículo lateral ao 
tálamo. Clinicamente, pode ser avaliado beliscando-se 
a pele ou por meio de estímulo com objetos 
pontiagudos, como agulha ou alfinete. 
 
FUNÍCULO POSTERIOR 
 
Fascículo Grácio - medial 
Fascículo Cuneiforme – lateral 
Localizados na porção posterior da medula espinal, 
entre o sulco mediano posterior e o posterolateral, 
conduzem impulsos proprioceptivos provenientes de 
músculos, tendões e articulações, impulsos de 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 7º SEMESTRE - TUTORIA 
 
localização e discriminação táteis e sensações 
vibratórias, como as produzidas pelo cabo do diapasão 
colocado sobre um osso recoberto de pele. 
ESTÍMULO DE ESTEROGNOSIA (reconhecimento) 
PROPRIOPERCEPÇÃO CONSCIENTE 
TATO EPICRITICO (tato fino) 
VIBRAÇÃO 
VIAS EFERENTES: 
(descendentes ou piramidais) 
Origem: córtex ou tronco encefálico 
 
FUNÍCULO LATERAL 
Trato Cortico-Espinhal Lateral 
(entre a coluna posterior da medula e o trato espino 
medular) 
 
FUNÍCULO ANTERIOR 
Trato Cortico Espinal Anterior 
(entre a fissura anterior e trato espino talamico 
anterior) 
 
As vias piramidais transmitem o impulso motor para os 
motoneurônios do corno anterior pelo trato 
corticospinal lateral (que cruza para o lado oposto no 
bulbo) e pelo trato corticospinal ventral, que desce sem 
cruzar para o lado oposto, na parte anterior da medula 
espinal. Controlam a força motora e são testados por 
meio de contrações voluntárias ou involuntárias 
mediante estímulo doloroso. 
 
Desenho ilustrando os principais tratos da medula 
espinal. 
(1) fascículos grácil (medial) e cuneiforme (lateral). 
(ASCENDENTE – POSTERIOR) 
(2) trato corticospinal lateral (DESCENDENTE) 
(3) trato espinocerebelar dorsal (ASCENDENTE – 
POSTERIOR) 
(4) trato espinotalâmico lateral. (ASCENDENTE) 
(5) trato espinocerebelar ventral (ASCENDENTE – 
ANTERIOR) 
 
2. CARACTERIZAR AS RAÍZES DORSAIS E VENTRAIS 
E OS RAMOS ANTERIORES E POSTERIORES DOS 
NERVOS ESPINHAIS. 
 
Os nervos espinais, também conhecidos como nervos 
espinhais, fazem parte do sistema nervoso periférico 
(SNP). É através dessas estruturas que o sistema 
nervoso central (SNC) recebe informações sensitivas 
vindas da periferia do corpo e envia de volta 
informações motoras para essas mesmas regiões. 
Os nervos espinais são formados por fibras motoras, 
sensitivas, e autonômicas. Existem 31 pares de nervos 
espinais que emergem da medula espinal. Considera-
se, portanto, a medula composta por 31 segmentos, 
contendo fascículos radiculares, ventrais e dorsais. 
 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 7º SEMESTRE - TUTORIA 
 
Raízes ventral (anterior) e dorsal (posterior) 
Os nervos espinais se originam da medula espinal como 
filamentos nervosos, também conhecidos como 
radículas nervosas. Essas radículas possuem uma 
mistura de fibras sensitivas e motoras, e se unem para 
formar as raízes nervosas. 
Em cada segmento, as radículas que emergem do 
aspecto anterolateral da medula espinal convergem 
para formar a raiz ventral (anterior), enquanto as 
radículas que emergem do aspecto posterolateral da 
medula espinal convergem para formar a raiz dorsal 
(posterior). 
Por sua vez, as raízes ventral e dorsal se unem para dar 
origem ao nervo espinal. Assim, cada nervo espinal é 
formado pela união de uma raiz ventral e uma raiz 
dorsal, que por sua vez são formadas por cerca de oito 
radículas nervosas, cada uma. 
 
-> As raízes ventrais contêm fibras nervosas 
eferentes, ou seja, fibras que levam estímulos do SNC 
para as estruturas periféricas. Os corpos celulares dos 
neurônios das raízes anteriores estão localizados na 
substância cinzenta da medula espinal. Os axônios dos 
neurônios motores que controlam os músculos 
esqueléticos e os dos neurônios autonômicos pré-
ganglionares estão localizados nas raízes anteriores. 
 
-> A raiz dorsal contém fibras nervosas aferentes, que 
levam a informação sensitiva do tronco e dos 
membros para o SNC. Os corpos celulares dos 
neurônios da raiz posterior não estão localizados na 
substância cinzenta da medula espinal, mas sim em 
uma estrutura chamada de gânglio espinal, ou gânglio 
dorsal, uma pequena tumefação em cada raiz dorsal. 
 
Trajeto dos nervos espinais 
Após deixar o canal vertebral, o nervo espinal se divide 
em dois ramos: um maior anterior (ventral) e um 
menor posterior (dorsal). De maneira geral, os ramos 
anteriores inervam a pele e os músculos da porção 
anterior do tronco, enquanto os ramos posteriores 
inervam os músculos paravertebrais e a pele do dorso. 
 
DERMÁTOMOS e MIÓTOMOS 
Um dermátomo é uma área definida de pele que 
possui inervação sensitiva derivada de um nervo 
espinal específico. Todos os dermátomos do ombro 
para baixo levam informações sensitivas para o SNC 
através dos nervos espinais. Área de pele inervada por 
axônios sensoriais de cada raiz nervosa, que 
corresponde a um segmento medular. 
Os miótomos são análogos aos dermátomos, mas 
dizem respeito à inervação motora. Eles são 
responsáveis pela inervação segmentar dos músculos 
esqueléticos. Um exemplo disso é o músculo 
diafragma, que é inervado pelos nervos espinais C3, C4 
e C5, que coletivamente formam o nervo frênico. 
Conjunto de fibras musculares inervadas por axônios 
motores de cada raiz nervosa, que corresponde a um 
segmento medular. 
 
 
 
 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 7º SEMESTRE - TUTORIA 
 
FISIOPATOLOGIA DO TRAUMA RAQUIMEDULAR 
 
A transferência de energia cinética para a medula 
espinal, o rompimento de axônios, a lesão de células 
nervosas e a rotura de vasos sanguíneos causam tanto 
a lesão primária na medula espinal quanto seu estágio 
agudo (até oito horas após o trauma), ocorrendo 
hemorragia e necrose da substância cinzenta, seguidas 
de edema e hemorragia. 
Formam-se petéquias hemorrágicas na substância 
cinzenta, logo no primeiro minuto da LME, que se 
aglutinam na primeira hora, resultando em necrose 
central hemorrágica, condição que pode se estender 
para a substância branca nas quatro a oito horas 
seguintes, como consequência de redução geral do 
fluxo sanguíneo no local da lesão. 
A seguir, células inflamatórias migram para o local da 
lesão, acompanhadas de proliferação de células da glia, 
e, em uma a quatro semanas, ocorre a formação de 
tecido cicatricial e de cistos no interior da medula 
espinal. 
A redução do fluxo sanguíneo para o segmento lesado 
da medula espinal pode, ainda, ser ocasionada por 
alterações do canal vertebral, hemorragia, edema ou 
diminuição da pressão sistêmica, que conduzem à lesão 
adicional, também denominada secundária. Tal 
redução do fluxo sanguíneo pode provocar a morte das 
células e dos axônios que não foram inicialmente 
lesados. 
A separação física dos tratos da medula espinal não 
costuma ocorrer nos traumatismos não penetrantes, 
tendo sido observada uma separação física dos axônios 
somente em alguns casos de ferimento por arma de 
fogo. 
A separação dos axônios é um processo gradual que 
ocorre no local da lesão após alguns dias do 
traumatismo, sendo o resultado de uma série de 
eventos patológicos relacionados à lesão da membrana 
celular e de suas proteínas, e não da separação física 
imediata do axônio. 
A interrupção da condução do estímulo nervoso logo 
após o trauma, provocada pela energia cinética da 
lesão, pode ser decorrente de despolarização imediata 
da membrana do axônio, associada à falha de sua 
repolarização, o que ocasiona perda de potássio. 
A isquemia do sistema nervoso central (SNC) é 
caracterizada por grande influxo de cálcio para as 
células. Ocorrem reações metabólicas, como falha das 
mitocôndrias e ativação de fosfolipases, proteases e 
adenosina trifosfatase, cujo resultado é a perda de 
energia e o colapso da membrana celular, que tambémé mediada pela produção de radicais livres e pela 
ativação das fosfolipases e lipases. 
A impossibilidade da célula em converter 
completamente o oxigênio em dióxido de carbono e 
água promove a formação de radicais livres, que resulta 
na peroxidação lipídica e na subsequente falha da 
membrana celular. 
Esses eventos justificam a utilização da 
metilprednisolona nas primeiras oito horas após o 
TRM, que é administrada com o objetivo de inibir a 
peroxidação lipídica. 
 
3. RELACIONAR AS ESTRUTURAS ANATÔMICAS 
ACIMA, ÀS SUAS FUNÇÕES E AOS TESTES DO EXAME 
NEUROLÓGICO QUE VERIFICAM A SUA 
INTEGRIDADE. (IDENTIFICAR LOCAL DE LESÃO) 
 
O exame neurológico consiste na avaliação da 
sensibilidade, da função motora e dos reflexos. 
 
1. ANÁLISE DA SENSIBILIDADE 
A análise da sensibilidade é realizada no sentido 
craniocaudal, desde a região cervical, e envolve, 
também, a avaliação da sensibilidade quanto a variação 
de temperatura, dor e tato, que são funções mediadas 
pelo trato espinotalâmico lateral, cujas fibras estão na 
porção anterolateral da medula espinal. 
O exame da vibração por meio de diapasão ou da 
posição espacial dos membros avalia as condições do 
trato posterior da medula espinal (funículos grácil e 
cuneiforme). 
Algumas regiões anatômicas têm relação com os der- 
mátomos e importância semiológica, como os mamilos 
(T4), o processo xifoide (T7), o umbigo (T10), a região 
inguinal (T12 a L1) e a região perineal (S2, S3 e S4) (FIG. 
41.4). 
 
 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 7º SEMESTRE - TUTORIA 
 
A distribuição dos dermátomos está ilustrada abaixo: 
 
 
2. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA 
A avaliação da função motora tem como objetivo a 
determinação do grau de movimento que o paciente 
possui, examinando a função dos tratos corticospinais. 
A constatação apenas da presença ou ausência do 
movimento nas extremidades é insuficiente. O 
movimento deve ser quantificado com relação ao grau 
de força muscular, estabelecido por meio uma de 
escala que varia de 0 a 5. 
A paralisia total é considerada 0; a presença de 
contração muscular palpável ou visível, 1; a presença 
de movimento ativo, mas que não vence a força da 
gravidade, 2; movimento ativo que vence a força da 
gravidade, 3; movimento ativo que vence alguma 
resistência, 4; movimento ativo normal, 5. 
 
 
 
3. REFLEXOS TENDÍNEOS 
Os reflexos tendíneos profundos são mediados pelas 
células do corno anterior da medula espinal, e o córtex 
cerebral exerce ação inibidora para evitar resposta 
exacerbada aos estímulos recebidos. 
A ausência desse reflexo pode indicar lesão do nervo 
periférico, interrompendo o arco reflexo, ou presença 
de choque medular. 
Os reflexos tendíneos profundos de maior importância 
clínica são bicipital (C5), estilorradial (C6), tricipital (C7), 
patelar (L4) e do calcâneo (S1). 
Os reflexos abdominais e cremastéricos são testes do 
neurônio motor superior; sua ausência indica lesão em 
tal neurônio, enquanto a perda assimétrica sugere 
lesão no neurônio motor inferior. 
As lesões do neurônio motor superior podem, também, 
ser diagnosticadas pela presença de reflexos 
patológicos evidenciados pelos testes de Babinski ou 
de Oppenheim. 
O reflexo bulbocavernoso é de grande importância na 
avaliação dos pacientes com TRM que apresentam 
choque medular. Este pode ocorrer imediatamente 
após o traumatismo da medula espinal, mesmo que a 
lesão medular não seja completa e permanente. Nessa 
situação, o paciente demonstra ausência total da 
sensibilidade, dos seus movimentos e do reflexo 
bulbocarvenoso, que normalmente está presente. O 
retorno desse reflexo, que pode ser obtido por meio da 
estimulação do pênis ou do clitóris, provocando 
contração do esfincter anal, indica o término do 
choque medular, permitindo a determinação do déficit 
neurológico após a lesão. 
____________________________________________ 
AVALIAÇÃO CLÍNICA 
A avaliação clínica dos pacientes determina o nível de 
lesão neurológica, que é considerado o segmento mais 
caudal da medula espinal que apresenta as funções 
sensitivas e motoras normais de ambos os lados. 
O nível esquelético da lesão é determinado por meio 
de radiografias e corresponde à vértebra lesionada. 
Quando o termo nível sensitivo é utilizado, a referência 
se dá ao nível mais caudal da medula espinal que 
apresenta sensibilidade normal, podendo, do mesmo 
modo, ser definido o nível motor. 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 7º SEMESTRE - TUTORIA 
 
A lesão medular é considerada completa quando existe 
ausência de sensibilidade e de função motora nos 
segmentos sacrais baixos da medula espinal e 
incompleta nas situações em que é observada 
preservação parcial das funções motoras abaixo do 
nível neurológico, incluindo os segmentos sacrais 
baixos da medula. 
 
 O termo tetraplegia refere-se à perda da função 
motora e/ou sensitiva nos segmentos cervicais da 
medula por conta de lesão dos elementos neuronais no 
interior do canal vertebral. A tetraplegia resulta em 
alteração das funções dos membros superiores, do 
tronco, dos membros inferiores e dos órgãos pélvicos, 
não sendo incluídas nessa categoria as lesões 
traumáticas do plexo braquial e dos nervos periféricos 
fora do canal vertebral. 
 A paraplegia refere-se à perda da função motora 
e/ou sensitiva nos segmentos torácicos, lombares e 
sacrais da medula espinal, secundária à lesão dos 
elementos neurais no interior do canal vertebral. Tal 
termo pode ser utilizado para definir as lesões da cauda 
equina e do cone medular, mas não em lesões dos 
plexos lombar e sacral e dos nervos periféricos 
localizadas fora do canal vertebral. 
 
 Algumas síndromes medulares têm sido descritas 
e apresentam quadro neurológico característico, 
dependendo da localização da lesão no interior da 
medula espinal. 
→ A síndrome da medula central ocorre, 
principalmente, na região cervical e apresenta 
comprometimento dos membros superiores mais 
acentuado que dos membros inferiores. 
→ Na síndrome da medula anterior, há 
preservação da propriocepção e perda variável da 
função motora e da sensibilidade à dor. 
→ Na síndrome de Brown-Séquard, a 
hemissecção da medula ocasiona perda das funções 
motora e proprioceptiva do lado da lesão e perda da 
sensibilidade à dor e à temperatura do lado oposto. 
→ Na síndrome da medula posterior, a função 
motora e a sensibilidade à dor e ao tato estão 
preservadas, enquanto a propriocepção está alterada. 
→ A lesão da medula espinal no nível sacral, 
geralmente no nível ósseo de T12-L1 (síndrome do 
cone medular), resulta em incontinências fecal e vesical 
e em alteração da função sexual. A sensibilidade está 
alterada em três a quatro segmentos sacrais distais e 
coccígeos (anes- tesia em cela), enquanto o reflexo 
bulbocavernoso encontra-se ausente. 
→ A lesão isolada dos nervos espinais da cauda 
equina (lesão da cauda equina) no interior do canal 
vertebral costuma ocorrer nas fraturas distais em L1 a 
L2, não sendo, de fato, lesões da medula. O quadro 
clínico depende da raiz atingida, e podem ser 
observados paresia do membro inferior, arreflexia, 
distúrbios da sensibilidade e incontinências fecal e 
vesical. 
____________________________________________ 
AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO - AMERICAN SPINE 
INJURY ASSOCIATION 
No final da década de 1960 surgiram as primeiras 
comunicações sobre a necessidade de estabelecer uma 
nomenclatura do exame neurológico de pacientes com 
lesão medular espinhal. A padronização de uma única 
linguagem de avaliações permitiria: 
• aumentar a consistência e a reprodutibilidade da 
avaliação; 
• documentar e comparar prognósticos e terapias. 
Várias escalas foram desenvolvidas nos últimos 
cinquenta anos: Frankel Scale, Lucas e Ducker’s 
Neurotrauma Motor Index, Sunnybrook, Botsford, Yale 
e, por último, a escala da Associação Americana de 
Lesão Espinhal(ASIA, segundo suas siglas em inglês), 
que se estabeleceu nos últimos anos como o padrão de 
validação. 
A American Spine Injury Association (ASIA, Associação 
Americana do Trauma Raquimedular) desenvolveu, 
em 1992, 11 padrões para a avaliação e classificação 
neurológica do TRM, que apresenta, no momento, 
grande aceitação mundial. 
A avaliação neurológica baseia-se na sensibilidade e na 
função motora e possui etapa compulsória, na qual 
são determinados: o nível da lesão neurológica, o nível 
motor e o nível sensitivo, além de ser possível obter 
números que, em conjunto, fornecem um escore. 
A outra etapa é opcional (avaliação da sensibilidade 
profunda, da propriocepção e de dor profunda) e não 
entra na formação do escore, mas acrescenta 
importantes informações na avaliação clínica dos 
pacientes. 
 
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AVALIAÇÃO SENSITIVA (ASIA) 
O exame da sensibilidade é realizado por meio da 
avaliação da sensibilidade tátil e dolorosa do paciente, 
pesquisada nos 28 dermátomos de ambos os lados, 
atribuindo-se valor numérico de acordo com o achado 
clínico: 
0, ausente; 1, comprometida; 2, normal; NT, não 
testada, quando, por qualquer motivo, a avaliação do 
dermátomo não puder ser realizada. 
O esfincter anal externo também deve ser examinado, 
por meio da introdução do dedo do examinador no 
orifício anal com a finalidade de determinar se a lesão 
é completa ou incompleta (sensibilidade presente, 
sim; ausente, não). 
 
A avaliação sensitiva é feita para a dor e o toque suave. 
A dor é avaliada estimulando-se com um alfinete 
delicado e o toque é avaliado ao se tocar levemente 
com um pedaço de algodão. 
Os resultados são classificados da seguinte forma: 
 
Abaixo estão padronizados os dermátomos e suas 
referências: 
 
 
 
 
 
 
 
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Para cada tipo de sensibilidade (tato superficial e 
dor) produz-se uma pontuação total de 56 pontos (0-
2 para cada um dos 23 dermátomos definidos). O 
índice sensitivo total é de 112 para cada um dos dois 
tipos de padronização de sensibilidade testada. 
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AVALIAÇÃO MOTORA (ASIA) 
A avaliação da função motora é realizada pelo exame, 
de ambos os lados, de músculos denominados 
músculos-chave, em 10 pares de miótomos, e a força 
muscular é graduada de acordo com a seguinte escala: 
0, paralisia total; 1, contração palpável ou visível; 2, 
movimento ativo sem oposição da força da gravidade; 
3, movimento ativo contra a força da- gravidade; 4, 
movimento ativo contra alguma resistência; 5, 
movimento ativo contra grande resistência; NT, não 
testada. 
Os músculos selecionados para a avaliação e os níveis 
neurológicos correspondentes são: 
• C5: flexores do cotovelo. 
• C6: flexores do punho. 
• C7: extensores do cotovelo. 
• C8: flexores do dedo (falanges média e distal). 
• T1: abdutores (dedo mínimo). 
• L2: flexores do quadril. 
• L3: flexores do joelho. 
• L4: dorsiflexores do tornozelo. 
• L5: extensor longo dos dedos. 
• S1: flexores plantares do tornozelo. 
Além do exame dos 10 pares de miótomos 
mencionados, o esfincter anal externo deve ser 
também analisado para avaliar a capacidade de 
contração voluntária (sim ou não), dado que auxilia na 
diferenciação entre lesão incompleta e completa. 
Como opção, o diafragma, o deltoide e os isquiotibiais 
também podem ser avaliados, e sua força é anotada 
como ausente, diminuída ou normal. 
 
A força do músculo é graduada em 0-5, de acordo com 
a escala Scale for Muscle Strength (Medical Research 
Council [MRC], 1981): 
 
Os músculos principais são escolhidos porque eles são 
inervados por dois miótomos. Por convenção, se a força 
de um músculo-chave testado é pelo menos grau três, 
o músculo que está localizado acima é considerado 
normal. 
Em seguida, são apresentados os miótomos e seus 
segmentos motores, e o modo sugerido do exame 
neurológico, segundo foram definidos pela ASIA 
(2008b) com seus correspondentes gráficos: 
 
 
 
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Em cada lado do corpo, cada segmento motor recebe 
uma pontuação entre 0 e 5, totalizando 50 pontos em 
cada lado, com um índice motor total de 100 pontos 
no paciente neurologicamente intacto. À medida que 
o nível motor sobe, ou seja, a lesão torna-se superior, 
menor é o índice motor. 
____________________________________________ 
GRAU DE INCAPACIDADE 
A avaliação da deficiência é baseada na modificação da 
escala de Frankel e colaboradores, 12 que foi 
modificada pela ASIA e consiste em cinco graus de 
incapacidade: 
Lesão completa (A): não existe função motora ou 
sensitiva nos segmentos sacrais S4 a S5. (-/-) 
Lesão incompleta (B): preservação da sensibilidade e 
perda da força motora abaixo do nível neurológico, 
estendendo-se até os segmentos sacrais S4 a S5. (-/+) 
Lesão incompleta (C): a função motora é preservada 
abaixo do nível neurológico, e a maioria dos músculos-
-chave abaixo desse nível tem grau menor ou igual a 3. 
(+ < 3/+) 
Lesão incompleta (D): a função motora é preservada 
abaixo do nível neurológico, e a maioria dos músculos-
chave abaixo desse nível apresenta grau maior ou igual 
a 3. (+ > 3/+) 
Normal (E): sensibilidade e força motora normais. 
(+/+) 
 
4. DESCREVER O ATENDIMENTO A UM PACIENTE 
POLITRAUMATIZADO E TRAUMATIZADO MEDULAR 
 
O atendimento do indivíduo no local do acidente é de 
grande importância para a avaliação inicial, o 
reconhecimento das lesões e a prevenção de lesões 
adicionais durante o seu resgate e transporte para o 
local onde deverá receber o atendimento definitivo. 
Devem ser sempre consideradas a presença de lesão da 
coluna vertebral e a manutenção da imobilização do 
paciente até que a lesão possa ser avaliada com 
segurança, por meio de radiografias e de outros 
exames complementares. 
Os traumas instáveis da coluna vertebral, sem lesão 
neurológica, sobretudo em indivíduos 
politraumatizados, vítimas de colisões em alta 
velocidade, inconscientes ou alcoolizados, têm grande 
potencial de lesão adicional das estruturas nervosas 
durante o resgate e o transporte. 
Existem inúmeros exemplos clínicos de pacientes com 
quadro neurológico normal após o acidente e que 
sofreram lesão das estruturas nervosas durante o 
resgate e o transporte. Em indivíduos inconscientes e 
vítimas de colisão de automóveis ou quedas, a 
possibilidade de a coluna cervical estar lesada é de 5 a 
10%, e, em um estudo de 300 portadores de fratura da 
coluna cervical, constatou-se que cerca de um terço das 
fraturas não foi diagnosticado no momento do 
atendimento inicial. 
A avaliação do paciente compreende a história, o 
exame físico, a análise neurológica e o estudo 
radiográfico. A história do trauma e as informações 
acerca do estado geral prévio do paciente são de 
grande utilidade para auxiliar no esclarecimento do 
mecanismo de trauma e de suas possíveis lesões 
associadas. 
A presença de traumatismo crânio encefálico, 
intoxicação alcoólica, lesões múltiplas e traumas da 
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face e acima da clavícula aumenta a probabilidade da 
ocorrência de fratura da coluna vertebral. 
O exame físico geral do indivíduo inicia pela avaliação 
das vias aéreas, com o controle da coluna cervical, 
respiracão, ventilação e circulação (ABC, de airway, 
breathing e circulation), pois a prioridade no 
atendimento inicial deve ser a avaliação, a preservação 
e o tratamento das funções vitais básicas. 
Portadores de fratura da coluna vertebral sem lesão 
neurológica apresentam dor local, que pode irradiar-se 
para os membros,e incapacidade funcional, 
acompanhada de espasmo da musculatura adjacente. 
Nos indivíduos com trauma medular, observam-se 
respiração diafragmática, perda da resposta ao 
estímulo doloroso, incapacidade de realizar 
movimentos voluntários nos membros, alterações do 
controle dos esfincteres, priapismo e presença de 
reflexos patológicos (sinais de Babinski e Oppenheim), 
indicando lesão do neurônio motor superior. 
Os pacientes com tal condição podem apresentar, 
também, queda da pressão arterial, acompanhada de 
bradicardia, condição que caracteriza o denominado 
choque neurogênico. 
____________________________________________ 
PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO 
PRÉ-HOSPITALAR - PHTLS 
XABCDE é um mnemônico tradicional usado para lembrar os 
passos na avaliação primária (Via aérea, Respiração, 
Circulação, Deficiência, Exposição/Meio Ambiente. 
XABCDE 
X - Hemorragia exsanguinante (controle de hemorragia 
externa grave) 
Na revisão primária de um paciente traumatizado, a 
hemorragia externa com risco de vida deve ser identificada e 
administrada imediatamente. Se ocorrer hemorragia externa 
exsanguinante, deve ser verificado antes mesmo de avaliar 
as vias aéreas (ou simultaneamente, se a ajuda adequada 
estiver presente no local) ou realizar outras intervenções, 
como restrição da mobilidade vertebral cervical. 
Esse tipo de sangramento geralmente envolve o 
sangramento arterial de um membro, mas também pode 
ocorrer no couro cabeludo ou na junção de um membro com 
o tronco e outros locais. 
O sangramento arterial exsanguinante de um membro é 
melhor manuseado colocando imediatamente o mais 
proximal um torniquete possível (ou seja, perto da virilha ou 
axila) no membro afetado. Outras medidas de controle de 
sangramento, como compressão direta e agentes 
hemostáticos, também podem ser utilizadas, mas não devem 
atrasar ou tomar o lugar da colocação do torniquete em tais 
casos. 
A compressão direta, a embalagem e os curativos 
hemostáticos devem ser aplicados em casos de hemorragia 
não arterial grave nos membros e sangramento grave do 
tronco. Às vezes,a tensão arterial menor pode ser controlada 
com compressão focal direta da artéria. No entanto, isso só 
deve ser feito se esse sangramento puder ser controlado 
com um curativo compressivo rapidamente aplicado ou se 
houver pessoal suficiente na cena para que um prestador de 
cuidados pré-hospitalar possa manter a compressão manual 
direta. Se isso não for possível, um torniquete deve ser 
aplicado no membro afetado. 
 
A – Manejo da via aérea e estabilização da coluna cervical 
Vias aéreas 
As vias aéreas do paciente são rapidamente verificadas para 
garantir que ela seja permeável (aberta e limpa) e que não 
haja perigo de obstrução. Se as vias aéreas forem 
comprometidas, ela terá que limpar, inicialmente, usando 
métodos manuais (elevação do mento no trauma e tração da 
mandíbula no trauma), além de eliminar sangue, substâncias 
corporais e corpos estranhos, se necessário. 
Com o tempo, à medida que equipamentos e tempo se 
tornam disponíveis, o manuseio das vias aéreas pode 
avançar para incluir aspiração e meios mecânicos (cânula 
oral, cânula nasal, vias aéreas supraglotáticas, intubação 
endotraqueal ou métodos transtraqueais). Inúmeros fatores 
entram em jogo para determinar o método de manuseio das 
vias aéreas, incluindo equipamentos disponíveis, a 
habilidade do prestador de cuidados pré-hospitalares e a 
distância até o centro de trauma. 
....................................................................................... 
Coluna cervical 
O tratamento de TRMs deve ser instituído no momento 
do atendimento inicial, ainda fora do ambiente 
hospitalar, durante o resgate e o transporte do 
paciente, com o objetivo de evitar lesões adicionais ou 
ampliação das lesões já existentes. 
O movimento excessivo em qualquer direção pode 
causar ou agravar danos neurológicos porque a 
compressão óssea da medula espinhal pode ocorrer na 
presença de uma coluna fraturada. A solução é garantir 
que a cabeça e o pescoço do paciente sejam mantidos 
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manualmente (restritos) na posição neutra durante 
todo o processo de titulação, especialmente quando as 
vias aéreas são abertas e a ventilação necessária é 
administrada. 
 
Essa necessidade de restrição não significa que os 
procedimentos necessários para manter as vias aéreas 
não possam ser aplicados. Em vez disso, significa que 
os procedimentos serão realizados protegendo a 
coluna vertebral do paciente contra movimentos 
desnecessários. 
Se os dispositivos de restrição de mobilidade vertebral 
cervical em vigor devem ser removidos para revalorizar 
o paciente ou para realizar qualquer intervenção 
necessária, a restrição manual da cabeça e do pescoço 
é usada até que a condição de reconsciente da 
mobilidade vertebral cervical possa ser colocada. 
 
ESTRATIFICAÇÃO DOS RISCOS 
Nos casos típicos, os pacientes traumatizados chegam 
com colares cervicais. Alguns pacientes claramente têm 
riscos elevados, enquanto outros podem ser 
classificados clinicamente no setor de emergência ou 
na unidade de tratamento intensivo (UTI) sem exames 
de imagem. O colar cervical e as precauções espinais 
devem ser mantidas e os exames de imagem da coluna 
cervical certamente são necessários; quando existem 
sintomas inequívocos, dor cervical ou outras lesões que 
possam desviar a atenção, as condições clínicas são 
atendidas. 
Os critérios do NEXUS (National Emergency X-
Radiography UtilizationStudy, ou Estudo Nacional de 
Utilização de Radiografias na Emergência) referem-se à 
questão de quem não precisa de exames de imagem 
quando chega com traumatismo craniano ou cervical. 
Um paciente que preencha todos os cinco critérios do 
NEXUS é classificado com probabilidade pequena de 
ter lesão da coluna cervical e pode ser tratado 
clinicamente sem exames de imagem, porque o risco 
de lesão significativa é mínimo. 
A regra C canadense alcança sensibilidade e 
especificidade ainda ligeiramente maiores para 
identificar pacientes em risco baixo, mas seu uso é um 
pouco mais complexo. 
Critérios para pacientes de risco elevado, que certamente 
necessitam de exames de imagem da coluna cervical 
 
 
Critérios do NEXUS para pacientes de risco baixo, que não 
requerem exames de imagem depois de traumatismo 
craniano ou cervical 
 
....................................................................................... 
B — Respiração (ventilação e oxigenação) 
A respiração funciona para efetivamente fornecer oxigênio 
aos pulmões do paciente e ajudar a manter o processo 
metabólico aeróbico. A hipóxia pode resultar da ventilação 
inadequada dos pulmões e levar à falta de oxigenação dos 
tecidos do paciente. Uma vez aberta a via aérea do paciente, 
a qualidade e a quantidade da ventilação do paciente podem 
ser avaliadas da seguinte forma: 
1. Verifique se o paciente ventila observando o 
movimento do peito e percebendo o movimento do ar 
pela boca ou nariz. Em caso de dúvida, ouça os dois 
lados do peito para avaliar o movimento do ar 
espontâneo. 
2. Se o paciente não ventilar (ou seja, apneico), comece 
imediatamente a auxiliar as ventilações com um 
dispositivo de máscara de válvula de saco com oxigênio 
suplementar antes de continuar a titulação. 
3. Certifique-se de que as vias aéreas do paciente são 
permeáveis e limpas, continue a ventilação assistida e 
prepare-se para inserir cânula oral ou nasal, ou 
supraglotótico; intube; ou fornecer outro meio de 
proteção mecânica das vias aéreas. Prepare-se para 
sugar sangue, vômito ou outros fluidos das vias aéreas. 
4. Embora seja geralmente referido como "frequência 
respiratória", um termo mais correto para a rapidez 
com que o paciente respira é "frequência ventilatória". 
A ventilação refere-se ao processo de inalação e 
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exalação, enquanto a respiração descreve melhor o 
processo fisiológico de troca gasosa entre capilares e 
alvéolos. Se o paciente ventilar, estime a adequação da 
frequência ventilatória e sua profundidade para 
determinar se ele move ar suficiente. 
5. Certifique-se de que o paciente não é hipóxico e que a 
saturação de oxigênio é maior ou igual a 94%. O 
oxigênio suplementar (e a ventilação assistida) é 
fornecido conforme necessário para manter a 
saturação adequada de oxigênio. 
6. Se o paciente estiver consciente, ouça sua fala para 
avaliar se ele ou ela pode pronunciar uma frase 
completa sem dificuldade. 
No paciente com ventilação anormal, o peito deve ser 
exposto, observado e sentido rapidamente. Posteriormente, 
a auscultação dos pulmões identificará sons anormais, 
diminuídos ou ausentes da respiração. Lesões que podem 
prevenir a ventilação incluem pneumotórax de tensão, tórax 
instável, lesão vertebral. Essas lesões devem ser identificadas 
ou suspeitas durante a revisão primária e requerem que o 
suporte ventilatório comece imediatamente. Se houver 
suspeita de pneumotórax de tensão, a descompressão da 
agulha deve ser imediatamente retratada. 
....................................................................................... 
C—Circulação e sangramento (hemorragia interna) 
Avaliar o comprometimento ou falha do sistema circulatório 
é o próximo passo no atendimento traumatizado ao 
paciente. Eritrócitos oxigenados incapazes de fornecer 
oxigênio às células não beneficiam o paciente. Na primeira 
etapa da sequência, o sangramento com risco de vida foi 
identificado e controlado. 
Após avaliações subsequentes do estado de ar e ventilação 
do paciente, o prestador de cuidados pré-hospitalares pode 
obter uma estimativa global adequada do estado de 
produção cardíaca e infusão do paciente. O sangramento, 
seja externo ou interno, é a causa mais comum de morte 
evitável por trauma. 
O estado circulatório geral do paciente pode ser 
determinado verificando pulsos periféricos e cor da pele, 
temperatura e perfusão. 
→ Perfusão: O tempo de enchimento capilar é 
verificado pressionando os leitos de unha e, em seguida, 
liberando a compressão. Esta compressão descendente 
remove o sangue da cama capilar visível. A taxa de 
retorno do sangue aos leitos de unha após a liberação da 
compressão (tempo de enchimento) é uma ferramenta 
para estimar o fluxo sanguíneo através desta parte mais 
distal da circulação. 
 
Um tempo de enchimento capilar superior a 2 segundos 
pode indicar que os leitos capilares não estão recebendo 
sangue adequado. 
 
No entanto, o tempo de preenchimento capilar por si só 
é um indicador ruim de choque porque é influenciado por 
muitos outros fatores. Por exemplo, doenças vasculares 
periféricas (arteriosclerose), temperaturas frias, uso de 
vasodilatadores ou constritores farmacológicos, ou a 
presença de choque neurogênico podem distorcer os 
resultados. 
 
→ Pulso: O pulso é avaliado pela presença, qualidade 
e regularidade. Uma verificação rápida de pulso revela se 
o paciente tem taquicardia, bradicardia ou um ritmo 
irregular. Embora a ausência de pulsos periféricos na 
presença de pulsos centrais possa representar 
hipotensão profunda, a presença de pulsos periféricos 
não deve tranquilizar excessivamente a pressão arterial 
do paciente. A revisão primária não requer a 
determinação de uma taxa de pulso exata. Em vez disso, 
obtenha rapidamente uma estimativa bruta, e verifique a 
taxa de pulso real mais tarde no processo. 
 
→ Pele: O exame de pele pode revelar muitos dados 
sobre a condição circulatória do paciente. 
Color. La perfusión adecuada produce un tono rosado a la 
piel. Ésta se vuelve pálida cuando la sangre se retira de un 
área. La coloración pálida se asocia con pobre perfusión. La 
coloración azulada indica pobre oxigenación. El color azulado 
es causado por perfusión con sangre desoxigenada a dicha 
región del cuerpo. 
Temperatura. Como ocurre con la evaluación global de la 
piel, la temperatura de la piel está influida por condiciones 
ambientales. La piel fría indica perfusión disminuida, sin 
importar la causa. La temperatura de la piel puede valorarse 
con un simple toque a la piel del paciente con el dorso de la 
mano. La temperatura normal de la piel es tibia al tacto, ni 
fría ni caliente. 
Condición. Bajo circunstancias normales, la piel usualmente 
es seca. La piel fría y diaforética ocurre en pacientes con 
pobre perfusión debido a estimulación simpática (diaforesis). 
Sin embargo, es importante considerar condiciones 
ambientales cuando se evalúan hallazgos de la piel. Un 
paciente en un ambiente cálido o húmedo puede tener piel 
diaforética como referencia, sin importar la severidad de la 
lesión. 
....................................................................................... 
D — Deficiência 
Após avaliar e corrigir, na medida do possível, os fatores 
envolvidos no fornecimento de oxigênio para os pulmões e 
sua circulação pelo corpo, o próximo passo na revisão 
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primária é a avaliação da função cerebral, que é uma medida 
indireta de oxigenação cerebral. Isso começa com a 
determinação do nível de consciência do paciente. 
Determinação do nível de consciência do paciente: Escala de 
Glasglow: 
1. Abertura ocular 2. Resposta verbal 3. Resposta motora 
 
Redução do NC: 
1. Redução da oxigenação cerebral ou hipoventilação grave; 
2. Lesão no SN; 
3. Superdosagem de drogas ou exposição a toxinas; 
4. Desequilíbrio metabólico. 
....................................................................................... 
E—Exposição/Ambiente 
Um dos primeiros passos no processo de titulação é remover 
a roupa do paciente, pois a exposição do paciente 
traumatizado é crucial para encontrar todas as lesões. 
Além disso, o sangue pode se acumular, ser absorvido pelas 
roupas e passar despercebido. Depois de ver todo o corpo do 
paciente, o prestador de cuidados pré-hospitalar pode cobri-
lo novamente para conservar o calor corporal. 
Embora seja importante expor o corpo do paciente 
traumatizado para completar uma avaliação eficaz, o 
hipotermia é um problema sério na gestão de um paciente 
traumatizado. Apenas o necessário deve ser exposto ao 
ambiente ao ar livre. Uma vez que o paciente tenha se 
deslocado para dentro da Unidade de Pronto Atendimento 
Médico (SEM), o exame completo pode ser realizado e o 
paciente coberto o mais rápido possível. Você deve tomar 
cuidado especial ao cortar e mexer roupas de uma vítima de 
um crime, para que não destrua inadvertidamente 
evidências. 
____________________________________________ 
MEDIDAS AUXILIARES NA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
Métodos complementares que podem ser utilizados quando 
há uma suspeita clínica, desde que esse procedimento não 
retarde um processo de transferência: 
→ ECG 
→ Oxímetro de pulso (saturação) 
→ Gasometria 
→ Sondagem gástrica e urinária 
→ Radiografias 
→ FAST - E-fast 
→ LPD 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
A avaliação secundária no paciente que se encontre 
clinicamente estável. Este é o momento em que buscamos 
lesões que não ameaçam imediatamente a vida, mas que 
podem gerar sequelas, desconforto ou evoluir com piora do 
quadro clínico. 
Sinais vitais, monitorização e responsividade devem ser 
checadas constantemente durante o exame. Havendo 
deterioração no quadro clínico em qualquer momento, deve-
se prontamente refazer a avaliação primária. Inicia-se pela 
história e prossegue-se com o exame físico detalhado. 
O mnemônico AMPLA pode ser usado para que se lembre o 
que deve ser questionado no momento da história de uma 
vítima de trauma: 
 A – Alergias. 
M – Medicamentos em uso. 
P – Passado médico/prenhez. 
L – Líquidos e alimentos ingeridos recentemente. 
A – Ambiente e eventos relacionadosao trauma. 
 
5. DIFERENCIAR CHOQUE MEDULAR DE 
CHOQUE NEUROGÊNICO. 
 
O termo choque medular é utilizado para identificar 
aspectos neurológicos do traumatismo raquimedular, 
enquanto o termo choque neurogênico refere-se aos 
aspectos hemodinâmicos. 
 
CHOQUE MEDULAR 
O trauma raquimedular é uma lesão grave devido a um 
trauma da coluna vertebral. É mais frequente nas zonas 
de transição (coluna cervicotorácica e toracolombar). A 
fratura ou luxação da vértebra pode comprimir o canal 
medular e provocar déficit neurológico. 
Esta perda súbita de função medular é conhecida como 
Choque Medular, que envolve arreflexia, paralisia e 
hipotonia nos níveis abaixo do nível afetado. 
O choque medular é caracterizado, habitualmente, por 
perda da sensibilidade e paralisia flácida, além da perda 
dos reflexos, da área acometida para baixo. 
Não há tratamentos realmente efetivos para este tipo 
de lesão. Fragmentos ósseos dentro do canal devem 
ser removidos, e fraturas com indicação cirúrgica 
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devem ser operadas. Contudo, ainda não temos 
técnicas para re-estabelecer a conexão entre os nervos 
lesados. 
O choque medular dura entre 24 e 48 horas e o seu fim 
é marcado pelo retorno dos reflexos sacrais 
(“piscadela” anal, reflexo bulbocavernoso). Sua 
recuperação total pode levar até 4 semanas. 
A identificação do reflexo bulbo-cavernoso indica o fim 
da fase de choque medular por vezes também 
chamado de trauma medular agudo, e permite avaliar 
de forma mais objetiva o real dano neurológico e iniciar 
algum tipo de prognóstico. 
 
CHOQUE NEUROGÊNICO 
É importante não confundir o choque medular com 
Choque Neurogênico. Nele, a perda do controle 
vasomotor simpático leva a uma vasodilatação súbita, 
com diminuição do retorno venoso e perda da pré-
carga, gerando hipotensão. 
O chamado choque neurogênico é uma síndrome 
circulatória, decorrente de interrupção da inervação 
simpática causada pelo trauma medular, caracterizada 
por hipotensão e bradicardia. 
A perda do controle simpático também diminui a 
frequência cardíaca, e as extremidades se tornam frias 
e úmidas. Priapismo também pode ocorrer como 
resultado da incapacidade de vasoconstrição. 
Relaciona-se geralmente a fraturas acima da T6, 
podendo persistir por até 3 semanas. 
Nos indivíduos com trauma medular, observam-se 
respiração diafragmática, perda da resposta ao 
estímulo doloroso, incapacidade de realizar 
movimentos voluntários nos membros, alterações do 
controle dos esfincteres, priapismo e presença de 
reflexos patológicos (sinais de Babinski e Oppenheim), 
indicando lesão do neurônio motor superior. 
Os pacientes com tal condição podem apresentar, 
também, queda da pressão arterial, acompanhada de 
bradicardia, condição que caracteriza o denominado 
Choque Neurogênico. Nesses, a lesão das vias 
eferentes do sistema nervoso simpático medular e a 
consequente vasodilatação dos vasos viscerais e das 
extremidades, associadas à perda do tônus simpático 
cardíaco, não permitem que a pessoa consiga elevar 
sua frequência cardíaca. 
Tal situação deve ser reconhecida e diferenciada do 
choque hipovolêmico, no qual a pressão arterial está 
diminuída e acompanhada de taquicardia. A reposição 
de líquidos deve ser evitada no choque neurogênico, 
para não sobrecarregar a volemia.

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