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1 Universidade de São Paulo – USP Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Esalq Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição - LAN AÇÚCAR E BEBIDAS - LAN 0451 Fermentações industriais Prof. Antonio Sampaio Baptista 2 Tecnologia das fermentações 1 – Introdução 2 - Agentes da fermentação 3 - Fermentação alcoólica 4 – Fermentação acética 5- Fermentação láctica 6 – Processos de condução da fermentação 7- Considerações finais Introdução - Agentes de Fermentações Anaeróbicas Tipo de Aplicação Produto Microrganismos fermentação envolvidos ALCOÓLICA Bebidas fermentadas Cerveja Vinho Sake Saccharomyces calrsbergensis Saccharomyces uvarum Saccharomyces; Aspergillus orizae Bebidas destiladas Cachaça Aguardente de frutas Whisky, rum, tequila Saccharomyces cerevisiae Saccharomyces cerevisiae Saccharomyces cerevisiae Produtos químicos Álcool Saccharomyces cerevisiae Malo - Láctica Bebidas Vinhos em geral Bacterias: Lactobacillus, Leuconostoc Láctica Alimentos tradicionais Queijos, iogurte, leites, fermentados, manteiga Lactobacillus e outros, como Streptococus e Penicillium Picles, azeitonas, chucrute Leuconostoc mesenteroides Pescados Pediococcus, Clostridium botulinum, Leuconostoc. Lactobacillus e outros 72 Introdução - Agentes de Fermentações Aeróbicas Fermentações Aeróbicas Alimentos Pão, massas Saccharomyces Reprodução de microrganismos Químicos e farmacêuticos Biopolímeros (plásticos biodegradáveis) Beijerinckia sp Cosméticos Eritrucelulose Gluconobacter Condimentos Glutamato monossódico Leveduras selecionadas Fármacos Penicilina Penicillium notatum Acética Condimento Químico Vinagre Ácido acético Acetobacter aceti Acetobacter pasteurianus 72 Agentes de Fermentações e produtos Figura 1 Produtos da redução microbiana do piruvato. Produtos finais: a) ácido láctico (Streptococcus, Lactobacillus); b) Clostridium propionicum; c) Leveduras, Acetobacter, Zymomonas, Sarcina ventriculi, Erwinia amylovora; e) Clostridia; f) Klebsiella; g) Leveduras; h) Clostridia (ácido butírico); i) Bactérias do ácido propiônico. Fonte: adaptada de Stanbury, Whitaker & Hall (2003). 72 Agentes de Fermentações e produtos Glicose Figura 2 - Produtos finais da fermentação microbiana de açúcares. Fonte: adaptada de Gaspar (2015). Fermentação alcoólica Na fermentação alcoólica, o que é mais importante no microrganismo? O microrganismo mais utilizado para produzir é a levedura da espécie Saccharomyces cerevisiae; No Brasil, a fermentação alcoólica industrial não é conduzida sob condições estéreis. Microrganismo no processo industrial de produção do álcool - Leveduras 2. MICROBIOLOGIA DA FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA Microrganismo produtor de álcool e microrganismos produtores de não-alcoóis. - Qual microrganismo é o mais interessante para a produção de álcool, no processo industrial?? - A levedura - Saccharomyces cerevisiae - Quais são os microrganismos indesejáveis no processo de produção de álcool? - As bactérias -Coexistência no processo industrial Desejável: somente as leveduras Essa é questão de prova. Tem que saber!!. Isso é questão de vida ou morte! Tem que saber. Leveduras unicelulares, frequentemente ovais, arredondadas e as elípticas. - Comprimento: 5 - 16 micrometros - Largura: 3 - 7 micrometros - Tamanho: 5 vezes maior que bactérias (observação ao microscópio – 100 a 400 x). 2. MORFOLOGIA (1) Parede celular 30% peso seco/célula; Composição: polímeros de glucana (“celulose”), manana (“goma”), quitina, lipídeos, fosfatos e esteróides. Enzimas extracelulares: invertase, fosfatase, amilo- pectidases, glucoamilase, etc. (translocação e desdobramento das fontes para utilização pelo citoplasma). (2) Membrana citoplasmática ou plasmalema. Posição: abaixo da parede celular e delimita em seu interior todas as microestruturas e o hialoplasma. Integridade e estabilidade cátions inorgânicos (Mg2+, Ca2+ e K+). Permeabilidade seletiva (controle de translocação de compostos do meio externo ao interior da célula e vice-versa). (5) Núcleo Onde está contido o material genético da célula. (5) Mitocôndria pequenas organelas com membrana dupla com “invaginações internas” (cristas); a função é conversão da energia aeróbica (ATP); síntese de proteínas e RNA. (6) Ribossomos Ligado à síntese protéica. (8) Vacúolo Membrana vacuolar natureza lipoprotéica. Armazenador temporário polifosfatos e lipídeos enzimas (7)A reserva de nutrientes da célula. Glicogênio, lipídeos, trealose... 4. REPRODUÇÃO EM LEVEDURAS (a) brotamento ou gemulação (multiplicação vegetativa) Reprodução - assexuada - (b) esporulação (formação de “ascos”) - sexuados sob estresse - Figura 4 - Ciclo vegetativo de leveduras alcoólicas. (Horii, 1980) Brotamento Metabolismo de levedura: catabolismo anabolismo degradação síntese do substrato de material celular libera uso da energia energia para síntese (1) Respiração oxidação biológica de substratos orgânicos sob sistemas multienzimáticos que catalizam a oxidação transporte de elétrons na cadeia respiratória onde há ativação do oxigênio (aceptor e-) e formação de água. (2) Fermentação reações em que compostos orgânicos atuam como substratos e como agentes de oxidação, em uma sequencia ordenada de reações enzimáticas. respiração fermentação Bioquímica da fermentação Figura 2 - Esquema representando o interrelacionamento das vias de degradação de carboidratos e a produção de etanol. 6. DESENVOLVIMENTO DAS LEVEDURAS - suprimento de nutrientes; - composição química do meio; Crescimento populacional - composição física do meio; da levedura - constituição e estágio de desenvolvimento dos microrganismos. Depende (função) nutrientes; condição acidez; do meio temperatura; aeração; agitação; 6.1. CINÉTICA Desenvolvimento ou crescimento referente aumento populacional (multiplicação celular) Figura 6 - Fases de crescimento das leveduras em fermentação 1 - Lag-fase 2 - Fase de aceleração do crescimento 3 - Fase exponencial de crescimento 4 - Fase de desaceleração do crescimento 5 - Fase estacionária 6 - Fase de declínio células totais Figura 8 - Efeito da condição ambiental sobre o comportamento metabólico em S. cerevisiae Figura 9 - Gráfico de velocidades de consumo de açúcar, produção de etanol e crescimento de leveduras numa fermentação alcoólica 7. Fatores interferentes no metabolismo da levedura (>16%) (HORAS) (<10%) Questão de vida ou morte!!! Tem que saber. (7.1) Influência da glicose Conc. Glicose >15,0 % (150 g/L) - pode inibir enzimas fermentativas. Conc. Glicose de 0,3 a 0,75 % - inibição seletiva da respiração. Conc. Glicose 5% em meio aeróbico via fermentativa completa, pois mitocôndria é reprimida e citocromo não funcionam. Conc. Glicose baixa e oxigênio alto catabolismo oxidativo / respiração (não há fermentação) efeito Pasteur (7.2) Efeito do Oxigênio / Agitação A moderada aeração (15 a 20 mm/dia) auxilia na suspensão das células mais do que efeito direto do oxigênio (maior superfície de contato). É capaz de induzir a respiração, dependendo da concentração de glicose do meio. 7. Fatores interferentes no metabolismo da levedura (7.3) Efeito da concentração de Etanol inibe a atividade metabólica e levando a morte (sem condição de sobrevivência); limite no vinho: 12 % de álcool variável por: espécie e linhagem de leveduras e condições da fermentação. Figura 10 - Influência do etanol na fermentação. 7. Fatores interferentes no metabolismo da levedura (7.4) Efeito da temperatura (a) Influência da temperatura na variação do tempo de geração e do coeficiente específico de crescimento em uma linhagem da levedura Saccharomyces cerevisiae Temperatura Tempo de geração (h) Coef. espec. de cresc. g/l/h-1 20 5 0.15 24 3.5 0.21 27 3.0 0.30 30 2.2 0.31 36 2.1 0.29 38 - 0.19 40 4.0 - Mudança na temperatura -Ideal: 30 a 36 °C Fatores externos Clima T da água T do mostoFatores intrínsecos Calor liberado na fermentação Segundo a equação de Gay-Lussac para a fermentação alcoólica, tem-se: C6H12 O6 2 CH3 CH2 OH + 2 CO2 + energia +outros monossacarídeo etanol gás carbônico C6H12 O6 2 CH3 CH2 OH + 2 CO2 + 23,5 calorias + outros 180g 2 x 46g 2 x 44 g 180 gramas de ART ---------------- 92 gramas de etanol x = 51,11 gramas 100 gramas de ART---------------- x gramas de etanol ou 64,75 mL de etanol a 20º C (densidade do etanol a 20º C = 0,78932 ) Rendimento alcoólico ideal: Portanto, o rendimento ideal máximo que pode ser atingido é 51,11 % Contudo, na prática, o máximo que se atinge é 48,55 %, ou seja, 95 % do rendimento ideal Fermentação alcoólica e rendimento fermentativo Fermentação acética Ácido Acético CARACTERÍSTICAS líquido incolor ponto de ebulição: 118,1°C baixo ponto de fusão: 16,5°C ácido fraco, corrosivo, com cheiro penetrante USOS produção de politereftalato de etila (PET) acetato de celulose utilizado na película fotográfica acetato de polivinil utilizado na cola de madeira para limpeza e desinfecção como condimento em saladas ( vinagre ) como solvente síntese de perfumes e corantes preparação da seda artificial tinturaria, imprensa obtenção de sais metálicos para a fabricação de tintas e inseticidas produção da aspirina. em exames diagnósticos - detectar H.P.V. (Papiloma Vírus Humanus) Ácido etanóico Tipos de Vinagre: Vinagre Balsâmico (aceto balsâmico): escuro e bastante aromático, é feito com uvas Trebbiano, selecionadas da região de Modena, Itália. O autêntico vinagre balsâmico passa por um longo processo de fermentação feito em barris de madeira. O tempo necessário para a elaboração do vinagre balsâmico é de, no mínimo, 20 anos Vinagre de Vinho: é o mais comum e é elaborado a partir do vinho tinto ou branco Fermentado Acético de Sidra (ou de maçã): obtida a partir do suco fermentado de uma variedade de maçã. É o menos ácido Fermentado Acético de malte: é um produto escuro fermentado, feito a partir do malte da cevada Tipos de Vinagre: Fermentado Acético de arroz: é o vinagre japonês obtido a partir da fermentação do arroz. Mais suave e ligeiramente adocicado. O chinês é mais forte e ligeiramente ácido Fermentado Acético de Álcool: o mais forte de todos, apresenta elevada % de álcool Fermentado Acético de Champanhe (ou de cava na Espanha ou de espumante no Brasil): trata-se de um produto de cor pálida e sabor elegante, como a bebida da qual procede Fermentado Acético de Xerez: produto típico da Espanha possui sabor delicado e exclusivo Fermentados Acéticos Aromatizados: os vinagres podem ser aromatizados com ervas, especiarias, frutas ou alho Composição do Vinagre Vinagre: Matérias-Primas Itália, Espanha, França e Grécia China e Japão - vinho e arroz Estados Unidos e Inglaterra Alemanha - sidra, malte e álcool Brasil - álcool e vinho Agentes produtores de ácido acético Bactérias acéticas pertencem à família Pseudomonodaceae Principais espécies: Acetobacter aceti, A. pasteurianus, A. xylinum, A. schützenbachii e Gluconobacter oxydans Polimorfismo: bastonetes e cocos, Gram negativos Temperatura: 25°C a 30°C pH: 3 a 4 Estritamente Aeróbias: na parte superior do mosto é formado um véu, "mãe do vinagre“, espessura função da bactéria Bioquímica de produção do ácido acético Figura 10 – Biotransformação envolvida na formação do ácido acético Rendimento da Fermentação acética Então: 46 gramas de etanol-----------60 gramas de ácido acético 1 grama de etanol-----------X grama de ácido acético X = 1,304 g (rendimento 100%). Acetobacter ou Gluconobacter – produção de ácido acético, principal componente do vinagre transformação do etanol em ácido acético 1g de etanol pode fornecer 1,304 g de acido acético Etanol Ácido acético H3C- CH2OH + O2 H3C-COOH +H2O. 46g 32g 60g 18g Ácido Lático CARACTERÍSTICAS Isomeria óptica: Destrógiro: D-ácido lático Levógiro: L-ácido lático (com atividade fisiológica) Racêmico: D,L-ácido lático Ponto de fusão: 18°C (racêmico) ; 28°C (D e L) Ponto de ebulição: 122°C (racêmico) Altamente corrosivo USOS Alimentação de crianças Como acidulante em produtos alimentícios Removedor de sais de cálcio Como mordente para estampar a lã Curtimento de peles Matéria-prima em sínteses orgânicas (na fabricação de tintas e vernizes, de plastificantes e também como solventes) Na forma de lactatos são usados na indústria farmacêutica e de cosméticos Fabricação de polímeros (biodegradáveis, termoplásticos e transparentes) Ácido 2-hidroxi-propanóico Ácido Lático Fermentação lática: matérias-primas Soro do queijo Melaço Glicose de milho Resíduos de elevada DBO (indústrias de papel e polpa de celulose) Substratos utilizados: glicose, lactose e sacarose amiláceos (milho, batata e mandioca) - pré-hidrólise enzimática sais de cálcio, sódio, potássio e magnésio Agentes fermentativos As Bactérias Láticas podem ser divididas de acordo com os produtos formados: 1. Bactérias Homofermentativas - importantes na produção do ácido lático Os primeiros estágios da via metabólica da fermentação lática são os mesmos da fermentação alcoólica (via glicolítica). Intermediário importante: ácido pirúvico (lactato desidrogenase) Rendimento energético: 2 moles ATP / mol de glicose 2. Bactérias Heterofermentativas - fermentação da glicose resulta em vários produtos (ácido lático, oxalacético e fórmico). Degradam a glicose através da via oxidativa das pentoses fosfato. Intermediários importantes: ácido pirúvico e o aldeído acético. Rendimento energético: 1 mol ATP / mol de glicose CH3COCOOH (piruvato) desidrogenase NADH.H+ CH3CHOHCOOH (ác. lático) NAD+ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Gram positivas Microaerofílicas - incapazes de sintetizar ATP por meio respiratório Não esporuladas Usualmente não apresentam mobilidade Apresentam colônias pequenas e apigmentadas Bactérias acidófilas: bastonetes - não crescem a pH > 6,0 cocos - pH neutro pH ótimo para crescimento = 4,5 Lactobacillus bulgaricus Agentes fermentativos Microrganismo Carboidrato Temperatura L. delbrüeckii glicose, galactose () 45 - 50º C L. bulgaricus glicose, galactose, lactose 45 - 50º C L. casei glicose, galactose, lactose 30º C L. leishmanii lactose, galactose () > 30º C L. brerus (pentoaceticus) glicose, lactose(), galactose () > 30º C Lactobacillus casei Lactobacillus delbrueckii Streptococcus lactis Agentes fermentativos • Obtenção de vegetais fermentados: pickles, chucrute, azeitonas, forragem para gado; • Gênero Leuconostoc - produção de sabor no chucrute; lacticínios: iogurtes, leites acidificados, queijos, manteiga; • Leuconostoc, Streptococcus lactis, S. diacetilactis e L. cremoris: são usados como fontes de flavorizantes na indústria de lacticínios e são responsáveis pelas diferentes características conferidas à manteiga, queijos e iogurtes (produçãode diacetil); • Carnes curadas: salames e outros embutidos. IMPORTÂNCIA DAS BACTÉRIAS LÁTICAS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS Aspectos negativos da presença das bactérias ácido-láticas na indústria •Produção de acidez e aromas indesejáveis (diacetil) em: vinhos, sucos, cervejas e outras bebidas destiladas (Pediococcus perniciosus e P. damnosus, encontrados na cerveja); •Deterioração de produtos cárneos, vegetais e frutas; •Síntese de biopolímeros por Leuconostoc mesenteroides, consome sacarose: na indústria açucareira, reduzindo o rendimento e provocando o entupimento de filtros, bombas e tubulações. IMPORTÂNCIA DAS BACTÉRIAS LÁTICAS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS Formas de condução de bioprocessos Existem infinitas formas de se conduzir um reator biológico, dependendo das características próprias do microrganismo, meio de cultivo, e dos objetivos específicos do processo que se pretende executar. Principais formas de conduzir um processo fermentativo: Processo descontínuo •com um inóculo por tanque •com recirculação de células Processo Semicontínuo •sem recirculação de células •com recirculação de células Processos de condução da fermentação Processo descontínuo alimentado •sem recirculação de células •com recirculação de células Processo contínuo •executado em um reator (com ou sem recirculação de células) •executado em vários reatores (com ou sem recirculação de células) Processos Biotecnológicos IndustriaisProcessos de condução da fermentação Processo descontínuo com um inóculo por tanque Meio de cultivo Esterilização REATOR Processo biológico Recuperação do produto Eliminação de microrganismo Este processo é o mais seguro quando se tem problemas de manutenção das condições de assepsia, pois ao final de cada batelada pode ser realizada a esterilização do reator. Recebe um novo meio de cultivo, recebendo um novo inóculo do microrganismo responsável pelo processo. Processos de condução da fermentação Microrganismo Formas de condução de bioprocessos Processo descontínuo com recirculação de células Meio de cultivo Esterilização REATOR Processo biológico Recuperação do produto Recirculação de microrganismo Microrganismo Este processo também é chamado batelada repetida. Processos de condução da fermentação Formas de condução de bioprocessos Processo contínuo com recirculação de células Este processo é conduzido com o objetivo de aumentar a produtividade dos reatores Meio de cultivo Esterilização REATOR R1 REATOR R2 Recuperação do produto Recirculação do microrganismo Microrganismo REATOR R3 Processos de condução da fermentação Processo contínuo com recirculação de células Processos Biotecnológicos Industriais Reatores contínuos - Permite Realizar o reciclo de células; - O líquido fermentado, efluente do reator, pode ser submetido a um sistema de separação dos microrganismos (por sedimentação, centrifugação ou separação por membrana), os quais podem ser retornados aos reatores, sendo os líquido enviados para recuperação do produto; - A recuperação pode ser feia a partir de qualquer reator e retornar àquele que for mais adequado. Isso demonstra a enorme flexibilidade de operação disponível. Processos de condução da fermentação Processo descontínuo alimentado “FED BATCH” Processos Biotecnológicos Industriais É aquele no qual se imagina inicialmente introduzir o inóculo, o qual ocupará uma fração do volume útil do reator da ordem de 10 a 20 %, iniciando a alimentação com o meio de cultura, empregando- se uma vazão adequada, sem a retirada do líquido fermentado. Aguarda-se completar a fermentação e procede-se a retirada e recuperação do produto. As células separadas retornam ao sistema a fim de se iniciar um novo período de alimentação, o que evita a preparação de novo inóculo. Nota: a alimentação do reator com vazão constante não é obrigatória. Este sistema de condução da fermentação também permite uma grande flexibilidade operacional no uso do reator. Processos de condução da fermentação Formas de condução de bioprocessos Processos Biotecnológicos Industriais O importante em qualquer sistema de condução é que o componente a ser transformado no substrato seja completamente consumido e permita a obtenção do máximo de produto. Em alguns casos, pode-se utilizar dois sistemas para esgotar o substrato. Quando se deseja conduzir um processo biotecnológico é imprescindível que o gerente do processo tenha em mente a enorme flexibilidade de operação que dispõe o reator. A rigor, cabe mencionar que as diferentes formas de conduzir um processo fermentativo, em princípio, é aplicável a qualquer tipo de reator, ficando essa flexibilidade mais ou menos dependente do tipo de reator considerado. Processos de condução da fermentação Considerações finais As fermentações industriais, utilizando matérias-primas contendo carboidratos e microrganismos específicos, permitem a obtenção de diferentes produtos, tais como o etanol, o ácido acético e o ácido lático; A partir de substrato açucarado o produto final depende do microrganismo utilizado; Os microrganismos para o crescimento com alta produtividade e rendimento, apresentam exigências de composição de substratos e condições de cultivo ótimas para cada espécie microbiana. 49 Referências 1- Bastos, Reinaldo Gaspar. Tecnologia das fermentações : fundamentos de bioprocessos / Reinaldo Gaspar Bastos. -- São Carlos : EdUFSCar, 2010. 162 p. -- (Coleção UAB- UFSCar); 2 - RIBEIRO, C., BLUMER, S., HORII. Fundamentos de tecnologia sucroalcooleira: tecnologia do açúcar. Piracicaba: ESALQ/Depto de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, V.2, 1999. 66p. 3 - USHIMA, A.K., RIBEIRO, A.M.M., SOUZA, M.E.P., SANTOS N.F. Conservação de energia na indústria do açúcar e do álcool. São Paulo, IPT, 1990. 796p. 50 51 MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO!! Prof. Antonio Sampaio Baptista e-mail: asbaptis@usp.br Setor de Açúcar e Álcool LAN/ESALQ/USP