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Prévia do material em texto

Literatura 
Infanto Juvenil
Professora Esp. Paula Regina Dias de Oliveira 
Professora Me. Greicy Juliana Moreira
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Renato Valença Correia
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Dudatt
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Jéssica Eugênio de Azevedo
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
UNIFATECIE - CENTRO UNIVERSITÁRIO EAD. 
Núcleo de Educação a Distância;
MOREIRA, Greicy Juliana.
OLIVEIRA, Paula Regina Dias de.
Literatura Infanto Juvenil.
Greicy. Juliana Moreira.
Paula. Regina Dias de Oliveira.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 102 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTORAS
Professora Mestre Greicy Juliana Moreira 
●	 Mestre em Letra (UEM).
●	 Especialista em Língua Portuguesa - Teoria e Prática (América do Sul).
●	 Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (Faculdade Maringá).
●	 Especialista em Educação Especial com Ênfase em Libras (Bom Bosco).
●	 Especialista em Educação Empreendedora (Puc -RJ).
●	 Especialista em Gestão de Pessoas (Faculdade Maringá).
●	 Licenciatura em Letras - Português.
●	 Segunda Licenciatura ( Pedagogia - Unicesumar - em andamento).
●	 Professora da Pós-Graduação (UNIFCV).
●	 Tutora Pedagógica e de Pós-graduação da (UNIFCV).
●	 Professora conteudista na área de Educação (UNIFCV/UNIFATECIE).
●	 Instrutora	de	cursos	Técnicos	e	Profissionalizantes	(SENAC-PR).
●	 Experiência na área de Educação há 12 anos.
●	 Experiência no Ensino Técnico e Superior e Pós-Graduação (presencial e à 
distância): desde 2010 até os dias atuais.
Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/8929294723407914 
Professora Esp. Paula Regina Dias de Oliveira
●	 Especialista em Docência no Ensino Superior (Unicesumar)
●	 Especialista em EAD e as Novas Tecnologias Educacionais (UniCesumar). 
●	 Licenciatura em Pedagogia (FAPI – Faculdades de Pinhais).
●	 Tutora Educacional - Modalidade Presencial em disciplinas Híbridas (UNIFCV).
●	 Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da pós-graduação 
(UNIFCV).
●	 Professora mediadora na área da Educação (UNIFCV).
Ampla experiência como tutora educacional e como professora mediadora em 
disciplinas do curso de Pedagogia na modalidade EAD. Experiência como facilitadora em 
cursos	de	formação	profissional.	Experiência	em	docência	na	educação	infantil.
Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/2006860851344290
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 5
A Literatura Infanto-Juvenil
UNIDADE II ................................................................................................... 25
A Literatura Infanto-Juvenil
UNIDADE III .................................................................................................. 53
Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
UNIDADE IV .................................................................................................. 73
Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
5
Plano de Estudo:
• Conceito 
• Aspectos históricos
•	Especificidade
Objetivos de Aprendizagem:
Ao	final	desta	unidade	você	será	capaz	de:	
• Apresentar e discutir alguns conceitos de literatura infanto juvenil, discutir suas concep-
ções, promover a compreensão crítica no que se refere a literatura infanto juvenil. 
• Apresentar uma introdução à História da Literatura Infanto juvenil, bem como compreen-
der o seu desenvolvimento desde a Idade Medieval até os dias atuais.
• Discutir algumas questões acerca dessa literatura, a relação entre o leitor e o texto, além 
das	suas	características	e	especificidades.
UNIDADE I
A Literatura Infanto-Juvenil
Professora Especialista Paula Regina Dias de Oliveira
6UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
INTRODUÇÃO
Nos	dias	atuais,	formar	leitores	literários	tem	se	tornado	um	grande	desafio,	pois	
circulam em nossa sociedade discursos variados e muitas são as formas de expressão, e 
o texto literário tem tentado se manter ativo em meio a essa imensa variedade de textos. 
Mais	afinal,	o	que	é	a	literatura?	O	que	a	diferencia	dos	demais	gêneros	e	por	que	ela	é	tão	
importante	na	formação	da	criança	e	do	adolescente?
A	literatura	infanto	juvenil	é	formada	por	um	conjunto	de	textos	diversificados	em	
que	a	classificação	desse	gênero	se	dá	pelo	público	que	deseja	atingir.	Essa	característica	
é fundamental e compartilhada entre os diversos gêneros. 
Falar um pouco sobre a importância dos textos literários, seu conceito, sua história 
e	especificidades	é	um	dos	objetivos	desta	unidade,	pois	a	literatura	infanto	juvenil	exerce	
uma função importante na formação, cultural social e educativa da criança e do adolescente.
Assim, abordaremos primeiramente o conceito e com base nele, para após tra-
çarmos um percurso histórico mostrando suas transformações desde a Idade Média até a 
Idade Contemporânea. Com base em uma visão crítica e pedagógica deste gênero falare-
mos	sobre	suas	especificidades	e	suas	características	e	o	impacto	que	ela	produz	no	leitor.	
Espero com esse percurso, contribuir para seus estudos no que se refere a co-
nhecer e compreender a importância da literatura infanto juvenil na formação pedagógica, 
social e cultural dos estudantes e na formação de futuros leitores.
Venha comigo e bons estudos!
7UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
1.CONCEITO
1.1 O que é Literatura?
O texto a seguir inicia com uma intenção de se realizar um passeio pela imaginação 
que permeia a Literatura Infanto-juvenil. Para tanto, é preciso conhecer alguns conceitos 
básicos sobre Literatura. Os primeiros conceitos se referem a Arte e a Literatura, seguidos 
da Literatura para crianças e adolescentes. 
Ao falar-se em Literatura, logo se remete ao ato de ler, a interação entre o leitor 
e um texto literário. Todavia, a obra de arte literária vai além de uma simples leitura, pois 
possui	 especificidades	 e	 características	 que	 outros	 textos	 não	 possuem.	 É	 importante	
ressaltar aqui que a discussão que permeia o conceito de Literatura, suas singularidades e 
especificidades	não	são	fáceis.	Diversas	correntes	teóricas	tentaram	defini-las,	porém	não	
obtiveram sucesso, pois são discussões que ocorreram em sentidos diferentes, sociedades 
e épocas distintas. 
A	Literatura	expressa	uma	experiência	humana,	 porém	de	maneira	específica	e	
isso	dificilmente	poderá	ser	definido	com	exatidão.	Cada	época	produziu	e	compreendeu	a	
literatura do seu jeito. E conhecer esse jeito, é conhecer a singularidade de cada momento 
histórico da caminhada humana, bem como a sua evolução no decorrer desse período. 
(COELHO, 2000).
Assim	percebe-se	que	a	Literatura	está	em	constante	modificação,	e	que	ao	longo	
do tempo desenhou-se uma linha que demonstra esse vai e vem que nas palavras de Coe-
lho	2000,	(p.14)“se	reflete	nas	definições	que	o	fenômeno	literário	recebeu	desde	Platão	e	
Aristóteles no século IV a.C., os quais deram início a discussão do tema”.
8UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
O	 fato	de	o	 fenômeno	 literário	não	possuir	uma	única	definição	só	demonstra	a	
sua complexidade e a sua capacidade de se renovar ao longo do tempo. Por esse motivo,conceituar a Literatura depende de muitas vertentes. E mesmo que não haja um consenso 
entre os teóricos sobre esse assunto como já mencionado anteriormente, sabe-se que 
existem	algumas	especificidades	e	características	que	são	próprias	do	texto	literário.
	Souza	(2000),	sugere	a	seguinte	definição	para	a	Literatura,
[ ] parte do conjunto da produção escrita e, eventualmente, certas modalidades 
de composições verbais de natureza oral (não escrita), dotadas de proprieda-
des	não	específicas,	que	basicamente	se	resumem	numa	elaboração	especial	
da	linguagem	e	na	constituição	de	universos	ficcionais	e	imaginários.	(p.42).	
Corroborando com os estudos até aqui, Souza se refere a literatura como uma das 
possibilidades	de	utilização	e	exploração	da	linguagem	e	da	ficção,	ou	seja,	pela	capacida-
de	que	o	indivíduo	tem	de	criar	um	universo	ficcional	por	meio	do	fenômeno	literário.	Neste	
sentido,	pressupõe-se	que	a	autora	define	a	obra	literária	como	uma	construção	interna,	o	
qual há um domínio da linguagem e do seu criador, no entanto, não se pode esquecer que 
o que dá corpo à obra literária é a interação que se dá entre o texto e o leitor por meio da 
leitura.	É	o	leitor	que	atribui	o	significado	àquilo	que	antes	era	apenas	um	amontoado	de	
sinais	gráficos	que	foram	impressos	em	uma	folha	de	papel.
SAIBA MAIS
Alguns Teóricos nos apresentam diferentes conceitos sobre a Arte e Literatura. 
De acordo com Tavares (1981), a Arte no seu conceito amplo ou real se refere a aplica-
ção do conhecimento a ação. “o meio adequado à realização de qualquer obra”. Já no 
conceito	filosófico	ou	estético,	a	Arte	é	uma	forma	superior	de	conhecimento	intuitivo,	
para	ele	“É	a	representação	sensível	da	beleza,	através	da	intuição”.	
Já para o autor, na época clássica no que se refere ao sentido amplo, a “Arte Literária 
consiste na realização dos preceitos estéticos na invenção, da disposição e da elocu-
ção, porém no sentido restrito, a Arte Literária é a arte que cria, pela palavra, uma imita-
ção da realidade”. (p. 17-30).
Fonte: TAVARES, Hênio. Teoria Literária. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981.
9UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
Foi com o passar dos séculos que a distinção entre o lógico e o imaginário se con-
sagrou. De acordo com Costa (2007), o “texto literário traz a marca da invenção e da quebra 
de padrões de escrita e de representação do mundo e do homem” (p. 16). Foi com base 
nessa diferenciação entre o lógico e o imaginário que foi possível chegar aos conceitos de 
Literatura que temos hoje.
1.1.2 Conceitos que envolvem a Literatura Infanto-juvenil
No	que	se	refere	a	literatura	infanto-juvenil,	ela	é	composta	por	histórias	fictícias	
infantis e está destinada a crianças, adolescentes e jovens. Essas obras incluem, poemas, 
novelas, obras que envolvam a cultura e o folclore ou simplesmente textos (obras que 
retratam a vida real). Tais obras são desenvolvidas de acordo com a idade do leitor. Ao 
analisar uma obra literária desenvolvida para crianças com faixa etária entre três e quatro 
anos, por exemplo, verá que esta é repleta desenhos, com poucas palavras, além de serem 
obras muito coloridas. Já uma obra escrita para o público adolescente e jovem, raramente 
haverá desenhos, em sua maioria são constituídas apenas por textos. 
1.1.3 Conceitos que envolvem a Literatura Infantil
A Literatura Infantil está destinada, como o nome diz, ao público infantil com faixa 
etária entre dois e dez anos de idade. Essas obras precisam ser de fácil leitura e enten-
dimento pela criança que a lê, além disso deve despertar o interesse e, principalmente 
estimular a imaginação da criança. 
Criados	por	professores	e	pedagogos	no	final	do	século	no	final	do	século	XVII,	os	
primeiros livros infantis tinham como objetivo apenas criar hábitos e valores. Hoje, além 
desses objetivos, a leitura deve apresentar uma outra visão da realidade, ou seja, a diversão 
e o lazer, que são importantes fatores no que se refere ao desenvolvimento psicossocial do 
leitor. 
Neste sentido pode-se dizer que a Literatura Infantil de acordo com Aguiar (2001, 
Apud Costa, 2007), trata-se de um “objeto cultural. São histórias ou poemas que ao longo 
dos séculos cativam as crianças. Alguns livros nem foram escritos para elas, mas passaram 
a ser considerados literatura infantil (p.16)”. 
Abaixo	pode-se	verificar	algumas	características	das	obras	literárias	destinadas	as	
crianças, bem como suas características e exceções: 
10UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
●	 As obras literárias desenvolvidas para atender ao público infantil com faixa etá-
ria entre dois e quatro anos, são compostas por pequenos grupos de palavras 
e frases simples. São coloridos, com muitas imagens. Isso acontece, pois nesta 
fase	as	crianças	iniciando	o	processo	de	aprendizagem	da	leitura	e	codificação	
dos signos.
●	 Os livros destinados aos leitores com idade entre quatro e seis anos, são com-
postos por grupos maiores de palavras e frases, porém sem lançar mão dos 
estímulos visuais.
●	 Para as crianças com idade entre sete e dez anos as obras literárias possuem 
um número reduzido de imagem, já priorizando o texto. Como nessa idade a 
criança já está na fase escolar, e já conseguem racionalizar, os textos passam 
a ser mais complexos, com o intuito de estimular a criança a encontrar por si só 
as respostas as indagações que estão no texto. 
Apesar	de	ser	possível	verificar	que	as	obras	literárias	possuem	algumas	caracte-
rísticas em comum, elas também possuem algumas exceções, como temas não apropria-
dos para tais faixas etárias, livros que retratam guerras, que abordam fatos como crimes e 
vícios. 
Essas	obras	especificamente,	possuem	entre	oitenta	a	cem	páginas,	ou	seja,	são	
relativamente pequenas, além disso, contam com estímulos visuais, a linguagem e a escrita 
são simples e as histórias são retratadas de maneira clara. Em alguns casos possuem ca-
ráter didático, explicando ao leitor regras e comportamentos sociais, e geralmente contam 
com	um	final	feliz.	
Ademais, pode-se então considerar que a literatura infantil, apesar de estar associa-
da	a	criança,	é	aquela	que	vai	ao	encontro	das	necessidades	do	leitor	e	que	se	identificam	
com ele, não sendo necessariamente desenvolvida somente para atender ao público infantil. 
Ela deve ser considerada como uma arte e deleite, e deve ir além da intenção pedagógica e 
didática ou como um estímulo ao hábito da leitura, ela deve despertar a criança que existe 
em cada um de nós por meio do imaginário e da fantasia.
1.1.4 Conceitos que envolvem a Literatura Juvenil
A Literatura Juvenil é aquela obra destinada ao público com faixa etária entre dez e 
quinze anos de idade. Essas obras costumam incluir temas e fatores que podem despertar 
11UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
o interesse do jovem adolescente, como temas controversos e romances. Alguns aspectos 
relacionados	ao	seu	futuro	no	que	se	refere	a	sua	escolha	profissional,	na	busca	por	au-
toafirmação,	também	são	temas	muito	comuns	para	essa	faixa	etária,	além	de	personagens	
que possuem a mesma faixa etária dos leitores, bem como o número elevado de páginas. 
Tais obras costumam ter em média duzentas a trezentas páginas. 
Diante das abordagens acima sobre as características da Literatura infanto-juvenil, 
é	possível	perceber	que	a	produção	literária	precisa	atender	há	alguns	critérios	e	especifi-
cidades, uma vez que eles é que vão distinguir um texto literário de um texto não literário. 
No tópico três desta unidade trataremos de forma mais aprofundada sobre algumas espe-
cificidades	do	texto	literário.	
REFLITA
“Dentro do contexto da literatura infantil, a função pedagógica implica a ação educativa 
do livro sobre a criança. De um lado, relação comunicativa leitor-obra, tendo por inter-
mediário o pedagógico, que dirige e orienta o uso da informação; de outro, a cadeia 
de mediadores que interceptam a relação livro-criança: família, escola, bibliotecae o 
próprio	mercado	editorial,	agentes	controladores	de	usos	que	dificultam	à	criança	a	de-
cisão e escolha do que e como ler. Extremamente pragmática, essa função pedagógica 
tem em vista uma interferência sobre o universo do usuário através do livro infantil, da 
ação de sua linguagem, servindo-se da força material que palavras e imagens possuem, 
como signos que são, de atuar sobre a mente daquele que as usa; no caso, a criança”.
(PALO; OLIVEIRA 2006, p.13)
Fonte: PALO, Maria José; OLIVEIRA, Maria Rosa D. Literatura Infantil: Voz de Criança. 4 Ed. São Paulo: 
Ática, 2006.
12UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
2. ASPECTOS HISTÓRICOS
2.1 O Discurso na Literatura Infanto juvenil da Idade Média e Moderna.
A	partir	 do	momento	 em	que	 a	 literatura	 deixou	 de	 sofrer	 influência	 religiosa,	 a	
concepção de leitura sofreu mudanças. Essas mudanças se deram na época moderna 
e teve como aporte o Romantismo que fazia reconhecer a burguesia como classe social 
dominante na época. Esse resgate tem repercutido até os dias atuais. A nova maneira de 
escrita	que	já	influencia	o	público	adulto,	passou	a	favorecer	o	público	infantil	com	a	fina-
lidade	de	modificar	o	comportamento	da	criança,	apresentando	em	suas	obras	situações	
que vão reforçar valores sociais já existentes e que são apresentados a sociedade como 
modelo a serem compreendidos e seguidos. 
Desta forma, ao apresentar algum aspecto histórico no que se refere a literatura 
infanto-juvenil, bem como compreender as características que marcaram esse gênero, 
deve-se levar em conta que ela surge atrelada a um dado momento histórico, o que nos 
permite vincular a esse período o surgimento da literatura infantil. Fator esse importante, 
uma vez que no período que antecede tais fatos, a literatura tinha a função apenas de for-
madora,	a	fim	apenas	de	integrar	a	criança	a	sociedade.	Contribuindo	com	os	pensamentos	
aqui explicitados, Zilberman (1987), descreve que na sociedade antiga não existia infância, 
[...]nenhum espaço separado do mundo adulto. As crianças trabalhavam e 
viviam junto com os adultos, testemunhavam os processos naturais da exis-
tência (nascimento, morte, doença), participavam junto deles da vida pública 
(política), nas festas, guerras, audiências, execuções, etc., tendo assim seu 
13UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
lugar assegurado nas tradições culturais comuns: na narração de histórias, 
nos cantos, nos jogos (p.5). 
Da mesma forma, Lajolo e Zilberman, ainda pressupunham que por ter apenas ca-
ráter formador da moral burguesa e por constituir uma atividade que era realizada somente 
dentro dos lares daquela época, a valorização da família serviu como principal incentivo da 
leitura como sendo apenas uma prática social, ou seja, “ser leitor, papel que, como pessoa 
física, exercemos, é função social, para a qual se canalizam ações individuais, esforços 
coletivos	e	necessidades	econômicas”	(LAJOLO;	ZILBERMAN,	1999,	p.14).	Este	contexto	
histórico	define	qual	o	papel	a	criança	deve	assumir	na	sociedade,	bem	como	o	avanço	da	
burguesia demonstrando assim, a função da literatura infantil na Idade Média.
Lajolo	e	Zilberman	(1999)	ainda	definem	a	família	como	centralizadora,	que	forta-
lecem o Estado e que dá privilégios a criança a tendo como merecedora de uma atenção 
especial, que possui status próprio, o qual sobre elas recaem as preocupações com a 
religião, saúde e educação. 
Essa	definição	se	origina	da	estrutura	social	rígida	que	existia	na	Idade	Média	e	
que era caracterizada pela divisão das classes sociais, onde o poder era centralizado nas 
propriedades, em que a linhagem hierárquica existente não dava voz a família nuclear. 
Somente alguns séculos após o período medieval é que a burguesia passa a ganhar força 
e a partir daí é que começam as transformações na sociedade moderna. 
Assim, de acordo com Zilberman (1987), 
A entidade designada como família moderna é um acontecimento do Século 
das	 Luzes.	Os	 diferentes	 historiadores	 coincidem	na	afirmação	de	 que	 foi	
ao redor de 1750 que se assistiu à complementação de um processo que 
principiou	no	final	da	Idade	Média,	com	a	decadência	das	linhagens	e	a	des-
valorização dos laços de parentesco, e culminou com a conformação de uma 
unidade familiar unicelular, amante da privacidade e voltada a preservação 
das	ligações	efetivas	entre	pais	e	filhos.	(p.5).
Diante	do	exposto	acima	pode-se	perceber	que	essa	nova	configuração	é	a	prin-
cipal responsável pelas transformações que aconteceram entre a Idade Média e Moderna, 
em que, mudam-se não só as relações sociais mais também a subjetividade do indivíduo 
em detrimento de um modo de vida que antes não existia e o qual a partir dele emerge um 
novo sujeito. 
É	a	partir	do	século	18	que,	com	a	ascensão	da	burguesia	a	situação	da	criança	
passa por mudanças, o qual a infância começa a ser valorizada. Há então a separação 
entre a vida pública e o setor privado, entre a família e o setor de negócios. A infância e a 
idade adulta passam a ser fases diferentes da vida, opondo-se casa e trabalho, preparando 
14UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
a	criança	para	os	compromissos	futuros.	(ZILBERMAN,	1988).	Dentro	desse	cenário	fica	
então explícito a valorização e os cuidados que a criança passa a receber podendo assim 
ser mais bem orientada com o intuito de se tornar um adulto capaz de se adaptar a socie-
dade daquele período histórico. 
Ainda neste contexto, observa-se que a educação ganha um novo sentido e que 
a	pedagogia	encontra	um	lugar	de	destaque	em	meio	a	configuração	e	transmissão	que	
emerge da ideologia burguesa daquele período, promovendo a necessidade de uma forma-
ção	social,	pessoal,	profissional,	cognitiva	e	ética.	Os	clássicos	e	os	contos	de	fadas	que	
provém dos folclores e que são frutos de duas fontes distintas e contrapostas de materiais 
literários, passam por uma renovação e adaptação, contribuindo desta forma para a forma-
ção cultural. (ZILBERMAN, 1988). 
A pedagogia e a literatura infanto-juvenil estão vinculadas, no sentido de formar 
futuros cidadãos que sejam pensantes, atuantes e capazes de desempenhar de maneira 
adequada o seu papel social. Neste dado momento histórico o que é considerado relevante 
é o caráter formador que a literatura tem para oferecer. A literatura infanto juvenil ganha uma 
roupagem adaptada e acessível ao público jovem, com base em obras literárias já existen-
tes, como os contos de fadas, ou clássicos da literatura adulta. Neste modelo é valorizado 
o	potencial	educativo	que	é	proposto	pelo	material	a	fim	de	garantir	pela	escola	burguesa	
uma formação de qualidade aos leitores. Daí a importância da escola nas transformações 
sociais,	pois	o	êxito	no	processo	de	privatização	da	 família	 -	que	 tem	sua	afirmação	na	
burguesia e que é menor na classe operária – acabou por gerar uma lacuna no tocante a 
socialização da criança, pois conforme relata Zilberman (1987), 
Se	 a	 configuração	 da	 família	 burguesa	 leva	 a	 valorização	 dos	 filhos	 e	 à	
diferenciação da infância enquanto faixa etária e estrato social, há conco-
mitantemente, e por causa disto, um isolamento da criança, separando-a 
do mundo adulto e da realidade exterior. Nesta medida, a escola adquirirá 
nova	significação,	ao	tornar-se	o	traço	de	união	entre	os	meninos	e	o	mundo,	
restabelecendo e unidade perdida. (p.9).
Como é a escola que faz essa ligação entre a criança e o mundo, cabe a ela decidir 
e	apresenta-lo	de	forma	adequada,	selecionando	e	filtrando	os	aspectos	que	consideram	
mais importantes ao indivíduo em formação, bem como informar a criança de que maneira 
ela deve se portar diante deste mundo e o que a sociedade espera dela. 
Os primeiros textos de literatura infanto juvenil surgiram dentro deste contexto, com 
base em adaptações folclóricas e de textos da literatura adulta, constituindo- se o gênero 
literário,	porém	como	fruto	de	interesses	pedagógicos	para	fins	educativos,	culminado	queas primeiras obras literárias para o público infanto-juvenil chamaram mais a atenção dos 
15UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
pedagogos do que dos estudiosos de literatura. Somente posteriormente é que os textos 
destinados a criança passaram a ser estudado por estudiosos da literatura, dando uma 
atenção	especial	a	esse	primeiro	material	que	foi	produzido	a	fim	de	estudá-lo.
REFLITA
Leitura e Oralidade:
As obras de Literatura infanto juvenil buscam o resgatar a oralidade na escritura, indo 
desta forma ao encontro da narração. A fala é natural ao ser humano e já existia antes 
mesmo da descoberta da escrita. Expressões faciais e corporais, além dos gestos eram 
importantes recursos da comunicação oral e permitiam a troca de informações e senti-
mentos entre os interlocutores de maneira mais direta. Palo e Oliveira (2001) relatam 
que “[...] o discurso oral cria uma cena múltipla (verbal e não verbal) e inclusiva, na qual, 
o que menos conta é o que se diz, já que tudo está no modo como se diz e, mais ainda, 
na tensão dialética entre o dito e o calado; entre aquilo que a fala articula e a gestualida-
de desarticula e ega. Sua vida faz-se na fugacidade do presente, instante em que tudo 
está não estando. Discurso precário, um quase discurso, sempre em disponibilidade 
para incorporar um novo dado em risco com o acaso.” (p.44) Neste sentido, oralidade é, 
um aspecto característico e fundamental do texto literário infanto juvenil.
2.2 A Literatura Infanto juvenil na Contemporaneidade e o seu retrato na Educação 
Brasileira.
A literatura Infanto juvenil, na contemporaneidade ainda é considerada como objeto 
de análise por teóricos e críticos literários, mesmo sendo reconhecida pelo alto potencial 
pedagógico que possui. Fato esse que é demonstrado pela inclusão do estudo da literatura 
infanto juvenil nas últimas décadas em disciplinas dos cursos de Letras no Brasil. 
A sua valorização se dá devido a sua função representativa que é própria da arte 
ficcional,	proporcionando	uma	visão	da	 realidade.	Eram	obras	originalmente	criada	para	
uso	das	crianças,	porém	passou	a	receber	status	científico	a	partir	do	momento	em	que	foi	
possível perceber que além dos adultos produzirem as obras, eles também as manipula-
vam com o objetivo de dominar a infância. Entretanto é preciso que haja não somente uma 
16UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
integração,	mais	uma	reflexão	sobre	a	organização	da	disciplina	e	dos	cursos	ligados	a	ela.	
Ela	deve	servir	como	um	instrumento	que	visa	enfrentar	as	dificuldades	que	dificultam	o	
trabalho realizado com as crianças. (ZILBERMAN, 1998).
A instrumentalização do professor para trabalhar com a literatura infanto juvenil na 
escola, conforme a autora diz, se torna importante. Não obstante a isso, primeiro fez-se 
necessário que os textos destinados às crianças fossem reconhecidos como arte literária, 
passassem por uma nova apreciação analítica, para que, enquanto um material cultural 
destinado a criança, pudesse se melhor avaliado, já que diversas vezes esses materiais 
eram prejudicados em sua forma artística em detrimento das intenções de domínio e dou-
trinação da infância.
Ao retratar os princípios da educação no Brasil, Mauad (1999) observa que junta-
mente com a literatura de caráter universal, prevalecia uma literatura moralista, advinda do 
século	XIX.	Tal	 literatura	tinha	como	objetivo	a	formação	do	caráter,	da	moral,	e	serviam	
como modelos a serem seguidos por crianças e jovens. Publicações em que os títulos 
já indicavam quando o conteúdo era destinado a meninos, onde algumas delas traziam 
relatos sobre condutas e códigos morais e, para as meninas, onde algumas obras, eram de-
dicadas as mães de família, com histórias morais cujo objetivo era ensinar princípios, usos 
e costumes. Entretanto foi somente na virada da modernidade para a pós-modernidade que 
a	literatura	brasileira	se	desenvolveu,	e	a	partir	daí	“passou	a	refletir	de	maneira	estética	
esse sistema social complexo vivendo entre o pré-capitalismo de algumas regiões [...] e as 
grandes cidades”. (RICHE 1999, p.130).
Vislumbra-se então dois cenários distintos, em que de um lado estão crianças 
com pouco ou nenhum acesso a livros infantis e obras literárias, enquanto do outro lado o 
acesso é de sobremaneira facilitado aos livros e obras literárias, bem como a outros bens 
de consumo. Apesar desta discrepância existente no Brasil, a intenção aqui é enfatizar 
que atualmente o livro infantil busca retratar a realidade, os problemas sociais, políticos e 
econômicos	do	País,	porém	sem	fugir	as	suas	especificidades	como	o	uso	do	lúdico,	o	des-
pertar e transmitir sentimentos, emoções, curiosidades e produzir novas experiências ao 
leitor. Em contrapartida, tem como função levar o pequeno leitor a compreender a realidade 
que o cerca de maneira intensa.
A	leitura	de	uma	obra	literária	permite	a	reflexão	e	o	questionamento,	podendo	des-
sa forma facilitar ao homem a compreensão dos ensinamentos impostos pela sociedade, 
mas para que isso aconteça é preciso que se concentre na infância essa formação. Diante 
disso entende-se que esse movimento que circunda literatura contemporânea, a transforma 
17UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
em suporte para as experiências do mundo real a partir do momento que oferecer um 
formato de texto que esteja aberto as múltiplas leituras, ou seja, ao despertar na criança, 
dúvidas referentes ao mundo, as histórias contemporâneas dão oportunidade a crianças de 
elaborar		questionamentos	que	a	levarão	a	refletir.	Ações	e	atitudes	essas,	que	provém	da	
leitura. 
Os contos clássicos, por sua vez, têm como função instigar a sensibilidade artística 
da criança equilibrando fantasia e realidade. Apesar de saber que o que está lendo não 
é	verdade,	ela	entra	no	mundo	 imaginário	fingido	acreditar	no	que	 lê.	Esses	contos	não	
impedem que a criança desenvolva o raciocínio lógico, pois não atenuam a sua inteligência 
e viajar no mundo da imaginação é sobremaneira importante e necessária para o desen-
volvimento infantil. A leitura do texto literário “pode se constituir num fator de liberdade e 
transformação dos homens”. (SILVA 1986, p. 21).
Resultado disso é que a leitura literária, seja ela de um texto que retrata a realidade 
ou	um	texto	divertido,	ao	permitir	a	criança	refletir	e	pensar	de	forma	crítica,	está	cumprindo	
o seu papel social. 
A função social no que se refere a uma coletividade contemporânea só se cumpre, 
quando os códigos culturais que fazem parte do conhecimento acadêmico são compreen-
didos, uma vez que constituem uma forma de sobrevivência e poder. A transmissão do 
conhecimento literário permanece e acontece por meio da leitura, seja ela propagada e 
armazenada	por	meio	do	livro	físico	ou	eletrônico.
18UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
3. ESPECIFICIDADES
3.1 A diferença entre leitura literária e demais gêneros textuais
A	leitura	literária	por	possuir	características	e	especificidades	próprias	se	difere	dos	
demais textos que que circulam na sociedade, uma vez que, a comunicação diferenciada 
que existe entre o leitor e o texto são fatores importantes ao considerar um objeto como 
sendo literário, bem como os efeitos que o texto produz ao leitor e a subjetividade que esse 
objeto	empresta	na	concretização	da	leitura	são	características	marcantes	e		específicas	
da leitura literária. 
Essas	 especificidades	 tornam	 possível	 ao	 leitor	 expandir	 suas	 fronteiras	 do	 co-
nhecido que são absorvidas por meio da imaginação, porém sem esquecer suas próprias 
dimensões, tais fronteiras são decifradas por meio do intelecto. A leitura literária ainda 
constitui uma atividade sintetizadora à medida que permite ao leitor penetrar no âmbito 
da alteridade sem que este perca de vista a sua subjetividade e história. Por este motivo 
torna-se	uma	atividade	completa	e	que	dificilmente	poderá	ser	substituída	por	outra.	(ZIL-
BERMAN, 1990). 
Ela tambémpermite uma interação entre leitor e texto, que resulta da atividade 
intelectual e fantasiosa, permitindo ao indivíduo experimentar o outro sem se perder de 
vista. Quando isso ocorre, há uma ampliação de horizontes e expectativas que que se 
dá a partir do momento em que o texto oferece ao leitor uma nova visão da realidade ou 
19UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
lhe causa algum impacto. Desta forma, pressupõe-se a leitura literária como sendo uma 
atividade ampla que proporciona novos saberes.
Ao se referir a literatura, Machado (2001), nos mostra dois caminhos que se encon-
tram intimamente ligados no texto literário, 
Ler literatura, livros que levem a um esforço de decifração, além de ser um 
prazer, é um exercício de pensar, analisar, criticar. Um ato de resistência cul-
tural.	Perguntar	“para	onde	queremos	ir?”	“e	como?”	pressupõe	uma	recusa	
de estereótipo e uma aposta na invenção. Pelo menos, uma certa curiosidade 
de uma opinião que não é exatamente a nossa - e o benefício da dúvida, sem 
a convicção do monopólio da verdade. Só a cultura criadora, com sua exube-
rância, pode alimentar permanentemente essa verdade pujante e nova. (p.88). 
É	possível	 perceber	no	 texto	da	autora	que	ela	apresenta	a	 leitura	 literária	 como	
uma forma de resistência cultural, além disso ela ainda enfatiza não só o saber mais também 
o prazer. Demonstrando assim o caráter individual e social da literatura. A capacidade de 
refletir	e	criticar	desenvolvida	por	meio	da	leitura	é	o	que	torna	o	indivíduo	um	ser	ativo	na	
transformação social, além disso a leitura o prepara para interpretar a sua realidade social de 
maneira mais aprofundada e em contrapartida pode prepará-lo para ser atuante e consciente 
no seu dia a dia. Em estudos realizados sobre a literatura juvenil, é aceitável que a “literatura 
tem a capacidade de dar [aos adolescentes] um lugar no mundo, algo tangível em que eles 
podem se apegar enquanto passam pelas suas próprias versões dos processos de transição 
presentes em cada [livro].” (BICKMORE; YOUNGBLOOD, 2014, p.262, tradução livre).
O adolescente por sua vez, como um sujeito que está em fase de transição deve ter 
sua passagem entre a infância e vida adulta concebida de maneira satisfatória. A literatura 
neste	 contexto	 tem	 como	 função	 auxiliar	 o	 adolescente	 no	 enfrentamento	 dos	 conflitos	
decorrentes	desta	fase,	mostrando	a	ele	que	não	é	o	único	a	enfrentar	tais	dificuldades	e	
que é possível superá-las. Para o adolescente o interesse pelo conteúdo é um diferencial 
na escolha de um livro, seja ele em seu aspecto educacional ou apenas por diversão, o que 
pressupõe	que	a	necessidade	de	que	os	temas	literários	abordados	sejam	diversificados.	
Diante disso, as temáticas propostas para essa faixa etária precisam apresentar um 
equilíbrio, não ser muito sério, de difícil interpretação, nem muito simples, ou irrelevante. 
Esses aspectos devem ser considerados principalmente se a leitura estiver relacionada às 
experiências	do	adolescente	leitor.	Mas	como	acontece	a	resolução	dos	conflitos	existentes,	
uma	vez	que	a	literatura	pressupõe	como	objetivo	a	promoção	do	aprendizado?
O	que	se	percebe	nessas	narrativas	é	que	conflitos	são	encerrados	definitivamente	
onde	os	finais	são	mais	tradicionais.	Todavia	aquele	modelo	de	conclusão	em	que	se	vê	
somente a tomada de decisão e um encorajamento a mudança não é possível saber se 
20UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
os	conflitos	foram	realmente	encerrados.	Nos	dois	modelos,	entretanto,	o	conceito	de	final	
feliz	é	subjetivo	e	pode	haver	finais	tristes,	mas	ainda	assim	se	faz	válido	o	otimismo	na	
literatura infanto juvenil e que de fato buscam a reconciliar indivíduo e sociedade, mesmo 
que está possa se mostrar contrária ao indivíduo. Isso demonstra um sutil conservadorismo 
que ainda existe mais que pode passar despercebido. 
E	o	que	de	 fato	dizer	 sobre	as	características	da	 literatura	 infanto	 juvenil?	Hunt	
(2010)	 afirma	que	 a	 literatura	 infantil	 e	 juvenil	 “se	 define	 exclusivamente	 em	 termos	 de	
um	público	que	não	pode	ser	definido”	(p.27).	Neste	sentido	entende-se	é	que	a	literatura	
infanto-juvenil é, heterogênea, e que conforme a idade do leitor vai aumentando, sua com-
preensão em relação aos textos literários e ao mundo vão se ampliando e assim também o 
nível de complexidade e exigências de leitura. (COLOMER, 2003).
Uma das características deste gênero textual e que indicam a sua heterogeneidade 
é a idade do leitor e do protagonista da história, devendo ser parecidas, além disso o estilo 
da linguagem e o vocabulário utilizado também são determinadas pelo leitor, tendo em vista 
as	diferentes	necessidades	de	acordo	com	a	idade,	dificultando	assim	a	sua	classificação.	
Outro	fator	que	dificulta	falar	sobre	suas	especificidades		é	a	interação	com	outras	mídias	e	
formatos, pois tanto a literatura infantil quanto a juvenil são um campos que compreendem 
quase todos os gêneros literários, e por compartilhar com o público infantil conforme descri-
to	por	Hunt	(2010)	“gêneros	específicos:	a	narrativa	para	escola,	textos	dirigidos	a	cada	um	
dos sexos entre outros[...]”, (p.44). Apesar da interação com outros gêneros esses textos 
estão	divididos	entre	fantasia	e	ficção.	
A literatura infanto juvenil contribui com a formação social, a compreensão de 
mundo, mostrando para o leitor a realidade ao seu redor e como estas funcionam, além 
de possui caráter educativo, podendo ser utilizada na escola com o objetivo de trabalhar 
habilidades nas crianças e não só uma forma de diversão e lazer, como acontece com a 
literatura adulta.
Enfim,	 a	 literatura	 infanto	 juvenil	 está	 em	 constante	 evolução,	 sempre	 se	
transformando e se reinventando, dado que “uma característica central da literatura da 
juventude	seria	ter	como	finalidade	descrever	e	identificar	o	que	é	juventude”	(CHAMBERS,	
2010, p.273) e a literatura precisa acompanhar os processos de mudança que envolvem a 
criança e o adolescente.
Diante dos nossos estudos, este tópico teve como intuito apresentar de maneira 
simples	um	panorama	básico	sobre	as	especificidades	e	características	da	literatura	infanto	
juvenil	a	fim	de	contribuir	um	pouco	com	o	conhecimento	acerca	do	assunto.
21UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade tivemos a oportunidade de conhecer o conceito da literatura infanto 
juvenil. Foi possível perceber que a obra de arte literária vai além de uma simples leitu-
ra,	pois	possui	especificidades	e	características	que	outros	textos	não	possuem.	Nos	foi	
permitido	 verificar	 que	 cada	 época	 produziu	 e	 compreendeu	 a	 literatura	 do	 seu	 jeito.	E	
conhecer esse jeito, é conhecer a singularidade de cada momento histórico da caminhada 
humana.	Também	entendemos	que	a	Literatura	está	em	constante	modificação,	e	que	ao	
longo do tempo desenhou-se uma linha que explica esse vai e vem o que demonstra a sua 
capacidade de se renovar ao longo do tempo.
Nossos estudos nos mostrou que a intenção do livro infantil é retratar a realidade, 
os	problemas	sociais,	políticos	e	econômicos	do	País,	sem	fugir	as	suas	especificidades	
como o uso do lúdico, o despertar e transmitir sentimentos, emoções e que em contra-
partida a literatura juvenil é aquela obra destinada ao público com faixa etária entre dez 
e quinze anos de idade e que costumam incluir temas e fatores que podem despertar o 
interesse do jovem adolescente, como temas controversos e romances. Diante de algumas 
características destas obras literárias foi possível perceber que a produção literária precisa 
atender	há	alguns	critérios	e	especificidades,	uma	vez	que	eles	é	que	vão	distinguir	um	
texto literário de um texto não literário.
No	tópico	dois	da	unidade	ficou	claro	que	ao	apresentar	algum	aspecto	histórico	
no que se refere a literatura infanto-juvenil, bem como compreender as características que 
marcaram esse gênero, deve-se levar em conta queela surge atrelada a um dado momento 
histórico, o que nos permite vincular a esse período ao surgimento da literatura infantil. E 
por ter apenas caráter formador da moral burguesa e realizada somente dentro dos lares 
daquela época, a valorização da família serviu como principal incentivo da leitura como 
sendo apenas uma prática social.
Porém	verificou-se	que	a	partir	do	século	18	que,	com	a	ascensão	da	burguesia	
a situação da criança passa por mudanças, o qual a infância começa a ser valorizada. 
Há então a separação entre a vida pública e o setor privado, entre a família e o setor de 
negócios. A infância e a idade adulta passam a ser fases diferentes da vida, opondo-se 
casa e trabalho, preparando a criança para os compromissos futuros.
22UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
Ainda neste contexto, observa-se que a educação ganha um novo sentido e que 
a	pedagogia	encontra	um	lugar	de	destaque	em	meio	a	configuração	e	transmissão	que	
emerge da ideologia burguesa daquele período, promovendo a necessidade de uma forma-
ção	social,	pessoal,	profissional,	cognitiva	e	ética.
Por	fim,	no	tópico	três,	abordamos	as	especificidades	da	literatura	infanto	juvenil,	
e	verificamos	que	elas	tornam	possível	ao	leitor	expandir	suas	fronteiras	do	conhecido	que	
são absorvidas por meio da imaginação, porém sem esquecer suas próprias dimensões, 
tais fronteiras são decifradas por meio do intelecto e que neste contexto tem como função 
auxiliar	o	adolescente	no	enfrentamento	dos	conflitos	decorrentes	desta	fase,	mostrando	a	
ele	que	não	é	o	único	a	enfrentar	tais	dificuldades	e	que	é	possível	superá-las.
Respondendo a nossa indagação na introdução da unidade a literatura infanto ju-
venil contribui com a formação social, a compreensão de mundo, mostrando para o leitor a 
realidade ao seu redor e como estas funcionam, além de possui caráter educativo, podendo 
ser utilizada na escola com o objetivo de trabalhar habilidades nas crianças e não só uma 
forma de diversão e lazer, como acontece com a literatura adulta.
Bons estudos e até a próxima unidade!
23UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
LEITURA COMPLEMENTAR
A ORIGEM HISTÓRICA DA LITERATURA INFANTIL
Você	sabia	que	literatura	infantil	surgiu	no	século	XVII	com	Fenélon	(1651-1715),	
justamente com a função de educar moralmente as crianças. O texto abaixo retirado de um 
artigo publicado na revista UNIVEM, retrata um pouco dessa história, o que vem comple-
mentar os nossos estudos no que se refere a literatura infanto-juvenil em seus aspectos 
históricos no que se refere ao uso da literatura infantil como foco na moral e na formação 
adulta do indivíduo. 
De acordo com a autora do artigo, as histórias tinham uma estrutura maniqueísta, 
a	fim	de	demarcar	claramente	o	bem	a	ser	aprendido	e	o	mal	a	ser	desprezado.	A	maioria	
dos contos de fadas, fábulas e mesmo muitos textos contemporâneos incluem-se nessa 
tradição. Naquele momento, a literatura infantil constitui-se como gênero em meio a trans-
formações sociais e repercussões no meio artístico. Em 1697, Charles (1628- 1703) Perrault 
traz a público Histórias ou contos do tempo passado, com suas moralidades: Contos de 
Mão Gansa. Ganham, então, forma editorial as seguintes histórias: A Bela Adormecida no 
bosque, Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, As Fadas, A Gata Borralheira, Henrique 
do Topete e O Pequeno Polegar. Os contos de fada conhecidos atualmente surgiram na 
França,	ao	final	do	século	XVII,	com	Perrault,	que	editou	as	narrativas	folclóricas	contadas	
pelos camponeses, retirando passagens obscenas de conteúdo incestuoso e canibalismo. 
Assim, acredita-se que, antes do cunho pedagógico, houve o objetivo de leitura e contem-
plação pela mente adulta. Acredita-se também que a mitologia grega já possuía um modo 
particular de transmitir o contexto da história de “Chapeuzinho Vermelho”. Posteriormente, 
Charles Perrault trouxe a história moralizadora e mais adequada aos ambientes sociais 
que conviviam na época. A história da menina e do lobo sofreu ainda alterações por Hans 
Christian Andersen e pelos Irmãos Grimm. Segundo Cunha (1987), “no Brasil, como não 
poderia deixar de ser, a literatura infantil tem início com obras pedagógicas e, sobretudo, 
adaptadas	de	produções	portuguesas,	demonstrando	a	dependência	típica	das	colônias”	
(p. 20). Pode-se dizer que a literatura infantil brasileira teve início com Monteiro Lobato, 
com uma literatura centralizada em algumas personagens em especial.
Para ler o artigo na integra acesse o link da revista.
Fonte: SILVA, Aline Luiza da. A trajetória da Literatura Infantil: Da Origem Histórica e do Conceito Mercadoló-
gico ao Caráter Pedagógico da Atualidade. REGRAD	–	Revista	Eletrônica	de	Graduação	–	UNIVEM.		v.	2	-	n.	
2 - jul/dez – 2009. Disponível em: <http://revista.univem.edu.br/index.php/REGRAD/article/viewFile/234/239>
24UNIDADE I A Literatura Infanto-Juvenil
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• A sociedade literária e a torta de casca de batata 
•	Mary	Ann	Shaffer,	Annie	Barrows
• Editora Rocco, 2009.
• A sociedade literária e a torta de casca de batata conta a história 
de Juliet Ashton, uma escritora em busca de um tema para seu 
próximo livro. Ela acaba encontrando-o na carta de um desconhe-
cido de Guernsey, Dawsey Adams, que entra em contato com a 
jornalista	para	 fazer	uma	consulta	bibliográfica.	Começa	aí	uma	
intensa	 troca	 de	 cartas	 a	 partir	 da	 qual	 é	 possível	 identificar	 o	
gosto literário de cada um e o impacto transformador que a guerra 
teve na vida de todos. As correspondências despertam o interesse 
de Juliet sobre a distante localidade e narram o envolvimento dos 
moradores no clube de leituras – a Sociedade Literária e a Torta 
de Casca de Batata –, além de servirem de ponto de partida para o 
próximo livro da escritora britânica. O clube, criado antes de existir 
de fato, foi formado de improviso, como um álibi para proteger 
seus membros dos alemães. O que nenhum dos integrantes da 
Sociedade imaginava era que os encontros pudessem aproximar 
os vizinhos, trazer consolo e esperança e, principalmente, auxiliar 
a	manter,	na	medida	do	possível,	a	mente	sã.	As	reflexões	e	as	
discussões a respeito das obras os livraram dos pensamentos 
sobre	as	dificuldades	que	enfrentavam	e	ainda	serviram	para	apro-
ximar pessoas de classes e interesses tão díspares, de pescador 
a frenólogo, de dona de casa a enfermeira. Instigada pela força 
dos depoimentos, a jornalista decide visitar Guernsey, onde a con-
vivência com as pessoas que conheceu por cartas e a descoberta 
sobre as experiências dos ilhéus lhe dão uma nova perspectiva. 
A viagem proporciona à escritora mais do que material para seu 
livro. Guernsey oferece a chance de recomeçar após a Guerra, 
fazer amizades sinceras e encontrar o amor – em suas diversas 
formas. O que ela encontra por lá, e as relações que trava, mudam 
sua vida para sempre. Em 2018 o livro ganha versão para cinema 
estrelada por Lily James, Michiel Huisman e Mathew Goode.
FILME/VÍDEO 
• A Livraria.
• 2017.
• A viúva Florence Green, interpretada pela atriz Emily Mortimer, 
chega a um pequeno vilarejo no litoral da Inglaterra, na década de 
1950, com objetivo de abrir uma livraria. Mas, ela não contava que 
seu sonho fosse afrontar pessoas poderosas do lugar, e ainda, 
o preconceito de uma população inteira em relação ao hábito da 
leitura.	O	filme	tem	uma	linda	fotografia	e	os	diálogos	quase	soam	
desnecessários diante dos sentimentos que parecem correr ape-
nas pelos olhos dos atores. No elenco, também estão Bill Nighy 
e Patricia Clarkson.
25
Plano de Estudo:
• Relação entre cultura e literatura
• A formação do leitor
• Leitura e conceito de letramento
Objetivos de Aprendizagem:
• Compreender a relação entre a cultura e a literatura, como forma conhecimento, mais 
também como uma função social na formação do indivíduo;
• Entender algumas questões relacionadas ao uso da literatura infantil na escola, como 
aspectos fundamentais na formação do leitor; 
• Relembraros conceitos de letramento, e entendê-lo como caminho para uma adequada 
escolarização e formação de leitores em idade escolar.
UNIDADE II
A Literatura Infanto-Juvenil
Professora Especialista Paula Regina Dias de Oliveira
26UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
INTRODUÇÃO
Caro leitor, 
A arte está presente a séculos na vida do homem, seja qual for sua forma de apre-
sentação.	Por	meio	dos	livros,	das	músicas,	enfim,	ela	é	vista	como	um	fazer,	como	um	
conjunto de atos e situações que transformam. Ela é um produto oferecido pelo homem, 
porém	influenciado	pela	cultura.	Essa	arte	também	pode	ser	expressa	por	meio	de	textos	
escritos, o que denominamos de literatura. 
A literatura é responsável por transformar a experiências dos discursos em obras 
literárias.	Mais	qual	a	relação	que	se	estabelece	entre	a	cultura	e	a	literatura?	E	como	essa	
relação	pode	contribuir	para	a	formação	do	leitor	e	na	sua	formação	social?	
Nos tópicos a seguir discutiremos um pouco sobre esses questionamentos, bus-
cando compreender essa relação, em seguida conheceremos alguns dos aspectos que 
compreendem a cultura, bem como a importância da cultura na escola e da literatura de 
cordel como forma de ensino-aprendizagem da língua materna. 
Estudaremos algumas questões que estão relacionadas ao uso da literatura infantil 
na escola, como a contação de histórias e a iniciação a leitura, que são alguns dos aspectos 
fundamentais na formação do leitor. 
E	para	finalizarmos	nossos	estudos,	discutiremos	sobre	o	letramento	literário	e	qual	
o seu objetivo na formação de futuros leitores, também relembraremos alguns conceitos 
de letramento literário e traremos algumas sugestões metodológicas sobre como trabalhar 
este assunto em sala de aula para uma escolarização correta do texto literário. 
Esperamos que este estudo o ajude a ampliar seus conhecimentos sobre a im-
portância da literatura em sala de aula, além do papel que a escola deve exercer nesse 
processo de ensino-aprendizagem para que a prática da leitura, ao mesmo instigante e 
prazerosa para o aluno. 
Então,	vamos	começar?
27UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
1 RELAÇÃO ENTRE CULTURA E LITERATURA
Na	unidade	I	deste	material	verificamos	que	a	literatura	é	uma	forma	de	comunica-
ção	em	que	se	trabalham	emoções,	sensações,	sentimentos,	desenvolvem-se	afinidades	
entre	 leitor	e	personagens,	bem	como	a	 representação	da	 realidade	ou	ficção,	que	são	
criados pelo autor por meio do texto. A literatura, é um sistema semântico, onde a conota-
ção se destaca e está intimamente relacionada às diferenças sociais. (PROENÇA FILHO, 
2009).	Diante	da	afirmação	de	Proença,	deve-se	trazer	a	mente	que	a	literatura	está	ligada	
a uma cultura, um povo e a sociedade. Assim sendo, ela se torna um produto cultural, onde 
o escritor busca os elementos que precisa para compor e organizar suas representações.
Pode-se dizer que: 
Língua, cultura e literatura, estão intrinsecamente ligados, isso acontece, 
pois, a literatura por se tratar de uma produção cultural, acompanha o desen-
volvimento social e cultural, se utiliza da língua para formar-se, e esta mesma 
língua é responsável por passar os conhecimentos da sociedade para o ser 
humano. A linguagem é literária é conotativa, pois se amplia em função do 
universo dos falantes, além de se prender às diferenças sociais e, também ao 
desenvolvimento da cultura (LIPPE, 2016, p. 71). 
Assim, ao falarmos de literatura, é importante considerar que ela é fruto da existên-
cia de uma cultura, se não houver cultura, não há literatura, uma vez que a cultura depende 
das pessoas que se organizam dentro de uma determinada sociedade. Baseados nesta 
concepção,	pode-se	dizer	que	o	leitor	é	influenciado	pelo	autor	da	obra,	e	dessa	maneira	
vai construindo seu ambiente social.
28UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
1.1 Aspectos que compreendem a cultura
A cultura pode ser compreendida por meio de três aspectos a seguir: 
1. A cultura visa orientar o senso emocional do leitor, sendo considerada um tronco 
que abarca normas, linguagens, mitos e símbolos. 
2. Na concepção católica a cultura deve servir como um espelho para o homem 
onde as qualidades do corpo e da alma são aprimoradas por meio do conheci-
mento, visando manter conservadas as experiências de espírito.
3. Já para a antropologia a cultura busca as soluções para os problemas da hu-
manidade por meio da integração entre o pensar e sentir de uma determinada 
comunidade. 
Os aspectos acima deixam visível que a cultura está intrinsecamente relacionada 
ao homem e sociedade, considerando ainda, o que já foi e o que ainda está sendo feito 
todos os dias. Dessa forma pressupõe que a literatura acompanha as transformações que 
ocorrem	na	cultura	de	uma	sociedade	e	as	reflete	nas	obras	literárias.	
Aqueles conhecimentos que são adquiridos desde a infância em forma de lingua-
gem, são produtos da sociedade o qual estamos inseridos e fazemos parte. Deste modo, 
em termos sociais, a caracterização da cultura permite que ela seja setorizada, podendo 
ser tratada como literatura europeia, ocidental, romana, e consequentemente literatura 
brasileira. (PROENÇA FILHO, 2009). 
Pode-se dizer então que a língua está inclusa na relação existente entre cultura 
e	literatura,	e	que	a	linguagem	literária	é	conotativa,	sugerindo	significados	diferentes	do	
original. Ainda é correto dizer que a literatura representa o nível de cultura existente em 
uma	determinada	sociedade.	Lembrando	que,	uma	obra	ficcional	não	 indica	necessaria-
mente a realidade social e que a literatura, por sua vez apresenta questionamentos a serem 
respondidos por uma sociedade, ou seja, ela surge da sociedade e depois volta para ela. 
(LIPPE, 2016).
29UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
1.2 A Cultura popular 
A leitura é um ato social, é uma atividade peculiar ao sujeito contemporâneo e que 
está presente em seu cotidiano. Neste contexto é sabido que a literatura popular consiste 
em produções de uma sociedade, onde se mantém viva a memória dessas produções que 
constituem de uma tradição. Com o passar do tempo novos elementos foram acrescenta-
dos, principalmente no campo das práticas modernas e da oralidade, estas responsáveis 
pelo aumento do contingente tradicional. (BARROS, 2002).
Como mencionando anteriormente em nossos estudos, são essas tradições que 
nos tornam legítimos enquanto nação e sociedade. Fato este que faz com que se acredite 
que a literatura popular, tanto oral quanto escrita se tornam vivas nos dias atuais em diver-
sas festas e comemorações. (CANCLINI, 2000).
Embora a tecnologia e do uso em massa de outros canais de comunicação, as 
transformações ocorridas no decorrer dos tempos modernos não conseguiram extinguir 
com as culturas populares tradicionais. Na contramão da modernidade, essas culturas se 
desenvolveram nas últimas décadas transformando-se. Há uma interação com as tradições 
tecendo ligações com outros setores fazendo com que a literatura não permaneça estável, 
mas que ela se transforme juntamente com a sociedade. (BARROS, 2002).
Ao se falar em cultura popular no Brasil é preciso considerar ainda a existência de 
dois sistemas de conhecimento que atuam de maneira mais ou menos dialógica e mesmo 
que	em	graus	diferentes,	um	influencia	o	outro	e	implica	hábitos	mentais,	e	padrões	sociais,	
éticos e estéticos. (AZEVEDO, 2008). 
O quadro a seguir descreve as principais características desses dois sistemas de 
conhecimento:
30UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
Quadro 1: Principais características dos sistemas de conhecimento
SISTEMAS DE CULTURA OFI-
CIAL OU MODERNA
-Representado pelo poder público, elites culturais e eco-
nômicas;
- Padrões, conteúdos e valores organizados de forma sis-
temática, formatada e esquematizada;
- Paradigmas transmitidos por escolas e universidades;
- Totalmente dependente da escrita;
- Utiliza livros, metodologias, teorias, jornais, revistas, pu-
blicidade, etc;-	É	homogêneo,	com	informações	fixadas	em	textos	es-
critos.
SISTEMA DE CONHECIMENTO 
DE CULTURA POPULAR
-	É	paralelo	à	cultura	oficial;
- Possui um conjunto imenso de manifestações; 
- Se desenvolve de forma caótica, espontânea e não pro-
gramada;
 - Se constrói no dia a dia da vida cotidiana;
-	É	diversificada,	heterogênea	e	heterodoxa;
- Possui variadas facetas e graduações nas diferentes re-
giões do país.
- Não é a mesma cultura da escola, do saber sistemático, 
erudito,	científico,	técnico	e	impessoal;
- Como conhecimento, costuma ser desprezada pelo mo-
delo	oficial.
Fonte: AZEVEDO, Ricardo. Cultura popular, literatura e padrões culturais. 2008. Disponível em: <<http://
www.ricardoazevedo.com.br/>>. Acesso em: 30 jun. 2020.
Mesmo	que	muitas	 vezes	 desprezadas	 pelo	modelo	 de	 cultura	 oficial,	 a	 cultura	
popular é conhecida em seu discurso pelo vínculo que possui com a oralidade, sendo 
marcada pela transmissão feita de maneira informal e espontânea através do boca a boca, 
essa cultura ainda é chamada de cultura é a chamada empírica, uma vez que o Brasil é 
um país muito abrangente, marcada pela diversidade cultural, com costumes e crenças 
diferentes.	Diferente	do	texto	escrito	-	cultura	oficial	-	que	por	estar	fixado,	o	seu	discurso	
escrito pode atravessar o tempo. 
Além disso, o discurso do texto deve ser mais complexo, seguir uma ordem, ser 
esclarecedor e, também prever alguns questionamentos do possível leitor. Em síntese, po-
de-se dizer que tanto o discurso escrito quanto o discurso oral possuem objetivos diferentes, 
exigem diferentes estratégias de pensamento, bem como seguem a modelos construtivos 
diferentes. (AZEVEDO, 2008).
31UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
SAIBA MAIS
Cultura	é	um	termo	com	muitíssimos	significados.	A	seguir	três	dos	mais	importantes:
Cultura no pensamento da sociologia: “Uma cultura constitui um corpo complexo de 
normas, símbolos, mitos e imagens que penetram o indivíduo em sua intimidade, estrutu-
ram os instintos, orientam as emoções”. (MORIN, apud PROENÇA FILHO, 2009, p. 37).
Cultura no pensamento católico: “pela palavra ‘cultura’ em sentido geral, indicam-se 
todas as coisas com as quais o homem aperfeiçoa e desenvolve as variadas qualidades 
da alma e do corpo; procura submeter a seu poder pelo conhecimento e pelo trabalho, 
o próprio orbe terrestre, torna a vida social mais humana, tanto na família quanto na co-
munidade	civil,	pelo	progresso	dos	costumes	e	da	instituição;	enfim,	exprime,	comunica	
e conserva, em suas obras, no decurso do tempo, as grandes experiências espirituais e 
as aspirações, para que sirvam ao proveito de muitos e ainda, de todo o gênero huma-
no”. (PROENÇA FILHO, 2009, p. 37).
Cultura no pensamento antropológico: “o conjunto e a integração dos modos de pen-
sar, sentir e fazer adotados por uma comunidade, na busca de soluções para os proble-
mas da vida humana associativa”. (PROENÇA FILHO, 2009, p. 37).
Fonte: PROENÇA FILHO, D. A linguagem literária. 8 ed. rev. São Paulo: Ática, 2009. (Série Princípios).
1.3 A cultura na escola e literatura de cordel como forma de ensino-aprendizagem da 
língua materna 
A escola é um lugar onde se pode vislumbrar a diversidade cultural, todavia, apesar 
de estar tão presente neste ambiente, muitas vezes ela não tem sido tão valorizada e 
trabalhada como deveria. Os livros literários estimulam a imaginação, a fantasia, que são 
fundamentais para o desenvolvimento, por esse motivo, eles precisam ser explorados de 
maneira que o aluno se sinta envolvido pela leitura. Colaborando com nossos estudos 
Cosson (2006, p. 16), diz que: 
32UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
Na escola, a leitura literária tem a função de nos ajudar a ler melhor, não 
apenas porque possibilita a criação do hábito da leitura ou porque nos forne-
ce, como nenhum outro tipo de leitura faz, os instrumentos necessários para 
conhecer	e	articular	com	proficiência	o	mundo	feito	linguagem.
Neste	 sentido	 fica	 claro	 que	a	 linguagem	está	 presente	em	 todos	os	 lugares,	 e	
oportuniza contatos, interação, aprendizagem, conhecimento, e por meio dela os indivíduos 
se tornam humanizados. A poesia contida na literatura desenvolve no aluno a sensibilidade 
e o caráter humanizador, daí a sua importância na escola. Considerando a função cultural 
social que a arte e a obra literária exercem na vida do indivíduo, é necessário escolher 
um gênero literário que revele essa diversidade cultural existente no Brasil, com intuito de 
respeitar tais diferenças. (AUGUSTI; SILVA, 2016)
No Brasil, a literatura ou poesia de cordel como é chamada, é uma manifestação 
cultural muito importante por suas características. Composta por poemas escritos, em 
formato de músicas ou mesmo vídeos que enfatizam a cultura/literatura nordestina, são ca-
pazes de despertar nos alunos o interesse pela leitura literária e o respeito pela diversidade. 
Esse gênero carrega consigo expressões e histórias que estão relacionadas com a cultura 
popular e por suas peculiaridades literárias, em relação a outros gêneros não literários. 
(AUGUSTI; SILVA, 2016).
Diante	disso	fica	evidente	a	importância	do	uso	da	literatura	de	cordel	no	ambiente	
escolar, mais para isso é preciso repensar o processo de ensino-aprendizagem e as meto-
dologias utilizadas, tanto no que se refere a sua história quanto ao seu modelo ideológico, 
sem	que	haja	paradigmas	em	relação	ao	caráter	literário.	A	finalidade	da	literatura	de	cordel	
deve ser a de levar o aluno a compreender e reconhecer a função social do cordel enquanto 
linguagem literária na formação do leitor. Sendo assim, compreende-se que: 
[...]	crescemos	como	leitores	quando	somos	desafiados	por	leituras	progres-
sivamente mais complexas. Portanto, é papel do professor partir daquilo que 
o	aluno	já	conhece	para	aquilo	que	ele	desconhece,	a	fim	de	proporcionar	o	
crescimento do leitor por meio da ampliação de seus horizontes de leitura. 
(COSSON, 2006, p. 35)
Tal	desafio	é	pertinente,	uma	vez	que	possibilita	por	meio	da	diversidade	de	textos	
literários, uma ação didática que é sobremaneira necessária para a formação do leitor 
amadurecido. 
De acordo com Bordini; Aguiar (1993, p. 86), uso da literatura de cordel como méto-
do de ensino em que se reconhece a função social do gênero, enfatiza a comparação entre 
o familiar e o novo, entre o próximo e o distante no tempo e no espaço por meio de cinco 
etapas a seguir:
33UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
A Primeira Etapa refere-se à Determinação do Horizonte de Expectativas- 
momento	de	verificação	dos	interesses	dos	alunos,	a	fim	de	prever	estratégias	
de ruptura e transformação dos discentes. A Segunda Etapa destaca o Aten-
dimento do Horizonte de Expectativas -momento de proporcionar aos alunos 
experiências com textos literários que satisfaçam suas necessidades quanto 
ao objeto escolhido e às estratégias de ensino. A Terceira Etapa apresenta 
a Ruptura do Horizonte de Expectativas momento de trabalhar com textos e 
atividades de leitura que abalem as certezas e costumes dos alunos. A Quarta 
Etapa está relacionada ao Questionamento do Horizonte de Expectativas- 
fase em que serão comparados os dois momentos anteriores relacionando 
texto com vivência pessoal. A Quinta e última Etapa refere-se à Ampliação do 
Horizonte de Expectativas- etapa em que os alunos tomarão consciência das 
alterações e aquisições através da experiência com a literatura.
Neste contexto o professor deve ser o mediador do processo de ensino-apren-
dizagem,	em	que	seu	papel	é	o	de	estar	atento	às	dificuldades	do	aluno.	O	professor	de	
intervir apresentando ao aluno o autor do texto, trazer para o ambiente de aprendizagem o 
contexto histórico que envolve o texto apresentado, comentar sobre o local em que a his-
tória	acontece,	a	época,	qual	o	objetivo	do	texto,	enfim,	juntos,	professor	e	alunos	deverão	
explorar juntos os textos, analisar as informações nele contidas, utilizar das pistas que ele 
oferecea	fim	de	descobrir	as	informações	que	estão	implícitas	por	meio	da	interpretação	e	
assim	dar	significado	ao	texto.	(AUGUSTI;	SILVA,	2016)
Essas ações farão com que o aluno desenvolva a autonomia e o gosto pela leitura, 
porém é preciso levar em conta que este é um trabalho progressivo e gradual que deve 
acontecer de maneira frequente nas aulas, mais que deve ser realizado de forma que não 
sufoque a viva interação do aluno com a obra literária, o que pode prejudicar a formação do 
futuro leitor literário. Ainda é válido ressaltar que o professor é referência para os alunos, 
portanto a leitura deve ser uma prática em sua vida. Quando o professor ama a leitura 
literária e faz dela uma prática, ao ler para os alunos ele mergulha no contexto da história, 
e consegue transmitir ao aluno seu entusiasmo, podendo até contagiá-los. (AUGUSTI; 
SILVA, 2016)
Como já estudado na unidade I deste material, o acesso aos livros na Idade Mé-
dia era algo que pertencia a classe alta, e o acesso à escola era privilégio dos senhores 
detentores de posse. Entretanto nos dias atuais ainda é possível perceber fragmentos da 
desigualdade social daquela época. Desta maneira, os livros devem estar presentes nas 
aulas, em locais onde os alunos possam manuseá-los livremente, os livros devem ser di-
versificados,	pois	muitas	vezes	o	aluno	só	tem	acesso	a	eles	na	escola.	
Para	finalizar	nossos	estudos	acerca	do	uso	da	 literatura	de	cordel	no	ambiente	
escolar, não podemos deixar de enfatizar a importância de o professor intermediar o conta-
34UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
to do aluno com o texto escrito, porém sem desmerecer seu potencial, pois a leitura é um 
processo de constante aquisição. 
Sob esta perspectiva, o aluno quando vem para a escola já traz consigo uma 
bagagem de conhecimento denominado conhecimento empírico, é na neste espaço que 
ele	ampliará	seus	conhecimentos	e	os	transformará	em	conhecimentos	científicos	e	estes	
precisam	ser	significativos	para	ele.	O	aluno	precisa	entender	que	a	escola	vai	ensinar	o	
que	ele	precisa	saber	para	se	tornar	um	cidadão	autônomo,	participativo	e	crítico	garantindo	
assim seu espaço na sociedade.
35UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
2 A FORMAÇÃO DO LEITOR
Neste tópico estudaremos algumas questões que estão relacionadas ao uso da 
literatura infantil na escola, como a contação de histórias e a iniciação a leitura, que são 
alguns dos aspectos fundamentais na formação do leitor. 
2.1 A contação de histórias na formação do leitor
Iniciaremos nossa conversa com uma questão muito comum em nossa área, que 
é	 “como	 formar	 um	 leitor”?	Na	 área	 da	 educação	 alguns	 questionamentos	 referentes	 a	
formação de um leitor, são fundamentais. O trabalho que o professor vai exercer e as 
escolhas que ele pode fazer ajudarão na compreensão do seu trabalho. 
O professor é responsável por escolher a obra que seja apropriada ao leitor infantil, 
escolher recursos metodológicos que sejam mais efetivos e que estimulem tanto a leitura, 
quanto a compreensão das obras, em que os alunos consigam verbalizar o que aprendeu.
(ZILBERMAN, 1982, p.26 apud COSTA, 2007). Porém para que o professor consiga al-
cançar esses objetivos é preciso que ele esteja habilitado para isso. E isso acontecerá no 
ensino superior. 
Costa (2007, p. 41-42), ainda menciona alguns fatores que são necessários a essas 
habilidades, 
[...]como o conhecimento de um acervo literário representativo; o domínio de 
critérios estéticos de modo a discernir quais são as obras de valor; conhecer 
36UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
o conjunto literário destinado às crianças, com destaque para a sua trajetória 
histórica, bem como os autores da atualidade de maior representatividade; 
saber manipular técnicas e métodos de leitura. 
Se o professor possuir essas habilidades, pode-se pressupor que ao realizar um 
trabalho	com	a	literatura	infantil,	este	produza	resultado	satisfatório	e	eficaz.	A	construção	
da literatura é algo que depende de alguns princípios que vão norteá-la, pois é um processo 
lento que vai se formando gradativamente, uma vez que ler é encontrar sentido e se inte-
ressar pela leitura, aprender e se sentir competente para realizar as tarefas de leitura, além 
de	sentir	que	a	aprendizagem	como	uma	experiência	emocional	e	gratificante.	(SOLÉ,	1998	
p. 172, apud COSTA, 2007). 
Diante disso é claro que a qualidade e a dedicação quando empreendidas no ensino 
da leitura produzirão no leitor infantil o prazer em ler, fará com que se sinta satisfeito com 
a leitura e com o resultado obtido por meio do texto lido. Tal prazer pode ser resultante da 
emoção	motivada	por	um	poema,	ou	por	se	identificar	com	algum	personagem	ou	mesmo	
com a história, ou simplesmente por ter aprendido algo com a leitura. 
Aprender	 a	 ler,	 também	 significa	 aprender	 a	 ser	 ativo	 ante	 a	 leitura,	 ter	
objetivos para ela, se auto interrogar sobre o conteúdo e sobre a própria 
compreensão.	Em	suma,	significa	aprender	a	ser	ativo,	curioso	e	a	exercer	
controle	 sobre	a	própria	aprendizagem,	 (SOLÉ	1998,	p.	 172	apud	COSTA	
2007, p. 44).
Entende-se então que o papel do professor é o de conduzir o aluno e orientá-lo, mais 
sem lhe dar uma resposta pronta. Ele deve estimular o pensamento do leitor, incentivá-lo, 
instigá-lo a levantar questionamentos sobre o que leu, deixando que ele chegue sozinho às 
respostas.	Costa	(2007,	p.	44),	afirma	que,	“professor	e	aluno	devem	integrar-se	com	igual	
determinação e vontade na aprendizagem do intercâmbio produtivo com textos literários”. 
Para que esse processo de desenvolvimento dê certo, é preciso que ele esteja estruturado 
em três pilares, são eles: autor, leitor e professor. 
O autor é o responsável pela produção da obra, é ele quem vai atribuir a ela as 
intenções e sua beleza. O leitor é o aluno que busca sentido no texto por meio de sua ex-
periência pessoais e também pelo repertório que já possui e por último vem o professor, tão 
importante quanto o autor, pois devido a sua maturidade, seu conhecimento e metodologia, 
vai mediar o aluno, possibilitando a ele um ambiente favorável à leitura.
37UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
REFLITA
Você sabia que ler desenvolve o cognitivo, amplia vocabulário, ativa o senso crítico 
e	estimula	a	percepção	 intelectual?	Além	disso,	 favorece	a	 inserção	do	 indivíduo	na	
sociedade, onde os textos escritos estão acima dos textos verbais, ou seja, a leitura o 
capacita a exercer sua cidadania. Porém nem sempre foi assim:
“Do ponto de vista histórico, a situação de desigualdade entre elementos alfabetizados e 
analfabetos produziu uma relação de domínio dos primeiros sobre os segundos, que se 
acrescentou a todas as outras formas de dominação social. Já a Revolução Francesa de 
1789	postulará	a	abertura	de	escolas	públicas	com	o	fim	de	levar	as	letras	até	o	povo,	de	
modo a promover uma maior igualdade social” (BORDINI; AGUIAR 1993, p.10).
Ainda neste contexto histórico , surgiu a escola pública, porém as diferenças sociais 
permaneceram, uma vez que a escola constituiu um caráter dominador e da elite, fazen-
do com que os menos favorecidos permanecessem excluídos e não tivessem acesso a 
essa cultura, o que acontece até os dias atuais, pois muitos ainda continuam sem aces-
so e excluídos da sociedade. 
Fonte: BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira. Literatura: a formação do leitor (alternativas 
metodológicas). 2.ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
2.2 A formação do hábito da leitura na visão de Richard Bamberger
Sobre o hábito da leitura, Bamberger (2000, p. 24-25 apud COSTA 2007, p. 45-54), 
diz que para a formação do leitor é importante: 
Promover a prontidão para a leitura em todos os níveis: 
●	 Ler em voz alta e falar, sobre a leitura os alunos na pré-escola e nos primeiros 
anos do ensino fundamental é de extrema importância, pois ajuda a desenvolver 
o vocabulário e desperta o interesse pela leitura.●	 Proporcionar	 o	 contato	 da	 criança	 com	 textos	diversificados,	 desde	poemas,	
contos,	mostrar	figuras,	ajudam	a	estimular	a	imaginação,	fazendo	com	que	a	
criança mergulhe no universo da imaginação. 
●	 Promover um ambiente que seja agradável e que favoreça a leitura.
38UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
Com esse processo a criança aprenderá a reconhecer o herói da história, o tempo 
da história, espaço, movimento, personagens, ação narrativa, bem como se familiarizar 
com as metáforas, sinestesias e imagens. A criança também pode demonstrar que sente 
prazer na leitura de determinada história, ao pedir que contem para ela várias vezes a 
mesma narrativa. Isso é importante e deve ser estimulado. 
Prática da leitura silenciosa:
●	 É	muito	importante	na	formação	do	leitor	que	ele	se	habitue	a	leitura	silenciosa,	
pois ela é quem dá a base da educação individual e ajuda a desenvolver o 
imaginário, as emoções, sem que precise da intervenção do adulto.
Nos dias atuais, os livros infantis são bem proveitosos, pois vem repleto de ilustra-
ções e textos escritos, permitindo a criança que ainda não está alfabetizada a convivência 
com os livros através das imagens que estes oferecem. A leitura dessas imagens leva a 
criança a entrar no universo da leitura mesmo que não verbalmente. Daí a importância 
de estimular esse comportamento na criança pois ele irá prepará-la para os textos mais 
complexos que ela terá contato futuramente.
Ensino individualizado da leitura em todos os níveis da escolarização:
●	 Pesquisas indicam que quando o método de ensino da leitura é individualizado, 
o prazer e interesse são maiores. 
●	 Apesar da leitura individualizada despertar maior prazer, ele não deve ser dog-
matizado e o professor deve estar preparado para perceber em quais momentos 
a leitura deve ser trabalhada individualmente ou em grupo. 
Alternar entre a leitura silenciosa e leitura em voz alta é recomendável na literatura, 
essa leitura em voz alta geralmente é realizada pelo professor, para que o ritmo e a entona-
ção da leitura não se percam. (COSTA, 2007).
39UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
Adaptação das habilidades envolvidas na leitura quanto ao material e aos objetivos 
da leitura:
●	 O leitor passa a ler melhor e assimilar mais rápido o conteúdo à medida que vai 
ganhando prática e autonomia na leitura. 
●	 Levar em consideração que cada texto requer uma desenvoltura diferente é um 
fator importante na prática pedagógica que deve adequar a escolha dos textos 
de acordo com os objetivos que desejam alcançar.
Assim, exercitar a leitura em voz alta é importante, pois ela exige do leitor entonação 
vocal e interpretação, mais sempre levando em consideração a importância de realizar uma 
leitura	prévia	a	fim	de	se	familiarizar	com	o	conteúdo.	
Se a leitura for realizada pela criança, o professor deve prepará-la para que realize 
a interpretação em voz alta da forma mais adequada possível. Deve-se evitar improvisos, 
erros e defeitos de prosódia e dicção e balbucios que comprometem a qualidade da ento-
nação. (COSTA, 2007).
Treinamento sistemático de consecução da leitura:
●	 Neste momento, avaliar a velocidade e compreensão em relação a leitura é 
importante. 
●	 Primeiramente, é importante delimitar o sentido de velocidade e de compreensão 
do	texto.	A	velocidade	se	refere	a	habilidade	de	ampliação	do	período	de	fixação	
e de aumento da concentração. Já a compreensão se refere a capacidade do 
leitor assimilar o conteúdo na mesma proporção em que o texto progride, ou 
seja,	conforme	o	aluno	lê,	ele	assimila	e	compreende	o	significado	do	texto	lido.	
●	 Ao	final	o	professor	poderá	avaliar	o	progresso	do	aluno	levantando	questiona-
mentos, testes e discutindo sobre o tema trabalhado. 
É	válido	ressaltar	que	não	se	deve	utilizar	a	leitura	silenciosa	ou	em	voz	alta	como	
parâmetro	para	a	avaliação	do	domínio	da	ortografia,	ela	deve	ser,	na	verdade,	um	exercício	
que desperte prazer no leitor.
40UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
Mensuração e avaliação do progresso:
●	 Acompanhar	 de	 perto	 o	 progresso	 do	 aluno	 é	 importante.	 É	 necessário	 que	
sejam realizadas avaliações diferenciadas, de acordo com o desenvolvimento 
de formação do leitor. 
●	 O	professor	deve	evitar	o	uso	de	fichas	e	resumos	que	forcem	a	interpretação	
e avaliação do aluno, esses processos são engessados e não contribuem para 
o desenvolvimento. 
●	 Durante o processo de avaliação é interessante que o professor utilize sua 
criatividade	para	encontrar	formas	de	avaliação	que	sejam	coerentes	e	eficazes	
no decorrer da rotina escolar. 
Seleção de material de leitura para o ensino:
●	 É	importante	que	o	aluno	tenha	acesso	a	um	material	diversificado,	assim	ele	
terá a chance de descobrir o que mais lhe agrada, o que é mais interessante 
e o que é mais divertido para ele. Isso faz com que sua capacidade de leitura 
aumente, além de contribuir para a que o hábito da leitura se torne algo cons-
tante na vida do leitor. 
Os bons livros infantis, por conseguinte, são o fundamento do ensino da 
leitura. Os interesses pelo enredo e pelo destino das personagens levam a 
criança a terminar o livro num certo prazo de tempo. Quando isso acontece, 
obtém-se	o	efeito	prático	tão	necessário	à	compreensão	na	leitura.	É	nesse	
ponto	que	a	 influência	da	sala	de	aula	se	combina	com	as	 inclinações	na	
esfera pessoal (BAMBERGER, 2000, p. 24 apud COSTA, 2007, p. 52).
Neste sentido, o professor, deve ter consciência de que para que seu trabalho 
com o texto literário seja efetivo, ele deve ter sua sensibilidade em relação às obras bem 
apuradas e desenvolvidas. Deve conhecer as obras, quais são mais apropriadas, quando 
foram publicadas, quantas edições possuem, além de conhecer um pouco da história dos 
autores. Ele também precisa ter um conhecimento detalhado sobre as funções que a litera-
tura possui, de forma que por meio desses conhecimentos saiba como utilizar cada texto. 
Ademais, é importante que o professor que ensina a literatura e a prática da leitura 
esteja ciente dos interesses dos alunos, conheça os livros infantis da atualidade, sem deixar 
de	lado	os	clássicos	da	literatura	infantil,		tenha	consciência	filosófica,	seja	desprovido	de	
preconceitos, goste de textos que promovam a emancipação e sejam inovadores. Devem 
ser bons leitores, ter conhecimento e uma formação sólida das letras, ter fundamentação 
41UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
teórico-metodológica. Essas são algumas das características positivas que poderão contri-
buir	para	um	trabalho	produtivo	e	eficaz	para	o	desenvolvimento	e	formação	do	leitor.	
Em contrapartida, ao papel do professor, a escola também precisa estar adaptada e 
habilitada oferecendo subsídios ao professor, para que este consiga desempenhar seu pa-
pel. Possuir uma biblioteca que disponha de um bom acervo, é fundamental neste processo 
e, sobretudo, ter programas de ensino que valorizem a leitura e a integração entre aluno e 
professor, esta, por sua vez deve ser democrática e simétrica. (COSTA, 2007). 
Para	finalizarmos	nossos	estudos	em	relação	a	formação	do	leitor,	e	não	menos	
importante, é a qualidade empregada na literatura infantil brasileira, uma vez que, o uso do 
lúdico e o descompromisso textual, atrelados a linguagem empregada e diversidade dos 
temas torna mais prazerosa a experiência da leitura.
42UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
4 LITERATURA E CONCEITO DE LETRAMENTO
O	letramento	é	um	assunto	muito	discutido	entre	os	profissionais	da	educação,	e	
apesar de ser um tema novo, tem sido propagado não só no mundo acadêmico, ele vem 
ganhando espaço na escolas, nos cursos de formação para professores e também em 
pesquisas acadêmicas, sendo assim pode-se perceber que de certo modo o letramento é 
algo que está intrinsecamente ligado a vida em sociedade. No ambiente escolar, é um fator 
de grande relevância para o processo de ensino que o professorsaiba como lidar com os 
diversos tipos de letramento e consiga guiar o aluno para que este também seja capaz de 
desenvolver outros tipos de letramento.
Neste tópico destacaremos o letramento literário, o qual tem como objetivo a for-
mação de futuros leitores que sejam críticos, que possam compreender a literatura em 
seu contexto, e para que isso aconteça é importante que o aluno seja inserido no mundo 
da literatura. Será apresentado também os conceitos de letramento literário, bem como 
algumas sugestões sobre como trabalhar este assunto em sala de aula para uma escola-
rização correta do texto literário. Não obstante, a literatura é um recurso importante para a 
educação	e	ler	serve	como	uma	base	para	o	início	e	o	fim	do	letramento	literário.
43UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
4.1 O que é o letramento afinal? 
O letramento surgiu no Brasil, a pouco mais de duas décadas, pela necessidade 
que emergia de caracterizar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura 
e	escrita.	Comportamentos	estes	que	iam	além	do	domínio	do	alfabeto	e	da	ortografia.	A	
partir	do	momento	em	que	a	vida	social	e	as	atividades	profissionais	se	tornaram	cada	vez	
mais	 direcionadas	 e	 dependentes	 da	 linguagem	escrita,	 expondo	 assim	 ser	 insuficiente	
apenas alfabetizar a criança e ou o adulto, foram se tornando mais visíveis os comporta-
mentos e práticas sociais de leitura. (SOARES, 2004). Lembrando ainda que alfabetização 
e	letramento	são	dois	processos	distintos	cada	um	com	suas	características	e	especificida-
des. De acordo com Soares, (2003, p. 90):
Embora	 correndo	 o	 risco	 de	 uma	 excessiva	 simplificação,	 pode-se	 dizer	
que a inserção no mundo da escrita se dá por meio da aquisição de uma 
tecnologia – a isso se chama alfabetização, e por meio do desenvolvimento 
de competências (habilidades, conhecimentos, atitudes) de uso efetivo des-
sa tecnologia em práticas sociais que envolvem a língua escrita – a isso se 
chama letramento.
Soares reforça ainda que o letramento é aquilo que a pessoa faz com as habilidades 
da leitura e da escrita em um determinado contexto, e também como essas habilidades vão 
se relacionar com as necessidades, com os valores e as práticas sociais de determinado 
indivíduo. (SOARES, 2004). Desta forma, é válido ressaltar que o letramento é uma prática 
social não sendo apenas um processo pessoal. 
4.2 Relembrando sobre o conceito de letramento
O	conceito	de	letramento	engloba	a	leitura	e	a	escrita,	que	embora	sejam	fenôme-
nos distintos se complementam e constituem conforme Soares (2004, p. 48-49) um “[…] 
conjunto de habilidades, comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e com-
plexo continuum”, ou seja, conforme explicitado pela autora, o indivíduo pode ter facilidade 
em escrever o seu nome, mais não ser capaz de escrever um bilhete, ou ainda, ser capaz 
de ler um bilhete, mas não conseguir ler uma reportagem. Neste sentido corroborando 
com nossos estudos Soares (2004) diz que “[…] há diferentes tipos e níveis de letramento, 
dependendo das necessidades, das demandas do indivíduo e de seu meio, do contexto 
social e cultural” (SOARES, 2004, p. 48- 49).
44UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
Contribuindo com a fala de Soares, Kleiman (1995) enfatiza o letramento como 
uma prática discursiva de um determinado grupo social, mas que não necessariamente 
envolvem	atividades	de	leitura	e	escrita,	mas	que	tem	como	função	tornar	significativa	a	
interação oral por meio da sua relação com a escrita. Assim, o letramento é um conjunto de 
práticas sociais que que vai além da escrita. Ela ainda ressalta o letramento como termos de 
práticas sociais, e que estes são aspectos não só culturais, mas também de estruturas de 
poder que se fazem presentes na sociedade. Isto posto, as práticas letradas são produtos 
da cultura, da história e dos discursos. (KLEIMAN, 1995).
Já Street (2014), apresenta uma visão mais ampla e atualizada do conceito de 
letramento. O autor vê o letramento como uma prática social que salienta a natureza social 
da leitura e da escrita, bem como o múltiplo caráter das práticas de letramento. Ele se vale 
de perspectivas transculturais, da natureza social do letramento para se opor àquilo que 
chama	de	perspectiva	“autônoma”,	orientada	para	as	habilidades.	Ele	ainda:
• Reconhece a existência de múltiplos letramentos praticados em contextos reais;
• Sugere aos leitores que rejeitem uma visão etnocêntrica e hierárquica; 
• Orienta que os leitores privilegiem uma forma particular de letramento diante 
das muitas variedades existentes;
• Em oposição a essa perspectiva, o autor propõe um modelo ideológico de 
letramento reconhecendo que as práticas de leitura e escrita estão inseridas 
não	 em	 significados	 culturais,	 e	 também	 nas	 alegações	 ideológicas	 sobre	 o	
que é considerado como letramento, e nas relações de poder que estão a ela 
associadas (STREET, 2014).
Ainda de acordo com o autor, “recentemente, porém, a tendência tem sido no rumo 
de uma consideração mais ampla de letramento como uma prática social e numa perspec-
tiva transcultural.” (STREET, 2014, p. 17).
Desta	forma	finalizamos	nossos	estudos	sobre	os	conceitos	de	letramento	na	visão	
dos	três	autores	citados	verificando	a	importância	de	compreendermos	o	letramento	como	
algo que vai além da leitura e da escrita, mas como uma prática social que faz parte da 
formação social dos alunos.
45UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
4.3 O letramento literário como caminho para uma adequada escolarização e forma-
ção de leitores em idade escolar
Um dos fatores que tem contribuído para uma má formação dos leitores em fase 
escolar é a escolarização inadequada da literatura neste ambiente. Soares (2006), abre 
uma discussão sobre essa escolarização e traz exemplos de como acontece e mostra 
caminhos que podem levar a mudanças que são possíveis e necessárias neste contexto. 
A autora ainda divide as instâncias de escolarização em três níveis, conforme demonstra o 
quadro a seguir:
Quadro 2: Instâncias de escolarização
1. BIBLIOTECA ESCOLAR
- O espaço de guardar livros e de acesso à lite-
ratura
2. A LEITURA E ESTUDOS DE LIVROS 
DE LITERATURA
-	É	orientada,	determinada	e	avaliada
3. A LEITURA E O ESTUDO DE TEXTO
- A literatura é apresentada por meio de fragmen-
tos para serem lidos, compreendidos e interpre-
tados
Fonte: SOARES, Magda. A escolarização da literatura infantil e juvenil. In: EVANGELISTA, Aracy A.M.; 
BRANDÃO, Heliana M.B.; MACHADO, Maria Z. V. (ORG.) Escolarização da leitura literária. 2º. ed., Belo 
Horizonte: Autêntica, 2006.
É	possível	verificar	que	na	última	instância,	a	escolarização	da	literatura	é	inadequada	
, uma vez que promove a leitura de fragmentos de textos literários fora de seus contextos, 
apresenta, títulos e gêneros em quantidade limitada, não obtém critérios na escolha de 
autores e obras, as atividades propostas não visam à textualidade ou literalidade, transfor-
mando o texto literário em um mero texto informativo, que tem como pretexto exercícios de 
metalinguagem. Essa conclusão foi obtida, após análise de livros didáticos utilizados por 
alunos do 1º ao 4º ano do ensino fundamental I. (SOARES, 2006).
A autora ressalta que é papel da escola a didática dos conhecimentos e as práticas 
culturais, mas que também é possível fazer uma escolarização adequada, 
Distinguimos entre uma escolarização adequada e uma escolarização ina-
dequada da literatura: adequada seria aquela escolarização que conduzisse 
eficazmente	às	práticas	de	leitura	literária	que	ocorrem	no	contexto	social	e	às	
atitudes e valores próprios do ideal do leitor que se quer formar; inadequada 
é	aquela	escolarização	que	deturpa,	falsifica,	distorce	a	literatura,	afastando,	
e não aproximando, o aluno das práticas de leitura literária, desenvolvendo 
nele resistência ou aversão ao livro e ao ler. (SOARES, 2006, p. 47)
46UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
Assim sendo, seo processo de escolarização for realizado de forma caracterizada, 
respeitando	sua	 função	social	ela	pode	contribuir	significativamente	para	a	 formação	do	
aluno leitor dentro daquilo que chamamos de uma perspectiva do letramento literário.
4.4 Letramento literário como uma proposta de trabalho nas escolas
Quando se trata de leitura literária, muitos se enganam com o fato de achar que 
a leitura é somente prazer. As pessoas não nascem gostando ou não de ler. Essa é uma 
habilidade que deve ser despertada no indivíduo.
Em sala de aula, é comum ver os professores utilizando os gêneros literários ape-
nas como pretexto para ensinar alguns aspectos gramaticais da língua (COSSON, 2006). 
Infelizmente isso é um erro, pois a literatura deveria ser vista com prioridade nas escolas. 
Mas para que isso aconteça é necessário repensar o conceito de literatura, e torná-lo uma 
prática	significativa	de	ensino-aprendizagem,	considerando	também	seu	valor	e	a	função	
social que ela exerce na vida do leitor. 
Visando melhorar a prática do ensino da literatura no ambiente escolar, estudiosos 
mostram o letramento literário, como sendo uma forma mais amplas do ensino da literatura 
(SILVA;	SILVEIRA,	2011).	Autores	como	Paulino	(1998),	define	que,	embora	passem	pela	
escola, o letramento literário ainda é uma apropriação pessoal de práticas de leitura e 
escrita, assim como os outros tipos de letramento. Neste tipo de letramento, muitas vezes 
não são cobradas as habilidades de escrita literária, por serem constituídas apenas como 
escolhas individuais (PINHEIRO, 2006).
Formar um leitor literário consiste em torná-lo alguém que saiba escolher as suas 
leituras	e	que	aprecie	as	construções	e	significações	verbais	que	compõe	as	obras	literárias,	
além de saber usar estratégias de leituras que sejam adequadas a esses textos, aceitar 
o	pacto	ficcional	proposto,	reconhecer	as	marcas	linguísticas,	entre	outras	características	
que	são	específicas	das	obras	literárias.	(PAULINO,1998).
Cosson (2006) apresenta algumas estratégias que visam contribuir com o desen-
volvimento do letramento literário na escola, e que serão elencadas a seguir: 
●	 Ele vê a leitura como objetivo principal desse tipo de letramento;
●	 A leitura deve ser discutida, questionada e analisada;
●	 Essa proposta consiste em uma sequência básica e uma sequência expandida 
de letramento literário.
47UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
Apresentamos os passos da sequência básica, conforme quadro a seguir:
Quadro 3: Passos da sequência básica
1º PASSO
- Motivação, preparação do aluno para entrar no texto;
-	Esse	primeiro	encontro	vai	definir	se	ouve	ou	não	sucesso	no	
encontro do leitor com a obra.
2º PASSO
- Apresentação do autor e da obra por meio da introdução;
- Função: permitir ao aluno receber de forma positiva a obra 
literária;
- A introdução deve ser breve.
3º PASSO
- Leitura em si; 
-	É	uma	atividade	escolar,	portanto	precisa	ser	acompanhada	
pelo professor;
-	 O	 professor	 deve	 auxiliar	 os	 alunos	 em	 suas	 dificuldades,	
principalmente no ritmo de leitura; 
- No caso de textos extensos, orienta-se que a leitura seja feita 
em casa, em bibliotecas ou em salas de leitura respeitando o 
tempo.
- Em sala de aula é importante os alunos apresentarem o re-
sultado da leitura, como sendo um processo de apropriação do 
letramento literário.
4º PASSO
- Interpretação;
- Deve ser pensado em dois momentos: interior e exterior;
- Momento interno: individual, acompanha a obra palavra por 
palavra, decifra cada capítulo, até chegar à apreensão global 
da obra, é realizada após o término da leitura;
- Momento externo: concretização do ato de construção de sen-
tido em uma determinada comunidade de leitores;
- Nesse ponto, o letramento literário feito na escola se distingue 
da leitura literária.
Fonte: COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006.
A sequência expandida, tem como função orientar os professores do ensino médio, 
em que pretende deixar em evidência as articulações entre experiência, saber e educação 
literária. Nesta sequência permanecem a motivação, introdução e leitura. A interpretação 
passa a ser dividida em duas partes: primeira e segunda interpretação, em que a primeira 
se refere a apreensão global da obra, onde o aluno traduz a impressão geral do título e o 
impacto que este causou na sua senilidade enquanto leitor, em seguida conduz o aluno ao 
entendimento do contexto da obra e aprofundamento da leitura, essa contextualização está 
48UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
dividida	em	contextualização	teórica,	histórica,	estilística,	poética,	crítica,	presentificadora	e	
temática (COSSON, 2006).
A segunda interpretação compreende os aspectos da leitura aprofundada. Con-
siderada como uma viagem ao texto, pode apresentar diversos caminhos de acordo com 
a contextualização que foi apresentada. Já a expansão é mais um passo a ser seguido e 
tem como objetivo destacar as possibilidades de diálogo de uma obra com textos que a 
precederam, ou também como um diálogo construído entre o leitor e duas ou mais obras. 
Como a sequência básica está inserida na sequência expandida, é de responsabilidade do 
professor	definir	até	onde	pode	e	consegue	ir	com	os	alunos.	(COSSON,	2006).
É	válido	ressaltar	que	as	sequências	são	apenas	propostas	de	como	o	professor	
trabalhar o letramento literário em sala de aula, todavia, nada impede que este encontre 
novos	caminhos	para	trabalhar	adequadamente	este	tema.	É	preciso	que	as	práticas	de	
leitura no contexto escolar sejam revistas e problematizadas e o professor enquanto o 
mediador entre o aluno e o livro, tem a responsabilidade de apresentar em sala de aula 
obras literárias visando o letramento literário. (FERNANDES, 2011).
Desta maneira, é importante e necessário que a escola utilize estratégias de ensino 
que privilegiem a formação literária por meio da leitura, e ao professor enquanto principal 
mediador do conhecimento deve assumir a sua posição na condução deste processo para 
que o objetivo de formar o aluno enquanto leitor literário aconteça de forma satisfatória.
49UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Olá leitor, 
Chegamos	ao	final	de	mais	uma	unidade	de	estudos	do	nosso	material.	
Em nosso passeio pelo mundo da cultura literária foi possível responder aos ques-
tionamentos realizados na introdução desta unidade, onde compreendemos que a literatura 
é fruto da existência de uma cultura e que se não houver cultura, não há literatura. Também 
ficou	claro	que	a	cultura	está	intrinsecamente	relacionada	ao	homem	e	sociedade	e	que	lei-
tura é um ato social, é uma atividade peculiar ao sujeito contemporâneo e que está presente 
em	seu	cotidiano.	Verificamos	que	a	cultura	é	um	termo	com	muitíssimos	significados	e	é	
rica em diversidade e a escola é um lugar onde se pode vislumbrar a diversidade cultural.
Em seguida no tópico II, discutimos sobre a formação do leitor, o trabalho que o pro-
fessor vai exercer nesse processo de formação do aluno, e as habilidades que o professor 
precisa ter para desenvolver de forma satisfatória o seu papel. Abordamos alguns aspectos 
importantes para a formação do hábito da leitura na visão de Richard Bamberger. Também 
discutimos sobre a qualidade empregada na literatura infantil brasileira, o uso do lúdico e o 
descompromisso textual, que são fatores que torna mais prazerosa a experiência da leitura. 
No tópico III, foi possível relembrar sucintamente sobre o conceito de letramento. 
Destacamos o letramento literário e a sua importância na formação dos futuros leitores. 
Apresentamos também os conceitos de letramento literário como sendo uma forma mais 
amplas do ensino da literatura. Foram apresentadas também, algumas estratégias que 
podem contribuir com o desenvolvimento do letramento literário na escola e que privilegiem 
a formação literária por meio da leitura. 
E	para	 finalizarmos	nossos	estudos,	 verificamosa	 importância	do	professor	 en-
quanto mediador do conhecimento para que o objetivo de formar o aluno enquanto leitor 
literário aconteça de forma satisfatória e que o aluno precisa entender que a escola vai 
ensinar	o	que	ele	precisa	saber	para	se	tornar	um	cidadão	autônomo,	participativo	e	crítico	
garantindo assim seu espaço na sociedade. 
Assim sendo, espero com esse material desenvolvido com muito carinho e dedica-
ção tenha conseguido contribuir para o seu conhecimento e sua formação enquanto futuro 
profissional.	
Bons estudos e até a próxima unidade!
50UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
LEITURA COMPLEMENTAR 
Desde	a	criação	do	Instituto	do	Patrimônio	Histórico	e	Artístico	Nacional	–	IPHAN,	
ainda	inscrito	como	Serviço	do	Patrimônio	Histórico	e	Artístico	Nacional	–	SPHAN	na	dé-
cada	de	1930,	debatia-se	o	que	poderia	ser	considerado	patrimônio	cultural.	Neste	período	
coexistiam	 duas	 linhas	 de	 atuação	 no	 campo	 do	 patrimônio,	 a	 chamada	 “pedra	 e	 cal”,	
hegemônica,	na	prática,	pois	eram	os	tombamentos	que	construíam	o	patrimônio	histórico	e	
artístico	nacional;	e	a	de	referência	3,	hegemônica	no	plano	discursivo	(FONSECA,	2003).	
A primeira, herdada do pensamento de Rodrigo Melo Franco de Andrade, concebia 
o	 patrimônio	 alicerçado	 nas	 ideias	 de	 civilização	 e	 tradição,	 almejando	 civilizar	 o	Brasil	
através da tradição. A segunda, herdada de Mário de Andrade por Aloísio Magalhães, arti-
cularia as ideias de desenvolvimento e diversidade cultural, no sentido de que a diversidade 
cultural brasileira fosse levada em consideração no processo de desenvolvimento do país. 
Os dois discursos reconheciam a cultura brasileira sendo composta por outras dis-
tintas subculturas como a africana, ameríndia e européia. Mas os olhares eram diferentes: a 
primeira as via como estágios de evolução para chegar à civilização, enquanto a segunda, 
como formas de vida social e cultural atuais, diversas e em processo de transformação 
(GONÇALVES, 1996).
A narrativa de Rodrigo Melo Franco de Andrade arrazoava que a conservação do 
patrimônio	histórico	e	artístico	seria	uma	forma	de	educar	a	população	sobre	uma	unidade	
da nação e via os monumentos como signos de uma condição civilizada, “a materialização 
de valores permanentes da civilização” (GONÇALVES, 1996, p. 65). Nesse sentido, a pre-
servação das características dos monumentos cúmplices do pretérito de determinado lugar 
é que lhe abonava prestígio e expressão. 
É	oportuno	considerar	que	a	escolha	pelo	projeto	de	Rodrigo	Melo	Franco	ocorre	
pela	influência	européia	na	política	de	patrimônio	adotada	pelo	Brasil,	onde	o	termo	“pa-
trimônio”	adquire	seu	contorno	semântico	na	modernidade	e	por	ser,	a	cultura	européia,	o	
modelo visado. Mas há também o eclipse do projeto de Mário de Andrade ao não explicitar 
um instrumento que contemplasse a sua concepção do que estaria suscetível a ser patri-
mônio	cultural	brasileiro.	
Nos anos de 1980, no campo literário, também se percebia uma conversão na 
literatura, quando a escrita memorialista pode ser considerada integrante de “um processo 
de retomada da conscientização política operada pelo livro” (SANTIAGO, 1982, p. 34). 
51UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
Escritores como Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Darcy Ribeiro, Ariano Suassuna, 
Lins do Rego, Mário de Andrade, dentre outros, contribuíram para o fato de que, no livro, 
“o povo é dado a conhecer através das suas próprias manifestações: casos, contos, ro-
mances, provérbios etc, dado a conhecer pela sua produção poética (no sentido amplo)” 
(SANTIAGO, 1982, p. 37). 
Para Silvano Santiago ainda há, em alguns desses escritos, uma visão do que 
chama de classe dominante, em que o papel do escritor-intelectual é colher as informações 
dos indivíduos mantendo uma relação entre o contar e o contar direito, corrigido. Mas sem 
dúvida, contribuíram para a “vertente popular que vai sustentar as possibilidades de um 
discurso que atualize, sem preconceitos e sem demagogia” (SANTIAGO, 1982, p. 37), os 
autores que chamaria de romancistas-antropólogos. 
Assim	 é	 apropriado	 compreender,	 com	Chauí	 (1996),	 que	 há	 uma	 definição	 de	
critérios entre emissor e receptor, uma regra a ser respeitada entre quem pode dizer e 
quem pode ouvir. Existe o emissor autorizado e o receptor autorizado, sendo o primeiro o 
especialista, que possui o conhecimento que lhe permite fundamentar a falar; e o segundo 
aquele para o qual é concedido um espaço de opinião, aceitação ou recusa, mas dentro de 
um	espaço	de	atuação	que	já	lhe	foi	definido.	E	assim,	começou	essa	história.
Fonte: MASCARENHA, Denise dos Anjos. A literatura como forma de registro da cultura popular brasileira: 
cantorias, crenças e aforismos em grande sertão: veredas. II Seminário de Pesquisa da Faculdade de Ciên-
cias Sociais.	 Goiânia:	 2011.	Disponível	 em:	 <<https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/253/o/Denise_dos_An-
jos_Mascarenha.pdf>>.	Acesso	em:	30	jun.	2020.
52UNIDADE II A Literatura Infanto-Juvenil
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
• Título: Armazém do Folclore.
• Autor: Ricardo Azevedo.
• Editora: Ática, 2019.
• Sinopse: As histórias do rico repertório da cultura popular 
brasileira	ganham	ainda	mais	fluência	e	brilho	com	o	 texto	e	as	
ilustrações de Ricardo Azevedo, que pesquisa o tema há mais de 
20 anos. Neste “armazém”, as crianças encontram quadras popu-
lares, contos, adivinhas, brincadeiras com palavras e muito mais.
LIVRO
• Título: A Moreninha.
• Autor: Joaquim Manuel de Macedo.
• Editora: Ática.
• Sinopse: o romance A Moreninha é um clássico da nossa 
literatura e representa a narrativa romântica com características 
nacionais. Publicado em 1844, o Romantismo, como grande 
parte dos movimentos literários, tinha força na Europa. A obra 
de Joaquim Manuel de Macedo dá os primeiros passos para o 
Romantismo tipicamente brasileiro. A obra mostra os costumes e 
a	organização	da	sociedade	que	se	formava	no	século	XIX	no	Rio	
de Janeiro: os estudantes de medicina, os bailes, a tradição da 
festa	de	Sant’Ana,	o	flerte	das	moças	etc.	Também	está	presente	
a cultura nacional, através da lenda da gruta, em que o choro de 
uma moça que se apaixonou por um índio e não foi correspondida 
se transforma na fonte que corre na gruta.
FILME/VÍDEO
• Título: Memórias Póstumas.
• Ano: 2001.
• Sinopse:	o	filme	mostra	a	vida	de	Brás	Cubas,	contada	por	ele	
mesmo depois de sua morte. Entre as adaptações que o texto 
sofreu	nessa	produção,	há	um	fator	 temporal.	É	como	se	o	pro-
tagonista tivesse saído da tumba para contar sua história no ano 
2000.
53
Plano de Estudo:
●	 Narrativa infanto-juvenil.
●	 Trabalho com gêneros textuais por meio da literatura.
●	 Principais autores – Monteiro Lobato, Pedro Bandeira, Ruth Rocha e Ziraldo.
Objetivos de Aprendizagem:
●	 Conceituar e contextualizar as características da narrativa infanto-juvenil.
●	 Fundamentar as acepções referentes ao trabalho com gêneros textuais por meio 
da literatura.
●	 Apresentar informações sobre a vida e obra dos principais autores brasileiros de 
literatura infanto-juvenil.
UNIDADE III
Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
Professora Mestre Greicy Juliana Moreira
54UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), Olá! 
Seja muito bem-vindo(a) à unidade III. Agora, vamos viajar pelo encantador mundo 
do “Ensino da literatura infanto-juvenil.
Nossa	 primeira	 parada	 será	 para	 desvendar	 as	 especificidades	 do	 gênero	 em	
questão,	além	de	refletir	sobre	a	relevância	do	trabalho	com	literatura	em	sala	de	aula	e	o	
despertar do gosto pela leitura literária. 
No decorrer desse delicioso passeio, percorreremos os caminhos relacionados ao 
trabalho com os gêneros textuais por meio da literatura.
 Na última parada, vamos adentrar ao mundo dos principais autores de literatura 
infanto-juvenil, como por exemplo, Monteiro Lobato, Pedro Bandeira, Ruth Rocha e Ziraldo 
e	então,	conhecer	um	pouco	sobre	a	biografiadeles.	Depois,	vamos	mergulhar	nas	mais	
diversas obras e personagens criados por esses renomados e consagrados autores brasi-
leiros.
Embarque nessa maravilhosa viagem comigo e conheça mais sobre literatura 
infanto-juvenil, estudante!!!
55UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
1 NARRATIVA INFANTO-JUVENIL
Aluno(a), durante nossa viagem pelo maravilhoso mundo da literatura infanto-ju-
venil,	nessa	primeira	parada	da	unidade	III	(três),	vamos	conhecer	as	especificidades	da 
“narrativa infanto-juvenil”.
Para iniciarmos nosso diálogo sobre esse universo, precisamos, primeiramente, 
apresentar informações sobre a contextualização histórica desse gênero no Brasil, para 
entendermos mais sobre os primeiros registros. As primeiras produções são datadas no 
século	XIX,	porém	foi	somente	no	século	XX,	no	contexto	de	ascensão	da	família	burguesa,	
que houve efetivamente a consolidação de produções destinadas ao público em questão. 
Contudo, nessa época, a literatura estava relacionada à prática pedagógica, ou seja, o 
principal objetivo era trabalhar valores morais, descartando a função artística. Contudo, 
foi somente em 1920, quando Lobato lançou “A menina do narizinho arrebitado”, que a 
literatura ganhou destaque, ultrapassou as funções pedagógicas e deu lugar ao prazer e a 
aventura (COELHO, 2006).
Agora, estudante, com intuito de avançarmos em nossa viagem, vamos recorrer à 
classificação	dos	gêneros	literários.	Segundo	as	teorias	de	Platão	(A	república)	e	Aristóteles	
(Poética), eles são considerados um conjunto de textos, que possuem semelhanças entre 
formas	e	conteúdos,	classificados	em	três	grandes	categorias:	épico,	lírico	e	o	dramático.	
Alguns	autores	defendem	ainda,	uma	outra	classificação:	a	narrativa	de	ficção,	um	desdo-
bramento do épico.
Nessa	unidade,	vamos	nos	debruçar,	mais	especificamente,	sobre	o	gênero	narra-
tivo,	estruturado	em	prosa,	o	qual	apresenta	enredo	com	situação	inicial,	conflito	e	clímax.	
56UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
Os elementos constituintes são: o narrador, o tempo, o lugar, o enredo e as personagens. 
Dentro	da	classificação	narrativa,	existe	uma	subcategoria,	a	qual	destaca	as	produções	
de	contos,	novelas	e	romances.	Além	delas,	existe	também	a	crônica,	que	transita	entre	o	
literário e jornalístico, uma vez que, narra fatos históricos em ordem cronológica, abordando 
temas da atualidade.
As	obras	de	Literatura	infantil	e	juvenil	apresentam	como	primordial	especificidade	
a oralidade, resgatando os primórdios do ato de narrar. Assim, essa leitura cumpre o papel 
social da literatura, ou seja, transforma a infância e desenvolve a criticidade do aluno, assim 
“pode se constituir num fator de liberdade e transformação dos homens” (SILVA, 1986).
Cabe	 agora,	 dialogar	 um	 pouco	 sobre	 as	 especificidades	 da	 literatura	 infanto-
-juvenil, que é mais apropriada para os leitores entre dez e quinze anos. Nessas obras, 
os	 temas	mais	 relevantes	dão	destaque	para	o	mundo	significativo	para	o	adolescente,	
apresentando suas dúvidas em relação ao contexto no qual está inserido, motivando a 
reflexão	e	o	questionamento	dele,	como	exemplo	temos	os	seguintes	temas:	sexo,	droga,	
violência,	 relacionamento	amoroso,	escolha	profissional,	afirmação,	dentre	outros.	Já	os	
personagens	aproximam-se	do	conceito	de	herói	épico,	afirmando	suas	personalidades,	
com	aspectos	hostis	e	desafiadores	(SILVA,	1986).
Vale ressaltar a importância de trabalhar a diversidade de gêneros literários em sala 
de aula, pois esse trabalho interdisciplinar, associa o entendimento social e cultural com a 
aquisição	linguística,	contribuindo	significativamente	com	o	desenvolvimento	do	aluno	leitor.	
De acordo com estudiosos da crítica literária, é interessante que o educador, no decorrer 
do	seu	projeto	com	literatura,	exemplifica	a	especificidade	de	cada	gênero	com	diversidade	
de livros, apresentando informações que enriqueçam o estudo, como por exemplo: surgi-
mento, características, temas, função social, autores e obras famosos (STALLONI, 2001). 
Assim,	para	finalizar	esse	tópico,	aluno,	é	interessante	destacar	que	durante	anos	
a literatura foi utilizada em sala de aula simplesmente para recursos pedagógicos, porém 
ainda	hoje	encontramos	produções	de	 literatura	 infanto-juvenil	com	fins	temáticos,	como	
por exemplo, séries literárias produzidas para apresentar os temas transversais, etc. De 
acordo com alguns estudiosos da área não há problemas nas abordagens temáticas, mas 
sim	em	utilizar	a	literatura	apenas	para	fins	pedagógicos,	pois	o	papel	social	da	literatura	vai	
muito além disso. Portanto, não é bom ao fazer uso de gêneros literários em sala de aula, 
descartar sua riqueza em detrimento do pedagógico. 
Então, aluno(a), no próximo tópico, retomaremos esse assunto e ampliaremos 
nossos conhecimentos sobre o trabalho em sala de aula com gêneros textuais e literatura.
57UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
2 O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS POR MEIO DA LITERATURA
Estudante, olá!
Agora, neste segundo tópico, primeiramente, vamos dialogar sobre o conceito de 
gêneros textuais sob a perspectiva da Linguística Aplicada -LA, subsidiada na concepção 
dialógica da linguagem, com ênfase na abordagem sócio-histórica, de acordo com os pres-
supostos teórico bakhtiniano, do Círculo e demais estudiosos. Na sequência, nosso estudo 
abordará aspectos relacionados ao trabalho com os gêneros textuais e a literatura em 
sala de aula, para tanto, buscaremos as acepções das da Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC) e depois apresentaremos sugestões de trabalhos.
2.1 Gêneros textuais 
Os gêneros discursivos são enunciados concretos, relativamente estáveis, consti-
tuídos	no	campo	social	e,	que	modificam-se,	tomam	formas	e	adaptam-se	de	acordo	com	
as mudanças e os campos sociais onde estão inseridos. Esses campos são os ambientes 
onde a comunicação entre indivíduos acontece tais como: campo religioso, escolar, jurídico, 
científico,	familiar,	etc.	Conforme	elucida	o	teórico	“Cada	enunciado	particular	é	individual,	
mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enun-
ciados, os quais denominamos gêneros do discurso (BAKHTIN, 2003, p. 277).
58UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
Por serem constituídos em diversos campos e contextos diferenciados, possuem 
especificidades	e	intenções	comunicativas	que	refletem	a	finalidade	e	condição	de	produ-
ção	específica	para	cada	situação	comunicativa.		Por	isso,	o	referido	autor	faz	a	seguinte	
classificação:	 gêneros	 do	 discurso	 (orais	 e	 escritos),	 segundo	 a	 sua	 heterogeneidade,	
como primários e secundários. Os primários decorrem de uma situação cotidiana informal, 
como por exemplo, bate-papo entre colegas, família, etc. Já os secundários, muitas vezes 
advém dos primários, no entanto, são forma mais complexos, tais como escrita de produ-
ção	científica,	relatórios,	etc.	Além	dessas	acepções,	o	mesmo	autor	divide	os	elementos	
constitutivos dos gêneros em: conteúdo temático, forma composicional e estilo (BAKHTIN, 
2003).
O estudo e ensino de gêneros textuais teve destaque e foi muito discutido a partir 
do lançamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, em 1998. Então, Dolz & 
Schneuwly (2004) baseando-se nas contribuições do Interacionismo Sociodiscursivo, pro-
puseram um agrupamento dos gêneros orais e escritos, com intuito de colaborar para o 
desenvolvimento desse trabalho em sala de aula e ainda, no ensino de língua portuguesa.
Quadro 1 - Agrupamento de gêneros
Domínios sociais de co-
municação
Capacidades de lingua-
gem dominantes
Exemplos de gêneros orais e escritos
Cultura	literária	ficcional NARRAR 
Mimeses da ação através 
da criação de intriga 
Conto maravilhoso
Fábula 
Lenda 
Narrativa	 de	 aventura	Narrativa	 de	 fic-
ção	científica	
Narrativa de enigma Novela fantástica
Conto parodiado
Documentação e memori-
zação de ações humanasRELATAR 
Representação pelo dis-
curso de experiências vi-
vidas, situadas no tempo
Relato de experiência vivida 
Relato de viagem Testemunho 
Curriculum vitae 
Notícia 
Reportagem 
Crônica	esportiva
	Ensaio	biográfico
Discussão de problemas 
sociais controversos
ARGUMENTAR Sustenta-
ção, refutação e negocia-
ção de tomadas de posi-
ção
Texto de opinião
Diálogo argumentativo Carta do leitor 
Carta de reclamação Deliberação infor-
mal Debate regrado 
Discurso de defesa (adv.) Discurso de 
acusação (adv.)
59UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
Transmissão e construção 
de saberes
EXPOR	
Apresentação textual de 
diferentes formas do sa-
ber
Seminário 
Conferência
Artigo ou verbete de enciclopédia 
Entrevista de especialista Tomada de 
notas 
Resumo de textos “expositivos” ou ex-
plicativos 
Relatriório	científico	
Relato	de	experiência	científica
Instruções e prescrições DESCREVER AÇÕES 
Regulaçäo mútua de com-
portamentos 
Instruções de montagem Receita Regu-
lamento Regras de jogo 
Instruções de uso Instruções
Fonte: Elaborado com base em Dolz e Schneuwly (2004, p. 121).
Para analisar a relação entre o trabalho com gêneros discursivos e a literatura 
infanto-juvenil, faz-se necessário, antes, realizar um mapeamento sobre como o assunto 
é tratado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o que faremos no próximo tópico.
2.2 Gêneros textuais e literatura 
É	sabido	que	a	literatura	tem	destaque	no	processo	de	ensino-aprendizagem	dos	
alunos,	na	BNCC,	documento	normativo	que	define	os	aprendizados	 fundamentais	para	
a educação básica e estabelece os objetivos e aprendizagem por meio de habilidades e 
competências primordiais a serem desenvolvidas pelo aluno, a cientificidade	e	a	importân-
cia dos estudos de Literatura aparecem em vários asp são explorados e contemplados em 
diversos aspectos e facetas. 
Na terceira das dez Competências Gerais da Educação Básica, a literatura é 
referenciada como manifestações artísticas:”Valorizar e fruir as diversas manifestações 
artísticas	e	culturais,	das	locais	às	mundiais,	e	também	participar	de	práticas	diversificadas	
da produção artístico-cultural” (BRASIL, 2017).
Ampliando nossos horizontes e atendendo ao propósito desse tópico, a BNCC des-
taca as práticas literárias no contexto extraescolar, com intuito de atender às necessidades 
da educação 4.0, relaciona a literatura às práticas digitais de leitura de textos literários. 
Nesse sentido, sugere explorações de obras literárias por meios de diversos gêneros 
discursivos:	“Depois	de	ler	um	livro	de	literatura	ou	assistir	a	um	filme,	pode-se	postar	co-
mentários	em	redes	sociais	específicas,	seguir	diretores,	autores,	escritores,	acompanhar	
de	perto	seu	trabalho;	podemos	produzir	playlists,	vlogs,	vídeos-minuto,	escrever	fanfics,	
produzir e-zines, nos tornar um booktuber, dentre outras muitas possibilidades” (BRASIL, 
2017, p. 68).
60UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
Além disso, ela amplia o trabalho com a leitura literária sugerindo produções de 
outros gêneros, como por exemplo, animações, HQs e paródias. Aqui, estudante, vale res-
saltar que o professor conectado com as novas tendências, utilizará as Metodologias Ativas 
e, também, as ferramentas digitais como recursos pedagógicos, pois isso irá corroborar 
para	o	desenvolvimento	das	habilidades	esperadas	para	o	século	XXI.
Soma-se também a esse trabalho de conexão entre gêneros discursivos e literatura 
outras acepções da BNCC, ao destacar a função utilitária da literatura, que é proporcionar 
a formação de um leitores-fruidor, capaz de desvendar as múltiplas camada de sentido 
de	um	texto,	dialogar	e	refletir	criticamente	com	a	obras	lidas,	num	processo	de	formação	
social (BNCC, 2017).
Frente a essas acepções, entendemos que o professor não pode restringir o ensino 
da literatura apenas ao modo verbal, porque, hoje, as tecnologias digitais e as diferentes 
semioses, contemplam novos saberes e linguagens múltiplas, os quais resultam em textos 
híbridos	e	multissemióticos,	significativos	para	essa	geração	4.0.	Nesse	sentido,	com	intuito	
de despertar o interesse pela leitura literária e promover estratégias para a transformação 
de leitores competentes, a escola, bem como os educadores precisam olhar e entender 
esses novos letramentos emergentes, explorar as diferentes linguagens, pois os diversos 
modos de representação e expressão estão inseridos no contexto sócio-histórico do aluno 
(LEMKE, 2010).
De acordo com o que foi exposto, o uso da literatura em sala de aula é essencial, 
pois ela é rica e completa, além de despertar o senso crítico e promover a criatividade, uma 
vez que é repleta de fantasia. Assim, de acordo com os especialista, os textos literários 
constroem uma base educativa para vida em sociedade” (COLOMER, 2007)
Contudo,	 reafirmamos	 que	 as	mais	 diversas	 estratégias	 de	 utilização	 da	 leitura	
literária,	por	meio	dos	gêneros	discursivos,	não	podem	ficar	restritas	apenas	ao	pedagógico	
e/ou	fazer	deste	uma	finalidade,	o	ideal	é	cada	vez	mais	desenvolver	uma	leitura	literária	
livre e vivenciada pelos alunos.
61UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
3 PRINCIPAIS AUTORES – MONTEIRO LOBATO, PEDRO BANDEIRA, RUTH ROCHA E 
ZIRALDO
Olá, estudante!
Nesse último tópico da unidade III, vamos nos aventurar pelo mundo dos principais 
autores brasileiros de literatura infanto-juvenil. 
No primeiro momento, vamos navegar pela vida e obra de Monteiro Lobato e des-
vendar particularidades desse escritor tão importante, cujos textos são atuais e despertam 
e encantam crianças, jovens e adultos.
Depois, nossa parada será pelo maravilhoso mundo da vida e obra de Pedro Ban-
deira, um autor contemporâneo, que faz a cabeça da garotada.
 Por último, passearemos pelo mundo mágico de uma das autoras mais querida e 
conhecida pelas crianças e jovens, a encantadora Ruth Rocha.
E então, aluno(a), venha comigo e aventure-se nesse mundo de riquezas literárias.
3.1 Monteiro Lobato
José Bento Renato Monteiro Lobato, (1882-1948), paulistano, estudou direito Fa-
culdade	de	São	Paulo	e	casou	com	Maria	Pureza	Natividade.	Tinha	uma	vida	financeira	
favorável, por causa das fazendas herdadas de seu pai, isso possibilitou a sua quase total 
dedicação ao ofício de escritor.
62UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
Figura polêmica, foi escritor e editor modernista, escrevia contos para diversos 
jornais nas cidades de São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. Entre mais ou menos os anos 
de 1915 e 1918, ele estava revoltado com os sertanejos, que faziam constantemente quei-
madas nos campos, prejudicando as lavouras alheias, como por exemplo as dele, Lobato, 
então, enviou uma carta ao jornal “O Estado”, apresentando criticamente sua revolta.. Esse 
fato deu origem a publicação de diversos contos e, quatorze deles compõem o livro “Uru-
pês”,	publicado	em	1918,	o	qual	 tem	como	figura	principal	o	 famoso	caboclo	Jeca Tatu, 
um	não	 idealizado	que	representava	a	figura	do	caboclo,	 trabalhador	campestre	de	São	
Paulo.“Lobato é, com efeito, um jornalista participando ativamente dos ideais políticos e 
sociais	 de	 um	grupo	 cuja	 influência	 extrapolava	 a	 tão	 auto	 proclamada	neutralidade	 do	
jornal” (VALENTE, 2010). Foi a partir desse momento, que o autor iniciou sua carreira 
literária como um excelente contador de histórias, visionário, os seus textos representavam 
sua indignação social, contudo eram viagens criativas e emocionantes, que misturavam 
realidade e imaginação. 
Na	década	de	20,	 abriu	 a	 gráfica	Monteiro	 Lobato,	 que	não	durou	muito	 tempo	
e logo após, em 1927, fundou a Editora Brasiliense, em sociedade com amigos. Nesse 
mesmo ano, em Nova Iorque, o presidente Washington Luís nomeou Lobato como adido 
comercial do Brasil. Mais tarde, em 1946, foi morar na Argentina e por lá abriu a editora 
Acteón,	porém	não	ficou	muito	tempo	longe	do	seu	país	de	origem.	Então,	em	1947	voltou	
a morar no Brasile faleceu no ano seguinte. Após sua morte, em 1951, começou a ser 
transmitido pela TV, em rede nacional, O Sítio do Picapau Amarelo. Era a primeira vez 
na história brasileira que houve uma programação destinada ao público infantil, em idade 
pré-escolar, como intuito de diversão, mas com pano de fundo pedagógico.
Um dos maiores autores do seu tempo, é considerado como o precursor da litera-
tura infanto-juvenil. Críticos literários salientam que o referido autor nacionalizou o universo 
infantil brasileiro, porque, em suas obras, misturava realidade e fantasia, transmitindo 
valores morais, num contexto conhecido pelas crianças de seu país, como por exemplo, os 
sítios, campos e riachos, opondo-se aos padrões europeus cultivados na mitologia. Além 
disso, diferentemente dos contos tradicionais, que tinham as fadas, ele criou a Emília, uma 
boneca de pano, para sua trama, com a intenção de aproximação
Os personagens principais são crianças ativas, inteligentes e questionadoras, o 
que	faz	a	aproximação	do	público-alvo	com	a	obra,	uma	vez	que	há	identificação	imediata		
entre	leitor	e	o	texto.	Os	temas	desenvolvidos	também	favorecem	a	identificação	uma	vez	
que, são problemas cotidianos, inseridos no contexto histórico e social da época. 
63UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
A literatura lobatiana foi responsável por despertar o gosto pela leitura de uma gera-
ção que rapidamente se encantou com suas aventuras. No entanto, as crianças conheciam 
a obras do autor, na maioria das vezes, apenas pelos fragmentos apresentados nos livros 
didáticos,	utilizados	como	pretextos	para	as	aulas	de	gramática	e	ortografia.	Autora	espe-
cialista na área destaca que “Lobato não se limita à transmissão de conhecimentos. Suas 
personagens aprendem observando, agindo, questionando o adulto, tirando conclusões e 
aproveitando o que é válido em novas situações. Sua atuação é crítica e transformadora” 
(ZILBERMAN, 1983, p. 140-141).
Caro(a)	aluno(a),	para	finalizar	nossa	viagem	por	esse	mundo	de	fantasia	e	cria-
tividade lobatiano, preparei uma relação, em ordem alfabética, com os principais títulos 
publicados por ele para satisfazer sua curiosidade:
Quadro 2: Principais Obras 
As Aventuras de Hans Staden, 1927 Caçadas de Pedrinho, 1933
Dom Quixote das Crianças, 1936 Emília no País da Gramática, 1934
Fábulas, 1922 Geografia	de	Dona	Benta,	1935
Histórias de Tia Nastácia, 1937 Narizinho Arrebitado,1921
Marquês de Rabicó, 1922 Picapau Amarelo, 1939
Poço do Visconde, 1937 Saci, 1921
Peter Pan,1930 Reinações de Narizinho,1931
Urupês, 1918
Fonte: Lobato (2020)
3.2 Pedro Bandeira
Exímio escritor brasileiro de livros infanto-juvenis, nasceu em Santos cursou Ciên-
cias Sociais na Universidade de São Paulo. Escreveu para o jornal Última Hora e, durante 
algum	tempo,	esteve	envolvido	com	o	teatro	profissional,	foi	ator,	diretor	e	cenógrafo,	além	
do teatro com bonecos.
Em 1972, começou a trabalhar na editora Abril, e então nasceu o grande escritor de 
livros destinados ao público infantil e infanto-juvenil, primeiramente com textos publicados 
nas revistas da editora. Mais tarde, em 1983, houve o lançamento do seu primeiro livro 
“O Dinossauro que Fazia Au-Au” e, a partir desse momento, dedicou-se exclusivamente à 
literatura direcionada para crianças e adolescentes. Os gêneros literários publicados por ele 
64UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
são diversos, pois o autor passeia por vários mundos: contos, narrativas, poemas dentre 
outros encantado os corações dos leitores.
Posteriormente, em 1984, Pedro lançou “A Droga da Obediência”, pela editora 
Moderna, no qual abordou temas relacionados à amizade, a investigação, questões morais 
e éticas. Esse livro, como não podia ser diferente, em 1986, levou o autor a receber os 
prêmio: Jabuti de melhor livro infantil, da Câmara Brasileira do Livro e também, o troféu de 
melhor livro juvenil da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Com a ascensão de 
sua produção e reconhecimento pela excelente qualidade das suas obras, posteriormente, 
recebeu outros grandes prêmios, como por exemplo: Adolfo Aizen e Altamente Recomen-
dável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).
Autor versátil, encanta os leitores de diversas idades, pois seus livros apresentam 
diversidades temáticas. Destacam-se em suas produções as narrativas policiais, revelando 
intertextualidade com as obras de Conan Doyle.
Contudo, o sentimentalismo ganha destaque e a atenção, principalmente dos ado-
lescentes,	pois	estes	 identificam-se	com	as	aventuras	e	peripécias	dos	personagens,	os	
quais possuem idades semelhantes. Como exemplo de títulos que trabalham a temática do 
amor adolescente, podemos destacar o livro “A marca de uma lágrima (1985) e “Agora 
estou sozinha” (1957).
Bandeira foi leitor de Lobato na infância, o que explica a riqueza de suas narrativas, 
que reúnem mistério, suspense e emoção, o que resultou em mais de cem obras publicada. 
Atualmente, a editora Moderna relançou oito clássicos do autor, com novo conceito editorial 
e linguagem atual. Além disso, agora ele é autor exclusivo dessa editora e ainda, seus livros 
estão reunidos numa biblioteca com o seu nome, no site da editora (MODERNA, 2020).
Caro(a)	aluno(a),	para	finalizar	nossa	viagem	pelo	fantástico	mundo	aventureiro	do	
Bandeira, preparei uma relação, em ordem alfabética, com os principais títulos publicados 
por ele para satisfazer sua curiosidade:
65UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
Quadro 3: Principais Obras 
A Droga da Obediência A Droga do Amor
A Flecha Traiçoeira A Marca de Uma Lágrima
Agora Estou Sozinha Alice no País da Mentira
Anjo da Morte (publicado em 1988); Aqueles olhos verdes
As Cores de Laurinha Brincadeira Mortal
Como conquistar essa garota Droga de Americana!
Gente de Estimação Histórias Apaixonadas
O Dinossauro Que Fazia Au-Au O Fantástico Mistério de Feiurinha
O	Grande	Desafio O Mistério da Fábrica de Livros
O Pequeno Fantasma Pânico na Escola
Pântano de Sangue Por Enquanto Eu Sou Pequeno
Prova de Fogo
Fonte: Moderna (2020)
3.3 Ruth Rocha 
Nasceu em 1931, em São Paulo e é socióloga de formação. Ela representa a cha-
mada pelos críticos de “geração inovadora da literatura infantil”. Como parâmetro para suas 
escritas, as obras lobatianas contribuíram para o sucesso dos livros dela.
Suas primeiras publicações aconteceram a partir de 1967, para a revista Cláudia, 
uma revista direcionada ao público feminino. Nesse momento ela escrevia artigos sobre a 
área da educação, logo em seguida, foi convidada pela revista Recreio, da editora Abril, 
para publicar séries infantis. Posteriormente, tornou-se coordenadora do departamento de 
publicações infanto-juvenil dessa editora. 
Em 1976, publicou o seu primeiro livro “Palavras, muitas palavras”, uma espécie 
de cartilha/poema, a autora mostra para o leitor que aprender a ler é divertido. Assim, faz 
rimas com palavras que começam com a mesma letra, como por exemplo:”c de casa, c de 
cola, de coruja e de cartola. C de cobra, e de chinelo, de camelo e de castelo (ROCHA, 
2013). Pouco tempo depois, ainda no decorrente ano, publicou o seu Best-seller: “Marcelo, 
marmelo, martelo”, que vendeu muito mais de 20 milhões de exemplares.
Possuidora de um dom excepcional para a escrita encantadora e também muito 
crítica, durante o período da Ditadura Militar, não se intimidou e escreveu sátiras por meio 
dos seus livros, como por exemplo, no livro “O Reizinho Mandão”, o qual ganhou prêmio 
internacional Hans Christian Andersen. 
66UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
Conheça, estudante, com um trecho desse livro: “Esse negócio de ser rei não e 
assim, não! Não é só ir mandando pra cá, ir mandando pra lá…Mandou todo mundo calar 
a boca, calar a boca, calar a boca! De certo, com medo de que todo mundo dissesse que 
você estava fazendo bobagens. (ROCHA, 2013). 
Em 1988, em Nova Iorque, foi lançado na sededas Nações Unidas, “A Declaração 
Universal dos Direitos Humanos Para Crianças”, escrito por ela em parceria com Otávio 
Roth. Dez anos depois, em 1988, foi condecorada como a Comenda da Ordem do Ministé-
rio Cultural pelo presidente da república Fernando Henrique Cardoso. Posteriormente, em 
2007, foi eleita para a cadeira 38 da Academia Paulista de Letras (ROCHA, 2020, online).
A referida autora, há mais de cinquenta (50) anos, dedica-se à publicações para 
crianças e adolescentes, favorecendo a formação de leitores e desenvolvimento do hábito 
pela	leitura.	É	uma	das	autoras	mais	premiadas	do	país	em	literatura	infanto-juvenil,	com	
oito Jabutis, e ainda, tem mais de duzentos livros publicado entre didáticos, paradidáticos, 
dicionário e literatura. Seus livros estão espalhados pelo mundo afora, uma vez que, foram 
traduzidos para pelo menos vinte e cinco (25) idiomas (ROCHA, 2020, online).
Caro(a)	aluno(a),	para	finalizar	nossa	viagem	pelo	mundo	da	Ruth,	preparei	uma	
relação, em ordem alfabética, com os principais títulos publicados por ela para satisfazer 
sua curiosidade:
Quadro 4: Principais Obras
As Coisas que a Gente Fala De Repente Dá Certo
Declaração Universal dos Direitos Humanos O	Que	É,	o	Que	É?
O Rato do Campo e o Rato da Cidade O Mistério do caderninho preto
O Reizinho Mandão Palavras, Muitas Palavras
Ruth Rocha conta Ilíada Tenho Medo Mas Dou um Jeito
Fonte: Rocha, 2020
3.4 Ziraldo
Ziraldo Alves Pinto, artista mineiro com muitos predicados, nasceu em 1932. Desde 
a infância seu dom pelo desenho já era conhecido e com seis anos um de seus desenhos 
foi publicado no jornal Folha de Minas. Fez faculdade de Direito na Universidade Federal 
de Minas Gerais. Trabalhou no jornal a Folha da manhã e depois na revista O Cruzeiro. Ar-
tista, escritor, chargista e colunista, seus trabalhos sempre foram conhecidos e populares. 
Contudo, foi apenas em 1960, ao publicar a revista “Turma do Pererê”, que houve a sua 
67UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
consagração como artista. Mas, isso aconteceu em meio ao período Militar, ocasionando, 
logo depois, no cancelamento da revista, porque fugia aos padrões editoriais propostos 
(ZIRALDO, 2020).
O autor resistiu, lutou, foi preso na época do AI-5 e relançou sua revista tempos 
depois, porém sem tanto sucesso. Na década de 60 ainda, em Bruxelas, ganhou o prêmio 
“Nobel” Internacional de Humor e o Prêmio Merghantealler: principal premiação da impren-
sa livre da América Latina. Posteriormente, fundou “O Pasquim” jornal celeiro pós-68 junto 
com outros humoristas (ZIRALDO, 2020).
Seu maior sucesso aconteceu em 1980, com a publicação do livro “O menino 
maluquinho”, símbolo do menino nacional, levando o autor a ganhar o Prêmio Jabuti de 
Literatura.	O	livro	originou	revistas,	tiras	em	quadrinhos,	filme	e	a	peças	de	teatro.	
O referido autor é conhecido por sua diversidade artística, porque suas obras e 
publicações passeiam por diversos gêneros, tais como: cartazes, livros, logos, marcas 
e sobretudo as charges. A vida e obra dele também foi retratada em um documentário, 
transmitido pela tv Senac. 
Sempre imerso em novos projetos, atualmente, mantém ativo um site denominado 
ziraldo.com, no qual há informações completas sobre suas publicações, projetos e ainda 
livros disponíveis para leitura online.
Caro(a)	aluno(a),	para	finalizar	nossa	viagem	pelo	surpreendente	mundo	do	Ziral-
do, preparei uma relação, em ordem alfabética, com os principais títulos publicados por ele 
para satisfazer sua curiosidade:
Quadro 5: Principais Obras 
A fábula das três cores A turma do Pererê (1960)
Bichinho da maçã (1982) Flicts (1969)
Meninas (2019) O joelho juvenal (1983)
O menino da lua (2006) O menino maluquinho (1980)
O menino marrom (1986) O planeta lilás (1979)
Os dez amigos (1983) Uma menina chamada Julieta (2009)
Uma professora muito maluquinha (1994) Vito Grandam (1987)
Vovó Delícia (1997)
Fonte: Ziraldo.com (2020)
68UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
SAIBA MAIS
1. Notícia: Em primeiro de janeiro de 2019, a obra de Monteiro Lobato caiu em domí-
nio público, porque a proteção aos direitos é válida por setenta (70) anos. Portan-
to, como o autor morreu em 1948, os direitos da família terminaram. Dessa forma, 
qualquer editora/autor pode publicar as obras do consagrado autor brasileiro, sem 
pagamentos de direitos autorais. Click no link para saber mais: http://cultura.gov.br/
obras-de-monteiro-lobato-entram-para-dominio-publico/.
2. Livro: O autor Pedro Bandeira, escritor brasileiro de literatura infanto-juvenil, adap-
tou	a	obra	de	Monteiro	Lobato	para	crianças	do	século	XXI.	Lançou,	em	2019,	pela	
editora Moderna, o livro “Narizinho - a menina mais querida do Brasil”. O autor, em 
entrevista, salientou que para ele a personagem lobatiana em questão é, ao lado de 
Capitu de Machado de Assis, a mais importante da literatura brasileira. Além disso, 
salientou que “se Emília é a consciência crítica de Lobato, a imaginação de Narizinho 
é o motor que faz tudo se movimentar”. Click no link para saber mais: https://www.
almanaquedacultura.com.br/artes/pedro-bandeira-adapta-obra-de-monteiro-lobato-
-para-criancas-do-seculo-xxi/.
3. Cinema: Monteiro Lobato nas grandes telas: a produtora Clube Filmes iniciou, em 
2019, a produção de um longa-metragem sobre a trama lobatiana “Sítio do Pica-
pau Amarelo”.	Um	filme	dirigido	por	Fabrício	Bittar,	que	também	assina	o	roteiro	em	
parceria com André Catarinacho. O a previsão de estreia é 2020. O diretor, em entre-
vista,	enfatizou	o	poder	imaginativo	das	tramas:	“É	uma	boneca	que	fala,	um	sabugo	
de milho que vira visconde. As histórias estimulam a imaginação para transformar 
essas fantasias em realidade”, pontua, revelando que a previsão de lançamento do 
filme	é	para	2020,	conforme	informações	do	site	Reino	Literário	(2019).	Click	no	link	
para saber mais: http://www.reinoliterariobr.com.br/2019/01/news-clube-filmes-vai-
-produzir-filme-do.html.
REFLITA 
Estudante, viajando pelo mundo da literatura infanto-juvenil, nos deparamos com um 
assunto muito polêmico, que tem gerado opiniões diversas: o racismo nas obras de 
Monteiro Lobato. Por isso, vamos fazer	uma	parada	e	refletir	sobre	essa		problemáti-
ca, que ganhou destaque, em 2010, quando o Conselho Nacional de Educação (CNE) 
identificou	conteúdos	que	poderiam	ser	considerados	racistas	na	produção	do	escritor,	
como por exemplo, nas obras Caçadas de Pedrinho e Reinações de Narizinho. Em, 
69UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
2019, quando a obra lobatiana tornou-se domínio público, reacenderam as discussões 
em torno dessa polêmica.
Assim,	para	auxiliar	na	sua	reflexão,	apresentarei	alguns	pontos	de	vistas	sobre	o	as-
sunto, proferidos por críticos literários e autores renomados:
Em,	2019,	na	XIX	Bienal	Internacional	do	Livro	no	Rio,	no	Café	Literário,	os	autores	Pe-
dro Bandeira e Marisa Lajolo dialogaram sobre o assunto:
Bandeira:	“A	mensagem	que	ficou	é	que	a	Emília	nasceu	com	um	preconceito	que,	na	
realidade, vem da sociedade”, ao se referir a um trecho da obra, no qual a Emília chama 
a	Tia	Anastácia	de	“negra	beiçuda”.	Para	ele	é	um	ponto	específico	e	incoerente	que	não	
deve ser levado em conta, uma vez que as contribuições de toda a obra do autor são 
mais relevantes.
Lajolo:	“Negrinha	é	um	dos	primeiros	contos	de	Monteiro	Lobato.	É	um	conto	absoluta-
mente anti-escravagista, anti-preconceito, anti-racismo. Na obra, ele faz uma defesa ab-
soluta de uma criança negra que é torturada por uma senhora rica e branca”, salientou 
a	especialista	na	área,	que	escreveu	uma	biografia	sobre	o	autor	em	primeira	pessoa,	
com base nas cartas escritas por ele. 
Na	sequência,	postarei	algumas	manchetes	e	links,	para	você,	estudante,	ler	e	refletir	
mais sobre o assunto:
1. “Questão racial em obra de Monteiro Lobato volta a ser discutida pelo STF” (2020). 
Disponível em: https://www.migalhas.com.br/quentes/326485/questao-racial-em-
-obra-de-monteiro-lobato-volta-a-ser-discutida-pelo-stf2. “A polêmica de Monteiro Lobato em sítio do picapau amarelo: homem de seu tempo 
ou	racismo	explícito?”	Disponível	em:	https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/
reportagem/polemica-de-monteiro-lobato-em-sitio-do-picapau-amarelo-homem-de-
-seu-tempo-ou-racismo-explicito.phtml.
3. “Obra	infantil	de	Monteiro	Lobato	é	tão	racista	quanto	o	autor,	afimar	historiadora”.	
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/02/obra-infantil-de-
-monteiro-lobato-e-tao-racista-quanto-o-autor-afirma-autora.shtml.
E,	então,	aluno	(a),	após	realizar	as	leituras	propostas	e	refletir	sobre	o	tema,	qual	é	a	
sua opinião: 
“O racismo nas obras de Monteiro Lobato, é uma situação pontual e/ou desapro-
pria a leitura para crianças e adolescentes?
70UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aluno (a), 
Chegamos	ao	fim	dessa	unidade	III.	Durante	nossa	viagem,	percorremos	caminhos	
para	conhecer	o	co	contextualização	e	especificidades	do	gênero	narrativa	infanto-juvenil.
Depois, dialogamos sobre a importância de trabalhar, na escola, a leitura literatura 
alinhada	aos	gêneros	discursivos	para	uma	melhor	formação	de	leitores	proficientes.	Além	
disso, salientamos o poder colaborativo dessa prática para acionar as mais variada áreas 
do	conhecimento	do	aluno,	favorecendo	o	exercício	do	pensamento	crítico	e	reflexivo	dele.	
Soma-se a esses fatores a fundamental necessidade de o educador preparar suas aulas 
alinhadas às exigências da educação 4.0 e as normativas da BNCC, promovendo por meio 
de Metodologias Ativas e das Ferramentas Pedagógicas Digitais a autonomia e criticidade 
dos seus alunos.
Por	fim,	no	último	tópico,	passeamos	pelo	maravilhoso	mundo	dos	autores	brasi-
leiros de literatura infanto-juvenil mais renomados: Monteiro Lobato, Pedro Bandeira, Ruth 
Rocha e Ziraldo. Nesse momento, podemos conhecer um pouquinho sobre a vida e obra 
de	cada	um	dele,	 bem	como	as	especificidades	de	suas	obras.	Mas	sobretudo,	e	mais	
importante, salientamos a importância da obra de cada um para a propagação da leitura 
literária e desenvolvimento do hábito da leitura.
Caro(a)	aluno,	futuro	professor	de	língua	materna,	desejamos	que	ao	final	desse	
estudo,		os	assuntos	aqui	abordados	contribuem	significativamente	para	a	formação	de	um	
professor leitor, ciente da importância da leitura literária, em especial da LIJ, no contexto 
do escolar. Além disso, que os temas desenvolvidos auxiliem as suas práticas didático-pe-
dagógicas. Em suma, salientamos que o todo educador é um eterno aluno e caçador de 
novos conhecimentos. Sejamos sempre “eternos aprendizes”
Um abraço!!!!
71UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
LEITURA COMPLEMENTAR
Olá, estudante!
Para acrescentar informações ao seu aprendizado, sugiro as seguintes leituras:
1. “O lugar da educação literária nas novas orientações curriculares: uma 
reflexão sobre os caminhos de Portugal e do Brasil”, artigo publicado na 
revista RBEP – Revista brasileira de estudos pedagógicos, em 2018, realiza 
uma comparação entre a formação do leitor literário nos currículos da educação 
básica de Portugal e do Brasil e ainda, apresenta informações sobre as quais 
estratégias	identificadas	nas	DCs	desses	países,	que	visam	a	formação	do	lei-
tor literário. Click para ativar novos conhecimentos: http://rbep.inep.gov.br/ojs3/
index.php/rbep/article/view/3320/3055.
2. “Literacia: da narrativa mitológica à transmidiática”: relato de uma prá-
tica pedagógica publicada no caderno de práticas, no site da BNCC-Mec, a 
experiência relatada objetivou desenvolver a prática da leitura por meio 
do estudo de narrativas míticas e de heróis mediado pelas Tecnologias da 
Informação e Comunicação (TIC). Click para ativar novos conhecimentos: 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-
-praticas/ensino-fundamental-anos-finais/152-literacia-da-narrativa-mitologi-
ca-a-transmidiatica?highlight=WyJwcm90YWdvbmlzbW8iLCJqdXZlbmlsIiwicH-
JvdGFnb25pc21vIGp1dmVuaWwiXQ==.
3. “A narrativa juvenil brasileira: entre temas e formas, o fantástico”, tese de 
doutorado apresentada ao PLE-UEM, em 2017, apresenta, por meio de uma 
análise intrínseca das narrativas juvenis, como o fantástico se manifesta na 
estrutura das dez narrativas que compõem o corpus selecionado, como tem 
sido apresentado aos jovens leitores brasileiros desde a década de 1970 até 
a atualidade. Click para ativar novos conhecimentos: http://www.ple.uem.br/
defesas/pdf/kcmatia_do.pdf.
72UNIDADE III Ensino da Literatura Infanto-Juvenil
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Introdução à literatura infantil e juvenil atual. 
• Autor: Teresa Colomer / Tradução de Laura Sandroni
• Editora: Global, 2017
• Sinopse: A proposta da autora para esse livro foi produzir uma 
espécie de manual sobre literatura infanto-juvenil. Para tanto, 
primeiramente, dialogou sobre a função da literatura. Depois, 
apresentou os aspectos relacionados à mediação. Na sequência, 
apontou as características desse gênero e, por último, os critérios 
de	seleção.		Além	disso,	fez	reflexões	sobre	as	produções	literárias	
e ainda, sugeriu atividades práticas para o trabalho com literatura. 
Para	finalizar,	ela	apresentou	relações	de	obras	adequadas	para	
diversos níveis educacionais.
FILME/VÍDEO
• Título: Como estrelas na terra 
• Ano: 2007
•	Sinopse:	Ótimo	filme,	para	pensar	e	refletir	sobre	a	prática	pe-
dagógica.	Esse	filme	 indiano	relata	a	história	do	menino	 Ishaan,	
disléxico, que sofria com a repressão do pai e o bullying na escola, 
porque não conseguia aprender e não era motivado pelos profes-
sores extremamente tradicionalistas e conservadores. Tudo muda 
quando um novo professor consegue enxergar e diagnosticar a 
dificuldade	desse	aluno.	ELE	utiliza,	então,	diversas	estratégias	e	
métodos colaborativos para despertar o interesse de Ishaan pela 
escola.
WEB
●	 A Monteiro Lobato projetos Culturais, website tem como obje-
tivo apresentar informações e divulgar toda a obra de Lobato, 
mantendo, cada vez mais vivos, no imaginário do nosso povo, 
a fantasia e os ideais do criador da literatura infantil brasileira. 
Link do site: http://www.monteirolobato.com/direitos-autorais.
●	 Coletivo Leitor disponibiliza gratuitamente artigos e conteúdos 
relacionados à formação do leitor literário e literatura em sala 
de aula. Apresenta também os lançamentos das editoras par-
ceiras. Link do site: https://www.coletivoleitor.com.br/.
73
Plano de Estudo:
●	 Conceitos	e	Definições	sobre	Projetos	em	literatura	infanto-juvenil	
●	 Campos de estudo da literatura como recurso de aprendizagem da leitura e da 
escrita
●	 Tipos de Recursos didático para narração de histórias 
Objetivos de Aprendizagem:
●	 Conceituar e contextualizar os Projetos em literatura infanto-juvenil desenvolvidos em 
sala de aula.
●	 Dialogar sobre a importância do trabalho da literatura como recurso de aprendizagem 
da leitura e da escrita.
●	 Compreender a utilização dos diversos recursos utilizados para contar histórias: 
manuais e tecnológicos.
UNIDADE IV
Prática Pedagógica e Literatura 
Infanto-juvenil
Professora Mestre Greicy Juliana Moreira
74UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
INTRODUÇÃO
Acadêmico(a), olá!!! 
Seja muito bem-vindo(a)!!! Chegamos à última unidade do nosso livro sobre Lite-
ratura Infanto Juvenil, a unidade IV – Prática Pedagógica e Literatura Infanto-Juvenil.
Agora,	nosso	diálogo	será	mais	específico,	abordaremos	assuntos	relacionados	às	
prática pedagógicas e o ensino de literatura infanto-juvenil em sala de aula.
Para iniciarmos, vamos mergulhar no mundo dos projetos em literatura infanto-juve-
nil. Para tanto, apresentaremos informações sobre os pilares da Educação 4.0, Metodologias 
Ativas, normativas da Base Nacional Comum Curricular -BNCC para desenvolvimentos de 
Projetos Pedagógicos e para ilustrar disponibilizamos exemplos de experiências aplicadas 
com alunos da educação básica.
Depois,entenderemos a função da literatura como recurso de aprendizagem da 
leitura	e	da	escrita	e	com	 intuito	de	 justificar	a	 importância	dessa	prática	 recorremos	às	
acepções teóricas do letramento literário e da escolarização da leitura leitura em sala de 
aula. Além disso, para acrescentar conhecimentos, disponibilizamos exemplos de práticas 
pedagógicas de sucesso, aplicadas por educadores durante as aulas de língua materna.
Por	fim,	para	maximizar	seu	aprendizado,	vamos	conhecer	exemplos	de	diversos	
recursos didáticos (manuais e tecnológicos) utilizados para narração de histórias literárias.
Então, embarque comigo nesta jornada e desvende um mundo cheio de novas 
descobertas!!!
75UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
1 PROJETOS EM LITERATURA INFANTO-JUVENIL 
Estudante, vamos iniciar nosso diálogo sobre os “Projetos em literatura juvenil”, 
para tanto, primeiramente, faz-se necessários entendermos os pilares da educação 4.0, 
uma vez que, isso corrobora com nossa prática pedagógica. 
Posteriormente, nossa conversa permeará as acepções sobre as Metodologias 
Ativas e suas contribuições para o desenvolvimento de projetos em literatura juvenil.
Na sequência, estudaremos as normativas da Base Nacional Curricular Comum 
relacionadas	ao	ensino	de	Língua	Portuguesa,	mais	especificamente	sobre	o	trabalho	com	
a literatura e sua importância para desenvolver o hábito da leitura literária.
Para	finalizar	esse	tópico,	com	intuito	de	ampliar	seus	horizontes,	disponibilizamos	
exemplos de projetos literários aplicados por educadores.
Então, venha comigo desvendar esse interessante mundo de projetos literários, 
contextualizados na educação 4.0.
1.1 Educação 4.0
Estudante, tudo muda o tempo todo no mundo e com a educação não é diferente, 
pois ela não é obsoleta. A LDB 9394/1996, como é sabido, alterou os parâmetros da educa-
ção	e	contribuiu	significativamente	para	as	transformações	das	práticas	pedagógicas	dos	
educadores brasileiros. Contudo, vivemos em constantes mudanças sociais e um futuro 
76UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
professor	de	língua	materna,	docente	do	século	XXI,	precisa	estar	preparado	para	o	novo	
cenário educacional. Então, acadêmico(a), eu pergunto:
-Você	sabe	o	que	significa	e	quais	são	os	pilares	da	Educação	4.0-E4?
Então, é por esse motivo, para ampliar seus horizontes que te convido a se apro-
fundar conosco nesse novo contexto educacional 4.0
Para iniciarmos nosso diálogo, numa linha do tempo, recordamos alguns momentos 
históricos relacionados à educação:
●	 Educação	1.0:	Meados	do	século	XVIII,	elitizada,	tradicionalista,	individualista,	
foco no educador e, os recursos utilizados eram lousa, livros e cadernos.
●	 Educação 2.0: Depois da Revolução Industrial até mais ou menos meados do 
século	XX,	o	foco	era	a	sala	de	aula	e	a	memorização.	A	dinâmica	das	aulas	
passeava entre o coletivo e o individual. A utilização de recursos tecnológicos 
era pouca e centralizada nos laboratórios de informática e/ou ciências.
●	 Educação 3.0: Era da internet e tecnologia que integra pessoas. As aulas são 
mais participativas e sobretudo, colaborativas, desenvolvendo o trabalho em 
equipe. Nesse momento, inicia-se o ensino híbrido (presencial e à distância).
●	 Educação 4.0: automaticamente nossos conhecimentos nos remete a outra 
expressão” Indústria 4.0 e/ou 4ª Revolução Industrial”, ou seja, um mundo 
totalmente automatizado, imerso em uma revolução tecnológica: a linguagem 
computacional,	inteligência	artificial,	Internet	das	coisas	(IoT),	entre	outras.		
Como vivemos em sociedade, a área da educação está diretamente ligada a esse 
contexto tecnológico em rede, pois as crianças e jovens vivenciam a tecnologia e estão to-
talmente	conectados	com	esses	novos	recursos.	Por	isso,	justifica-se	esse	termo	utilizado	
para denominar o contexto educacional atual. Esse novo método de ensino, muito além 
dos aspectos tecnológicos, contempla o termo learning by doing,	que	traduzindo	significa	
“aprender por meio da experimentação”, e isso, caro(a) estudante, está diretamente re-
lacionado ao desenvolvimento de projetos, aprender fazendo, vivências, que é o conteúdo 
específico	desse	tópico	(CARVALHO	NETO,	2017).
 A E4, abordagem teórico-prática, tem como objetivo principal ir além, ultrapassar 
os conteúdos curriculares, ampliar os horizontes, ou seja, aprendizagem indispensável 
para	a	vida	em	sociedade,	no	século	XXI:	eficaz	comunicação,	resolução	de	problemas,	
77UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
utilizar ferramentas e métodos para tomar decisões rapidamente, criativamente e criticidade 
(CARVALHO NETO, 2017).
De acordo com Carvalho Neto (2017), os quatros referenciais teórico-metodológi-
cos da E4, considerados pilares são:
1. Modelo sistêmico: as instituições precisam avaliar o cenário atual, com intuito 
de preparar estratégias para a mudança da abordagem de ensino;
2. Mudança do senso comum: instituições e educadores precisam buscar re-
ferenciais teóricos para elaboração de aulas com um novo conceito frente às 
novas realidades;
3. Gestão do conhecimento estudo das competências e habilidades dos alunos;
4. Cibercultura: preparação e organização dos espaços de aprendizagem para 
que atinjam o propósito da Educação 4.0. 
Estudante,	mas	por	que	é	preciso	repensar	o	papel	do	professor	no	século	XXI?	E	
ainda,	por	que	os	pilares	da	E4	estão	relacionados	ao	contexto	desta	unidade?
Autor renomado, que publicou diversos artigos e livros sobre o assunto, assevera 
que	houve	mudanças	significativas	relacionadas	a	plasticidade	cerebral	de	jovens	(geração	
Y e Z) imersos na cultural digital, como por exemplo, o pouco tempo de atenção produtiva 
durante as aulas quando comparado aos alunos de outras gerações. Nesse sentido, os 
pilares que sustentam a E4 apontam interconexões, que direcionam para novas práticas 
pedagógicas, em especial auxiliam o professor de língua portuguesa ao desenvolver pro-
jetos literários para motivar os alunos e conduzi-los a novos conhecimentos sociais como 
também	científicos	(CARVALHO	NETO,	2017).
Para ampliar nossos horizontes sobre esse novo contexto educacional, na sequên-
cia, vamos entender o que são Metodologias Ativas e o porquê de utilizar essas novas 
metodologias	em	sala	de	aula,	especificamente	nas	aulas	de	literatura,	com	essa	geração	
4.0.
1.2 Metodologias Ativas
No contexto atual da E4, o docente, no decorrer da sua prática pedagógica, precisa 
levar em consideração que aprendizagem não acontece simplesmente pelo ato de ouvir e/
ou escutar, mas efetivamente quando os alunos elaboram o que recebem, porque trabalham 
78UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
cognitivamente com o meio lhes oferecem. Nesse sentido, a aprendizagem colaborativa é 
muito	mais	eficaz,	conforme	destaca	o	psiquiatra	norte	americano	William	Glasser	ao	apre-
sentar a Pirâmide da Aprendizagem, ele revela, portanto, que quando ensinamos alguma 
coisa à alguém (explicar, ilustrar, demonstrar, etc) retemos 95% e ainda, que nossa reten-
ção ao praticar (escrever, demonstrar, utilizar, etc) gira em torno dos 85%, diferentemente, 
quando	apenas	lemos,	nossa	retenção	fica	na	casa	dos		10%,	já	que	“A	boa	educação	é	
aquela em que o professor pede para que seus alunos pensem e se dediquem a promover 
um diálogo para promover a compreensão e o crescimento dos estudantes” (GLASSER, 
2017).
Infere-se, então, que as práticas pedagógicas precisam contemplar o processo de 
produção dos saberes por meio de participação ativa de professores e alunos, ou seja, 
ensinar e aprender a partir de projetos e para corroborar com essas práticas entram em 
cena as Metodologias Ativas de Aprendizagem (VICKERY, 2016):
Aluno(a),	agora,	 	para	exemplificar,	apresentaremos	 informações	sobre	algumas	
Metodologias Ativas de Aprendizagem, que são utilizadas como recurso tecnológico e 
didático
As	metodologiasativas	enfatizam	o	desenvolvimento	autônomo	do	aluno	e	estimu-
lam o raciocínio e a busca do conhecimento, nesse contexto pedagógico, o estudante é o 
protagonista. Contudo, o sucesso de toda prática pedagógica depende muito da preparação 
e mediação do professor. 
Muitas são as formas de utilização das metodologias ativas em sua sala de aula, 
mas	todas,	mesmo	com	suas	especificidades	e	objetivos	diferenciados,	almejam	o	protago-
nismo do estudante. Conheça alguns exemplos (VICKERY, 2016): 
●	 Resolução de problemas: A aprendizagem baseada em problemas objetiva a 
resolução	 colaborativa	 dos	 desafios	 propostos.	 Desenvolve	 a	 habilidade	 de	
investigação,	reflexão	e	criatividade.		A	função	do	professor	é	incentivar	o	aluno	
a buscar uma solução.
●	 Entre times e Pares: Essa técnica prioriza o compartilhamento de ideias em 
pequenos	grupos,	como	por	exemplo,	debater,	refletir	e	construir	pensamento	
crítico sobre um estudo de caso apresentado. A função do professor é o mediar 
e orientar.
79UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
●	 Sala de aula invertida: A ideia é disponibilizar material de estudo, antecipada-
mente, por meio de recursos online e/ou impresso para que haja a leitura e es-
tudo em home office. No decorrer da aula, o professor vai fazer considerações e 
questionamentos sobre o tema proposto, estimulando a troca de conhecimentos.
●	 Aprendizagem Cooperativa: Essa técnica prioriza o desenvolvimento de compe-
tências importantes propostas pela BNCC – Base Nacional Comum Curricular, 
porque nessa técnica de aprendizagem as responsabilidades são distribuídas 
e isso desenvolve as habilidades de raciocínio e socioemocionais. Além disso, 
possui como referência quatro princípios básicos: participação equivalente; 
interdependência positiva; produção individual; alta Interação Simultânea. 
●	 Projetos: Nessa técnica, um problema é apresentado ao grupo para que seja 
primeiramente avaliado, depois os alunos precisam encontrar a origem do 
problema para apresentar as possibilidades de soluções possíveis e viáveis. 
Essa atividade enfatiza o fazer, ou seja, o estudante precisa “colocar a mão na 
massa” e realizar a ação, diferentemente da técnica de “problemas”, na qual a 
resolução é apenas teórica.
De acordo com o que foi exposto, as metodologias ativas fazem com que o aluno 
participe ativamente do seu processo de aprendizagem, desenvolve habilidades e caracte-
rísticas para a vida em sociedade e ainda, prepara o estudante para o mundo do trabalho. 
Além disso, é possível também explorá-las para incentivar a leitura literária. Assim, os 
projetos literários, essenciais para a formação e o desenvolvimento dos alunos, podem ser 
desenvolvidos por meio desses métodos ativos e ainda com recursos tecnológicos.
Com intuito de aprofundar os conhecimentos, na sequência, vamos dialogar mais 
especificamente	sobre	“Projetos	em	Literatura”.
1.3 Projetos de Literatura e a BNCC
Caro aluno(a), como disseminar a literatura em sala de aula por meio de projetos é 
o nosso diálogo nesse momento. 
Os projetos literários utilizados como prática pedagógicas e aplicados no decorrer 
das aulas de língua materna estabelecem diálogos, integram diferentes saberes por meio 
da interdisciplinaridade com as diversas áreas do conhecimentos. O trabalho interdiscipli-
nar é uma proposta pedagógica transversal e integradora e está entre um dos dez planos 
80UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
de ação para a aprendizagem da BNCC “[…]formas de organização interdisciplinar dos 
componentes curriculares e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares 
para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do 
ensino e da aprendizagem (BRASIL, 2017, p. 12).
Assim, para corroborar com seu aprendizado vamos dialogar, primeiramente, sobre 
as normativas da BNCC relacionadas à educação literária e projetos, mas como a literatura 
aparece	 nesse	 documento?	A	 literatura	 não	 é	 um	 componente	 curricular	 específico,	 no	
entanto, em diversos momentos e áreas ela é citada e aparece como primordial instrumento 
para o desenvolvimento do leitor competente.
A BNCC ao discutir o ensino de Língua Portuguesa, em especial a literatura, sa-
lienta que a leitura em suas diversas linguagens (orais escritas e semióticas) amplia as 
múltiplas experiências, proporcionando ao aluno um olhar crítico para atuar em sociedade. 
Justifica-se,	portanto,	a	partir	dessas	acepções,	desenvolver	projetos	literários	que	contem-
plem “práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador 
com os textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos as 
leituras para: fruição estética de textos e obras literárias” (BRASIL, 2018, p. 69). 
Estudante, coaduna-se com o assunto em questão “projetos em literatura infan-
to-juvenil”, acepções encontradas no primeiro bloco da BNCC, 1º ao 5º ano, na terceira 
habilidade EF15LP18, ao abordar a questão da formação do leitor/leitura multissemiótica, 
sugere-se que as práticas pedagógicas desenvolvam a habilidade de relacionar texto com 
ilustrações	e	outros	recursos	gráficos	e	isso	vai	ao	encontro	do	assunto	em	questão,	pro-
jetos literários por meio de metodologias ativas, que contemplem as diversas formas de ler 
um	texto,	extrapolando	sua	superficialidade	(BRASIL,	2018).
Infere-se, portanto, que a formação do leitor deve ser trabalhada, em especial em 
sala de aula, por várias maneiras de ler, ou seja, por diversas formas e suportes, ultra-
passando as barreiras do texto escrito. Assim, as várias formas de ler literatura libertam e 
ampliam os horizontes dos alunos e isso, só é possível por meio de práticas pedagógicas 
inovadoras, como por exemplo utilizar as metodologia ativa de projetos nas aulas de língua 
portuguesa.
Acadêmico (a), mas por que trabalhar com projetos?
Vivemos numa época de reestruturação, globalização e avanço tecnológico. A me-
lhoria do sistema educacional é um fator fundamental, pois exige que as novas gerações 
possuam	competências	no	domínio	de	conhecimentos	específicos,	no	domínio	de	lingua-
81UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
gens, no domínio das relações humanas e, acima de tudo, que possuam competências e 
habilidades empreendedoras.
As mudanças sócio-políticas do mundo contemporâneo requerem que a educação 
esteja presente cada vez mais nos diferentes espaços. Por isso, tornam-se necessárias 
também algumas mudanças no enfoque metodológico da Educação, adequando-as às 
novas exigências da sociedade em que vivemos. Sociedade essa que necessita urgente-
mente de ações inovadoras.
A formação básica do cidadão na escola, no ensino fundamental demanda-se o 
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, a compreensão do ambiente material e 
social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a 
sociedade, além de atividades que despertem o empreendedorismo. Já o Ensino Médio tem 
a função de consolidação dos conhecimentos e a preparação para o mundo do trabalho.
É	importante	ressaltar,	que	os	estudantes	de	escolas	públicas,	apresentam	baixo	
rendimento	escolar	e	 índices	de	reprovação.	Consequentemente,	não	adquiriram	eficaz-
mente conhecimentos relevantes para a vida em sociedade, como saber ler e escrever 
de forma competente, habilidades essenciais para o exercício da cidadania e atuação no 
mundo corporativo.
Assim sendo, o papel do professor, num contexto de ensino-aprendizagem, é 
investigar o que está dando certo ou errado. Além disso, diagnosticar o que precisa ser 
modificado	ou	acrescentado,	e	também,	intervir	nos	problemas	identificados	com	intuito	de	
resolvê-los. Conforme ressalta o autor ”[...] na escola ou na sala de aula...[ ]responder a três 
perguntas:	O	que	está	acontecendo	aqui?		(BORTONI	–RICARDO	,	2006,	p.	31).
Nessa perspectiva educacional,cabe ao professor, por meio de sua intervenção 
pedagógica,	 propiciar	 situações	 significativas	 de	 aprendizagem,	 em	 que	 o	 saber	 prévio	
dos alunos seja resgatado e reelaborado, contextualizando-se o conhecimento formal e 
ampliando-os.
É	sabido	que	o	trabalho	com	atividades	literárias	deve	ser	conciliado	com	o	conteú-
do	estruturante	da	educação	básica	como	ler	e	escrever.	Considerando	essas	afirmações,	
acredita-se que, o desenvolvimento de Projeto Literária seja importante para o processo de 
formação do aluno, pois corrobora para o desenvolvimento de habilidades como: aprender 
a conhecer, a fazer, a ser e a conviver, ou seja, vão ao encontro dos quatro pilares da 
educação 4.0.
Coaduna-se a essa proposta, o papel da escola básica, que tem por função principal 
desenvolver trabalhos, considerando as vivências sociais dos alunos, mas também propi-
82UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
ciar	conhecimentos	necessários	para	o	desenvolvimento	acadêmico,	social	e	profissional.	
Conforme aponta os dizeres das DCEs do Paraná, subsidiadas pela teoria bakhtiniana e 
seu círculo (PARANÁ, 2008).
Com base nas acepções, entendemos ser imprescindível desenvolver formas 
diferentes de aprendizados, ou seja, despertar o interesse dos alunos a partir do que é 
significativo	para	ele.
Nesse sentido, espera-se que a instituição, num contexto de projeto de educação 
democrática, seja responsável pelo desenvolvimento de alunos empreendedores, tanto 
pessoal	como	profissionalmente.	Para	tanto,	é	interessante	que	promova	meios,	nos	quais	
os alunos entrem em contato com diversas situações de aprendizagens inovadoras e prá-
ticas, que os possibilitem participar de um circuito da sociedade moderna como cidadãos 
ativos. 
Assim, é função do professor fornecer ao aluno condições adequadas de elabora-
ção, permitindo-lhe empenhar-se na realização consciente de um trabalho que realmente 
tenha sentido para ele. Isso só é conseguido à medida que a proposição das atividades seja 
bem	clara	e	definida,	apresentando-se	as	“coordenadas”	do	contexto	de	produção.	Quando	
o aluno deixa de ser passivo no processo de construção do conhecimento, ele começa a 
ver	significado	nos	conteúdos	estruturantes	e	atitudes	empreendedoras	começam	a	surgir.
Portanto, de acordo com o que foi exposto, a intenção ao trabalhar com projeto de 
literários, contribui para formação de indivíduos com melhores desempenhos e competên-
cias leitoras, isto é, pessoas que conseguem se efetivar e ter êxito nas diversas situações 
sociais.
Aluno(a), agora vamos entender o conceito de “Competência” para elaboração de 
Projeto.
Para o desenvolvimento de projetos pedagógicos é importante entender o conceito 
de competência, pois o projeto literário é articulado para alcançar determinadas aptidões 
essenciais para o aprimoramento individual do aluno.
O ativo intelectual é hoje um dos aspectos estudados pelas organizações que 
buscam encontrar nos colaboradores conhecimentos diversos que acabem transformando 
esforços em resultados. Hoje, com o avanço da tecnologia torna-se imprescindível que as 
organizações busquem o capital intelectual como diferencial competitivo no mercado, pois 
como menciona Oliveira (2009, p. 191) “querendo ou não, a informação e o conhecimento 
se democratizam não apenas na sociedade, como também no interior das organizações. ”
83UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
Assim	buscamos	responder	-	O	que	é	competência?	A	competência	não	é	um	con-
ceito novo, porém nos últimos anos tem sido pautas para as questões de aprimoramento 
pessoal,	pedagógico	e	profissional.		O	autor	renomado	nos	estudos	sobre	o	tema	destaca	
que a competência designa a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para 
enfrentar um tipo de situação (PERRENOUD, 2000). 
De acordo com os estudiosos no assunto, então o termo “projeto” designa uma 
forma de simular situações que exijam do indivíduo aspectos importantes que uma em-
presa	busque.	É	papel	do	professor	mediar	essa	aprendizagem	e	desenvolver	aspectos	
psicológicos e operacionais, como cita Ribeiro (2005, p. 33) a “aprendizagem envolve três 
domínios da individualidade, quais sejam: os aspectos cognitivo, afetivo e psicomotor”.
O projeto se inicia pelo planejamento das estratégias, que são atitudes criativas e 
ações intuitivas que tendem a levar a empresa ao sucesso (THOMPSON, 2008). 
A	 execução	 é	 desenvolvida	 inteiramente	 pelos	 estudantes,	 que	 por	 fim	 devem	
apresentar um trabalho consistente sendo embasado em todo o conteúdo aprendido e ad-
quirido durante esse processo. O projeto é uma forma do aluno aprimorar todo a informação 
aprendida em sala e o ainda permite mostrar a importância da capacitação. 
O projeto literário a ser desenvolvido precisa atingir as seguintes competências: 
trabalho em equipe, criatividade, sustentabilidade e atitudes empreendedoras, sem detri-
mento da função social da literatura. 
Agora,	para	finalizar	esse	tópico	tão	importante		e	colaborativo	para	sua	formação,	
na sequência, com intuito de ilustrar o conteúdo abordado, disponibilizamos exemplos de 
projetos literários desenvolvidos por educadores. Esses e outro projetos estão disponíveis 
para consulta, no site da BNCC-MEC.
 = Literacia: da narrativa mitológica à transmidiática: O objetivo desse projeto 
foi promover a aquisição e o desenvolvimento da prática da leitura por meio do 
estudo de narrativas míticas e de heróis, com o intuito de incentivar o letramento 
literário colaborativo mediado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação 
(TIC). Para saber mais, dê um click: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-fundamental-anos-finais/
152-literacia-da-narrativa-mitologica-a-transmidiatica?highlight=WyJsaXRlcmF-
0dXJhIl0=
 = Projeto Sacola Viajante – Literatura Infantil: Esta prática objetivou ampliar a 
imaginação e incentivar a descoberta do universo literário, confrontando realida-
84UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
de e fantasia. Além disso, ela auxiliou no desenvolvimento do gosto pela leitura 
e por histórias, estimulando também o lúdico e o faz de conta. Para saber mais, 
dê um click: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/
caderno-de-praticas/educacao-infantil/187-projeto-sacola-viajante-literatura-
-infantil?highlight=WyJsaXRlcmF0dXJhIl0=
 = Nas rodas do saber: uma prática inovadora no desenvolvimento do gosto pela lei-
tura: O intuito desse projeto foi promover o hábito da leitura nos alunos, bem como 
o gosto pela literatura por meio das tecnologias de informação e comunicação. 
Para saber mais, dê um click: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implemen-
tacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-medio/173-nas-rodas-do-saber-u-
ma-pratica-inovadora-no-desenvolvimento-do-gosto-pela-leitura=2-?highlight-
WyJpbnRlcmRpc2NpcGxpbmFyaWRhZGUiXQ==
 = Entrelinhas: uma plataforma socioeducacional: O objetivo desta prática foi 
despertar o interesse pela leitura e desenvolver o “comportamento leitor”, mobi-
lizando os alunos em ações de intervenções na escola e na comunidade. Para 
saber mais, dê um click: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/
praticas/caderno-de-praticas/ensino-medio/79-entrelinhas-uma-plataforma-so-
cioeducacional?highlight=WyJsaXRlcmF0dXJhIl0=
 = A Saga do Herói: das aulas de História à tela dos cinemas: Esse projeto teve 
como objetivo explorar a saga do herói presente no estudo de momentos 
históricos,	 analisando	 as	 informações	 neles	 contidas	 e	 seu	 reflexo	 na	 dis-
seminação de conceitos e culturas transversais à história. Para saber mais, 
dê um click: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/
caderno-de-praticas/ensino-medio/105-a-saga-do-heroi-das-aulas-de-historia-
-a-tela-dos-cinemas?highlight=WyJsaXRlcmF0dXJhIl0=
85UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil2 LITERATURA COMO RECURSO DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA
Olá, aluno(a)! 
Chegamos ao segundo tópico da unidade IV. Agora, o nosso objetivo será dialogar 
sobre a “literatura como recurso de aprendizagem da leitura e da escrita”.
 Já falamos, em outros momentos, sobre a importância da leitura literária para a 
formação do leitor competente, então, aqui, nosso objetivo é direcionar nossos olhares 
para as práticas de ler e escrever, exercícios essenciais para o fortalecimento da cidadania, 
utilizando a literatura como recurso. 
No entanto, precisamos salientar, como já dissemos anteriormente, que o trabalho 
com a literatura proporciona riqueza pedagógica e faz a diferença na vida do aluno, contudo 
não pode ser essa sua única função, porque a literatura tem o papel essencial de levar 
o estudante a extrapolar os muros da escola, ir além e viajar por mares nunca antes 
navegados.
A literatura é um instrumento essencial de transformação e formação de leitores, 
uma vez que, dentre muitas funções possibilita a expansão do conhecimento e leva o aluno 
a	refletir	“de	um	modo	geral,	a	literatura	amplia	e	enriquece	a	nossa	visão	da	realidade	de	
um	modo	específico,	permite	ao	leitor	a	vivência	intensa	e	ao	mesmo	tempo	a	contemplação	
crítica das condições e possibilidades de existência humana” (CUNHA, 2006, p. 57). 
86UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
Assim, na escola, em particular nas aulas de língua materna, cabe ao educador 
utilizar	estratégias	eficazes	para	desenvolver	o	hábito	da	leitura	e	formar	leitores	competen-
tes.	É,	nesse	momento,	que	a	literatura	entra	em	cena	e	satisfaz	os	anseios	pedagógicos	
do	professor,	pois	é	completa	em	todos	os	sentidos,	então	justifica-se	sua	utilização	como	
recursos para as aulas de ensino-aprendizagem da leitura e escrita, contudo, “uma pe-
dagogia da leitura que objetiva a transformação do leitor, e através deste, da sociedade, 
dificilmente	se	funda	na	descrição	da	estrutura	do(s)	texto(s)	(ZILBERMAN,	2005,	p.	115).	
Escolher	a	literatura	juvenil	como	protagonista,	porque	ela,	com	suas	especificida-
des, leva o aluno a extrapolar os limites do tempo e viajar pelo mundo da imaginação, isso 
se	justifica,	também	porque	“De	fato,	tanto	a	obra	de	ficção	como	a	instituição	do	ensino	
estão voltadas à formação do indivíduo ao qual se dirigem. (ZILBERMAN, 2003).
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a prática da leitura/
escrita por meio da literatura deve contemplar a construção da identidade do aluno leitor, 
além de habilidades e competências. Para tanto, sugere-se promover algumas estratégias 
para que ele: perceba as diferenças entre textos literários e não literários; Faça compa-
ração	entre	diversidade	de	 textos	 literários	e	não	 literários;	 Identifique	as	características	
do autor através dos indícios gramaticais; Desenvolva o domínio do discurso por meio da 
argumentação oral por meio de diversos gêneros textuais; Produza e avalie criticamente 
textos seus e outros (BRASIL, 1998).
O letramento literário, uma extensão do termo letramento, versa sobre a experiência 
da literatura vinculada à leitura e a escrita, objetivando desenvolver a competência leitora 
dos	estudantes	por	meio	de	estratégias	específicas.	A	autora	renomada	no	assunto	salienta	
que “O letramento é um conjunto de práticas sociais que perpassam a escrita” (KLEIMAN, 
1995, p. 20). Em diálogo com a acepção anterior sobre o letramento em sala de aula e 
ampliando esse conceito, o autor salienta que “o letramento literário enquanto construção 
literária dos sentidos se faz indagando ao texto quem e quando diz, o que diz, como diz, 
para que diz e para quem diz” (COSSON, 2006, p. 17). Infere-se, portanto, a partir desses 
diálogos, que essa prática de letramento literário precisa ser realizada em sala de aula, por 
meio da mediação do professor, uma vez que, tais entendimentos serão possíveis quando 
dialogados com outros textos/gêneros textuais, ou seja, estratégias de leitura literária que 
corroboram à formação do leitor competente (COSSON, 2006).
Aluno(a), ao abordamos a utilização da literatura como recurso para a leitura e a 
escrita em sala de aula, precisamos pensar sobre como serão propostas e desenvolvidas 
as estratégias adequadas de leitura para alcançar com efetividade os objetivos propostos 
87UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
pela	escola,	ou	seja,	os	fins	educativos	e	formadores,	sem	desconsiderar	a	função	social	da	
literatura. Para isso, recorremos às diversas instâncias de escolarização da literatura que 
vão desde a biblioteca, a leitura de livros, até a leitura e estudo de textos (SOARES, 2006).
Para ampliar os estudos, salientamos que o ato de ler desencadeia sete habilidades: 
conhecimento prévio, conexão, inferência, visualização, perguntas ao texto, sumarização e 
síntese. Assim, o educador tem papel essencial para explorar didaticamente tais habilida-
des no momento de utilização da literatura como recurso pedagógico (PRESSLEY, 2002).
Aluno(a),	para	finalizar	esse	tópico	e	com	o	intuito	de	ilustrar	as	acepções	discutidas	
e	proporcionar	um	melhor	aprendizado,	a	seguir,	exemplificamos	o	uso	da	literatura	como	
recursos para as aulas de leitura e escrita, apresentando práticas pedagógicas aplicadas 
em sala de aula, que foram destaques em suas escolas.
 = Letramento Literário: Esta prática tem como objetivo promover uma interven-
ção na leitura de poemas na escola, proporcionar autonomia na elaboração de 
sentidos	das	leituras	na	perspectiva	do	letramento	literário	significativo	e	iniciar	
a formação de uma comunidade de leitores pela socialização de experiências. 
Para saber mais, dê um click: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implemen-
tacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-fundamental-anos-finais/149-letra-
mento-literario-na-escola-o-texto-poetico-no-processo-de-ensino-aprendiza-
gem?highlight=WyJsZWl0dXJhIiwiZXNjcml0YSJd
 = Crônicas digitais: a multimodalidade na escolarização da literatura: Este 
trabalho consiste no relato de uma experiência voltada à sistematização de me-
canismos	favorecedores	da	leitura	do	texto	literário	e	da	produção	de	crônicas	
digitais. Para saber mais, dê um click: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-medio/81-cronicas-digi-
tais-a-multimodalidade-na-escolarizacao-da-literatura?highlight=WyJsZWl0dX-
JhIiwiZXNjcml0YSJd
 = Nas rodas do saber: uma prática inovadora no desenvolvimento do gosto pela 
leitura: Promover o hábito da leitura nos alunos, bem como o gosto pela litera-
tura por meio das tecnologias de informação e comunicação. Para saber mais, 
dê um click: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/
caderno-de-praticas/ensino-medio/
88UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
3 RECURSOS DIDÁTICO PARA NARRAÇÃO DE HISTÓRIAS 
 Olá, acadêmico(a)!!!
Chegamos	ao	último	 tópico	da	unidade	 IV.	Quem	 lê	 viaja	e	para	finalizar	nossa	
viagem	sobre	esse	vasto	mundo	da	leitura	literária	em	sala	de	aula,	mais	especificamente	
sobre as práticas pedagógicas utilizadas para trabalhar a literatura sem desfazer da sua 
função social.
Então,	agora,	para	finalizar,	conheceremos	os	mais	variados	“recursos didático 
para narração de histórias”, em sala de aula.
3.1 Recursos didático para narração de histórias
A arte de contar histórias é uma atividade humana milenar encantadora e de-
safiadora.	No	 contexto	 escolar,	 essa	 prática	 justifica-se	 porque,	 o	 ato	 de	 ouvir	 histórias	
literárias proporciona o início da formação leitora de qualquer aluno. Além disso, favorece 
o desenvolvimento da linguagem oral, estimulando o gosto e hábito pela leitura literária, 
proporciona também a interação entre alunos e professores, e ainda, transporta os ouvintes 
para um mundo de fantasias e imaginações, e sobretudo, está de acordo com os objetivos 
gerais da BNCC de LínguaPortuguesa para o EF(EF15LP03, EF15LP15 e EF35LP01, 
EF35LP02) (BRASIL, 2018).
89UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
De acordo com o exposto no tópico anterior, para realizar qualquer atividade de 
leitura e para que não haja uma escolarização da leitura deturpada, faz-se necessário um 
planejamento prévio, ou seja, o professor precisa, antes de tudo, investigar o estilo de 
literatura e o gênero mais adequado ao público/alvo. Depois, planejar o momento para a 
aula	de	contação	de	histórias	literária	e	ainda,	verificar	quais	serão	as	estratégias	de	leitura/
recursos contemplados nessa aula e/ou projeto literário (COSSON, 2006). 
A seguir, são apresentadas ideias de recursos manuais e populares utilizados por 
educadores para contação de histórias, nas escolas e/ou comunidade, com o intuito de 
instrumentalizar e sugerir atividades criativas/alternativas para essa prática pedagógica:
●	 Varal de histórias: faça um varal e pendure trechos, imagens, capa do(s) livro(s) 
que serão narrados;
●	 Mala de histórias: apresente uma mala decorada e dentro coloque objetos e 
fantoches que fazem parte do contexto da história a ser contada naquele dia. 
Dê asas à imaginação dos seus alunos. 
●	 Avental/painél de histórias: No decorrer da narração, retire do avental persona-
gens e objetos confeccionados com materiais diversos (EVA, reciclados, etc) 
e construa, em um painel, uma ilustração que resume a ideia principal da obra 
literária.
●	 Teatro de fantoches: Construa fantoches com os mais variados recursos e utili-
ze-os para ilustrar sua narração.
●	 Histórias Sonoras:
No momento prévio à atividade, é interessante que o educador leia a história cri-
ticamente, analise-a, conheça os personagens e suas características para poder utilizar o 
recurso de entonação vocal, expressando a melodia da fala e caracterizando sonoramente 
cada personagem
Antes de iniciar o ato de contar a história, o professor tem que preparar o local, no 
qual acontecerá o evento narrativo. O céu é o limite, use a imaginação, contudo, lugares 
confortáveis e aconchegantes fazem a diferença. 
Estudante, como conversamos nos outros tópicos, a tecnologia é uma realidade e 
está ativamente inserida em nossas vidas, seja no contexto pessoal, social e/ou acadêmico 
e o uso dos mais variados recursos midiáticos para contação de história têm se multiplicado, 
pois somos cidadãos 4.0. Assim, abordar questões relacionadas às estratégias metodoló-
90UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
gicas e meios tecnológicos em sala de aula é essencial, porque precisamos, enquanto 
educadores, desenvolver competências e habilidades ligadas à tecnologia.
A tecnologia contribui muito para o processo de ensino e aprendizagem. Então, 
com o advento da Indústria 4.0 e para atender os anseios da E4, surgiram uma vasta gama 
de ferramentas web que possibilitam contar histórias em novas mídias digitais – online 
–storytelling. A seguir, uma lista com as melhores e mais utilizadas para esse contexto de 
contação de histórias (GÓIS, 2018, online):
● Storymap: Esta ferramenta ajuda a contar histórias com fotos, textos e vídeos;
● Timeline: Com esta ferramenta, você pode processar datas e eventos de plani-
lhas; Quando sua história for cronológica, tente a Linha do tempo.
● Sway: Um gerenciador de layouts e apresentações extremamente poderoso. 
Conte histórias por meio de vídeos, textos, áudio, tweets, quase tudo que você 
quiser.	É	fácil	incorporar	conteúdo	de	diversas	mídias	e	formatos;
● Canva: Esse não é bem novidade mas ainda é um dos apps mais úteis da lista. 
A ferramenta permite arrastar e soltar com facilidade para projetar rapidamente 
peças	gráficas	e	apresentações	de	mídia	social.	
● Steller: Com este aplicativo você pode contar uma história nas mídias sociais 
através de fotos, vídeos e textos. Uma alternativa para se criar público e enga-
jamento, além de também ser possível criar histórias com um design lindo.
● IZI.Travel: Pensar em histórias acessíveis se tornou uma obrigação para qual-
quer	criador	de	conteúdo	e	isso	é	ótimo.	Incluir	pessoas	com	deficiência	(neste	
caso, visual) não só inclui essas pessoas a um mundo cada vez mais digital 
e híbrido como também cria oportunidades de novas combinações transmídia 
e possibilidades de storytelling. Nesta ferramenta, combine áudio com texto e 
imagens
Aluno (a), a partir do que foi exposto, entendemos que o papel do professor é de 
extrema importância para mediar esse processo de despertar o hábito da leitura literária e 
formar leitores competentes. Portanto, os recursos para contação de histórias manuais e 
tecnológicos apresentados auxiliam nessa seara e contribuem efetivamente para o sucesso 
das práticas pedagógicas propostas.
91UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
SAIBA MAIS
Literatura e Cinema – a arte de contar histórias em LIBRAS. No Cinemão, um programa 
que	transmite	todos	os	gêneros	cinematográficos,	incluindo	documentários	premiados	
em libras, com legenda e locução, você encontra, por exemplo, o conto “Um Apólogo 
–Machado de Assis”, a história do “Menino Maluquinho – Ziraldo”, dentre outros. Esse 
é um dos programas da TVINES (Parceria do Instituto Nacional de Educação de Surdos 
(INES) e da Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (ACERP) viabiliza 
a primeira webTV em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Para viajar no mundo dessas 
histórias	maravilhosas,	click	aqui:	http://tvines.org.br/?p=16313.
REFLITA
 
Caro(a)	Aluno(a),		reflita	sobre:
 As novas tecnologias como possibilidade de auxílio no processo de ensino-apren-
dizagem para as aulas de leitura literária contribuem e/ou atrapalham? 
Para	auxiliá-lo	em	sua	reflexão,	sugiro	as	seguintes	leituras:
Artigo: Letramento literário multimodal e intermidiático: a construção do leitor/
scriptor de uma nova mídia” - esse artigo apresenta uma experiência didática realiza-
da com estudantes da graduação de Letras. O objetivo do curso, intitulado “Adaptação 
Literária e Multimodalidade”, era o de levar o aprendiz a se apropriar dos conceitos fun-
damentais de multimodalidade e de intermidialidade por meio de análise de adaptações 
literárias em diversas mídias. A estratégia didática adotada foi a de convidar o aprendiz 
a tomar o papel de autor/scriptor de uma transposição intermidiática multimodal através 
do manuseio de uma obra literária pertencente a uma mídia verbal textual (mídia-fonte) 
com	o	objetivo	de	reconfigurá-la	em	uma	mídia	qualificada	–	filme,	HQ,	stop-motion	etc.	
(mídia-alvo) a partir de sua apropriação da linguagem literária textual.
92UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
Artigo: Do livro ilustrado ao aplicativo:	reflexões	sobre	multimodalidade	na	literatura	
para	crianças.	Este	trabalho	busca	refletir	sobre	a	diversidade	de	recursos	semióticos	
presente na literatura infantil contemporânea, analisando os efeitos dos avanços tecno-
lógicos sobre o texto literário. Utilizando alguns conceitos originários dos estudos sobre 
a multimodalidade, analisa os potenciais de sentido resultantes da articulação entre re-
cursos verbais e não verbais na literatura impressa e digital, a partir das obras Flicts, “A 
girafa” e “Cigarra”, da série “Ave, palavra”, de Angela Lago, e do aplicativo de literatura 
para crianças Es así, de Paloma Valdivia.
Livro: Gêneros multimodais, multiletramentos e ensino. A obra consiste em uma 
compilação de trabalhos que se materializou em dois momentos: a realização da expe-
riência de estágio pós-doutoral em que, foi ministrada a disciplina “Tópicos Avançados 
em Estudo do Texto e do Discurso: estratégias argumentativas dos textos verbo-imagé-
ticos”, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em 2018, quando 
os alunos foram estimulados a apresentarem diferentes perspectivas de análise para os 
memes e para alguns outros gêneros nos quais a multimodalidade se fez presentecomo 
elemento	articulador	de	significados.	 Disponível em: 
https://ebookspedroejoaoeditores.files.wordpress.com/2019/03/livro-ana-maria-lima-e-
book-final.pdf?fbclid=IwAR0ZkcEGe5o5VeDaYwnzeHEZQCtS9y90zPOoXOrdM2vq-
taJ6-OiF6f-DWYo
93UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Olá, aluno (a)!
Enfim,	chegamos	ao	final	da	unidade	IV,	na	qual	abordamos	temas	relacionados	
às práticas pedagógicas direcionadas ao trabalho com a literatura infanto-juvenil. Assim, 
no	decorrer	de	toda	essa	unidade,	justificamos	a	importância	da	presença	efetiva	da	leitura	
literária em sala de aula, pois ela tem a capacidade de formar pensamentos críticos, além 
desenvolver competências que melhoram a relação do aluno com o mundo.
No primeiro tópico, dialogamos sobre como desenvolver projetos com literatura 
infanto-juvenil, mas para isso, primeiramente, nos debruçamos sobre os pilares da educa-
ção 4.0, com o intuito de entendermos melhor essa nova realidade e ainda conhecer quais 
os	desafios	que	precisaremos	superar,	nesse	novo	contexto	social.		Direcionamos	nossos	
olhares também para as metodologias ativas de aprendizagem, assim compreendemos 
como elas contemplam às necessidades dessa nova geração em rede e ainda satisfazem 
as	normativas	da	BNCC.	Por	fim,	para	exemplificar	a	aplicabilidade,	listamos	exemplos	de	
projetos aplicados com sucesso em salas de aulas.
Já no segundo momento, nosso foco foi direcionado para a literatura funcionando 
como recurso de aprendizagem da leitura e da escrita. Nesse sentido, antes de apontar 
caminhos a serem seguidos, conscientizamos, você, futuro professor de língua materna, 
que antes de tudo, literatura é literatura e tem função social, não é meramente um recurso 
pedagógico para o ensino de gramática. Ao encontro dessa discussão, apresentação as 
acepções do letramento literário e da escolarização da leitura literária de maneira adequa-
da.	Para	finalizar	exemplificamos,	apresentando	práticas	pedagógicas	aplicadas	em	sala	
de aula, que foram destaques em suas escolas.
No último tópico, viajamos pelo mundo da contação de histórias e então, apresen-
tamos informações sobre os mais variados recursos manuais e tecnológicos que estão à 
disposição do educador. 
Em suma, nessa trajetória, esperamos ter estimulado sua curiosidade acerca dos 
conteúdos relacionados à literatura infanto-juvenil, bem como despertado seu interesse 
de por novos conhecimentos, porque um professor é sempre um estudante em constante 
formação.
94UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
LEITURA COMPLEMENTAR
Olá, estudante!
Para acrescentar informações ao seu aprendizado, sugiro as seguintes leituras:
1. “Start up aposta na literatura para combater o preconceito”: publicado na 
revista Mundo Escolar, em 2020. O texto apresenta informações sobre um 
projeto, que utiliza a literatura juvenil como ferramenta erradicar o preconceito 
entre crianças, desenvolvido pela Piraporiando, considerada uma das principais 
edtechs responsáveis por impactos positivos na educação do país. Click para 
ativar novos conhecimentos: https://mundoescolaronline.com.br/sigam-os-lide-
res-edicao-07-2/.
2. “Gamificação na 8ª Pré-Jornadinha Nacional de Literatura”: publicado na 
Desenredo, revista do programa de pós-graduação em letras da Universidade 
de	Passo	Fundo-Rs,	em	2019,	o	texto	analisa	as	contribuições	da	gamificação	
no desenvolvimento de competências na aprendizagem de literatura. Esse pro-
jeto foi realizado a por meio do aplicativo JornadApp na Escola, utilizado como 
recurso na 8ª pré-Jornadinha Nacional de Literatura. Click para ativar novos 
conhecimentos: http://seer.upf.br/index.php/rd/article/view/9725/114114851.
3. “Projeto livros: diferentes obras em diferentes espaços, encantando e de-
senvolvendo potencialidades”: relato de uma prática pedagógica publicada 
no caderno de práticas, no site da BNCC-Mec, objetivou aproximar os alunos 
das práticas de leitura, utilizando diversos livros em diversos tempos e espa-
ços, tendo a escola e seus ambientes como referências para essas práticas. 
Click para ativar novos conhecimentos: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-fundamental-anos-iniciais/
134-projeto-livros-diferentes-obras-em-diferentes-espacos-encantando-e-de-
senvolvendo-potencialidades?highlight=WyJsZWl0dXJhIiwiZXNjcml0YSJd.
95UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Letramento Literário: teoria e prática
• Autor: Rildo Cosson
• Editora: Contexto, 2006
•	Sinopse:	Este	livro	foi	escrito	especificamente	para	professores	
que desejam trabalhar com literatura em sala, pois apresenta infor-
mações sobre o letramento literário e ainda, apresenta informações 
sobre como estimular o hábito além das práticas já conhecidas. 
FILME/VÍDEO 
• Título: O Sorriso de Mona Lisa
• Ano: 2003
• Sinopse: Katherine Watson é uma recém-formanda da UCLA que 
foi contratada, em 1953, para lecionar História da Arte na prestigio-
sa Wellesley College, uma escola só para mulheres. Determinada 
a confrontar valores ultrapassados da sociedade e da instituição, 
Katherine inspira suas alunas tradicionais, incluindo Betty e Joan, 
a mudarem a vida das pessoas como futuras líderes que serão.
•	Link	do	vídeo:	https://www.youtube.com/watch?v=aM1129Il3mg
WEB 
• Café Literário – um ciclo com dez webinars, que apresenta bate 
papo sobre literatura, formação de leitores e experiências dentro e 
fora da sala de sala).
• Link do site: https://redes.moderna.com.br/cafe-literario-moderna/
96UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
REFERÊNCIAS
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100UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
CONCLUSÃO
Caro(a) estudante!
Chegamos	ao	final	dessa	disciplina	com	a	certeza	de	ter	colaborado	efetivamente	
para sua formação acadêmica, uma vez que, ao produzirmos esse material, elencamos 
conteúdos	primordiais	para	atuação	profissional	do	professor	da	educação	básica,	especial-
mente àquele que trabalha diariamente com a formação do do leitor competente, inserido 
num contexto de educação 4.0. 
Dessa forma, na primeira unidade, nossos olhares estavam direcionados à con-
textualização histórica da leitura infanto-juvenil, desde seu surgimento até as produções 
contemporâneas,		além	das	suas	especificidades	enquanto	gênero	literário.	
Na segunda unidade, mergulhamos nas relações entre cultura e literatura infanto-
-juvenil. Para tanto, foi preciso entender a inter-relação entre a cultura popular e a literária e 
o quanto isso favorece a formação do leitor competente. Assim, para abordar a questão da 
formação do leitor, recorremos aos pressupostos teóricos do Letramento Literário, e então, 
compreendemos que o ele é uma prática social de responsabilidade primeiro da escola, 
bem como do professor de língua materna, paralelamente à família.
No terceiro momento, para ampliar os horizontes, entendemos como deve aconte-
cer o trabalho dos gêneros textuais por meio da literatura infanto-juvenil, em sala de aula, 
de maneira tal que a literatura não perca sua função social e seja apenas didatizada. Para 
auxiliar na escolha de obras literárias, nos aventuramos pelo fantástico mundo da vida e 
obra dos autores mais renomados, no Brasil: Monteiro Lobato, Pedro Bandeira, Ruth Rocha 
e Ziraldo.
Por	fim,	na	quarta	e	última	unidade,	dialogamos	mais	especificamente	sobre	às	
práticas pedagógicas relacionadas ao trabalho com a literatura infanto-juvenil. Para isso, 
investigamos as normativas da BNCC relacionadas ao desenvolvimento de projetos e a 
101UNIDADE IV Prática Pedagógica e Literatura Infanto-juvenil
importância dessa prática para atender às necessidades desses jovens 4.0. Falamos 
também, sobre a importância da literatura como recurso de aprendizagem da leitura e da 
escrita e para ilustrar recorremos novamente aos pressupostos do letramento literário e 
também,	à	escolarização	da	leitura	literária	em	sala	de	aula.		Para	finalizar,	com	intuito	de	
acrescentar conhecimentos, apresentamos informações sobre os recursos didático (ma-
nuais e tecnológicos) utilizados como apoio para narração de histórias literárias. 
De acordo com o exposto, esperamos que essa disciplina coaduna com sua for-
mação acadêmica e motive, você, na busca incessante por novos conhecimentos, pois 
os conceitos teóricos aqui abordados são importantes, porém não são únicos neste vasto 
universos de possibilidade que o trabalho com a leitura literária possibilita. Portanto, faze-
mos	um	convite	às	novas	descobertas	e	possíveis	reflexões	sobre	o	papel	do	professor	e	a	
formação do leitor competente. 
Um grande abraço!!!

Mais conteúdos dessa disciplina