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Curso Gestão Tributária Municipal – GTM 
Módulo 3 – Crédito Tributário e Lançamento 
 
 
Texto Complementar 3 – Extinção do crédito tributário 
Prof. Leonardo Godoi Sai 
A expressão extinção do crédito tributário é utilizada no art. 156 do CTN para explicitar os 
modos de extinção da obrigação tributária. Entendemos que o legislador deveria ter feito 
uso do conceito de obrigação, pois a expressão utilizada constitui apenas um dos elementos 
da obrigação tributária. 
Art. 156 CTN. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no 
artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, 
que não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado; 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 
 
Curso Gestão Tributária Municipal – GTM 
Módulo 3 – Crédito Tributário e Lançamento 
 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre 
a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 
144 e 149. 
A relação jurídica tributária tem o seu fim assinalado pela desintegração do sujeito passivo e 
ativo, com o desaparecimento do objeto, do crédito tributário e do dever jurídico, de que é 
titular o sujeito passivo, o débito tributário. 
Alguns autores entendem que as onze causas extintivas elencadas no artigo 156 do CTN se 
dividem em causas de fato e de direito. A prescrição e a decadência seriam modalidades de 
direito, enquanto todas as demais seriam de fato. 
Um fato interessante e que confunde muito os operadores do Fisco é saber se só existem 
essas causas de extinção do crédito tributário ou se há outras. Isso implica um modelo de 
gestão usado pela Fazenda Pública. 
Tem prevalecido o entendimento de que as causas do art. 156 do CTN não apresentam um 
rol taxativo, posto existirem duas causas de extinção, que não se encontram preconizadas 
entre os incisos do artigo. 
Essa situação ocorre em função da interpretação da legislação tributária, artigos 109 e 110 
do CTN, ou seja, todos os institutos de direito privado migram para o art. 156, desde que não 
violem os referidos dispositivos. 
Art. 109 CTN. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, 
do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos 
respectivos efeitos tributários. 
Art. 110 CTN. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, 
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição 
Federal, pelas Constituições dos estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos 
Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. 
Esses dispositivos se aplicam conjuntamente, um não existe sem o outro, e permitem que o 
Direito Tributário absorva os institutos do direito privado, sem distorcer os seus efeitos. 
 
Curso Gestão Tributária Municipal – GTM 
Módulo 3 – Crédito Tributário e Lançamento 
 
É possível incidir ISS sobre a locação de bem móvel, como, por exemplo, um guindaste 
ou um andaime? 
O STF entende que locação é contrato típico e está no Código Civil de 2002. Esse contrato 
se exaure com a entrega do bem ao locatário. 
Imagine a seguinte situação... 
 
O contratante entregou o guindaste no domicílio do contratado, e 
o Município resolveu cobrar ISS em função da prestação de 
serviço. O Município queria cobrar ISS sobre a locação, pois 
estava previsto na lista de serviços e porque entendia que a 
locação era serviço. 
A situação chegou ao STF e ficou entendido que a entrega do 
bem ao locatário não é serviço, é mero exaurimento do contrato. 
Não há serviço na locação. Não cabe, portanto, a incidência do 
ISS. 
Agora, imaginemos que junto ao andaime, ou ao guindaste, 
houvesse uma pessoa para manuseá-los. Nessa hipótese, seria 
diferente. Não estaríamos diante de um contrato de locação, mas 
sim diante de um contrato de prestação de serviço, e o contrato 
de prestação de serviço é fato gerador de ISS. 
A empresa estaria oferecendo tais produtos juntamente com o 
operador, razão pela qual caberia prestação de serviço, e não 
locação, e, consequentemente, a incidência do ISS. 
 
 
 
Exemplo

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