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Nutrição 
& Oncologia
Um guia sobre terapia nutricional
em pacientes oncológicos
Unex - Faculdade de Excelência 
Discentes: Kayalla S. Oliveira e Késia dos Santos Freitas.
 Introdução
 Triagem e avaliação nutricional.
Desnutrição em pacientes oncológicos 
1.
2.
3.
 - Caquexia e sarcopenia.
 4. Necessidades nutricionais para pacientes oncológicos.
 5. Indicação de terapia nutricional 
 - TNE e TNP
 - Câncer de cabeça x outros tipos.
 - Tratamento quimioterapia e radioterapia.
 - Cuidados paliativos.
 6. Efeitos colaterais no sistema gastrointestinal.
 7. Dicas de receitas e refeições.
 8. Educação e orientação ao paciente e familiares.
 9. Referências.
Sumário
Introdução1.
O câncer é caracterizado pelo
crescimento descontrolado de
células, formando tumores que
podem se espalhar. Genética,
exposição a carcinógenos e
estilo de vida influenciam seu
desenvolvimento. 
2
Em casos de dificuldades para
se alimentar oralmente devido a
complicações como obstrução,
disfagia ou intolerância
alimentar, podem ser
consideradas alternativas como
dieta enteral e parenteral.
Estudos demonstram que a 
desnutrição é um forte fator de
risco para morbidade ou
mortalidade por câncer, tornando
crucial o acompanhamento e uso
de estratégias nutricionais.
O câncer é uma doença que
aumenta o gasto energético
do metabolismo, fator
causado pela patologia ou
até mesmo pelo tratamento.
2. Triagem 2. Avaliação nutricional
A próxima etapa da triagem, quando há risco, é
a avaliação nutricional para diagnosticar a
desnutrição. Para avaliar a condição nutricional
e pode ser realizada por instrumentos 
subjetivos e objetivos. 
A reavaliação periódica em
pacientes de risco é crucial e
deve ser feita regularmente,
avaliando: 
A identificação precoce de risco nutricional
por meio da triagem pode melhorar o
prognóstico de pacientes hospitalizados,
prevenindo a desnutrição. Os métodos
aplicáveis incluem:
É recomendada a aplicação
dentro de 24 a 48 horas após a
admissão hospitalar.
ASG NRS
2002
MNA
VR
MUST
 MST
A circunferência da panturrilha (CP) é
amplamente usada como indicador de
perda muscular, especialmente com
idosos. 
A mensuração da perda de peso não
deve ser desconsiderada, mas deve-se
observar se há edema ou desidratação. avaliação da ingestão oral
tolerância à terapia enteral
investigação de sinais/sintomas
3. Desnutrição em pacientes 
oncológicos.
Pacientes com neoplasias malignas 
estão mais propícios a desnutrição 
em comparação com os demais
pacientes hospitalizados. 
Maior tempo de internação
Reação adversa a medicação
Maior risco para infecção
Deficiência na cicatrização
A desnutrição proteico-calórica é
responsável por 20% a 40% das
mortes relacionadas ao câncer. A
anorexia, ausência de apetite,
ocorre em 15% a 25% dos pacientes
no diagnóstico e na maioria dos
casos com metástase.
A desnutrição causa:
3. Caquexia e Sarcopenia
A sarcopenia e a caquexia
compartilham a perda de massa
muscular esquelética, porém elas
são muito diferentes em termos
de suas fisiopatologias e etiologias..
Enquanto a sarcopenia está associada
ao envelhecimento, a caquexia é uma
condição mais grave ligada a doenças
crônicas como o câncer.
 3. Caquexia
A caquexia é multifatorial, irreversível por
terapia nutricional convencional. O diagnóstico
considera a perda de peso nos últimos 6 meses,
e na fase avançada, há catabolismo acentuado,
depleção de reservas de gordura e músculos, e
imunodepressão intensa
 3. Sarcopenia
Conforme BRASPEN (2019), recomenda-se
dieta hipercalórica e hiperproteica, na tentativa
de estabilizar e/ ou recuperar o estado
nutricional. É sugerido aporte proteico entre 1,2
a 2,0g proteínas/kg de peso/dia e 30 a
35Kcal/kg de peso/dia de aporte calórico
A pré-caquexia apresenta perda
de peso ≤5% com anorexia e
alterações metabólicas. 
Em pacientes com câncer, o termo
sarcopenia é usado como sinônimo de
depleção muscular grave. A avaliação
envolve métodos como tomografia
computadorizada, densitometria óssea,
bioimpedância elétrica e medidas
antropométricas.
O diagnóstico em pacientes com câncer
geralmente se baseia na avaliação da massa
muscular. A Diretriz da BRASPEN (2019)
recomenda oferta proteica entre 1,2 a
1,5g/kg de peso/dia.
As estratégias nutricionais
devem contribuir para a
melhora da ingestão
alimentar, adequação de
massa muscular, melhora
em desequilíbrios
metabólicos e qualidade 
de vida. O tipo de dieta
depende da avaliação
individual.
4. Necessidades nutricionais para
pacientes oncológicos
 Não é recomendável NENHUM tipo de dieta
restritiva para pacientes oncologicos. Nem a
implementação de jejum, pois há grandes
riscos de desnutrição nesse público.
A oferta energética para
os sobreviventes do
câncer deve ser baseada
para manter um peso
saudável (IMC18,5
25kg/m²), equilibrando
ingestão de calorias com
atividade física..
O gasto energético em
repouso do paciente
oncológico pode aumentar e
causar maior necessidade
proteica, visto que cerca de
10-15% das necessidades
energéticas diárias se deve
às necessidades de proteína.
Sobreviventes de câncer 25-30 kcal/kg de peso/dia
Obesos 20-25 kcal/kg de peso/dia
Pacientes em cuidados paliativos
25-30 kcal/kg de peso/dia 
*caso não atinga a meta,
deve adequar a oferta kcal
que conforte o paciente.
Caquexia ou desnutridos 30-35 kcal/kg de peso/dia
Idoso com IMC <18,5 kg/m² 32-38 kcal/kg de peso/dia
Adulto e idoso em tratamento
antineoplásico
25-30 kcal/kg de peso/dia
Sobreviventes do câncer 0,8-1,0 grPt/kg/dia
Adulto e idoso em tratamento
antineoplásico
> 1,0grPt/kg/dia
1,2-1,5 grPt/kg/dia se tiver algum grau de
desnutrição
1,2-2,0 grPt/kg/dia se tiver alguma
inflamação
Pacientes em tratamento paliativo
seguir as mesmas recomendações para adulto
e idoso, entretando, se não atingir a meta,
deve-se reconsiderar a quantidade e ofertar o
que melhor adequar ao paciente.
Necessidades calóricas 
Necessidades proteicas
*adaptada da diretriz da BRASPEN 2019
*adaptada da diretriz da BRASPEN 2019
Recomendações baseadas em evidências
para indivíduos idosos com doenças agudas
ou crônicas exigem oferta proteica maior
na dieta, ou seja, 1,2 a 1,5g/kg/dia. Em
indivíduos com função renal normal, doses
de até e acima de 2g/kg/d é segura.
5. Indicação de Terapia Nutricional
A suplementação vira oral, é
indicada para pacientes que
não conseguem atingir as
metas nutricionais apenas com
a alimentação via oral. 
Terapia Nutricional Oral (TNO):
Indicada para pacientes que não
atingem as necessidades por
vias digestivas ou tem alguma
contraindicação do trato
gastrointestinal.
 Terapia Parenteral (TP):
Terapia Enteral (TE): 
Indicada quando a ingestão oral permanece
inadequeada, mesmo com acompanhamento e
suplementos orais. Para iniciar essa terapia
nutricional, é necessário que o trato
gastrointestinal esteja íntegro.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL
Paciente não consegue ingerir alimentos
por mais de 1 semana ou não está
atingindo 60% das necessidades
nutricionais há 2 semanas. 
Pode iniciar quando não está atingindo
60% das necessidades, em um período de 7
dias (TNP suplementar). 
Em casos onde há contraindicação do uso
de via digestiva, essa TNP precisa ser
Total. 
Câncer de cabeça e pescoço Outros tipos de câncer 
Terapia nutricional com uso de suplementos
orais + dieta por sonda enteral.
Atenção: Os pacientes com esse tipo de
câncer devem ter maior atenção, por isso,
é recomendável visitas semanais com o
nutricionista durante a radioterapia. Tempo
minimo de acompanhamento: 6 semanas. 
Terapia nutricional com uso de
suplementos orais + dieta normal.
Atenção: caso o paciente não
tenha o retorno esperado, faz-se
necessário a associação de
sonda enteral ao tratamento já
iniciado.
Pacientes oncológicos sofrem
alterações metabólicas a todo
momento, devido aos
tratamentos. É comum em
tratamento antineoplásico,
sinais/sintomas que dificultem a
aceitação de alimentos e
contribuam para déficit calórico.
Além de possíveis comorbidadese efeitos colaterais. 
A adequação da terapia
nutricional deve ser
individual, para que seja
benéfica a cada paciente.
Sendo assim, a depender do
caso, diferentes pacientes
podem ter dietas orais,
enterais e/ou parenterais. 
Tratamento de quimioterapia e radioterapia 
Condições do TGI e ingestão
alimentar
Expectativa de vida: meses
ou mais (tratamentos ativos
de câncer considerados/
estado pré-caquexia/
caquexia)
Esperança de vida: dias a
semanas (câncer progressivo
sem opções de tratamento
padrão, caquexia refratária)
TGI funcionante com
redução da ingestão oral
Manter via oral e avaliar
necessidade de
suplementação
Manter via oral e avaliar
necessidade de suplementação
TGI funcionante e ingestão
oral significativamente
comprometida (por exemplo,
disfagia, mucosite grave)
considerar TNE
Não recomenda-se a terapia
nutricional. 
Partir para conservação, optar
por hidratação endovenosa.
Absorção significativamente
comprometida (por exemplo,
obstrução intestinal) ou falha
na nutrição enteral
considerar TNP
Não recomenda-se a terapia
nutricional. 
Partir para conservação, optar
por hidratação endovenosa.
Os objetivos da terapia nutricional
em cuidados paliativos mudam
conforme a doença avança e a
condição clínica do paciente se
altera, devendo ser reavaliados
periodicamente, de modo que a
tomada de decisão relativa à TN
deve ser baseada no prognóstico do
paciente
 Câncer em cuidados paliativos
*adaptada da diretriz da BRASPEN 2019
6. Cuidados nutricionais no manejo dos efeitos colaterais
Aumentar o aporte
calórico e proteico
das refeições
Preferir alimentos
umedecidos
 
Uso de TNE para
disfagia grave
Ingerir líquidos durante
as refeições para
facilitar a deglutição
Usar gotas de limão em
refeições para auxiliar
na produção de saliva
Consumir sempre
alimentos umidecidos.
Reduzir o consumo
de sal e condimento
das preparações.
Evitar alimentos
secos, duros,
cítricos e picantes
Encaminhar para
estomatologista.
Disfagia: Xerostomia: Mucosite oral: 
 
Preferir alimentos secos
e sem alto teor de
gordura
Preferir alimentos
cítricos e gelados 
Evitar líquidos durante as
refeições, (consumir 30 a
60 minutos antes/depois)
Náuseas e vômitos: 
6. Cuidados nutricionais no manejo dos efeitos colaterais
Aumentar a densidade
calórica dos alimentos
Orientar dietas hipercalóricas
hiperproteicas fracionadas e
em pequenas porções
Introduzir suplementos orais
hipercalóricos e
hiperproteicos nos intervalos
Preferir alimentos secos
e sem alto teor de
gordura 
Preferir alimentos
cítricos e gelados 
Evitar líquidos durante as
refeições, (consumir 30 a
60 minutos antes/depois)
Estimular o consumo de
alimentos, preparações e
sucos ricos em fibras e com
característica laxativa 
Estimular a ingestão hídrica 
Realizar atividade física se
não houver contraindicação
médica
Inapetência: Diarreia: Constipação:
7. Receitas 
• 1 laranja grande com bagaço 
• 1 fatia média de mamão
• 5 ameixas secas
• 1 colher de sopa de aveia
• 1 copo de 200 ml de água
 Colocar as ameixas de molho na água
de um dia para o outro na geladeira.
 No dia seguinte, colocar no liquidificador
as ameixas sem os caroços, a laranja
sem casca e sementes e o mamão sem
casca e com as sementes.
 Liquidificar, completar com a água e
acrescentar a aveia.
1.
2.
3.
Coquetel laxativo
recomendável para pacientes em obstipação
Ingredientes:
Modo de preparo:
*Imagem meramente ilustrativa 
*Receita adapta do guia de orientações nutricionais da ICB
Suco de maçã
• Água de coco (150ml) 
• 1 unidade de maçã sem casca
 • Gengibre (1g) 
Descascar a maçã. 
Colocar todos ingredientes
no liquidificador.
Liquidificar os ingredientes
com o gengibre.
Servir em temperatura
ambiente ou levemente
refrigerado.
1.
2.
3.
4.
recomendável para pacientes com diarreia
Ingredientes:
Sorvete de abacaxi 
• 1 xícara (chá) de polpa de abacaxi
congelada ou suco
 • 3 colheres (sopa) de açúcar 
• Tirinhas de casca de limão para
enfeitar
recomendável para pacientes com
xerostomia sem quadro de mucosite
Bater os ingredientes no
liquidificador, menos as
tirinhas de limão. 
Colocar em forminhas de
gelo e leve para o freezer
até firmar. 
1.
2.
Ingredientes:
Modo de preparo:
Modo de preparo:
Modo de preparo:
8. Educação e orientação ao paciente e familiares
A educação e orientação ao paciente com
câncer e seus familiares são fundamentais
para promover o entendimento da condição,
fornecer suporte emocional e melhorar a
gestão do tratamento. Inclui informações
sobre o diagnóstico, opções terapêuticas,
efeitos colaterais e cuidados paliativos.
Oferecer estratégias alimentares
para lidar com os efeitos
colaterais comuns do tratamento,
como náuseas, perda de apetite e
alterações no paladar.
Incentivar uma abordagem positiva
em relação à alimentação,
considerando-a não apenas como
nutrição física, mas também como
parte integrante do bem-estar geral.
Fornecer informações educativas
sobre a importância da nutrição
durante o câncer, esclarecendo
mitos e promovendo escolhas
alimentares saudáveis.
O nutricionista pode:
9. Referências
DE, G. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://institutodecancer.com.br/site/wpcontent/uploads/2021/03/2020_09_01_ICB_manual_nutri
cional.pdf>.
HORIE, L. M. et al. Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no paciente com câncer. Disponível em:
<ninho.inca.gov.br>, 2019.
 BARRERÉ, Ana Paula Noronha; PEREZ, Maíra Pereira; TARTARI, Rafaela. MANUAL DE AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL EM ONCOLOGIA. Avante Nestlé, 10 de Abril de 2021. Disponível em:
<https://www.avantenestle.com.br/conteudos-cientificos/oncologia/avaliacao-cancer>. Acesso em: 18
de novembro de 2023
DO LAGO, P. N., et. al. Pacientes oncológicos e seus familiares: um olhar educacional da enfermagem /
Cancer patients and their families: an educational look at nursing. Brazilian Journal of Health Review,
4(4), 15264–15279. Disponível em: <https://doi.org/10.34119/bjhrv4n4-071>. Acesso: 20 de novembro de
2023.
SILVA, Adriana C. Da Silva; ALVES, Rayane Campos; PINHEIRO, Luiza da Silva. AS IMPLICAÇÕES DA
CAQUEXIA NO CÂNCER. e-Scientia, Belo Horizonte, Vol. 5, N.º 2, p. 49-56. (2012). Disponível em:
www.unibh.br/revistas/escientia/. Acesso em: 22 de novembro de 2023.
BRITO, Laíz Ferraz, et. al. Perfil Nutricional de Pacientes com Câncer Assistidos pela Casa de
Acolhimento ao Paciente Oncológico do Sudoeste da Bahia. Revista Brasileira de Cancerologia 2012;
58(2): 163-171. Disponível em: <https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/615/384>. Acesso
em: 22 de novembro de 2023.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Material feito por
estudantes da área de
nutrição, sendo proibido o
seu uso para fins lucrativos.
Material destinado a estudantes e profissionais da área da saúde.

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